História My Neighbor (Imagine Kim Taehyung) - Atena

Devidamente vestidos e apresentáveis, o policial nos encarava com um bloquinho na mão.

A mulher que nos flagrou estava muito envergonhada, já havia pedido desculpa várias vezes. Também explicou que pensou que o motorista do carro havia sofrido um acidente, por isso se aproximou.

O policial passava por aqui, então ela resolveu chamá-lo para que pudesse ajudar em algo.

Bem, a culpa era minha, me lembro claramente que Taehyung quis ir pra minha casa, ou para a dele, mas eu insisti que ficamos a mercê de olhos ligeiros.

Lição aprendida.

— Então, tendo relações sexuais dentro de um veículo, a luz do dia. – nos encarou

Ele parecia ter uns quarenta anos. Era alto, e gordo, o cabelo grisalho denunciava os anos de experiência que tinha na vida, e a coceira exagerada na cabeça, denunciava a falta de paciência, e explicava também a calvície.

— Que tal apenas nos liberar? — perguntei

Ele me encarou sem dizer nada.

Taehyung também não dava um pio, e estava super tranquilo, e ainda me provocava. Ele me segurava por trás, mas sua mão estava dentro da minha blusa, meu sutiã já estava aberto de novo, e eu tenho certeza que se a blusa fosse folgada, ele estaria com as mãos sob os meus seios.

— Apenas liberar vocês?

— São jovens policial, você sabe como eles são — a mulher intercedeu por nós — Hormônios a flor da pele, paixões avassaladoras... — pronunciava calmamente — Além disso, o carro estava intacto, eu deveria ter percebido que não havia nada de errado.

— Não interceda por eles senhora, eles são rebeldes, vândalos. Onde já se viu ter relações assim, e se uma criança visse isso?

— Saberia de onde vem os bebês. — respondeu simplista

— Ora, não passe a mão na cabeça deles, temos que preservar a inocência das—

— Deixa disso. Libere logo os meninos, eles não fizeram nada de mais, ande, diga que eles podem ir embora.

O policial ficou confuso, seu olhar divagava entre nós e a mulher.

— Vão logo embora antes que eu me arrependa. — ditou por fim nos dando as costas.

Suspirei cansada, me afastei do capô do carro onde estava encostada e Taehyung fez o mesmo.

— Bem, nós já vamos indo.

— Vá com Deus meus filhos, e me perdoem pela confusão.

— Tudo bem a culpa foi minha. Tchau.

— Tchau.

Dei a volta e entrei no carro sentando no banco do passageiro, Taehyung sentou no lado contrário. Não demorou nada e ele logo ligou o carro e deu a partida dirigindo para a minha casa.

[...]

— Então essa foi a última vez que saímos não é? — perguntei assim que ele estacionou o carro em sua garagem depois de passar o caminho todo até aqui em silêncio.

Estranhamente, eu me sentia desanimada. E acho que era por causa dessa notícia.

Taehyung gosta de alguém.

Taehyung.gosta.de.alguem.

Eu não deveria me incomodar, nós somos apenas amigos que transam, um ajuda o outro no momento de carência. É apenas isso.

Então porque me sinto assim?

Será que me apeguei demais a ele?

Tenho que dar um jeito nisso. Depois que Namjoon me traiu eu prometi a mim mesma que não iria mais me apaixonar por ninguém. Tenho que seguir firme e forte agora.

Além disso, creio que não irei sentir falta dele. Isso mesmo, estou desanimada mas é por pouco tempo.

Tenho a Company, e ela me veio no momento certo, além do que, eu teria mesmo que terminar tudo com o Taehyung para seguir com essa nova etapa de descobertas.

Então por isso não posso ficar triste. Não mesmo.

— Escuta _____, sobre a garota, ela é—

— Eu não quero saber Taehyung. Eu iria mesmo terminar todo esse lance com você. — no mesmo instante ele me olhou surpreso.

— Iria?

— Iria.

— Assim de repente?

— Não, já faz um tempo que eu ando pensando nisso.

