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História My Sweet Omega! - No.2


Escrita por: Martin_Nunes

Notas do Autor


Volteeeei!!
Espero que aproveitem esse capítulo
。◕‿◕。
Estou m esforçando para melhorar minha escrita cada vez mais e ver que vocês, que ainda mantêm a estória em seus favoritos e biblioteca, me inspira a melhorar cada vez mais!
Em cada 10 capítulos postarei algumas curiosidades que pensei sobre cada classe, assim vcs podem entender um pouco mais sobre os cios, marcas e escolha dos parceiros.
Qualquer dúvida, não hesitem em me chamar (◡ ω ◡)

Beijinhos e boa leitura!!

Capítulo 3 - No.2


Fanfic / Fanfiction My Sweet Omega! - No.2

--/--/2200


Mesmo dia, algumas horas antes...


Eerin realmente não acreditava que havia o reencontrado, em uma situação como aquela?! Justo naquela cidade? O que ele estava fazendo na capital? Será que era por causa dos estudos? Mas... Como ele chegou ali? O Alfa pensava que não podia ser verdade, mas seus instintos não o enganariam, disso tinha plena certeza!

Em contrapartida, Joseph resolveu não pensar naquilo, na verdade, logo esqueceu o ocorrido, de fato não achava que era algo importante, só queria chegar em sua faculdade, a qual faltava menos de dois quarteirões para que sua grande construção aparecesse aos seus olhos.

Minutos depois, já no corredor de sua sala de aula, Joseph foi arrumando seu cabelo e roupas, que foram bagunçados pelas esbarradas nas várias pessoas e pelo leve vento que batia contra seu corpo. Se amaldiçoando por ter se atrasado novamente. Como conseguia ser tão displicente daquela forma?!

Tentava controlar sua respiração antes de entrar em sala, ele estava ofegante, mas já deveria estar acostumado! Sempre acaba tendo de correr um pouco, pois na maioria dos dias chega atrasado! E com mais um suspiro criou um pouco de coragem e bateu os nós dos dedos contra a madeira da porta, esperando permissão para entrar.

Logo a figura do mentor surgiu aos seus olhos.

–Ah, é você, senhor Martin. Atrasado de novo? Tem problemas com o despertador?– O professor comentou revirando os olhos e olhando cansado para o rosto do aluno, sabia que ele tinha dificuldades de chegar no horário, mas parecia que sempre fazia o possível para não se atrasar tanto, por isso o professor usava uma lista de presença, para ser passada pelos alunos apenas no final do horário.

–Me perdoe, senhor Woo. Eu juro que não faço de propósito!!– O rapaz abaixou o tronco, fazendo uma reverência ao mentor, estava envergonhado por ter chegado atrasado novamente... –Vou me esforçar mais e chegar no horário da próxima vez.

–Sente-se logo, irei passar o seminário do semestre. Espero uma boa apresentação sua, senhor Martin.– O mais velho dita após um suspiro e então se volta para perto do quadro negro.

–Obrigado, professor.

Joseph se curvou novamente antes de correr para seu lugar, pegar suas coisas e começar a anotar o que havia no quadro.

Só naquele momento conseguiu entender mais ou menos o que havia acontecido na avenida. O que havia sentido minutos atrás? Mas aquele arrepio que correu pelo seu corpo? Não era vento, certo? Eram tantas perguntas! E uma das que mais lhe rondava a mente, quando se deu conta, era: Já conhecia aquele rapaz, certo? Aqueles feromônios não lhe eram estranhos…

–Por que chegou atrasado?– Um dos colegas de Joseph pergunta baixo, oferecendo seu caderno para o outro.

–Obrigado. Perdi o horário, meu celular estava no silencioso, não escutei o despertador.

Seu colega riu soprado.

–O despertador?– O Beta mestiço sorria.

O rosto de Joseph estava vermelho pela “atividade física” que precisou fazer até chegar em sua faculdade, além do suor que escorria pela testa, a vergonha de novamente ter chegado atrasado em sua aula se esparramava por todo seu corpo, fazendo-lhe hesitar quando entrou na sala, mas logo sentiu o corpo se arrepiar com o ar frio do ar condicionado da sala.

–Hey, Joseph! Nós vamos na biblioteca estudar depois da aula, quer ir conosco?– Outro colega do moreno o convida.

