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História My Werewolf - Scare


Escrita por: Swag_Byun

Notas do Autor


Olá, bebês.

Me perdoem ter demorado, eu realmente esqueci, lembrei hoje quando uma amiga falou sobre postar, mas eu realmente havia me esquecido.

Bom, mas seja como for, eu estou aqui novamente e isso é tudo que importa.

Boa leitura, bebês

Capítulo 2 - Scare


Quando eu estava voltando para a casa, minha tia estava andando de um lado para o outro na varanda. Assim que seus olhos bateram em mim, ela soltou um suspiro de alívio e correu para me abraçar.

– Baekhyun! Aonde você foi, seu moleque?! Quase me mata do coração!

Eu não iria dizer a ela que estive cara a cara com o monstro que ela tinha tanto medo.

Monstro.

Parecia tão errado chamá-lo assim. Mas eu também não sabia o que ele era. Nem mesmo seu nome, e aquilo… Aquilo parecia ainda pior.

Então eu decidi que até descobrir o que ele era, chamaria-o de pseudo lobisomem.

– Como você está suado! O quanto você correu?

– Até a cerca. – ela arregalou os olhos e se afastou para poder olhar melhor para mim.

– E o que você foi fazer lá?

– Achei ter visto uma criança lá perto. – menti.

– E tinha? – neguei com a cabeça. – Ainda bem. Vá tomar outro banho e depois desça para jantar. Já está pronto.

– Certo.

Eu sorri para a minha tia e entrei na casa.

No dia seguinte, eu começaria a comprar as coisas para o meu acampamento.

Fosse lá o que fosse, eu o encontraria.

[...]

– Eu sou louca! Só posso ser! – falou a minha tia, agitada. Ela andava de um lado para o outro, com o celular nas mãos. – Baekhyun! – se virou e apontou para mim. – Você não vai!

– Eu vou sim! Meu celular vai ficar desligado a maior parte do tempo, mas eu prometo te ligar a cada pausa minha.

– Meu filho, você nem sabe o que tem depois dessa cerca! Baekhyun, eu te proíbo! – falou autoritária.

– Eu aceitaria e ficaria calado se eu tivesse quinze anos de idade, mas eu já tenho trinta. Tia, eu sei o que eu estou fazendo. – falei docemente. A minha bolsa já estava pesando nas minhas costas.

Porra! Eu havia esquecido de como essas coisas eram pesadas! Também, já estou ficando com dores nas costas tão novo.

– Não, você não sabe! Tem uma voz na sua cabeça, chamada curiosidade, ela diz que você sabe o que está fazendo, mas você não sabe, meu filho. É perigoso. Se você se machucar e não conseguir mais andar? E se eles te atacarem? O que eu vou fazer, Baekhyun?

– Eu ligo pra emergência.

– Hum! Daqui que eles cheguem, você já virou jantar de lobo! Baekhyun, no minuto que você cruzar aquela cerca, estará sozinho. Você está sendo mais corajoso do que qualquer um e ninguém além de mim nesta cidade arriscaria o pescoço por você! Pensa bem! Pensa em mim! Eu já estou desenvolvendo uma úlcera por estresse e você ainda nem saiu! Daqui pra amanhã, eu já morri!

– Não se preocupe, tia. Se eu não conseguir achar nada nem ninguém em um dia de caminhada, eu paro a noite e volto ‘pra senhora.

– Eu não vou conseguir te impedir… Pelo menos vou te dizer onde passar a noite. Toma. – ela pegou um papel dobrado do bolso e me entregou. – É um mapa da floresta. – eu abri e comecei a analisar. – Onde tem um ponto azul é de onde você está saindo, onde tem o ponto vermelho é onde tem uma casa abandonada.

– Por que teria uma casa no meio da floresta?

– É a antiga residência dos Parks. Eles viveram nesta casa por gerações, nessa linha aqui. – apontou para a linha amarela. – É onde tinha a trilha que levava para a casa deles, é o caminho mais seguro. Eu não sei como está atualmente, depois que os lobos invadiram, ninguém sabe mais de nada lá dentro.

– Espera, os Parks moravam em uma casa dentro da floresta, mesmo ela sendo infestada por lobos?

– Trinta anos atrás os lobos ficavam do outro lado, em uma reserva natural, mas houve alguma coisa lá que eles vieram para esse lado.

