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História Na guerra e no amor vale tudo. - Amizade de infância.


Escrita por: firefox1

Notas do Autor


Boa tarde!
Boa leitura.

Capítulo 10 - Amizade de infância.


Fanfic / Fanfiction Na guerra e no amor vale tudo. - Amizade de infância.

   Potter conseguia pensar em outras coisas muito mais relaxantes, que depois de certo tempo se tornavam infinitamente mais prazerosas do que dançar. Só havia um problema: estava com seu melhor amigo nos braços. Não poderia tratar Malfoy como faria com qualquer outro homem. Mesmo estando atraído por ele e sabendo que jamais estivera antes.

          — Você o ama? — perguntou Draco, de repente.

          — Quem?

          — Diggory. Seu namorado.

        — Não sei. E isso o que vamos descobrir amanhã, no voo, lembra? Sou muito pão-duro para pagar um analista. Então, cabe a você descobrir o que acontece dentro de minha mente — brincou Harry.

         — É para isso que servem os amigos — garantiu Draco.

     "Eu aqui brincando e Draco falando sério!", pensou ele, censurando-se.

         — Não mereço você, sabia? — disse a ele.

         — Sei disso.

         — Algum dia já fiz algo por você, Draco? Responda com sinceridade.

         — Está falando sério? — perguntou ele. — Já fez muitas coisas por mim, Potter.

         — Diga uma.

         — Conseguiu um emprego para mim na empresa — Malfoy respondeu sem hesitar, surpreendendo-o.

         — Quem conseguiu o emprego foi você, com competência e qualificação. Tudo o que fiz foi informá-lo da vaga.

         — Mas você me colocou no projeto de elaboração da Crest, que é como um troféu no meu currículo e...

         — Não fiz arranjo nenhum. O fato é que você se mostrou a melhor pessoa para o serviço — explicou Harry.

         — Certo. Mas sei que fez...

    Ele o interrompeu com um gesto, suspirando antes de falar:

         — Pode apostar que não fiz, o que quer que fosse mencionar. Neste caso, por que contínua tão próximo de mim? Nunca fiz nada para merecer sua amizade.

        — Não seja tolo — exclamou Draco. — Como poderia virar-lhe as costas quando está precisando de mim? Você sempre este lá, também quando eu precisei.

         — Isso foi há muito tempo, e já não é mais assim, estou certo?

    De repente, a noite pareceu ficar sem graça. Ao olhar ao redor, Harry observou que apenas um casal havia se encorajado a ir para a pista de dança, enquanto os outros continuavam sentados. Era como se estivessem fechados para tudo, em um mundo só deles. No fundo, também queria estar daquele jeito, apenas com Draco em seu universo particular. Mas isso não aconteceria, pois jamais tivera o mínimo de consideração por ele. Ficou surpreso quando os dedos dele acariciaram seu peito, fazendo-o voltar a encará-lo.

          — Você ainda é meu melhor amigo, e nada vai mudar isso.

          — Nem mesmo Cedrico?

          — Nem mesmo Cedrico — prometeu Draco. — Quando se ama uma pessoa, você...

   "Oh, não!", pensou ele, ao notar que falara demais. Interrompera-se muito tarde. Seria melhor ficar calado um instante para evitar outro deslize daqueles.

        — Ama? — repetiu Harry, com um sorriso franco, contrastando com a expressão anterior.

      — Claro que amo. Como poderia não amá-lo, conhecendo-o pela vida toda? Mas existem vários tipos de amor. São condições diferentes que os determinam.

        — Tem certeza? — Harry indagou com tanta sinceridade que o fez questionar a própria afirmação.

     — Sim, pode acreditar em mim. Por exemplo: não é verdade que o que sente por mim não é o mesmo que sente por seu namorado?

         — Nunca senti por ele o que sinto por você — murmurou Harry,

         — Viu só? Caso encerrado.

   Por segurança, Draco evitou olhá-lo enquanto dançavam.

        — É claro que não conheço Cedrico há tanto tempo assim — afirmou Harry. — Mas acha que envelhecer ao lado dele ajudará a desenvolver um relacionamento como o que existe entre nós, que crescemos juntos?

       — Quem sabe? — cogitou Malfoy, embora acreditasse que Diggory jamais fosse aprender a amar alguém mais, além de si mesmo.

      — Não consigo imaginar Cedrico sentado a meu lado, na cadeira de balanço de um asilo para velhinhos. Isso significa que vou viver mais do que ele?

    Malfoy achava que se o namorado dele não estivesse em cena, seria porque fugira com outro homem que pudesse lhe oferecer mais regalias do que Potter. Mas essa era uma opinião que ele não poderia revelar nem ao melhor amigo, e muito menos se ele estivesse mesmo apaixonado.

          — Talvez ele mude com o tempo — disse a ele.

          — Talvez.

    Mesmo concordando, Harry achava que era mais provável Cedrico deixá-lo no mesmo instante em que falassem em ir para um asilo. Isso se realmente acabassem se casando, e se este não o abandonasse antes.

