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História Na cor dos seus olhos - Sopro de euforia


Escrita por: byunirie e ilyLoey_

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece não é mexxxxmo? Perdão a demora, mas ta sendo mto complicado conciliar a vida adulta com a escrita, mas fé no pai que a fanfic sai! Espero que gostem muuuito desse capítulo, ou não né ç.ç - Loh

Olá pessoal mais um capítulo fresquinho de na cor dos seus olhos! Espero que gostem e não deixem de comentar o que acharam e por favor não nos matem hehehe -  Sara

Obrigada Sue (@lobysue) pela betagem incrível de sempre!
Boa leitura meus anjos (:

Capítulo 11 - Sopro de euforia


NA COR DOS SEUS OLHOS

Capítulo 11

 

O garoto era ágil.

Seu corpo se movia com facilidade pela quadra de treinamento dos lobos, enquanto pulava e revidava os golpes dados por Sehun com maestria. Jongdae era forte e rápido para sua idade, além de aprender as coisas com uma facilidade invejável, se tornando o centro das atenções desde que havia começado o treinamento na sede. Ele era um menino divertido e fez amizades rapidamente, se sobressaindo como um dos melhores alunos nas poucas semanas que se passaram. 

Era bonito de ver a forma como ele se empenhava em aprender, por isso, a presença de Baekhyun acabou se tornando marcante no local. O ômega havia se apegado ao pequeno alfa e sentia que era sua obrigação estar lá para observá-lo e incentivá-lo o tempo todo, mesmo que não fosse de fato sua obrigação. Chanyeol por sua vez não reclamava, gostava de receber o marido na sede e não era como se não se sentisse orgulhoso das conquistas de Jongdae, que cada vez mais conquistava as pessoas ao redor. 

Baekhyun por vezes sentia-se como um pai orgulhoso e ria do pensamento bobo, afinal, queria mais do que tudo engravidar e talvez esse seu desejo estivesse refletindo no garoto que estava jogado no chão de tatame. Sorriu empolgado ao ouvir os elogios de Sehun, fazendo sinais de joinhas para o garoto, que riu animado. Estava tão distraído observando a aula se desenrolar, que sobressaltou-se ao sentir braços fortes o abraçarem pela cintura, relaxando aos poucos ao sentir o cheiro de Chanyeol. 

— Estou começando a gostar cada vez mais dessas surpresas, mesmo que sua presença não seja por minha causa — O alfa brincou enquanto distribuía beijos pelo pescoço do amado. A respiração ofegante por estar treinando a transformação dos lobos durante toda a manhã. 

— Não seja ciumento! — Baekhyun riu — Sabe que eu venho por você também. 

— Aham, sei. 

— Estou falando sério! — Bateu no braço do amado, virando-se para encará-lo melhor — Mas você sabe que ele precisa de um incentivo…

— E eu disse o oposto? — Chanyeol riu — Eu te admiro por isso cada vez mais. Você cuida dele mais do que qualquer um aqui. 

— Acha que estou sendo muito grudento? — Mordeu o lábio em hesitação. Voltando o olhar para Jongdae que tentava derrubar o Oh no chão — Quer dizer, talvez eu deva estar exagerando ou forçando algo que não está certo… 

— Porque acha isso? 

— Faz tempo que estamos tentando… você sabe — Deu de ombros antes de encostar as costas no peitoral do Park — Posso estar me apegando mais do que deveria — Chanyeol suspirou. Ambos observando a luta desenrolar a sua frente. 

— Deixe que os Deuses resolvam isso amor… para ambos os assuntos — Beijou os fios claros do marido — Seremos abençoados no momento certo e sinceramente? Eu não vejo seus cuidados como exagero. Jongdae tem se mostrado um garoto ótimo, e ele estima você… se não não fosse assim, ele não procuraria sua aprovação para cada coisa que quer fazer. 