–Claro, vou sim!– Aceitou acenando com a cabeça e sorrindo, precisava entregar dois trabalhos naquela semana.

Quando foi pegar uma caneta dentro de sua pasta, Joseph reparou na falta de algo.

Merda...

–O que foi?– O colega que entregara o caderno repara no palavrão que o outro deixou escapar.

–Acho que perdi minha carteira da biblioteca. E eu sei que coloquei na minha mochila.

–Você pode ir na biblioteca e pedir para fazerem outra, não?– O colega sugeriu olhando para Joseph, este que mexia em todos os cantos de sua mochila, conferindo se não havia colocado em outro lugar.

–Sim, acho que deixei cair quando esbarrei em alguém na rua. Que droga!– Se punia por ser tão descuidado, mas logo deixou isso de lado, voltando sua atenção a aula.


< ~ 🍁☕🍁 ~ >


O rapaz de cabelos rosados voltou a realidade após alguns instantes observando a silhueta de largos ombros se afastar apressado. Ainda sorrindo bobo abaixou seu olhar, percebendo um pequeno cartãozinho amarelo no chão da calçada. Ao pegá-lo viu ser uma carteirinha.

–“Biblioteca de Starfield de Seul”, estudante “Joseph Martin”. Então esse é o seu nome! Eu sabia que te conhecia!– Reparou na foto mais antiga, o rapaz parecia estar mais novo naquela imagem, sorriu ao que se lembrou daquele que marcou sua infância. –Tão fofo, Joseph!– Passou a ler o restante das informações, para ter uma ideia de onde deveria procurar o outro. –Ele tem 27 anos! Wow, é mais velho que eu!– Sentiu-se, então, envergonhado de tê-lo pensado como sendo mais novo, como pôde se esquecer desse fato?!

Colocou, então, aquele cartãozinho em sua carteira, tornando, por fim, a guardá-la em seu bolso, e voltou a andar, indo em direção ao seu trabalho. Passou toda aquela manhã pensando que finalmente havia o encontrado, mas como diria isso para ele?! Será que ele se lembrava de si? Será que ele já tinha alguma parceira, ou parceiro?!

Mas espera! Ele é um Alfa também, mas... dois Alfas ter se escolhido?! Isso é impossível. Ou será que não?

Bem, o que importava naquele momento era que o rosado passou todo o período da manhã em uma expectativa de se reencontrar com aquele rapaz e poder dizer o que aconteceu, além de lhe devolver a carteirinha da biblioteca, claro!

Ele se mostrava radiante para todos.

–Bom dia, Eerin-ssi! O que foi? O que você tanto olha aí?– Interessado e sorridente, um dos colegas de trabalho do rapaz de cabelos róseos se aproxima, levantando a mão e pedindo um “toca aqui!”, este que foi devolvido após alguns segundos. –Você não costuma sorrir desse jeito.

–Nada, alguém perdeu essa carteirinha na avenida, vou procurar quem é e devolver.– Explicou mostrando ao amigo o pequeno objeto, logo o deixando sobre sua mesa.

–Você e esse teu grande coração! Como é que ainda não achou uma ômega?– Ditou ao se aproximar da mesa e analisar a foto e o nome do rapaz. –É um cara bonito, não posso negar.– Comentou meio envergonhado.

–Pois é. Mas não sei, tenho a impressão de que logo vou encontrar alguém…– Esperança, era isso que havia na forma do Brown falar.

–Romântico, fofo, alto, forte, inteligente, o pacote completo! E eu tendo um tonto desses aqui– Uma outra mulher se aproxima, dando um leve tapa na cabeça do outro homem. –, como Alfa! O que eu fiz pra merecer?

Ela pergunta sorrindo boba para o moreno ao seu lado.

–Ele te escolheu, senhorita Wang. É o amor mais verdadeiro que irá encontrar no mundo.– O rosado sorri, deixando suas covinhas aparecerem.

–Veja só! Por que você não é assim, Dakho?!– A mulher de madeixas vermelhas volta a reclamar.

–Eu não sei ser romântico!– Dakho se defende das verdades que sua amada lhe lançava.

