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História Myself (Descontinuado) - Confuso


Escrita por: K4CCH4N

Notas do Autor


Edit: A história pode conter alguns gatilhos para algumas pessoas, mesmo que eu não aborde de forma tão direta assuntos como depressão ou suicídio, então estejam avisados. 

(Perdão pela irresponsabilidade em não avisar antes)

Capítulo 1 - Confuso


Confusão.

Certamente, era o sentimento mais presente na mente de Kirishima naquele exato momento. E não só do ruivo, os profissionais ao seu redor também estavam desnorteados com o que viam.

Eijirou Kirishima, no mundo dos heróis, Red Riot, era conhecido como o típico raio de sol, capaz de iluminar até o ser humano mais mal-humorado e rabugento do universo – também conhecido como seu melhor amigo, Katsuki Bakugou – possuía fios rubros, orbes de mesma cor, com um destaque importante para a cicatriz que obteve de uma maneira não tão máscula quanto gostaria.

Ao seu lado, sentando na mesma maca encontrava-se... Eijirou Kirishima.

Mas havia uma coisa diferente, ou melhor, haviam várias coisas diferentes.

Este outro Kirishima possui madeixas caídas e escuras, trazendo uma aura mais conflituosa e assustadora ao seu ser. Também era um pouco menor que Eijirou, levando todos a pensarem que se tratava de uma versão mais nova sua, mas ainda assim, era tudo muito nebuloso aos olhos dos demais.

— Como isso aconteceu? — Tamaki questionou, extremamente desnorteado e curioso com a aparição de dois Kirishimaʼs a sua frente.

— Não faço ideia. — Eijirou respondeu, coçando nervosamente sua nuca, buscando em sua mente alguma situação que poderia levar às consequências atuais. — Eu só fiz resgates hoje, nem enfrentei nenhum vilão...

— É provável que alguma das vítimas tenha feito isso. — Fatgum concluiu, ao lado do azulado.

— Se foi uma individualidade, deve ter como reverter, né? — questionou, desesperado.

— Provavelmente. — tranquilizou-o — Mas por hora, volte para a U.A. e descanse.

***

Kirishima abriu a porta de seu dormitório rapidamente, deslocando-se para dentro enquanto arrastava o moreno de mesmo nome consigo. Quando os profissionais tentaram afastá-lo, ele simples grudou no ruivo e não quis se soltar, recusou-se a ouvir as autoridades que diziam que aquilo era "para seu próprio bem" então, no fim, Eijirou o trouxe para seu quarto. Era basicamente sua versão mais nova, que problema haveria em mantê-la ali, afinal?

Fechou a porta com cautela, trancando-a em seguida a fim de se certificar de que ninguém descobriria sobre aquilo. Decidiu manter em segredo, pedindo às pessoas que presenciaram isso também fizessem o mesmo.

— Aqui é meu quarto... quero dizer, nosso... eu acho. — levou o olhar até o moreno, ainda meio desconfortável com sua presença e, principalmente, com o silêncio ensurdecedor que ele emitia. Não falou absolutamente nada desde sua aparição até agora, e isso levaria Kirishima a pensar que estava esquizofrênico se não fossem outras pessoas testemunhas deste fenômeno sobrenatural. — Err, bom... você fala?

O outro apenas mordeu seu lábio, como se estivesse se contendo para dizer alguma coisa. Eijirou percebeu tal atitude e decidiu incentivá-lo.

— Vamos, fale alguma coisa cara. — pediu, se aproximando do moreno e levando uma mão até seu ombro, firmando-a na intenção de passar confiança — Você deve estar tão confuso quanto eu. — soltou uma risada na tentativa de diminuir a tensão do ambiente.

— Não. — a voz do menor soou e assustou Kirishima. Era tão parecida com a sua... bom, óbvio que era, afinal, este era ele. Mas o que diabos o garoto quis dizer com "não"?