Baekhyun riu baixinho ao lembrar das vezes em que o pequeno alfa corria até sua casa apenas para perguntar o que deveria fazer. Saber que Jongdae o via como uma figura importante, fazia com que seu coração explodisse em alegria e não sabia colocar em palavras o quão bom era ser a pessoa a quem o menino pedia conselhos. Até mesmo Chanyeol havia entrado nessa, uma vez que o jovem sempre perguntava ao mais velho sobre como estava se saindo e o que devia melhorar. Podia alegar que Jongdae era assim com todos, contudo, não dava para enganar a forma diferente que o garoto tratava o casal. 

— Muito bem! — Sehun disse alto, a respiração falhando — Você melhorou muito, continue assim e pode começar as aulas de transformação com o Chanyeol. Próximo — Chamou pelo outro aluno que deveria começar o treinamento.

Jongdae sorriu animado e saiu correndo pelo tatame em direção ao casal abraçado que o observava. O suor corria pelo rosto infantil, enquanto o menino mostrava toda a felicidade que estava sentindo pelo elogio. 

— Baek! Você viu só? — Dizia animado — Eu vou poder começar o treinamento de transformação!

— E eu estou muito orgulhoso disso! — Respondeu sorrindo, puxando o menino para seus braços, fazendo um carinho nos cabelos escuros molhados pelo suor. 

— Saiba que eu não costumo pegar leve nos treinamentos — Chanyeol brincou vendo Jongdae sorrir ainda mais aberto. 

— Porque você não toma um banho e então me encontra aqui? Seu avanço nas aulas merece uma comemoração — O ômega disse com um sorriso gentil, rindo ao ver os olhos do alfa brilharem. 

— Jura? 

— Claro. Eu estava pensando em sorvete, o que acham? 

— Nesse caso, acho que teremos que ser bem rápidos na ducha — Chanyeol disse bagunçando os fios de Jongdae que saiu correndo puxando o alfa pelo braço, dando tempo apenas de um selar trocado entre os dois mais velhos. 

Baekhyun rindo da afobação da criança e indo até a porta da sede, sentindo-se leve e feliz. Fazia tanto tempo que não se sentia tão completo e animado com a vida. Constantemente pegava-se pensando nas voltas que a vida dava. Pensando em tudo que viveu e que vinha vivendo. Nas coisas que estava conquistando e a atenção positiva que estava tento das pessoas desde o primeiro dia da temporada de chuvas. Era loucura que estivesse sendo tão aceito pela mesma aldeia que um dia lhe virou as costas. 

Se antes alguém lhe dissesse que sua vida estaria em tão perfeita sintonia, diria que a pessoa não estava em suas faculdades mentais. Parecia um sonho que tudo estivesse dando tão certo, que estava sendo respeitado, querido e amado por muitos. Suas ideias eram bem vistas e aceitas e fazia bastante tempo que o conselho não exigia nada de si. Kyungsoo uma vez disse que isso era muito estranho, no entanto, gostava de pensar que conseguiu fazer a diferença entre as quatro paredes das reuniões. 

Gostava do rumo que sua vida estava tomando, gostava de partilhar momentos calorosos com seu alfa, momentos divertidos com Jongdae, gostava de ter mais amigos do que tivera em toda sua vida passada. Colocou os fios soltos do cabelo para trás da orelha, voltando o olhar para Chanyeol que saia dos lavatórios junto com Jongdae, ambos rindo. Chegou a conclusão de que era uma vida boa e jamais trocaria aquela felicidade recém-descoberta por nada nesse mundo. 

— Estamos prontos! 

— Muito bem, acho que podemos ir então — Sorriu estendendo a mão para o pequeno alfa que não tardou a segurá-la animado — Tudo bem você sair mais cedo hoje? — Questionou ao marido que sorriu. 

— Eu sou o líder amor, ai deles de reclamarem de algo — Baekhyun gargalhou. 

— Tá bom, senhor líder. Espero que esteja com dinheiro, pois estamos prontos para levá-lo à falência. 

— Eu posso mudar de ideia?