–Então aprenda! Quero um Alfa romântico ao meu lado!!– Ela pediu fazendo uma carinha emburrada, assim como um biquinho e cruzando os braços de forma chateada.

–Não abuse demais dele, senhorita Wang.– O Brown dita vendo seu amigo fazer uma cara desesperada. –Depois sou eu quem tem que aguentar as ideias de como te conquistar.


< ~ 🍁 Final da tarde ~ >


–Eerin-ssi!! Você quer ir jantar com a gente? Vamos em um bar aqui! Eles tem uma carne maravilhosa!– O colega do de madeixas rosadas lhe convida de forma animada.

–Hoje não, Kai; tenho que achar o dono dessa carteirinha.– O rapaz explica com uma face chateada.

–Ah, sim... Boa sorte então! Até amanhã!

–Até!– Eerin se despediu do grupo de colegas e amigos e então chamou um táxi, pedindo que fosse até a biblioteca a qual aquela carteirinha pertencia.

Após quase uma hora, o rapaz de madeixas rosadas finalmente chegou ao seu destino. A biblioteca ainda estava aberta, seu horário de funcionamento era até às vinte e uma.

–Será que vou poder te encontrar aqui?– Eerin se perguntou andando para dentro daquela enorme construção, o lugar realmente era gigante!

Do lado de fora, pelas grandes paredes de vidro, era possível admirar as várias prateleiras se mostrando com suas alturas estonteantes! Era um ponto turístico a entrada da biblioteca, muitas pessoas iam lá não só para ler, incluindo estrangeiros.

Preciso de informação.– Eerin sussurrou para si mesmo depois de parar de se imaginar lendo todas aquelas obras. Estava confiante de que encontraria aquele moreno lindo naquela noite!

Olhando em volta, o rapaz de madeixas rosadas então encontra uma das várias bibliotecárias ali dentro, indo até ela e pedindo que identificasse o rapaz na foto da carteirinha.

–Ah, é o senhor Martin. Ele veio aqui mais cedo, com uns colegas, ele estava procurando sua carteirinha. Onde você a encontrou?– A mulher mais velha perguntou encantada ao ver que ainda haviam pessoas de bom coração no mundo.

–Nos esbarramos de manhã em uma avenida, deve ter caído do bolso dele.– Se explicou coçando sua nuca.

–Quer deixar aqui? Ele já foi embora, não consegui fazer uma nova carteirinha para ele. Amanhã Joseph disse que viria.

–Na verdade, queria saber se você pode me passar o número de telefone dele?– A bibliotecária olhou meio desconfiada para o de madeixas rosadas. –A-ah, não! Não, não vou lhe fazer mal, eu posso voltar aqui amanhã e entregar para ele.– Eerin se sentiu constrangido depois de entender o que a mulher deve ter pensado. –Desculpe, devo ter passado uma péssima primeira impressão.

–Meio que isso. Você é um Alfa, percebi assim que entrou. Posso te passar o número dele, mas vocês devem se encontrar aqui, me desculpe te olhar dessa forma, Joseph é um bom rapaz, cuidadoso e amoroso, eu me sentiria horrível se algo lhe acontecesse.

–Entendo sua preocupação, posso marcar e encontrá-lo aqui, tudo bem?– O rapaz sorriu doce. –Na verdade eu realmente quero encontrá-lo de novo... Ele me chamou atenção, eu achei ele bonito...– O Brown comentou meio envergonhado.

–Assim, sim.– Concordou sorridente.

A mulher foi até o computador e procurou por número de telefone do Martin, logo anotando e passando para o Alfa, que então agradeceu e se despediu, saindo da biblioteca mais feliz que uma criança que recebera o brinquedo que tanto esperava! Eerin realmente ficou ansioso para que pudesse rever aquele moreno dos olhos negros como a noite!


< ~ ✨🌙✨ ~ >


–Me desculpe, Leo... Então me espere lá fora, daqui uma meia hora eu acabo aqui.

–Okay, beijo.– Novamente pedindo um agrado.

O de madeixas claras então saiu da sala de ensaio, indo se sentar em um dos bancos dali, mas acompanhando o final da aula.

Muito bem pessoal! Vamos passar mais uma vez, desde o começo! É a última! Pra acabar! Ponham todo seu coração nisso!! Sanghee, música por favor.

