— Arranjei problemas com uns caras ai... nada de mais. — arrancou algumas folhinhas da grama.
— Hm... Tudo bem. Bom, vamos? — Me levantei vendo o garoto fazer o mesmo.
Fomos para nossa sala, o caminho todo foi um completo silêncio, tirando o fato de que o corredor estava lotado com varios alunos conversando. Sentamos em nossos lugares e o professor entrou, seria Matemática agora.
•••
— Professor, não estou bem... posso ir tomar um ar? — ouvi a voz de Changbin e estremeci.
As vezes o garoto consegue deixar sua voz mais grossa causando calafrios em quem estivesse perto. O professor assentiu e Seo saiu da sala, o homem voltou a passar a lição no quadro enquanto eu olhava pela janela.
Vi Changbin caminhar pelo o pátio e entra em uma porta que dá nos fundos da escola, ele olhava para todo lado, parecia procurar se alguém o observava.
O que sera que ele vai fazer?
— Professor estou apertada posso ir ao banheiro?
— Espere o Changbin voltar. — Respondeu e continuou escrevendo.
— Estou passando mal, professor... por favor — Ele se virou e me encarou abaixando o óculos.
— Vai. — Revirou os olhos.
Fingi uma cara de dor e sai da sala, no corredor comecei a correr e fui para o patio. Logo avistando a tal porta que Changbin havia passado minutos atrás.
— Coragem... — Sussurrei para mim mesma, antes de abrir a porta devagar.
Me deparei com um jardim destruído, com plantas mortas e árvores secas sem folha alguma. Caminhei tentando ao máximo manter o silêncio que se encontrava ali, mas acabei pisando em um galho fazendo o estalo ecoar-se por todo o lugar.
— O que faz aqui? — me assustei ao ouvir a voz de Changbin atrás de mim. Me virei o encarando.
— N-Nada... — Sorri sem graça. Estava soando frio.
— Como nada? estava me seguindo? — Foi se aproximando com passos leves parando a minha frente.
— N-Não... — Desviei o olhar para meus pés.
— Não minta para mim — Voltei a encara-lo. Agora seus olhos estavam mais escuros que o normal - como se fosse possivel -, seus labios estavam pálidos e seus caninos estavam maiores.
— E-Eu lhe vi entrando aqui e fiquei curiosa. — Corei encarando seus lábios.
— Isso não se faz — Sorriu sadico — Sabe que será castigada.
Comecei a recuar pra trás e acabei batendo as costas numa parede - a qual eu não sabia da sua existência - ficando encurralada.
— C-Changbin... o que pretende fazer? — Perguntei. Aquele não era o garoto que eu havia conhecido, que por trás daquela escuridão e suspense, é boa pessoa. O que esta havendo?
— Nunca tive tanta vontade de lhe experimentar... — mordeu o próprio lábio fazendo com que escorresse um filete de sangue.
— Changbin... — Meus olhos marejaram após o garoto puxar meus cabelos para o lado e lamber meu pescoço — Sai! Changbin para!!
Berrei deixando as lagrimas escorrerem por meu rosto, o garoto sorriu sadico novamente. Tomei atitude e dei um chute em suas partes baixas, fazendo o moreno cair no chão gemendo de dor e então sai correndo dali. Entrei novamente na escola e fui para o banheiro, deixando o choro sair fazendo meus olhos e minha cabeça doerem.
•••
Após um tempo chorando decidi sair da cabine e lavar meu rosto, tinha passado cinco aulas ali dentro, já estava na hora da saida. Ainda me pergunto porque nenhum professor ou qualquer outra pessoa veio me procurar.
— S/N? — Escutei a voz de Hyejin e me virei para a porta, encontrando a garota encostada no batente segurando nossas mochilas — O que houve? desculpe os professores não me deixaram sair da sala.
— O Changbin... — Me encolhi.
— O Changbin? O que ele fez? — seu semblante estava confuso.
— Ele tentou abusar de mim. — Abaixei a cabeça lembrando da cena de horas atrás.
— Ele o que?! — Gritou
— Fala baixo, isso que você ouviu..
— Gente... — Hyejin cobriu a boca com a mão.
— Não conte isso a ninguém por favor.
— Tudo bem.
— Vamos embora? Eu não aguento mais ficar aqui. — peguei minha mochila, a garota assentiu saindo comigo do banheiro.
Os corredores estavam vazios o que me fez arrepiar, parecia que eu estava sendo observada, mas não havia mais ninguém ali, a unica pessoa que estava ali alem de mim encarava o chão. Saímos da escola e acompanhei minha amiga até o ponto.
— Vai com calma, Ok? — ela disse passando a mão por meus cabelos.
— Sim. — Abracei-a sendo retribuida — Tchau.
Sorri e me soltei dela. Comecei a andar deixando a escola para trás e a sensação de minutos atrás ainda estava presente, o que me fez ficar com medo, parecia que estava sendo seguida, mas quando olhava para trás não havia nada ou ninguém.
Cheguei em casa e corri para o meu quarto tentando não cair, ignorando todos que estavam na sala. Na porta eu tinha sentido uma tontura muito forte e algo me dizia que era para eu entrar. Joguei minha bolsa no chão e me deitei na cama, logo minha visão ficou negra.
" — Por que faz isso comigo garota? Pare! — Escutava uma voz grossa parecida com a de Changbin.
Olhei para os lado e só conseguia ver um cemitério de longe, o resto do lugar estava pura escuridão. Comecei a andar, me arrependi pois minhas pernas doiam e meus pés ardiam, senti uma dor imensa no peito e cai no chão.
— Cuidado! — Escutei novamente sua voz.
Surgiu uma pessoa em minha frente, estava encapuzada e sua roupa era toda preta, em sua mão havia um facão.
— Não! — O dono da voz que parecia ser Changbin estava chorando.
A pessoa a minha frente passou o facão em minha bochecha a cortando no meio, tentei gritar mas minha voz não saia, então passou novamente a faca em meu pescoço. Olhei para baixo e minha camisa estava suja de sangue, minha visão ficou trêmula e eu apaguei."
Acordei assustada respirando fundo, olhei em volta e me encontrava em meu quarto, já tinha anoitecido e a casa estava em silêncio, senti uma dor no pescoço e coloquei a mão no local. Havia um pequeno arranhão que sangrava um pouco, arregalei os olhos e olhei para minha porta de acabara de ranger.
— Mãe? — Me levantei e sai do quarto indo para a cozinha, lá havia um bilhete dizendo
"Tive que ir ao mercado, não abra a porta para nenhum estranho e não saia, volto logo.
Beijos, mamãe"
Tudo bem, eu ‘to sozinha em casa, a porta do meu quarto se mecheu e não tem nenhuma janela aberta, calma (S/N). Fui para a sala mas travei meu passo ao escutar um barulho de copo quebrando.
Tudo bem, tem alguem aqui além de mim.
— T-Tem alguém ai?
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