— Jamais! — O pequeno respondeu, puxando Baekhyun para fora. Chanyeol riu enquanto negava com a cabeça, ainda desacreditado, porém não menos feliz, por todos aqueles sentimentos novos. 

Gostava de ver a felicidade genuína do ômega. Aquecia seu coração vê-lo tão leve em suas atitudes, confiante de quem ele era e permitindo-se viver as mais inúmeras coisas. Lembrava de todas às vezes que seu amado chorou, lembrava de seu sofrimento no início e por vezes teve medo de ter tomado as decisões erradas, contudo, ao ver aquela alegria, o sorriso fácil de Baekhyun, soube que faria tudo novamente, apenas para chegar naquele mesmo ponto. A vida não era tão fácil, as coisas aconteciam e não estavam no controle de suas mãos, porém, não podia e nem iria reclamar, aceitaria qualquer coisa de bom grado, desde que o universo continuasse fazendo com que Baekhyun sorrisse cada vez mais. 

Andaram pelas ruas de areia das vilas com sorvetes nas mãos e sorrisos para todos os lados. Por vezes eram parados por comprimentos dos aldeões, ou então para comprar mais gostosuras. Baekhyun não estava brincando sobre gastarem bastante naquela tarde, mesmo que o ômega não estivesse pedindo por nada e Chanyeol simplesmente estivesse fazendo todas as vontades do alfa mais novo. Era engraçado ver a forma como o Park nem se importava em saber o valor, se via os olhos de Jongdae ou Baekhyun brilhar, era o suficiente para entrar na barraca e comprar. 

Claro que ser o líder tinha suas vantagens, contudo, tentava ao máximo ignorar os aldeões que simplesmente queriam lhes entregar as coisas de graça. Jamais usaria do seu status para pegar as coisas para si, entendia que muitos tinham suas dificuldades e era muito prazeroso simplesmente poder pagar pelo que estavam consumindo. Estava sendo uma tarde boa, riam e brincavam, além de conversarem as mais diversas banalidades. Baekhyun até mesmo sentia as pernas doerem por não estar acostumado a andar tanto, porém, ver a animação estampada nos olhos de Jongdae e Chanyeol, fazia tudo valer a pena. 

Estavam voltando para sede com a intenção de deixar Jongdae, já que o alfa ficava no alojamento da sede, sendo cuidado por uma ômega gentil que sempre ajudava os guerreiros. Passava das nove da noite e o tempo começava a esfriar, o vento estava frio e ao mesmo tempo revigorante. Encontraram Jongin e Kyungsoo parados na porta da sede, as bochechas coradas do ômega sendo um indício do que o alfa deveria estar falando para o outro. Baekhyun sorriu enquanto se aproximava de mãos dadas com Jongdae. 

— E eu estava me perguntando onde Chanyeol havia se metido — Jongin brincou analisando as sacolas que o alfa trazia. 

— Você me procurando nessa hora nunca é boa coisa — O Park constatou erguendo uma das sobrancelhas — Bom, está devidamente entregue — Disse para Jongdae enquanto lhe entregava a maioria das sacolas — Nada de comer tudo em um dia, ouviu? 

— Só alguns doces…, por favor! — Chanyeol encarou Baekhyun como um pedido de ajuda, afinal, se continuasse encarando o pequeno, era quase certo que deixaria ele fazer o que quisesse. 

— Coma apenas um, tudo bem? — O ômega disse abraçando o menor — Muito doce faz mal e se acabar com tudo logo de cara, não vai ter para comer depois. 

— Não quer passar mal, quer? — Kyungsoo perguntou vendo o menino concordar contrariado — Sabia que uma vez eu vomitei muito por causa de doces? Precisei levar muitas injeções.

— Eu não quero levar injeções!

— Então só manere no que vai comer — Baekhyun beijou a testa do menino — Agora entre, está ficando frio e você amanhã tem treino.