— Desde quando? — perguntou mais sério

— Desde... — cuida, pensa em algo — Desde antes da minha viagem. E ela me serviu pra confirmar que isso era a coisa certa a se fazer.

— Coisa certa? — me analisou — Você saiu com alguém? — mordi os lábios.

Se eu mentir as coisas podem ser mais fáceis. Mostrar que eu também estou saindo por cima pode me ajudar a superar com mais facilidade.

E eu nem sei porque está sendo tão difícil.

— Sim, saí.

Ele desviou o olhar para o volante, pareceu pensar um pouco enquanto o encarava e o apertou com força.

— Me desculpa, mesmo eu não sabendo o porquê de está pedindo, e...boa sorte com o namoro.

Abri a porta e saí do veículo. As pressas andei em direção a porta da minha casa, abri com rapidez e entrei dentro de casa.

Me encostei na porta, então percebi que meu coração estava acelerado. Foi tão difícil, tanto mentir como aceitar.

Mas infelizmente não posso fazer nada, e tudo indica que eu fui apenas um passatempo pra ele.

Ele gosta dela e vai pedi-la em namoro, será que ele transava comigo e fingia ser com ela?

Quem sabe.

De qualquer maneira, que ele seja feliz.

Desanimada, andei em direção ao meu quarto, faltava pouco tempo para eu me arrumar, a festa da Company era hoje, e eu teria que está mais linda que nunca, porém, minha vontade é de cancelar tudo e ficar em casa, deitada no sofá me entupindo de sorvete.

Preciso de força, força e mais força.

[...]

O vestido tomara que caia preto longo, ficava lindíssimo no meu corpo, era justo e marcava todas as minhas curvas. Prendi meus cabelos deixando meu pescoço livre.

Eu estava prontíssima, e nada da Yuqi chegar, e ela ainda teve a ousadia de dizer que eu é quem me atrasaria.

Borrifei uma pequena quantidade de perfume em mim, me lembrei que tive que colocar bastante maquiagem no meu pescoço para esconder os chupões que Taehyung me deixou, coloquei o celular na minha bolsa de mão e dei uma última olhada no espelho.

Antes de sair do quarto apaguei a luz, mas percebi que a do abajur também estava acesa. Me aproximei e desliguei, sem querer meu olhar parou na  janela, e logo do outro lado o avistei.

Ele estava em seu quarto, também estava arrumado e muito elegante, encarava minuciosamente o terno analisando o tamanho em si.

Ele estava tão deslumbrante. Simplesmente magnífico.

Kim Taehyung nunca esteve tão perfeito como está nesse momento em que não posso mais beija-lo.

Suspirei me afastando e saí do quarto trancando a porta. Enquanto descia as escadas, ouvi um som de buzina. Já era a hora.

Apaguei todas as luzes e saí de casa, o casal me esperava tranquilamente. Logo entrei no veículo e partirmos para a tão esperada noite, que rufem os tambores, sinto que ela será inesquecível.

— ______.

— Sim?

— Lembra da ficha?

— Caramba Jimin, me esqueci completamente.

— Tudo bem — riu de canto — Tenho uma aqui, você só precisa preenchê-la.

— Ah, tudo bem então, mas...

— Não se preocupe com as regras e condições, se a Yuqi assinou, tenho certeza que você não terá objeções também. Certo?

— Sim.

— Os papéis estão no porta luvas amor, pega pra ela.

Paramos no semáforo, olhei para o lado de fora e vi o quanto a noite estava linda, e eu aqui, perfeita por fora, e outra pessoa por dentro.

— Aqui está amiga — Yuqi me despertou.

— Obrigada — recebi junto com a caneta, logo comecei a ler e a responder.

— ____, está tudo bem? — me perguntou

— Está sim.

— Estou te achando meio desanimada. — concluiu

— Está nervosa? — perguntou Jimin.

— Já lidei com situações piores que essa Park, acha mesmo que isso me deixaria nervosa ?

— Você tem razão.

Finalmente o semáforo abriu e começamos a andar.

— Está pelo menos animada para essa nova experiência?

— Estou — menti — Não paro de pensar, além disso, quem será meu dominador?

— Não posso te revelar isso por agora.