– E os Parks? Se mudaram por causa disso?

– Alguns dizem que sim, outros dizem que foram comidos. O que se sabe é que a Sra. Park nunca mais voltou para fazer as compras e o Sr. Park nunca mais foi trabalhar. E depois da notícia dos lobos, ninguém queria encontrar os corpos deles jogados por aí.

– E a polícia? Ninguém mandou chamar?

– A polícia da cidade procurou na floresta, mas nunca conseguiram chegar perto da casa. Mas eles não são exatamente um exemplo de coragem. Me admirou eles terem tentado. Por fim deram eles como mortos, o casal e os filhos deles, o mais velho tinha quatro anos, infelizmente o outro não teve a chance de nascer.

– Filhos? Que horrível.

– É, sim. A senhora Park estava completando nove meses quando desapareceu. Ela era uma mulher muito doente, ter o primeiro filho já foi o milagre, mas ela insistiu em tentar ter o segundo. Ela até que aguentou bem… – minha tia soltou um suspiro triste. Eu vi em seus olhos a tristeza que ela sentia ao me contar tudo aquilo. – Por isso eu não queria que você fosse! Isso foi uma tragédia!

– Já havia a lenda do lobisomem?

– Não, eu não sei exatamente quando as pessoas começaram a acreditar nessa baboseira. Só fui descobrir quando eu voltei, seis anos atrás. Mas este não é o ponto, Baekhyun. E se você for pego pelos lobos? Eu não vou ter nem o teu corpo pra enterrar.

– Claro que não, porque eu vou voltar vivo.

– Meu Deus! Eu prefiro não ver essa cena! É como se eu tivesse te jogando numa jaula cheia de leões!

Eu sorri e guardei o mapa no bolso.

– Tia, pega um copo de água para mim? E um biscoito também, quero levar pra viagem, caso sinta muita fome e não consiga esperar até a próxima pausa. – ela concordou e deu as costas, assim que eu a vi entrar na cozinha, corri para fora da casa.

Seria melhor se ela não me visse indo embora.

No minuto em que eu coloquei meus pés para fora de casa, eu comecei a sentir o peso da culpa pesando no meu coração.

Eu já não estava tão certo se aquilo valia mesmo a pena. Minha tia estava tão nervosa e preocupada, e eu mesmo tinha que admitir que era um risco muito grande. Eu estava mesmo arriscando tudo por uma intuição e uma curiosidade absurda.

Eu lembrei da faca que estava no meu bolso traseiro e soltei um suspiro. Me assustava o fato de eu realmente precisar dela. Eu não tinha coragem de matar nem uma mosca, quanto mais um lobo imenso.

Durante os dias que se passaram com a minha preparação, eu tentei não pensar nos contras daquele acampamento. Mas pensar nos prós era meio angustiante.

Matar minha curiosidade e…

Na verdade, acho que tudo se resumia aquilo. Eu queria matar a minha curiosidade. Saber o que era, quem era, se tinha uma história.

Depois de considerar muito todas as hipóteses, eu cheguei a conclusão de que eu deveria largar aquela ideia absurda e me internar.

Naquele momento, eu precisava de um psiquiatra.

Perdido em meus próprios pensamentos, eu nem mesmo percebi que já havia chegado na cerca até que esbarrei na placa de aviso.

– Merda. – xinguei de dor e toquei a minha testa. – Já começamos bem!

Eu olhei para a cerca, tentando achar um jeito de passar entre os arames farpados.

– Tudo bem, né. – eu tirei a minha mochila e a joguei por cima da cerca, para só depois tentar passar entre os arames. A minha roupa ficou presa nos arames e eu me mexi um pouco mais, tentando me soltar. – Ah, bosta!

Mexi-me mais e puxei o meu corpo, conseguindo finalmente me soltar. Soltei um suspiro aliviado, sentindo o meu coração bater mais devagar, pelo alívio.

Eu peguei a minha mochila e a coloquei nas costas novamente. Olhei para a floresta a minha frente e respirei fundo, já imaginando a caminhada longa que eu teria pela frente.

É por uma boa causa. – falei para mim mesmo.

Mas se qualquer um me perguntasse que causa era essa, eu não seria capaz de responder.

[...]

Claramente eu não pensei no meu sedentarismo e falta de preparação física quando decidi me enfiar na mata em busca de um animal raivoso.