O menino abraçou o grupo e depois correu para dentro da sede com as sacolas em mãos. Baekhyun sorriu junto à Kyungsoo, ambos babando na criança que parecia uma luz em meio a tantas outras coisas. Enquanto os dois ômegas estavam quase abraçados observando o menino, Chanyeol e Jongin se juntavam para tratar do motivo que levou o alfa até a sede àquele horário. 

— O que aconteceu? 

— Nada de mais, só que a aldeia vizinha vem perguntando quando você irá visitá-los. 

— Eles acham que sou algum tipo de desocupado? 

— Bom, não fui eu quem passou a tarde fazendo compras — Jongin brincou sendo empurrado pelo o amigo — Mas é sério, eles esperam a visita dos líderes da nossa matilha. 

— Céus… acho que podemos ver um dia e-

— Eles querem vocês lá amanhã.

— Amanhã? Como eles esperam que Baekhyun e eu simplesmente- — Passou as mãos pelos fios escuros. 

— O que houve? — Baekhyun se aproximou vendo a expressão cansada do alfa, além de sentir o incômodo pela marca.

— A aldeia vizinha exige nossa presença amanhã. 

— Amanhã? — Perguntou surpreso. 

— Sim, acho que podemos nos apressar com algumas coisas — Suspirou. 

— Yeol, é mesmo necessário que eu vá? — Perguntou hesitante — Eu queria aproveitar que o Dae não vai ter treinamento… — Chanyeol sorriu para o menor. 

— Bom, acho que eles não vão se importar.

— Acho que eles vão, mas eu não tô nem aí — Jongin disse dando de ombros — Se quiser, podemos partir hoje, posso assumir o lugar do Baek. Podemos voltar amanhã mesmo, pela noite.

Chanyeol fez uma careta, odiava pensar na possibilidade de dormir longe de seu ômega, contudo, se partir antes indicava que logo estaria em casa nos braços do mais novo, bom, poderia lidar com esse sacrifício. Suspirou ainda hesitante.

— Sabe que não precisa se preocupar comigo, não é? — O loiro perguntou abraçando o marido de lado — Posso ficar com Kyungsoo por essa noite e qualquer coisa também tem meus pais por aqui… apenas vá cumprir com seus deveres amor.

— Eu simplesmente tenho a sensação que se formos, não vamos voltar em um ou dois dias — Disse frustrado.

— Ei, eu ainda vou estar aqui quando voltar — Sorriu. 

— Ah, certo! — Suspirou derrotado — Partimos amanhã, Jongin. De jeito nenhum vou viajar sem passar essa noite com meu ômega. 

— Bom, faço de suas palavras as minhas — O Kim disse sem desviar os olhos de Kyungsoo, que corou. 
 

 

Já havia se passado cerca de dois dias desde a partida do alfa e Baekhyun já estava começando a sentir saudades, nunca haviam ficado muito tempo sem se ver desde que se uniram em matrimónio. Estava mais do que acostumado à presença constante de Chanyeol, aos beijos roubados e aos carinhos trocados no início da manhã, quando ainda estavam agarrados em baixo das cobertas, aproveitando o tempo que tinham antes de fazer as coisas que precisavam. 

Era muito estranho não ter o cheiro do amado por perto, não ter os braços firmes e quentinhos que lhe passavam toda a sensação de segurança que tanto amava. Era um tanto irônico pensar no quão apaixonado era pelo marido, lembrando do quão contra era sobre o casamento no início. Gostava de lembrar de como Chanyeol sempre fora tão respeitoso, sempre esteve ali lhe dando espaço, fazendo com que aquele amor entre eles fosse construído com calma e gentileza. Baekhyun seria eternamente grato. 

O ômega estava deitado no sofá da sala, pensando nas coisas que poderia fazer para que o tempo passasse mais rápido, o livro aberto em mãos, mesmo que não estivesse prestando atenção de fato no que estava lendo. Suspirou preguiçoso, decidido a voltar a se concentrar em sua leitura quando ouviu a campainha de casa tocar. Uniu as sobrancelhas confuso, não estava esperando visitas, além disso, tinha certeza que não era Kyungsoo, pois o mesmo já entrava sem bater, como o bom abusado que era. 