O de madeixas claras ficou observando seu amado através daquela grande janela de falso espelho sorrindo ao ver a paixão de seu amante, acompanhando cada mínimo movimento, reparando em cada músculo que era exercitado quando o rapaz dançava, cada sorriso que deixava moldar os lábios quando acertava um passo mais complicado, aquelas madeixas avermelhadas como rosas sendo jogadas de um lado ao outro, como se dançassem junto do Ômega.

O rapaz chamado Leo ficou ali, vendo seu Ômega dançar e passar mais algumas vezes aquela, em seu ponto de vista, complicada coreografia.

Nem percebeu quando os alunos começaram a sair, ou que o de madeixas vermelhas se aproximava de si.

–Leo, amor! Vamos pra casa? Quero tomar um banho e dormir!– O ruivinho se curvou sorridente, tirando o mais alto de seus devaneios.

Este último se levantou e também sorriu, mas este sendo um mais perverso.

–Pensei em ficarmos mais um pouco aqui.– A voz do Alfa parecia rouca e forma como o loiro falou fez os pelos do Ômega se arrepiarem, além de deixá-lo constrangido.

–L-Leo, aqui não é lugar para essas coisas...– O dançarino olhou para os lados, ainda vendo alguns alunos no corredor, mas estes pareciam não prestar atenção. –Está cheio de gente...!

–Você está precisando, sei que o efeito do remédio vai passar em poucos minutos e você vai virar um verdadeiro pervertido, sedento por sexo...– A voz do mais alto foi ficando mais sensual, assim como suas ações; foi aproximando seu corpo do do ruivo, fazendo-o recuar até ter suas costas contra a parede de vidro.

O som das mãos do Alfa contra a janela fez alguns alunos olharem para o lado do barulho, alguns, mais íntimos do professor, sorrindo maliciosos, outros, e outras, sentindo-se ameaçados pelos feromônios que o Lewis deixava exalar.

Leo assustou seu Ômega ao, de súbito, prender o mais baixo entre seus braços, olhando-o de cima e com um ar de dominação.

–L-Leo...! Que vergonha. Controle seus feromônios...!– O ruivo cobriu seu rosto com as mãos, suas orelhas também tomaram a coloração rósea, ele virou seu olhar para o outro lado, não deixando seus alunos verem como ele era submisso àquele Alfa.

–Vou te fazer implorar por mais, Adrian Bengtsson.– Dito isto, Leo se curvou e passou a língua pelo contorno da orelha alheia, escutando como resposta murmúrio manhoso do ruivo. –Viu só, mal consegue se controlar.

–Vamos para outro lugar...! Por favor! Merda...

–Já está excitado desse jeito?

–Cala a boca, idiota...!

Leo não deu tempo para que o ruivo pudesse reagir, segurou o pulso alheio e puxou o parceiro para um dos banheiros que haviam naquele andar.

–L-Leo...! Calma!– Adrian diz risonho antes de ser arrastado para dentro de um dos boxes e então colocado contra a parede do mesmo, tendo suas pernas seguradas com firmeza.

–Dá um pulinho.– O mais alto pediu e logo o Ômega obedeceu, prendendo suas pernas na cintura alheia e deixando os braços à volta do pescoço.

O Alfa arrumou o corpo de Adrian sobre seus braços e por fim se beijaram, algo sedento, o rosto do Ômega já estava corado tanto pelo lugar em que faziam aquilo, quanto pelas ações rápidas e certeiras de seu parceiro.

O toque dos macios lábios, as línguas se tocando sem pudor, de forma obscena, o rosto erótico que o Ômega exibia, a forma como olhava para seu parceiro cada vez que separavam seu lábios, invertendo a inclinação dos rostos, tudo aquilo estava esquentando os corpos daqueles dois jovens amantes, que se tocavam sem pudor, sem medo, mas com pressa, pois ali não era lugar para aquele tipo de atividade.

Os cabelos claros estavam sendo puxados pelos dedos compridos, em uma falha tentativa de descontar o prazer que Adrian sentia. Isto que estavam apenas se beijando, apenas este singelo toque fazia o ruivo perder sua linha de raciocínio e apenas querer se entregar ao parceiro.