Eu nem mesmo sabia ler o mapa direito!

Parei com essa história de ser escoteiro com dez anos, logo quando descobri que tocar piano e ler livros de psicologia era muito mais interessante do que ficar enfiado na mata com um monte de crianças. Eu deveria ter sido mais racional e lembrado que havia passado os últimos oito anos estudando igual um condenado e enfiado dentro de um consultório. Minha preparação para aquele tipo de “aventura“ era completamente nula!

Eu deveria ter pensado nisso antes de ter entrado naquela enrascada.

Apavorado.

Essa era a melhor palavra que me definia naquele momento.

O homem seguro e confiante havia ficado para trás, ele nem mesmo havia passado pela cerca!

Eu sentia minhas pernas tremerem de nervosismo e minha respiração ofegante. A cada novo ruído eu me virava, assustado. Não sabia o que esperar, mas que não fosse um lobo. Que não fosse nenhum animal grande e raivoso!

Mas sempre era nada.

Eu cheguei a ver um coelho ali pelo meio. Mas não era nada realmente amedrontador.

A caminhada acabara por se tornar mais cansativa e longa do que deveria. Minha mente estava tão ligada no caminho percorrido e em tudo que estava ao meu redor, que eu andava cinco metros parecia que havia andado um quilômetro. Não podia nem sonhar em escutar música, caso meu celular descarregasse, a minha tia entraria na floresta por si só!

– Ai, Jesus… Vamos ver onde eu estou? – peguei o mapa e comecei a olhar.

Certo. Eu estava começando a me desesperar ainda mais. Quanto mais eu olhava, menos eu entendia.

– Hum… – choraminguei. – Será que falta muito para eu chegar?

Minha tia havia dito que a casa ficava a mais ou menos um dia de caminhada, isso se eu fizesse todas as minhas pausas. Eu não tinha certeza, mas eu achava que ainda não era nem hora do almoço.

Os barulhos de animais se mexendo por entre as matas era constante, chegava a ser perturbador. Eu ouvi alguns uivos, mas nenhum parecia muito próximo.

Olhei para a trilha e soltei um suspiro. Pelo menos o caminho estava em condições legais. Dava para passar um carro.

Não sabia dizer se sobreviveria a buraqueira ou as raízes altas no chão, mas em partes, o caminho era bem livre. Eu estava caminhando sem problemas.

Voltei a olhar pro mapa e franzi o cenho.

– Como as pessoas sobreviviam sem google maps? Dá nem pra saber onde eu ‘tô lendo essa coisa! Isso daqui não tem nome de ruas, ponto de referência… Nada! Também! Qual seria o ponto de referência? Quando você chegar a uma árvore grande e verde terá concluído metade do caminho?! – ri com sarcasmo, mas então me dei conta. – Caralho! Estou falando sozinho! Tudo bem, Baekhyun! Não fique nervoso. Depois dessa viagem, você vai direto para um psicanalista! Apenas respire!

A viagem era para eu relaxar! Não estava dando muito certo!

– Vou parar um pouquinho. Minhas pernas estão tremendo. – falei e comecei a procurar onde me sentar. Acabei encontrando uma pedra grande e me sentei nela. – Ai, Jesus… O que eu não daria pela minha cadeira do consultório agora.

Eu estirei as pernas e comecei a massagear minhas coxas dormentes. Devo ter andado mais ou menos uns quatro a cinco quilômetros. Menos que isso era impossível. Simplesmente impossível.

– Dá próxima vez, eu vou alugar um carro! – eu só podia estar louco! Era o sol!

Próxima vez?

Não teria próxima vez! Eu já não tinha vontade nenhuma de voltar ali só por causa da grande variedade de insetos com que eu já havia me deparado!

A única razão de eu ainda não ter voltado para casa era porque eu era muito teimoso e orgulhoso. Eu me dispus a entrar naquele lugar e procurar pelo pseudo lobisomem, pois bem. Eu preferia voltar e não ter achado do que voltar sem nem mesmo ter chegado ao fim!

Ajoelhou tem rezar. (N/a: A vontade que bateu de colocar “chupar” kkk. Prossigam com a leitura)

Eu tirei a minha mochila das costas e a joguei no chão. Ela estava tão cheia que tive medo dela explodir!