   Lembrar do ultimato de casamento logo fazia sua alegria se esvair. Estava querendo sair com Malfoy naquela noite porque ele sempre tivera o dom de fazê-lo sentir-se bem. Ao longo da vida, haviam tido ótimos momentos juntos. Chegava a ser impressionante poder afirmar tal coisa sobre um homem e não ter feito sexo com ele. Se bem que era exatamente isso que estava lhe ocorrendo nessa noite.

         — O que acha da ideia de ficar senil a meu lado, balançando-se em uma cadeira de asilo? — perguntou Harry.

       — Infelizmente, pela idade você chegará primeiro lá — brincou Draco. — Além disso, estarei jogando cricket, ali por perto. Não terei uma cadeira de balanço, isso eu garanto. Quando os filhos de Teddy forem me visitar, estarei no jardim, jogando.

         — O que quer dizer com isso? Não pretende adotar?

         — Não sei se adotarei ou fazei uma barriga de aluguel.

       — Não importa a forma que irá realizar seu sonho. Você será um grande pai. Só precisa encontrar o cara certo. Algum homem ainda será capaz de enfeitiçá-lo.

         — Talvez — zombou ele. — Sempre existe a possibilidade dos caras que jogam squash na empresa.

         — Algum deles o convidou para sair?

         — Alguns.

         — Então você costuma ter encontros? — indagou Harry, surpreso.

         — Ocasionalmente.

         — Então existe a possibilidade de você encontrar sua cara metade?

       — Nunca encontrei um homem sequer que marcasse um encontro porque estava procurando um parceiro para a vida toda. Em geral, eles querem companhia apenas para uma noite.

     Indignado com a ideia de alguém usando Malfoy por mera satisfação sexual, ele se sentiu incomodado, alterando o tom de voz ao perguntar:

         — Quem era ele? Diga-me, e eu...

    Malfoy se inclinou para trás, encarando-o.

         — Um instante, sim? Por que tenho a impressão de estar ouvindo um eco do baile de formatura? Posso cuidar de mim mesmo. Já basta Teddy tentando me ajudar a encontrar um namorado. E ainda tenho que aturar você tentando me livrar de um.

         — Seu primo não se importa muito com sua segurança — declarou ele, desgostoso. — Se dependesse dele, você teria ido parar no banco de trás do carro daquele moleque safado que o convidou para sair naquela noite.

        — Durante todos esses anos, venho culpando Teddy por haver arruinado minha noite, mas acho que o responsável foi você. Foi por sua causa que eu perdia a aposta com Pansy. E tive que passar o final de semana tendo que ir ao shopping para comprar tudo o que ela queria. Ela quase me levou a falência.

         __ Melodramático...__ Disse, Harry sorrindo.

    Outros casais se juntaram a eles na pista de dança, quando os músicos começaram a tocar algo mais agitado. Draco deduziu que era o momento de concluir o sonho e voltar à realidade.

         — Está ficando tarde, Harry. Temos de embarcar no avião, amanhã bem cedo. Podemos ir embora?

         — O quê? Oh, claro! Posso buscá-lo amanhã cedo?

        — Não, obrigado. Prefiro não perder o avião — ironizou. — O que acha de fazermos o contrário, e eu passar em sua casa para apanhá-lo? Também posso ligar para acordá-lo.

    Potter pensou no quão conveniente seria se Malfoy acordasse em sua cama, mas preferiu ficar calado, ou poderia ganhar um olho roxo.

         — Está bem — anuiu. — Vamos embora ao final desta música. Sabe de uma coisa? Precisamos repetir a dose de hoje. Tive uma noite excelente, e você?

         — Sim, foi memorável. Você nem pisou nos meus pés.

         — Ah,Ah.. Fico contente que tenha gostado. — declarou ele.

         — Como não gostar? Boa comida, bom vinho, boa música. E o melhor de tudo: grátis.

         — Interesseiro — murmurou Potter apertando ainda mais em seus braços.

   Enquanto aguardavam o final da dança, Draco se permitiu aproveitar o ritmo envolvente da música e continuar roçando o rosto no dele. Só que seus movimentos coincidiram e os lábios de ambos ficaram separados por poucos centímetros. Fitando-o nos olhos, não conseguiu se mover. De súbito, surgiu-lhe a expectativa de que Harry o beijaria naquele momento.

   Mas ele sorriu com ternura e girou-o lentamente para o lado, em um passo de dança. Quando o puxou de volta, a distância entre eles ficou muito maior do que antes. A realidade do que acontecera atingiu-o como um raio. Percebendo o que quase havia feito, censurou-se. Só podia ser o efeito do vinho e da música. Pelo visto, estava fadado a viver apenas de sonhos. Mas como seria possível ser notado, com um homem como Cedrico e mantendo-o junto de si?

    Esforçando-se para afastar a lembrança do "quase" beijo, lamentou que Harry estivesse prestes a aceitar um pedido de casamento. Seria muito fácil se acostumar a passar as noites nos braços dele.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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