— Qual é Jimin, preciso saber se conheço ele.

— Te garanto que não. Ele está na Company a um tempinho, mas antes disso esteve em um relacionamento, terminou porque a mulher não o satisfazia e então ficou de vez aqui. — como é?

— Então ele tem bastante experiência?

— Só posso te dizer que ele é um dos melhores dominadores que temos, mulheres fazem fila pra ficar pelo menos uma noite com ele, e é só uma vez. Ele nunca fica com uma mulher duas vezes, apenas com as submissas dele.

— Então esse cara tem submissas e ainda pode ficar com outras?

— Esse é o poder do dominador.

— Não gostei muito, mas vou observar.

— Já imaginava — riu — Além disso, você precisa de um nome para ser submissa, a única pessoa que conhecerá sua verdadeira identidade será os líderes e o seu dominador.

— Um nome? Que tipo de nome?

— Eu sou o Dom Ângelo, a Yuqi é a Sub Afrodite.

— Então serei Atena. — disse decidida

— Ótimo. Não se esqueça de colocar isso na sua ficha.

— Certo.

Eu já estava na terceira folha, e até meu tipo sanguíneo foi perguntado. Se tenho alergias, o que aceito ou não nas relações.

Tem gente que usa fogo?!

Até onde querem chegar pra sentir prazer? Isso é perigoso.

— Jimin.

— Sim?

— Você poderia me falar mais sobre meu dominador?

— Você não acha que seria melhor se ele te contasse?

— Não muito, ele poderia ocultar algumas coisas.

— O conhecendo como eu o conheço, ele faria isso mesmo, mas não se preocupe, ele é uma boa pessoa. Muito inteligente, carinhoso com suas submissas e conhece muitas formas de se causar prazer. Pelo menos foi isso que disseram. E ele também é amigo dos líderes e recentemente quase saiu da Company.

— Quase saiu? Por que? 

— Eu não estou sabendo muito, mas as línguas falam que ele iria atrás de um antigo amor e queria deixar tudo.

— De um... antigo amor. — o carro parou

— Chegamos.

— Jimin. Eu sou obrigada a tê-lo como dominador?

— Não, mas.. porque você não iria querer?

— Fale com seus líderes, Kim Namjoon não pode ser meu dominador!

— Kim Namjoon? De onde você o—

— Fale com eles Jimin! Ou então, nem entrarei nesse local.

Olhei para fora, era uma boate, pouco movimentada por fora e ainda havia dois seguranças enormes na porta.

— Tudo bem, tudo bem. Vou falar com eles. E mais uma coisa — abriu a porta luvas e tirou um objeto preto — Coloque isso, ninguém irá te reconhecer.

Era uma máscara, lindíssima.

A coloquei sem nenhuma objeção. Em seguida saímos do carro, Yuqi estava bem nervosa e eu só pensando que poderia encontrar meu ex aqui, e pior, que de alguma forma poderíamos voltar a nos envolver.

Isso não. Definitivamente não.

Com cada uma de nós ao lado dele, fomos guiadas para dentro, os seguranças apenas nos olharam, Jimin já é conhecido.

Adentramos o corredor, o piso era preto e as paredes vermelhas escuras, haviam quadros bem peculiares na parede, como desenho de objetos, quadros com o nome da cada palavra do BDSM, frases em latim, e por último, um quadro com os três líderes, naturalmente todos de máscaras para proteger a sua identidade. Dois homens e uma mulher.

Todos só três sentados em tronos como reis. Lindo mas exagerado.

Mas aquele terceiro líder, me lembra alguém...

— É aqui.

Olhei para frente, o corredor continuava vazio e não se ouvia nenhum som ou ruído.

— Aqui onde? — perguntou Yuqi

— Está tão silencioso, não era pra ter uma festa acontecendo?

— Venha e veja.

Paramos no final do corredor, quase colados na parede que nem porta tinha, ele ergueu a mão e tocou em um determinado lugar, logo depois a parede se tornou duas portas e se abriu rapidamente revelando a música alta, as pessoas e a tão esperada festa. 

— Bem vindas Afrodite... e Atena.

Continua...