O beijo foi perdendo velocidade, se tornando mais calmo, mais delicado, até que o Alfa afastou o rosto, mas sem abrir os olhos, com o lábio inferior alheio entre os dentes.

Adrian observava o rosto daquele que o marcou, a face alheia estava levemente rosada, e então os olhos lentamente foram abertos, revelando duas íris negras, que de imediato se encontraram com as suas próprias.

–Hah~

–Eu estava com saudades, baby boy.– Leo passou a língua pelos lábios, sentindo a umidade e ainda a recente lembrança do beijo.

–Leo...


< ~ 🌨🌌🌨 ~ >


–Hahaha! Aquele dia foi um erro...! Por que me fez jogar aquilo?!– Jiwon apenas ria, mas se sentia constrangido quando as lembranças de um dia passado lhe vieram à mente. –Por que eu era tão estúpido?!

–Você não era estúpido, só inocente. Sempre foi...

Gabriel não podia negar que o sorriso daquele rapaz era adorável, ainda mais quando deixava seus olhos parecendo dois risquinhos. Admirá-lo era um de seus passatempos mais apreciados. Gostava de vê-lo sorrir e se envergonhar quando percebia aquele olhar apaixonado sobre si.

–Haha. Inocente, em que sentido?– O sorriso se manteve, mas o olhar passou a transmitir outros sentidos.

–Não no sentido que está pensando, hyung! Que pervertido!

–Eu?! Está louco! Você mesmo disse, sou inocente!– Alguns dos risos eram audíveis de outras mesas do lugar, aqueles dois amigos chamavam atenção, principalmente por serem de classes difíceis de se verem juntos, porém, algo que também chamava a atenção dos outros era a mescla dos feromônios que aqueles dois juntos exibiam mas não percebiam.

–Quis dizer no sentido de você não saber da verdade sobre o mundo.– A expressão radiante de Gabi foi se transformando em algo mais melancólico, enquanto o albino mexia nos cubos de gelo de sua bebida com o canudo, os pensamentos da semana anterior lhe voltaram a atormentar. –Aquele alfa era só um pervertido. E todo mundo estava bêbado.

Como diria aquilo para ele? Como ele reagiria? Qual era sua posição na vida do Park? Será que aceitaria? Recusaria? Será que já não havia sido escolhido por outra pessoa...?!

–Gabi?

–Hum? Ah, foi mal.– O mais novo tinha seu olhar perdido em seus próprios pensamentos; pensamentos esses que lhe tomavam dia após dia, mais e mais.

–O que foi? Você ficou triste de repente. Está tudo bem?

–Sim! Só me perdi, desculpa. Hein? Como está indo sua coluna para aquele jornal?!– E a empolgação do albino retornou.

–Ainda não comecei, é bem irritante assistir aquele vídeo... As pessoas eram tão ignorantes! E parece que o palestrante era quem liderava as pesquisas, só que ele estava muito nervoso. Gaguejando e se errando nas palavras.

–Meu bisavô falava que foi uma loucura, no começo as pessoas pensavam que teriam escravos, que os híbridos seriam mandados para as guerras... A sociedade antigamente era bem idiota, isso sim!

–Sério? Isso é incrível, posso colocar como um relato vivido!– A fala do pequeno conseguiu arrancar uma tímida risada do albino. –Eu só tenho aquele vídeo e as coisas dos livros de biologia, porque nos de história só falam sobre "os híbridos foram a salvação da humanidade", asneiras! O que mais seus avós falavam?

–Hum...– Gabi apoiou o peso do tronco sobre os cotovelos na madeira da mesa. –Me deixe pensar... Bem, eles ainda eram jovens, minha avó ainda não era nascida, mas estava a caminho.

–Sua bisavó estava grávida?

–Sim, ela disse que ainda não sabia se iria ser um menino, ou menina. Ela disse que quando as vacinas foram aprovadas todas as crianças nascidas a partir do ano dois mil e oitenta, deveriam ser vacinadas com uma vacina que... ahn... Eram tipo células tronco, se adaptam com a necessidade, mas ao invés de serem células virgens, eram alfas ou ômegas, o corpo decidia se aceitava as alfas ou ômegas, as que o corpo não escolhia eram descartadas como uma gripe, depois veio o “determinador de classe”. É aquela vacina que a gente precisa tomar quando é pequeno, sabe?