Fechou o livro, deixando-o sobre a mesinha de centro e se dirigiu até a porta de casa em passos preguiçosos, conferindo as horas rapidamente e tentando descobrir quem era o visitante surpresa. Passava um pouco das 14h e tinha quase total certeza que não havia pedido nada também. Suspirou ao abrir a porta, surpreendendo-se ao ver o mensageiro da vila parado em sua porta, eram raras às vezes que o mensageiro ia até sua casa e quando ia, era sempre a procura de Chanyeol. 

— Olá... Chanyeol não está, aconteceu algo? — Perguntou preocupado, pensando que algo teria acontecido e tentando não pensar o pior. Tinha certeza que as pessoas sabiam que o alfa estava fora e se um mensageiro havia ido até sua casa… boa coisa não poderia ser. 

— Senhor Baekhyun, o conselho solicita sua presença para uma reunião de emergência! 

— O que? Como assim reunião de emergência? Aconteceu alguma coisa na vila? 

— Não sei, Senhor. Um dos anciões só me pediu para vir chamá-lo. Você é o líder quando nosso alfa não está — O homem disse tenso — Eles pareciam bem preocupados, Senhor. 

— Certo — Baekhyun disse nervoso, olhando ao redor para tentar colocar os pensamentos no lugar — Yifan e Tao estão a caminho? 

— Disseram que um mensageiro também foi enviado para a residência deles. 

— Muito bem, avise que estou indo — O homem concordou e depois saiu correndo para passar o recado. 

Baekhyun estava com o coração acelerado, não fazia ideia de como levar uma reunião do conselho sem a presença de Chanyeol, contudo, não tinha nada o que pudesse fazer. Pelo menos os sogros estariam presentes para orientá-lo caso fosse necessário. Entrou rapidamente apenas para pegar o longo casaco que costumava usar quando precisava sair e prender melhor os fios loiros, não podia melhorar sua aparência naquele momento, era uma emergência, então aquele penteado bagunçado tinha que servir, só esperava não ouvir gracinhas. 

Pegou um dos bloquinhos de anotações soltos sobre a mesinha de centro e deixou uma breve mensagem para Kyungsoo, afinal, sabia que o amigo aparecia ali mais cedo ou mais tarde, então precisava avisá-lo sobre onde estava e que poderia esperá-lo ali. Riu para si mesmo ao lembrar do bolo de chocolate na geladeira e que provavelmente o Do ficaria ali esperando enquanto se deliciava com o doce. 

Andou apressado pelas ruas da aldeia, pensando no que poderia ter acontecido de tão grave para que sua presença fosse requisitada tão abruptamente. Sabia que o conselho não ia com sua cara e que até mesmo evitavam chamá-lo para outras reuniões. Chanyeol não podia comparecer algumas vezes e bem, eles não faziam questão de informar ao ômega sobre os encontros e claro que o loiro não fazia questão nenhuma de cobrar esses convites. Para ele, bastava estar junto nas reuniões onde tanto ele quanto o alfa precisavam estar, de resto, não se importava nenhum pouco. 

Por conta disso, tratava de andar o mais rápido que conseguia, se os anciões o chamaram e ainda pediram pela presença de Yifan e Tao, é que algo não estava bem e por mais que soubesse que Chanyeol estava seguro, por conta da marca, sentia-se nervoso como nunca se sentiu antes. Da última vez que se sentiu assim, foi no festival da escolha, o que parecia ter acontecido anos atrás. Não perdeu tempo em entrar na construção onde aconteciam as reuniões semanais do conselho, percebendo a calmaria que o lugar estava, o que era no mínimo estranho. 

Olhava em volta à procura de rostos conhecidos, contudo, parecia que o lugar estava simplesmente vazio. Franziu o cenho estranhando aquele cenário incomum, no entanto, seguiu para a sala ao qual estava habituado, encontrando tudo em um completo breu, as velas estavam apagadas e Baekhyun sentiu um arrepio passar por todo seu corpo. Tinha alguma coisa muito errada, pensou em simplesmente recuar e ir embora, talvez esperar pelos anciãos do lado de fora, contudo, ao fazer isso, sentiu o corpo bater contra uma outra pessoa. 

