POV LAUREN
Taylor teve alta três dias depois, e todos queriam conhecer a Clara. Mas minha irmã ainda precisava descansar. Então só Sofia ficou em minha casa. E isso por que eu pedi pra Camila. Alegando que a garota me ajudaria muito. E pra falar a verdade estava mesmo ajudando. Quando eu chegava em casa Taylor já estava alimentada e Sofia cuida da Clara de uma forma que impressiona a todos. Sofia passa uma calma pra menina que mesmo quando ela chora, com poucas palavras e um pouco de colo, Sofia a acalma. Os olhos castanhos da Clara se focam nela, como se Sofi brilhasse ou algo assim. Sai de casa em direção ao aeroporto. O voo da Diana sai em duas horas e ela já deve estar lá. Ansiosa como estava, não é nenhuma surpresa. Quando cheguei lá foi dito e certo. Ela e seus pais estavam sentados conversando.
-Ei garota. – chamei e ela me olhou vindo me abraçar logo em seguida. – Cadê seus amigos? – perguntei vendo que só estavam seus pais ali.
-Pedi pra ninguém vir, não queria chorar. – ela disse e eu ri.
-Tá animada? – perguntei e ela assentiu.
-Claro, não é Lauren. É a Itália. Quem sabe eu não conheça uma italiana gatinha por lá. – ela disse e eu ri.
-Achei que estava indo por causa do curso de artes. – falei pra provoca-la.
-E estou, mas as italianas são quentes. – ela disse e nós voltamos pra perto de seus pais. Nosso assunto foi sobre o curso e a cidade onde ela ficaria. França. Diana já está arranhando no italiano. Isso é bom, pelo menos não vai morrer de fome por lá. É estranho pensar que me tornei amiga de uma ficante. Mas é o que acontece. Aconteceu da mesma forma com Lana, não que sejamos melhores amigas. Mas nos damos bem. Eu só me afasto quando percebo que a mulher é louca. Deveria ter me afastado de Camila então, por que se tenho certeza é que aquela mulher é louca. Pelo menos um pouco. Mas eu não consigo. O voo dela foi anunciado e ela se despediu de mim com um selinho. Os pais dela já falaram que queriam que a gente namorasse. Mas não dá. Eu ainda não consegui esquecer a latina. Quando ela se dirigiu ao portão de embarque e se virou para acenar eu descobri com ela parece. Não acredito que fiquei um mês e meio com uma garota que parece com Camila. Onde foi que eu me meti? Eu ofereci uma carona para os pais dela. Depois de deixa-los em casa eu voltei pra minha e encontrei toda a trupe na minha casa.
-Olha se não é a nova titia. – Dinah disse com seu jeito exagerado de ser. Taylor estava na sala ao lado da Sofia que segurava Clara no colo. Cumprimentei a todos. E me sentei ali.
-Onde você estava? – Ally perguntou.
-Fui me despedir da Diana. Ela se mudou pra Itália pra fazer um curso. – respondi.
-Ah, a garota que parece com a Camila. – Troy disse e todos deram pequenas risadinhas.
-Vocês já tinham percebido? – perguntei e todos assentiram. – E por que ninguém me disse nada? – perguntei e eles se entreolharam.
-Não entendemos é como você não percebeu. – Lucy disse.
-Já fez exame de vista esse ano? Tá precisando viu. – Vero disse.
-Concordo com a Vero. – meu pai disse. Tava tão na cara assim e só eu não percebi?
-Vamos mudar de assunto. Cadê a Brid? – perguntei.
-Foi visitar os pais. – Ally respondeu e eu assenti.
(...)
Três semanas se passaram. E o mundo parece estar sem graça. O casamento de Camila é na próxima sexta-feira. E a duas semanas a família Jauregui recebeu o convite do casamento. Eu preferia que ela tivesse nos esquecido. Eu não tenho me sentido muito bem. Por isso deixei a empresa nas mãos do Troy. Devo estar resfriada. Sofia teve que voltar pra casa, por que os pais vieram para o casamento da irmã. Mas ela sempre dá um jeito de escapar e vir ver minha irmã. Hoje é domingo e meus amigos tentaram me tirar da cama. Mas realmente estou indisposta. Só quero dormir.
(...)
Segunda-feira não fiz nada. Só fiquei na cama. Meu pai veio me ver algumas vezes e eu não deixei Taylor vir. Por que se for um resfriado ela pode pegar e passar para a Clarinha. Meu pai tentou me convencer a ir para o hospital. Mas eu bati tanto o pé que ele desistiu.
(...)
Terça-feira eu levantei da cama, pra meu pai não ficar insistindo pra que eu vá ao hospital. Foi minha melhor técnica.
(...)
Quarta-feira e eu aproveitei que meu pai tinha fisioterapia o dia todo pra ficar o tempo todo no meu quarto em baixo de um grosso edredom.
(...)
Quinta-feira e não teve como fingir que eu estava bem, não consegui sair debaixo do edredom e meu pai constatou que eu tinha febre. Bebi vários tipos de chás. Remédios e nada da febre abaixar. Mas consegui convencer meu pai de que estava melhorando quando tirei sorrateiramente o termômetro do meu braço. E minha febre milagrosamente abaixou.
(...)
Sexta-feira e eu estou em meio a um sonho perturbador quando alguém me sacode e me acorda. Sentei na cama suando. E vi que era a Brid.
-Você tá mal mesmo em. – ela se aproximou colocando a mão na minha testa. – Lauren você mediu essa temperatura.
-Eu to bem, Brid. – falei me encolhendo. – O que veio fazer aqui? – perguntei sem soar mal educada.
-Seu pai me disse que você passou a semana mal e eu vim te ver. – sentou ao meu lado. – Posso saber por que ainda não foi ao hospital? – perguntou com seu jeito durona de quem é médica.
-Não gosto de hospitais. Você sabe disso. – nunca gostei, mais piorou depois da morte da minha mãe.
-E por isso acha melhor morrer em casa? – perguntou e eu bufei.
-Podemos mudar de assunto. To precisando de alguém pra conversar. – falei e ela assentiu.
-Como você está com o casamento da Mila? – perguntou e eu olhei pra ela incrédula.
-Não tem assunto melhor não? – ela se desculpou levantando as mãos. – Me diz, como está seu namoro.
-Ah, tá normal. Ele está fora da cidade, vai ficar duas semanas fora. Coisas do trabalho dele. As vezes eu acho que ele trabalha demais, tem que tirar férias e descasar um pouco. – ela disse e eu assenti.
-E quando eu vou saber quem é esse cara que conquistou seu coração? – perguntei e ela pegou o celular no bolso.
-Ele é muito reservado e tímido. Não gosta nem de tirar fotos, mas olha. Tirei essa quando ele estava dormindo. – ela me entregou o celular e eu travei. Forcei minhas vistas e vi que não era coisa da minha cabeça.
-Qual o nome dele, Brid? – perguntei ainda encarando o celular.
-David Clayton. – ela disse e minha mente começou a funcionar de uma forma maluca. Clayton é o primeiro sobrenome do David Henrie. O noivo da Camila. Eu preciso ir atrás da Camila.
-Brid, esse cara... – eu não sabia como falar, mas sabia que tinha que ser sincera com minha amiga. – Eu sei que você vai se sentir muito mal, não tem como te falar isso sem te magoar, mas esse cara é o noivo da Camila, que está se casando com ela agora. Ele estava enganando vocês duas. – ela pousou suas mãos sobre a boca e deixou lágrimas escaparem. Levantei da cama vestindo uma calça jeans e pegando um casaco. – Eu preciso impedir esse casamento.
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