História My Sweet Delirium - Tudo ou nada.

POV LAUREN

Acordei pouco antes do despertador tocar e fui direto pro banho, a água caindo sobre meu corpo tem o poder de me relaxar. Repassei tudo o que tinha estudado na noite passada em minha cabeça e logo saí do banheiro. Vesti uma calça jeans, uma blusa regata preta, justa em meu corpo, e por cima uma camisa xadrez vermelha, sequei um pouco meus cabelos e os deixei soltos, apenas com o detalhe da touca cinza. Enfim o despertador tocou e eu o desliguei. Saí do meu quarto e cheguei na cozinha.

-Menina Lauren, acordou cedo hoje. – Senhora Roberts falou quando me viu pegando um de seus bolinhos.

-Acordei antes do despertador hoje. – mesmo eu dizendo que não precisa ela fez questão de me servir, e eu agradeci antes de começar a comer.

-Não to a fim de ir pra escola. – Chris disse entrando na cozinha com um pijama de patinhos de borracha, o cabelo completamente bagunçado, os olhos fechados e os pés descalços.

-Mas sabe que para o aumento na mesada você vai ter que ir pra escola, não sabe? – perguntei e ele abriu os olhos.

-Qual é, Laur? Só hoje. – ele disse fazendo um biquinho e eu analisei todos os prós e contras.

-Tá legal, volta pra cama. – ele correu em direção a seu quarto e a senhora Roberts sorria olhando pra mim. – Por que está me olhando assim, senhora Roberts?

-Você tem o coraçãozinho tão mole. – falou e veio em minha direção ajeitando a touca em meus cabelos.

-O Chris não vai pra escola, eu quero faltar também. – Tay entrou na cozinha com Sofia em seu encalço.

-Vocês agem de complô contra mim? – perguntei e ela veio em minha direção e se sentou ao meu lado.

-Bom dia, Laur. – Sofia cumprimentou sentando ao lado da Tay.

-Bom dia, Sofi. Não vai pedir pra ficar em casa também não? – perguntei e ela sorriu mas parecia preocupada.

-Talvez depois. Tay come alguma coisa. – ela disse pegando um bolinho pra minha irmã;

-Não to com fome. – minha irmã recusou o bolinho.

-Laur, manda ela comer. Teve enjoo essa manhã. – Sofi disse e agora entendi sua preocupação.

-Não vai adiantar, ela resolveu bagunçar hoje, então tudo o que eu comer vou colocar pra fora. Melhor nem comer. – Tay disse e descansou o rosto sobre as mãos. Sofia bufou e me perguntou apenas movimentando a boca se ela é sempre tão teimosa, e eu assenti.

-Okay, vocês podem ficar em casa. E come algo, Tay. Sofia obrigue a comer se for o caso. – bati um high five com a Sofi e sai da mesa, quando estava chegando na porta meu pai apareceu.

-Não vai me dar bom dia? – perguntou e eu me aproximei beijando sua testa.

-Bom dia, pai. – falei e ia saindo quando ele me chamou mais uma vez.

-As crianças não vão pra escola? – perguntou com o rosto transparecendo dúvida.

-Não, estão de folga hoje. – ele assentiu e eu sai de casa indo em direção a garagem. Saí de casa e todo o assunto de filosofia se repassava na minha cabeça. Eu nem vi quando cheguei na faculdade. Saí do carro e fui em direção onde Vero, Lucy e eu sempre ficamos. Elas ainda não haviam chegado. Sentei na escadaria e fiquei observando o movimento dos alunos. Dinah veio em minha direção e se sentou ao meu lado.

-Eu to ferrada. – ela disse e eu a encarei.

-O que você fez? – perguntei e ela já estava com o rosto entre as mãos.

-To apaixonada, pela Mani. – ela disse e eu arregalei os olhos.

-DJ, tem duas semanas que vocês se conhecem. – falei e ela me olhou com uma expressão indecifrável.

-E por acaso você acha que eu não sei? – ela disse e bufou, gente, quanta hostilidade. – É só que, ela... ela é a Mani. Dá pra entender? – na verdade não, mas assenti. – E ela dança Beyonce tão bem. Se ela não fosse tão bonita e tão perfeita seria mais fácil. – ela disse e eu passei o braço por seus ombros.

-E já falou isso pra ela? – perguntei e ela negou com a cabeça.

-Ela é heterossexual e só me enxerga como amiga. – ela disse e agora entendi tudo.

-Garotas heterossexuais nasceram pra foder com nossa vida. – eu disse e ela assentiu. – Mas tenta falar com ela, sei lá. Qual é Dinah, que eu lembre você pegou metade das garotas dessa faculdade, e a outra metade foi eu. – falei e nós rimos.

-Não exagere, Jauregui. – ela disse empurrando meu ombro.

-Mas é sério, tenta. Não tem nada a perder. Se ela disser que não, fica na amizade. Mas na boa, tem uma coisa que eu aprendi com meu pai que deu certo. Faça as coisas com calma, uma coisa nova a cada dia. E além do mais, em um mês é o aniversário da Tay, e ela escolheu ir pra casa de praia passar um final de semana. E ela quer que você vá, e Normani também. Assim como a Vero, Lucy, Ally, Brid, Troy, Sofia e a... Camila. – falei baixinho pra ela nem ouvir.

-Quem? – DJ perguntou com um tom divertido.

-Camila. – falei e ela olhou pra mim com um sorriso malicioso e começou a gargalhar.

-Tá, vamos fazer as contas. – ela disse e começou a contar algo nos dedos. – São quatorze pessoas e que eu me lembre são sete quartos, certo? – perguntou e eu assenti. – E pelo que eu estudei em matemática. Isso quer dizer que cada quarto será pra duas pessoas. – eu voltei a assentir. – Te dou vinte dólares se dar um jeito pra que eu fique no mesmo quarto da Normani. – ela disse e eu ri alto.

-Fechado. – apertei a mão dela e o sinal bateu. – Cadê Vero e Lucy?

-Devem está se comendo até agora. Ontem eu liguei pra Vero por que estava em um tédio só, ia chamar ela pra beber umas cervejas. E ouvi a Lucy gritando pedindo pra ela andar logo. E Vero tentou tampar o celular, mas mesmo assim eu a ouvi pronunciar exatamente essas palavras “Eu já vou, amor.” – ela disse me encarando com um sorriso divertido.

-Você tá brincando? – falei e ela negou. – Eu vou atrás dessa história e te conto depois. – falei já me levantando. – Até qualquer hora, DJ.

-Tchau, branquela. – entrei na minha ala e por dois segundos entrei antes da Camila na sala.

-Bom dia, vamos a prova. – ela disse e todos se organizaram, ela começou entregar as folhas e logo chegou até mim.

-Agora é tudo ou nada. – falei e peguei a folha começando a ler cada pergunta. – Puta que o pariu. – falei e Camila passou por mim pedindo que eu fizesse silêncio, e eu só conseguia pensar em uma coisa, eu sei toda a prova.