Arregalou os olhos se afastando, percebendo um homem bem alto atrás de si, assustando-se ao ver algumas velas sendo acesas e reconhecendo dois dos anciãos do conselho o encarando com expressões frias. Engoliu em seco ao ver mais dois alfas surgirem atrás dos velhos, voltando a pensar que aquilo estava muito errado mesmo. 

— O que está acontecendo aqui?! — Precisou forçar a voz para que a mesma saísse firme, tentando não mostrar o pavor que estava passando por todo seu corpo. 

— Sabe, ômega, acho que nós temos algumas coisas para resolver — Um dos anciãos disse — Por isso chamamos você aqui hoje. 

— Não tem nenhuma reunião de emergência, não é? — Questionou com a face irritada, não podia deixar que o pavor tomasse conta. Era o marido de Chanyeol, um líder e precisava continuar agindo como tal. Se demonstrasse medo ou fraqueza seria devorado e não daria esse gostinho àquelas pessoas. 

— Veja bem, Baekhyun — O velho sorriu com calma — Queremos apenas o bem da nossa aldeia e acontece que… bom…

— Você não é o que nossa aldeia precisa — O outro completou — Então sim, essa é uma reunião de emergência, mas o assunto, bem… digamos que quando alguma coisa ameaça estragar tudo o que construímos, precisamos arrancar pela raiz, certo? — Baekhyun riu irônico. 

— Que vocês construíram? 

— Claro, somos um conselho. Somos os responsáveis pelas maiores decisões da aldeia. 

— Acho que estão um pouco equivocados… são conselheiros, não líderes. A voz final ainda é do alfa ou ômega em comando — Disse sério, sem desviar o olhar dos três alfas que se aproximavam o rondando. 

— Antes de você se casar com Chanyeol, nós sempre fomos responsáveis pelas decisões! — O homem disse irritado — Yifan sempre nos procurou para aconselhá-lo, ele levava nossa opinião em conta. 

— Ah… acho que entendi, então — O ômega sorriu de lado — Isso tudo não passa de uma dor de cotovelo, certo? Chanyeol prefere seguir meus conselhos e a própria intuição e isso não agrada vocês… — Sabia que estava brincando com o fogo. Estava em desvantagem, no entanto, não era mais o mesmo Baekhyun desde quando passou a frequentar aquele lugar. 

Sentiu um soco em sua barriga minutos depois, indo ao chão enquanto se encolhia pela dor. Fechou os olhos com força, se arrependendo um pouco por estar sendo atrevido com os mais velhos, não tinha ninguém ali para interceder por ele. Abriu os olhos para ver o sorriso cruel estampado no rosto dos dois anciões e pela primeira vez deixando o medo que estava sentindo transparecer. 

— Deveria controlar melhor sua língua, aberração. 

— Machuquem e depois livrem-se dele — Viu os mais velhos saírem da sala, deixando-o sozinho com os três alfas que o olhavam com diversão nos olhos. 

Naquele momento, tudo que mais queria era chorar enquanto recebia chutes e socos fortes o suficiente para apagá-lo, no entanto, Baekhyun não estava se entregando, fechava os olhos com força, recebendo os golpes encolhido no chão frio. Sabia que algumas lágrimas estavam caindo pelo rosto e não estava se importando muito, Chanyeol surgiu em seus pensamentos, o sorriso bonito, os cabelos bagunçados no lençol branco da cama enquanto o puxava para um abraço. 

Não conseguia se arrepender, amava aquele alfa, amava com todas as suas forças e aguentaria qualquer coisa, não só por ele, mas por quem era quando estava com ele. Chanyeol o havia ensinado a ser forte, havia mostrado o que era amor, respeito e zelo e seria eternamente grato, mesmo que aquele fosse seu fim. Estava sozinho naquela sala, indefeso e talvez fosse seus últimos momentos, no entanto, não deixava de pensar no tanto que havia crescido até ali. Tinha feito amigos, casado com um homem incrível e até mesmo teve a chance de cuidar de uma criança, mesmo que por pouco tempo. 