— Hã? C-como assim? — seu sorriso desmanchou, levando o olhar aos orbes rubros iguais aos seus. Não conseguiu identificar o sentimento que estes transmitiam.

O moreno então soltou um suspiro, levando sua mão até os fios negros desgrenhados e os puxando para trás, podendo fixar seu olhar no ruivo à sua frente com mais facilidade para explicar melhor sua negação.

— Você é o único confuso aqui. — disse de forma simples e precisa, sentindo a mão do maior se distanciar de seu ombro, podendo ver seu semblante ficar ainda mais confuso — O que quero dizer é... eu sei porque estou aqui.

— Sabe? — ergueu uma sobrancelha em confusão, instigando o moreno a respondê-lo de forma mais adequada e menos vaga. Queria explicações concretas.

— Bem, na verdade, eu sempre estou aqui, mas você nunca me vê. — deu outra resposta, mantendo o tom de voz serena, dando passos para frente, se aproximando do ruivo — Ninguém nunca me vê. — deu ênfase na primeira palavra, deixando claro seu descontentamento. Se aproximou mais um bocado, fazendo suas faces ficarem bem próximas para que o avermelhado pudesse manter o foco em seus orbes rubis— Você me esconde de todos muito bem, Eijirou.

— O que quer dizer com isso, cara? — Kirishima questionou, procurando raciocinar corretamente e imaginando que a versão à sua frente estava apenas, de alguma forma, tentando lhe confundir. — Olha, eu não me lembro de ser tão misterioso assim, então para com isso.

— Misterioso? Estou apenas sendo sincero — o moreno disse, pendendo a cabeça para o lado como se não compreendesse a constatação do maior — Sou seu lado podre, aquele que você não quer que ninguém veja... principalmente ele.

— E-ele? — seu coração começou a bater mais forte com a menção repentina. Aquele seu "eu do passado" parecia saber até mais do que deveria.

Antes que tivesse chance de dizer mais algo em sua defesa, ouviu batidas na porta de seu quarto.

Impacientes. Típicas de uma única pessoa.

Justo essa pessoa tinha que surgir em um momento tão importuno?

— Morreu, cabelo de merda? — ouviu o rosnado irritadiço do outro lado da porta, se desesperando por saber que o amigo era impaciente demais.

Mas como diabos esconderia o moreno ao seu lado? Tratou de empurrá-lo até detrás da porta do quarto, que era onde o loiro teria menos probabilidade de vê-lo e seguiu até a mesma, destrancando-a e abrindo-a parcialmente, vendo Bakugou com sua pose irritada, de braços cruzados e com uma carranca na cara.

— Oi, Bakubro, tudo bem? — questionou, tentando parecer despreocupado. Usando sua máscara de cara relaxado para disfarçar a ansiedade que corrói sua pele.

O outro ergueu uma sobrancelha, estranhando um pouco aquela expressão, suspeitando estar extremamente forçada, mas ignorando qualquer preocupação – fruto de sua boiolice pelo ruivo – e suspirando alto, enfim dizendo o que queria.

— Você não veio na porra do meu quarto quando voltou hoje, então achei estranho. — disse, passando os dedos pela nuca de forma nervosa, notando que estava deixando explícito demais sua preocupação exagerada. — Não te vi voltando, na verdade.

— Ah, sim. Foi mal por isso, Bakubro. Eu tava tão cansado que queria vir direto pra minha cama, então até esqueci de ir no seu quarto. — respondeu, sorridente. Um sorriso tão falso quanto aquela desculpa estúpida que dera. Não conteve usar novamente o apelido carinhoso que dera ao seu melhor amigo para desconcerta-lo. — Te encontro daqui a pouco, Tsuki. — viu-o ficar vermelho imediatamente, bufando uma última vez antes de dar de ombros desdenhoso e marchasse em direção ao seu quarto, indicando que estaria a espera do ruivo para estudar após outro dia cansativo.