–Mas hoje em dia quase não se usa.

–Sim, minha mãe diz que é porque o DNA dos humanos foi tão modificado que não havia mais necessidade, principalmente se eram filhos de puros.

–Como você?– Gabi iria falar algo, mas desistiu, em vez disso, apenas assentiu em afirmação. –Isso é incrível e assustador. Pensar que fomos forçados a nos tornar o que somos. Sua bisavó sabe de mais coisas?

–Sim, se quiser, tenho algumas coisas que ela anotava. Eu não sei porque ela fazia aquilo, ela parecia querer entender o que estava acontecendo, ou queria ensinar para quem ainda não havia entendido.

“Mas depois da quarta ou quinta geração de híbridos, a vacina foi modificada, apenas para fixar qual era sua classe, exemplo, se você fosse filho de um Alfa Lúpus, com uma Ômega classe quatro, então você herdaria um gene... hum... misto.”

–Tipo um quatro e meio?

–É, por aí. A vacina serviria para te prender ou como Ômega Lúpus, ou nível quatro, ou na classe dos Alfas, como Lúpus ou nível quatro.

–Interessante! Então, supondo, eu, sendo um Ômega classe três, meu pai sendo um Alfa dois e minha mãe uma Alfa três...

–Você herdou a classe da sua mãe, mas não sei dizer como você acabou sendo Ômega.

Gabriel comentou pensando em como a mãe de seu amigo poderia ter gerado ele sendo que ela era uma Alfa e suas chances de gestação são extremamente baixas.

–Será que posso colocar isso na coluna?

–Provavelmente sim, são os duzentos anos da hierarquia.– Gabriel diz como se aquela data fosse especial.


< ~ 🎧🌉🎧 ~ >


Não eram oito da noite quando finalmente o jovem pianista chegou ao seu apartamento, um pequeno e pouco aconchegante apartamento, o lugar escuro, iluminado apenas pelas luzes de Seul, permaneceu daquela forma.

Após tirar seus sapatos, deixá-los sobre o piso frio da entrada de casa e largar sua bolsa em um canto da entrada, seguiu para o banheiro, se despindo e parando à frente do espelho, apoiou suas mãos na pia, olhou-se, até onde o tamanho do espelho lhe permitia enxergar o corpo, e então se abaixou, subitamente, cobrindo sua boca com a mão canhota.

Sentia-se enjoado, uma ânsia lhe subia rasgando a garganta, sempre sentia aquilo nas vezes em que se olhava no espelho, mas não sentia isso como um mal estar comum, era nojo do seu passado, do que aquilo tinha marcado em seu corpo, aquelas linhas que foram arrancando espaços em sua pele e permanecendo ali.

Aquelas cicatrizes...

Lhe acompanham desde que se conhece por gente.

Não era para haver aquilo, mas não conhecia seu corpo sem elas.

E também, não sabia o real motivo para estarem ali.

Aquele desenho, lhe cobria a derme desde o começo da nuca, até o final de sua cintura.

O que fez pra merecer aquilo? Será que havia feito algo tão ruim ao ponto de acabar sendo tratado como um animal enjaulado em um circo dos horrores?

Será que ele era a atração principal daquele circo? Sendo chicoteado para que obedeça as ordens que lhe são impostas sobre seu corpo frágil?!

Fechou seus olhos com força, sentia sempre uma dor psicológica quando aquilo lhe banhava os pensamentos, as lágrimas não se demoraram a molhar as bochechas rosadas, assentando-se, da forma que abandonavam a pele, sobre a cerâmica velha e fria, seus olhos ardiam e suas forças se esvaíam.

Aquele tipo de coisa não deveria ser aceita, o que ele fez foi muito errado, não queria ter feito aquilo!!

Mas, na verdade, cresceu pensando que aquilo era culpa sua, pensava que era culpa de ter admirando tanto uma pessoa que não lhe fez nada por merecer tal fascínio!

Queria esquecer aquilo, queria acabar com aquilo, queria sumir com aquelas marcas que lhe subiam não só pelo corpo, mas lhe consumiam também seu passado e presente...


Notas Finais


Mds
Incrível como eu ainda tenho coisa pra arrumar nessas estórias kkkkkkk

Beijinhos e até o próximo capítulo.


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