Poderia aguentar aquela dor, aguentaria cada um dos chutes e socos, porque era forte, era amado e sabia amar. Sentiu os olhos pesarem aos poucos, contudo, ainda lutava pela consciência, lutava para manter-se acordado, ignorando as pontadas que sentia por todo o corpo. Ouviu seu nome ser chamado algumas vezes, porém, não saberia dizer se era apenas coisa da sua cabeça. Com a visão embaçada viu os alfas serem agarrados por alguém e então mãos calmas estavam em volta do seu corpo. O rosto de Kyungsoo se fez presente e jurava ter ouvido a voz de Tao em algum lugar daquela sala enquanto via outras pessoas arrastarem os homens para fora e então nada. Apenas naquele momento Baekhyun se permitiu fechar verdadeiramente os olhos. 
 


 

A raiva corria por todo seu corpo enquanto abria a porta com uma força que nem ao menos queria controlar. Todo seu corpo tremia e nenhum dos presentes daquela casa tentava se aproximar do alfa. Chanyeol era a personificação do demônio enquanto andava pelos corredores em direção ao seu quarto, passando direto pelos médicos, os olhos completamente esbranquiçados. 

Estava se preparando para mais uma reunião junto à Jongin na aldeia vizinha, quando sentiu a marca queimar, uma agonia lhe consumindo, junto à sensação de pânico e medo. Foi naquele momento que soube que algo estava muito errado com Baekhyun, então, sem maiores explicações, transformou-se e correu para fora da aldeia com o Kim em seu encalço. Fez a viagem em poucas horas, correndo com toda sua força, ignorando os arranhões que fazia nas patas e braços, sua cabeça focada no sorriso bonito do ômega e na sensação de medo que ia diminuindo aos poucos. 

As coisas só pioraram ao sentir um silêncio pela marca, e o alfa não saberia colocar em palavras o desespero que tomou todo seu corpo, fazendo-o disparar ainda mais rápido pela floresta, sabendo que estava se afastando de mais de Jongin e seus homens, no entanto, não conseguia se importar. Chegou na aldeia quando a lua já estava em seu ponto alto, assumindo sua forma humana, o rosto contorcido em pavor ao ver seu pai alfa lhe esperando, como se soubesse que ele chegaria. 

Não foi preciso muitas palavras para saber o que de fato aconteceu, poderia ter facilmente perdido o controle ali, contudo, o pai soube acalmá-lo ao dizer que Baekhyun precisava dele naquele momento, e que qualquer decisão deveria ser tomada depois. Não era nem preciso dizer a confirmação silenciosa de que seria apoiado em qualquer que fosse o veredito, então aceitou a capa estendida pelo alfa mais velho cobrindo sua nudez, andando em passos rápidos para sua casa. 

Chanyeol precisou parar em frente a porta do quarto que dividia com o marido, respirando fundo e controlando a parte de si que queria apenas fazer vingança com as próprias mãos. Estava puto e poderia matar qualquer um à sua frente, mas sabia que seu garoto estava fraco, tinha que ser forte para mostrar ao ômega que estava ali por ele. Abriu a porta com uma calma que não condizia com a raiva que estava sentindo e fechou as mãos com força ao observar Baekhyun deitado sobre a cama, curativos pelo corpo e o rosto com diversas marcas roxas. 

O olhar de ambos se encontraram e Chanyeol precisou ser mais forte ainda quando viu os olhos claros do amado marejarem. Junmyeon estava junto a Tao no quarto, ambos com panos e vasilhas com água na mão, se entreolharam em uma conversa silenciosa de que o casal deveria ser deixado sozinho. O Park assentiu para os ômegas mais velhos e só então percebeu a presença de um quarto corpo, deitado sobre a cama agarrado a Baekhyun. 