Eu não estava com a barraca. Minha tia não achou necessário – e também não caberia. – foi quando ela me falou da casa. Então eu teria que ser muito mais rápido para chegar lá antes do anoitecer. Uma vez lá, eu poderia procurar pelas redondezas. Não que ela fosse ficar sabendo desse detalhe.

Peguei a minha mochila e comecei  a procurar pela garrafa de água que estava em algum lugar lá dentro, não sabia onde, mas estava.

Depois de tirar praticamente tudo lá de dentro, eu finalmente achei e tomei um pouco, não muito pois não fazia a menor ideia de onde encontrar água potável ali. Nem sabia se tinha.

Ao ouvir um barulho se algo se mexendo entre as folhas, eu me levantei assustado e olhei pelo canto dos olhos a faca jogada de qualquer jeito no chão junto com as minhas outras coisas.

Meu Deus! Eu não posso morrer agora! Estou prestes a concluir o meu doutorado! Por favor! Por tudo que é mais sagrado!

Eu aceito perder um membro ou dois, mas não me mata!

Eu só voltei a respirar quando vi uma bolinha branca saltando.

– Era só o que me faltava. – falei mais tranquilo ao ver o coelhinho. – Você quase me mata de susto!

Minha respiração ainda estava ofegante, mas o meu coração estava mais leve. Pensei que iria morrer.

Comecei a jogar as coisas dentro da mochila e a joguei sobre os ombros.

– Vou embora antes que você me faça ter outro ataque do coração! – falei olhando para o coelhinho e ele me encarou.

Jesus! Que coisinha mais fofa!

– Tá olhando o quê? Tenho comida não! E se eu não andar logo vou virar comida dos seus companheiros da floresta! – dei as costas e voltei para a minha caminhada.

Desta vez, tomei a decisão de admirar a paisagem. Na maioria eram todas plantas verdes e sem graça, mas fingir que estava ficando interessado ajudava a passar o tempo e a não me sentir como um pedaço de carne sendo servido.

Quando meu estômago começou a realmente doer por causa da fome, eu soube que era hora de dar uma parada de verdade e comer alguma coisa. Eu não conseguiria chegar  a lugar algum com fome. Por sorte, eu fui inteligente de deixei a comida visível, então assim que eu abri a bolsa, o pacote de biscoitos foi a primeira coisa que eu vi.

Estavam longe de ser uma refeição, mas me forneceriam energia para aguentar mais algumas horas.

– Ai, que saco… – soltei um suspiro longo e desanimado.

Eu realmente esperava algo mais interessante e emocionante do que ficar andando pela floresta com medo.

Talvez fosse hora de voltar, ou simplesmente ligar o celular para me distrair um pouco, no entanto algo finalmente chamou a minha atenção. Era meio difícil não ver, era uma árvore jogada bem no meio do caminho.

Eu franzi o meu cenho. A julgar pelas marcas, ela não havia caído por nenhuma ação humana, mas o que faria uma árvore daquele porte cair?

Pelo estado que ela estava, cheia de lodo e já faltando algumas partes, ela deveria estar ali há alguns anos.

Aquilo não me ajudava em nada, então apenas dei a volta, só que, para isso eu precisei sair da trilha.

Ótimo!

Sem a trilha, não sabendo ler o mapa direito… Isso daria super certo!

Peguei o mapa e tentei prestar atenção ao máximo, lembrando de algumas coisas do meu tempo de escoteiro – não que fosse muito. Eu mal me lembrava da semana passada, quanto mais de coisas que havia aprendido com dez anos de idade!

Eu já estava finalmente voltando para a trilha quando resolvi guardar o mapa e olhar para frente, peguei mais alguns biscoitos e guardei o pacote na mochila antes de seguir.

Eu estava muito concentrado em não tropeçar nas raízes das árvores quando me deparei com um carro velho. A frente estava chocada contra uma árvore, ele estava todo enferrujado e caindo aos pedaços.

Ainda estava um pouco distante da trilha e não era uma boa opção andar de carro por entre as árvores.

Eu prendi a respiração ao imaginar de quem fosse.

Não poderia ser!

Aquele não podia ser o carro dos… Parks.

Cobri a minha boca com a mão e arregalei os olhos, sentindo o meu coração bater muito forte contra o peito.

– Meu Deus! Não! – eu dei alguns passos hesitantes, sentindo as lágrimas queimarem nos meus olhos. A primeira coisa que eu vi foi um esqueleto deitado sobre o volante.