Kirishima se surpreendeu quando as seguintes palavras saíram de sua boca:

— Idiota, se estiver cansado, então vá dormir. — sua voz audível tornou-se mais baixa com o que disse a seguir — Não quero te ver exausto por causa de uma merda dessas.

Eijirou mentiria se dissesse que um rubor não cresceu em sua face por conta da preocupação que lhe fora direcionada. Outro sorriso escapou por seus lábios, mas agora era um pouquinho diferente. Isso, Eijirou, finalmente um sorriso verdadeiro depois de tantos dias se forçando.

Fechou a porta, sentindo a leveza que as palavras de Bakugou lhe proporcionaram, mas imediatamente se assustando com o moreno atrás da porta. Havia até se esquecido de sua existência por meros segundos, mas aquela era a realidade estranha que se encontrava, não poderia escapar dela.

— Sim, ele. — o rapaz de madeixas negras deu um sorriso leve, respondendo à pergunta retórica de Kirishima antes da interrupção do loiro.

O peito de Eijirou apertou novamente, e suas feições não eram muito tranquilas. Por que repentinamente sentia medo de si mesmo? Era uma versão de seu passado, apenas. Respirou fundo, forçando um sorriso tranquilo na cara e questionando a resposta.

— Como assim? O que quer dizer? Acho que está realmente confuso, cara...

Pare de fingir, Eijirou. Só pare.

O moreno mexeu a cabeça em negação, dando passos largos em sua direção e reiterando sua fala anterior.

— Não estou confuso, sei quem sou e te expliquei isso. Você me odeia, me odeia tanto que passou todo esse tempo fingindo que não existo, se livrou de mim. — uma pitada de ódio começou a transparecer em sua voz, mas tratou de se segurar, ao menos nesse momento. — Mas eu sempre estive com você; nas suas piores noites, nos seus piores momentos, nos piores lugares que você frequentou. Eu sempre estou lá, mas sou ignorado e reprimido, sendo engolido pela falsidade que você força em seus sorrisos.

— O-o quê? Eu sei que você meio que sou eu, mas... como você... — O ruivo falou, não conseguindo raciocinar corretamente as palavras proferidas pelo moreno. Talvez realmente fizesse sentido, afinal, o outro era parte de si e o que dizia não era... mentira.

Pare de fingir que não está entendendo, porque você está, você sabe que tudo isso é verdade, Eijirou.

— Na festa de aniversário da Ashido você estava mal, não queria ir, mas foi porque não queria decepcionar sua amiga. Queria vê-la feliz. — pontuou novamente, trazendo a memória daquela noite agoniante ao ruivo, que lhe encarou com certo espanto. — E no dia que ouviu Bakugou gritando que nunca em sua vida namoraria um homem? Aquilo doeu, doeu tanto, mas você riu como se fosse uma piada e quando voltou para o seu quarto chorou a noite inteira.

— Não... — as memórias daquele maldito dia lhe engoliam, o atormentavam e o arrastavam para o vórtice de emoções negativas que se formava em sua cabeça. Sentiu o nó na garganta, os olhos ardiam e algumas lágrimas de desespero formavam-se neles.

— Você chorou. Porque você ama Katsuki Bakugou mais do que si mesmo.

— Onde quer chegar com isso?

— A quem eu sou. — explicou — Não sou sua versão do passado, sou apenas o seu "eu" que você esconde de todos.

— Mas você... Isso é confuso. — declarou, dando passos para trás e sentando na cama, logo depois, levando as mãos aos fios rubros e os puxando nervoso. — Eu não entendo.

O moreno sentou ao seu lado na cama, apenas observando o ruivo puxar o couro cabeludo, parecendo incapaz de compreender o que ele queria dizer.

Pare de tentar enganar a si mesmo, Eijirou. Você é incapaz de me enganar.


Notas Finais


Eu não sei realmente continuar isso (ou se vou), os pensamentos ainda estão embaraçados sobre o plot e o que eu vou fazer com ele, mas estou postando mesmo assim...

Aviso com antecedência que não pretendo colocar nenhum lemon/hot.


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