JiEun se afastou de onde eu estava a passos ligeiros e buscou aporom seu túmulo, o espanto e o medo estavam presentes em seu olhar. Não entendi o motivo da reação de JiEun mas logo notei que o corpo da mais velha começou a oscilar como um holograma com defeito.
— O que você fez ! — JiEun esbravejou enquanto pousava sua mão direita perto de seu pescoço onde havia uma marca similar aos símbolos nos pescoços de Ray e Julian.
Pelo que que pude notar, a adaga atingiu o estranho símbolo do pescoço de JiEun e a luz verde proveniente dos dois corpos suspensos no ar se extinguiu, olhei para os seis bonecos e seus pescoços estavam livres das coleiras incandescentes.
Julian e Ray já não se encontravam mais flutuando no ar e sim deitados no chão da cripta, pouco a pouco ambos recobravam a consciência e Ray quase teve um infarto quando botou os olhos em mim. A mesma se levantou e veio ao meu encontro andando um pouco zonza.
— Você está bem ? — Pergunto enquanto Ray me ajudava levantar.
— Eu é que pergunto, olha o seu estado. — Ray falou enquanto olhava para meus machucados.
Hyuk se aproximou de nós duas e ajudou Ray a me sustentar para não cair no chão.
— O que aconteceu ? — Perguntei confusa me referindo a JiEun.
— Você quebrou o feitiço MinHee. — Hyuk explicava com um sorriso brando no rosto. — O ritual de JiEun foi interrompido assim que a adaga entrou em contato e destruiu o símbolo no pescoço de JiEun.
— Isso quer dizer que ...
— Que você libertou todos nós e impediu que o restante da alma de JiEun retornasse. — Ray me cortou dando um sorriso macabro. — Se me derem licença, tenho que abater uma vaca. — Ela se distanciou de nós dois e foi ao encontro de JiEun.
— Me lembre de nunca irritar essa bruxa. — Hyuk falou assustado.
A alguns metros de distância, Ray e os outros cinco bonecos cercaram e encurralaram JiEun e começaram a golpear a jovem. Ray iniciou o ataque, ela desferiu um soco com o punho envolto por chamas de cor lilás no holograma, os meninos a seguiram logo em seguida e só pararam quando o holograma de JiEun caiu de joelhos no chão.
Ravi conjurou um círculo negro ao redor de JiEun e uma fumaça escura começou a envolver o corpo do holograma seguido de alguns mortos-vivos que imobilizaram JiEun. A mesma começou a se debater desesperada como se já soubesse o que viria a seguir e pedir ajuda, mas a única coisa que recebeu foram olhares vazios.
— Que este pequeno fragmento encontre o resto de sua alma. — N falou sem qualquer emoção enquanto JiEun continuava a implorar por misericórdia. — Você está morta JiEun, não pode continuar caminhando num mundo em que não está mais. Vá para o mundo dos mortos e ache o restante da sua alma que já partiu.
— Irmão, me ajude ! — JiEun apelou para Julian que se encontrava inespressivo próximo ao círculo.
— Você não é minha irmã, é apenas um monstro ambicioso e cruel. — Julian respondeu com desdém.
— Não ... Não ... NÃO ! — A fumaça tornou-se mais densa e cobriu JiEun e os cadáveres que a prendiam, alguns segundos depois o círculo foi desaparecendo e tudo que estava em seu interior havia sumido.
— Tchauzinho JiEun. — Ray sorria maldosa olhando para onde até poucos segundos atrás JiEun estava caída.
Após o fim de JiEun, a atenção de todos foram voltadas para mim e meu estado deplorável, com a ajuda de Hyuk fui ao encontro de Ray e os outros rapazes e fui recebida por abraços cuidadosos para não agravar os machucados em minhas costas.
Julian se aproximou da rodinha que havia se formado e parecia aflito.
— Sinto muito por tudo isso. — Julian desculpou se referindo aos tormentos causados por sua irmã mais nova.
— Sinto muito pela sua irmã. — Sorri confortando o mais velho que já derramava algumas lágrimas silenciosamente.
— Pra mim aquela vaca devia ter apanhado mais. — Ray sussurrou baixo mas todos ali a escutaram e lhe lançaram olhares reprovadores. — Sem ofensas Julian, mas a sua irmã merecia sofrer mais um pouquinho sim. Ela queria roubar nossas almas, escravizar os antigos bonecos e se apoderar do corpo da minha melhor amiga e no final de tudo foi mandada para o além sem receber um castigo ...
O discurso de Ray foi interrompido por N que selou os lábios de Ray com um beijo digno de filmes de Hollywood. Olhei para aquela cena e fiquei de queixo caído, nunca pensei que veria minha amiga sem reação por causa do um beijo.
Leo se aproximou por trás de mim e abraçou gentilmente tomando cuidado com meus machucados e riu da cara de desacreditada que eu fazia.
— Por favor, pare de falar asneiras senão sempre terei que te calar. — N se separou de Ray e a mesma ficou parada no lugar completamente vermelha de vergonha.
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