Jongdae estava com os olhos não tão diferentes de Chanyeol, o alfa conseguia sentir a raiva que o menino sentia. Tirar o pequeno do quarto seria uma tarefa complicada, então o Park apenas se aproximou, sentando-se na cama ao lado do garoto, deixando um carinho calmo sobre os fios escuros. 

— Vamos deixá-los a sós, pequeno — Tao disse baixinho, porém, Jongdae só saiu do quarto depois de encarar o casal que eram tão importantes para si. Baekhyun assentiu devagar, sentindo o corpo doer e Chanyeol lhe dirigiu um sorriso triste. 

Observaram o garoto se levantar da cama, saindo junto aos ômegas mais velho a contragosto. Assim que eles saíram, Baekhyun se permitiu chorar, sendo abraçado no mesmo momento por Chanyeol, que esqueceu a raiva por aquele momento, dando todo o apoio que o amado precisava naquele momento. Com cuidado, para não machucar o loiro, deixava carinhos pelos fios soltos, controlando a vontade de chorar que também estava sentindo. 

Ficaram naquele abraço por bastante tempo, presos nos carinhos calmos e tranquilizadores que ambos estavam precisando. Chanyeol se culpava por ter deixado o ômega sozinho e Baekhyun sabia disso. Queria dizer ao alfa que ele não tinha culpa, que nenhum deles iria imaginar que algo assim aconteceria, os únicos culpados eram aquelas pessoas intolerantes que não viam como o ômega era alguém incrível. Os únicos culpados eram os membros do conselho que não aceitavam que alguém poderia ser melhor que eles. 

— Não é sua culpa — Baekhyun sussurrou, a voz falhando pela falta de uso, sentindo todo seu corpo doer — Sei que está se culpando por isso e acredite, você não tem culpa. 

— Não fale, amor — Apertou o ômega em seus braços com cuidado — Você precisa descansar. 

— Não até que entenda que não tinha como impedir isso. 

— Se eu estivesse aqui, isso não teria acontecido. 

— Se estivesse aqui, eles arrumariam um outro momento — Afastou um pouco a cabeça, sentindo a mesma rodar. Ficaram novamente em silêncio, Chanyeol passando os dedos com calma pelos machucados no rosto do amado, sentindo o coração doer. Seu lobo lutando para tomar o controle e se vingar. 

— Quem foi? — O alfa fechou os olhos com força, quebrando o silêncio no cômodo — Apenas me diga quem foi.

— Yeol…

— Não. Dessa vez não há nada que me impeça de tomar uma providência — Falou sério — Nem mesmo se você me pedir, Baekhyun. 

— Não vou impedir nada — O alfa ergueu uma sobrancelha — Quero que cada um deles sofra por isso — Falou sério — Eu não sou uma pessoa ruim, eu sempre tentei não arrumar maiores problemas e ser justo, ignorar todos eles e olha onde isso me trouxe. Então chega, eu não vou mais deixar que essas pessoas saiam absolvidos dessa situação. Moon Hyun e Kim Donghae.

— Não vai mesmo tentar me vetar de fazer o que eu quiser com eles? 

— Não — Baekhyun disse sério — Está na hora de conhecerem o ômega líder deles, eu cansei de ser bonzinho — Encarou Chanyeol com seriedade — Se é um vilão que eles querem, é um vilão que eles vão ter — O alfa encarava o menor com um brilho nos olhos — Sem mais cobranças, sem mais humilhação. O Baekhyun de antigamente morreu no momento em que o primeiro soco foi dado — Encarou o marido nos olhos. — Faça eles padecerem!

— Seu pedido é uma ordem. 


Notas Finais


E ENTÃO?
será que o fogo no parquinho vem?? Deixem a gente saber de tuuuudo!
comentem bastante também, vocês são incríveis <3

Tenho um grupinho no zap, às vezes fica parado? às vezes fica parado, mas rola uns spoilers e uns surtos também haha

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