Fechei os meus olhos e neguei com a cabeça.

Eu não queria ver mais!

Eu mal havia conseguido fazer isso na faculdade de medicina, imagina ali. Sabendo que eles haviam morrido de forma tão isolada.

Meu Deus! Eles haviam morrido ali! Sozinhos.

Eu queria averiguar se o resto da família estava no carro também, mas eu não sabia se tinha coragem o suficiente.

Depois de alguns minutos respirando fundo, eu finalmente arranjei coragem para abrir os meus olhos e me aproximar para ver melhor. No banco traseiro havia outro esqueleto deitado, pelos cabelos longos, eu imaginei que fosse a Sra. Park.

Não ousei olhar mais. Fechei meus olhos e saí correndo. Eu devo ter tropeçado em algo, talvez nas minhas próprias pernas, mas só sei que caí de cara no chão.

– Ah… – soltei um gemido de dor ao me levantar. Meu tornozelo doía um pouco,mas nada sério, mas minha mão acabou se ferindo com uma pedra e logo começou a sangrar. – Merda.

Eu não podia cuidar dela naquele momento, eu só queria voltar para a trilha e ficar o mais longe possível daquele local. Comecei a andar rápido, desta vez prestando mais atenção no que havia pelo chão. De volta a trilha, eu olhei para trás, tendo certeza que eu estava nela mesmo, logo reconheci o caminho percorrido e vi a árvore jogada no meio do caminho.

Mas espera… Só então parei para pensar.

Minha tia falara que era um casal e um filho… Então, onde estava o corpo do Park mais novo?

De repente encontrar o meu pseudo lobisomem já não era mais  tão importante, eu, mais do que nunca, queria saber o que havia acontecido com a família Park.

[...]

Eu liguei o celular para saber a hora, eu não podia ficar parando o tempo todo, precisava economizar tempo se queria chegar à casa dos Parks antes do anoitecer. Minha mente já havia saído do meu pseudo lobisomem há algum tempo, eu só conseguia pensar em uma solução para o mistério do que havia acontecido com o menino. Será que ele havia vivido na floresta? Por quanto tempo? Será que ele havia virado comida de lobo? Era a mais provável das hipóteses e ela não me agradava nem um pouco!

A imagem de uma criança sendo devorada me apavorava!

Balancei a cabeça, afastando esse pensamento e prestei atenção no visor do meu celular aceso. Marcava sem sinal…

FODEU!

Eu não pensei nisso! Se na cidade o sinal já era ruim, no meio do mato era ainda pior!

– A minha tia vai me matar! Pior ainda, ela vai se enfiar nesse lugar e vai morrer! Merda! Merda! Merda!

Eu pensei no que iria fazer e simplesmente não achei nenhuma solução. Só se eu mandasse sinal de fumaça!

Deus!

Pensei em subir na árvore, já que isso sempre funciona nos filmes, mas a chance de isso dar certo era mínima.

Eu só provavelmente cairia lá de cima e morreria estabacado no chão. Isso se eu conseguisse subir. O que já era muito duvidoso.

Voltei a prestar atenção no visor e vi que já passavam das duas horas.

– Está na hora de parar e almoçar. – falei, feliz.

Me sentei debaixo de uma árvore e estirei as pernas.

– Ai, Deus me abençoe. Ilumine e guarde nesse lugar, que me mantenha seguro nessa jornada e que me dê sanidade para nunca mais fazer uma merda assim novamente! – depois que eu terminei, peguei meu sanduíche na mochila e comecei a comer.

Eu estava com tanta fome que quase não sentia o sabor do sanduíche, simplesmente mastigava e engolia.

Quando terminei, fiquei sentado mais um pouco, pensando na minha incrível missão suicida. Engraçado como tudo parecia fazer tanto sentido do outro lado da cerca. Olhei para o meu tênis sujo de lama. Eu enxuguei o suor da minha testa, causado pelo esforço, e soltei um suspiro de cansaço.

O sol não estava muito forte, o vento soprava forte e frio. Agradeci a minha tia por ter me convencido a usar um casaco mais pesado e quentinho. Eu peguei as minhas luvas dentro da bolsa e o cachecol, depois do almoço o tempo esfriava muito rápido. E os meus dedos já estavam ficando doloridos.

Fechei meus olhos rapidamente, cedendo a cansaço da caminhada intensa.

A primeira imagem que veio a minha mente foram os olhos intensos e profundos do meu pseudo lobisomem.

Eu não nego que passei algumas noites sonhando com aqueles olhos intensos. Só de lembrar eu já sentia o meu coração acelerar e aquela sensação estranha no estômago.

Por Deus! Eu precisava parar!

Eu queria de demais e podia de menos.

Eu queria encontrar o pseudo lobisomem, queria entender o que havia acontecido com a família Park, queria saber o que havia ocorrido com o filho dos Parks, queria ajudar o pessoal da cidade, além de tudo queria voltar para o meu consultório em Seoul.

Já dava pra notar que eu precisava organizar a minha vida e os meus desejos. Eu estava com um estado de espírito muito mais tranquilo na capital.

– Tudo bem… – falei ao soltar um suspiro. – Quanto mais rápido eu chegar lá, mais rápido eu consigo acalmar o meu espírito e sanar a minha curiosidade.

Eu me levantei, limpei a minha calça e peguei a minha mochila.

[...]

Apavorado, com fome, suado e fedido.

Era isso que eu estava.

Durante a tarde o tempo passou voando. Eu nem mesmo havia sentido o tempo passar e logo já havia começado a escurecer.

Não deveriam passar das cinco horas, mas a noite caia rápido, mais rápido do que eu esperava ou gostaria. Logo logo ficaria escuro e eu ainda não havia chegado na casa.

Os uivos já haviam começado a quase duas horas e eu sentia que eu estava me aproximando mais e mais deles. Eu consegui ouvir um uivo bem pertinho e logo em seguida o barulho de algo se movendo entre os arbustos. Segurei a minha lanterna com força e engoli em seco.

Deus. Deus…

E então um rosnado raivoso.

Eu me virei e apontei a lanterna para o local de onde vinha o barulho. A primeira coisa que eu vi foi um cachorro grande e peludo, então eu olhei para seus olhos raivosos e seu focinho franzido.

– Calma, garoto… Calma… – eu dei uns passos para trás e tirei a luz de seus olhos. – Calma.

Ele começou a andar na minha direção, mas seus passos não eram hesitantes como os meus. Ele estava confiante e determinado. Até demais para o bem da minha própria vida.

Eu tentava afastar o medo e controlar meus batimentos cardíacos, o que não estava funcionando. Mesmo muito frio, eu comecei a suar.

Tentei organizar os meus pensamentos. Eu precisava me manter calmo para não fazer nenhum movimento brusco, para não provocá-lo.

Quando ele soltou um rosnado mais alto eu senti todo o meu corpo travar.

Outros começaram a se aproximar e de repente eu me vi quase completamente cercado.

Deus… Me ajuda… Eu não quero morrer agora. Não hoje!

Eu olhei para o caminho atrás de mim e vi que o caminho estava livre.

Era isso ou virar jantar de lobo sem nem mesmo tentar sobreviver.

O ar saiu pelas minhas narinas, eu recuei mais alguns passos e analisei a reação deles. Eles ficaram parados, apenas observando cada movimento meu.

Se eu corresse morreria sem dúvidas…

Bom, aparentemente não importava o que eu fizesse, eu morreria de qualquer forma.

É, Baekhyun, realmente custava muito escutar a sua tia e ficar em casa!

Um deles deu uns passos na minha direção e eu fechei os meus olhos, sentindo as pernas falharem completamente e logo meu corpo desabou no chão.

Por ter sido um movimento muito repentino, eles ameaçaram me atacar, mas então um uivo foi ouvido.

Aquele uivo.

Eu abri meus olhos lentamente, com medo do que eu encontraria, mas então eu encontrei o meu pseudo lobisomem parado a minha frente, rosnando para os lobos, que começaram a se afastar, mesmo que a contragosto.

O pseudo lobo se virou para mim e para a minha surpresa ele não era nenhum animal selvagem.

Ele era um homem.


Notas Finais


E Então?

Ah, como eu senti falta disso. Vale dizer que as coisas vão começar a acontecer e o meu personagem vai aparecer logo e quem estava lendo antes sabe de quem eu estou falando! QUE VENHA O MEU GAROTO DISCOVERY CHANNEL!

AAAAAAHHHHHHHHHHHHHH

AI, MEU DEUS! Vamos que vamos!

Até logo, meus bebês
EXO EXO


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