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História Na toca dos lobos - Sozinhos


Escrita por: Lina-758

Capítulo 67 - Sozinhos


Será que existe uma palavra para se sentir muito bem, por estar fazendo a coisa errada? Eu não consegui dormir noite passada, contando cada segundo para o entardecer, mas claro que o sol me faria esperar mais do que nunca.

_Lucy, você viu minha bolsa azul?

_quando vi da ultima vez estava no seu quarto

_sim, mas não encontro

Tudo precisa estar perfeito, Kyle já esteve com muitas mulheres, isso não é segredo, mas não quero que ele me veja como uma criança, hoje não, hoje preciso me entregar a ele, mas por deus, porque estou tão nervosa? Fui eu quem pedi por isso, fui eu quem o procurei. 

_Aurora

_si... sim

_você esta bem?

_to ótima

_não parece ótima – diz Lucy me encarando pensando se deve ou não perguntar o que esta acontecendo _me diz o que foi

_vou dormir com o Kyle

    Houve um minuto de silencio ou dois, antes dela abrir um sorriso largo e me puxar para o quarto dela.

_me conte tudo

   A empolgação nos olhos dela é assustadora.

_eu me encontrei com ele ontem, conversamos, e vamos nos encontrar hoje

_pelos deuses ... mais alguém

_ninguém sabe, ninguém pode saber – segurei no braço dela e olhei fundo em seus olhos _Lucy eu preciso fazer isso, só você sabe, e se alguém descobrir eu juro que ...

_relaxa, sexo não é isso tudo, tudo bem é bom pra caralho, mas não fale como se estivesse fazendo uma coisa absurda, mas claro, a primeira noite com sua ancora costuma ser memorável

_e quanto ser a primeira de todas?

_você é virgem não é?

_é tão obvio assim?

       Conversamos ate chegar a hora de partir, Lucy me instruiu como uma irmã mais velha faria, e me disse para tomar um chá de erva de vênus bem forte quando voltar para evitar vingar, eu já conhecia a coisa na teoria, já conversei com minha mãe antes sobre, mas nunca conversei sabendo que a hora estava tão perto, e tudo que Lucy disse que a dor só pode ser causada por mim, a primeira vez pode doer, mas se minha cabeça estiver vivendo o momento, e não pensar em nada que não seja o prazer, a dor praticamente some.

    E assim parti, no meio da tarde, usando um vestido de linho branco com flores azuis bordadas na barra da saia, o cabelo solto, e uma produção bem leve, mas caprichada, não quero meu pó de arroz suado no rosto, por isso sem exageros, mas é claro a capa, a famosa capa vermelha que um dia foi da minha mãe. Na metade do caminho comecei a detectar o cheiro dele, um perfume que lembra o mar, meio salgado e refrescante, como a brisa do mar tocando a pele, e pelo perfume dele eu me guio em meio a mata, quanto mais me aproximo da terra úmida, da vegetação aberta e do céu livre de arvores, mais eu escuto a queda d’água, o mais estranho é que não estou com medo, eu poderia me encontrar com ele nos portões do inferno de Seth, e ainda assim me sentiria segura.

  _chegou cedo gatinha

    Me viro e lá esta ele, bem perto da lateral da queda d’água, com o corpo apoiado nas pedras, relaxado como um predador após a caça, lindo como um anjo caído, mas com o sorriso de um demônio da noite.

   Eu não consegui fazer nada que não fosse segui-lo por um morro, e tive que fazer todo o esforço do mundo para não me aproximar mais e passar a mão pelo seu cabelo. Ele me guiou até uma parede de pedra, com uma fenda que tive que me espremer para passar, quando estávamos no meio de uma caverna sem luz eu senti minha fera me pedindo para emergir, como um extinto de sobrevivência.

_vamos seguir na forma de lobo daqui pra frente, consegue me acompanhar?

_Sim

   E la estava, minha fera de pelo castanho e olhos escuros, não castanho, mas um verde musgo bem intenso, sem perder tempo segui seu comando e nos pusemos a correr, no inicio tava na cara que ele estava diminuindo o ritmo para me acompanhar, mas não queria um tratamento especial, e disparei na frente dele, seguimos uma corrida rápida naquele corredor apertado com pedras sob nossas cabeças onde o que restava do sol só entrava por pequenas frestas.

_chegamos

   Eu não entendi muito bem o que ele pretendia, ate ver uma área aberta, como uma caverna longa, com vista para a encosta de um morro enorme, de longe a vista mais maravilhosa que já vi, cadeias de montanhas ate onde a vista alcança, toda minha aldeia, e mais quilômetros de arvores altas, e um céu que não tinha fim.

  Sem perceber voltei a forma humana, tirei minha capa e adentrei a caverna, o lugar era um verdadeiro refúgio, com uma fogueira bem no centro, o chão de terra batida e as paredes com pinturas, e encostado em uma parede estava o que deveria ser uma cama, mas na melhor das hipóteses era um buraco cavado ate certa altura, com um enchimento estranho.

_são penas, feno, algodão e algumas coisas que juntei para deixar mais confortável – ele diz assumindo a forma humana, indo em direção a um baú _mas eu uso isso quando passo as noites aqui

  Era uma pele, de que animal eu não faço ideia, mas parece macio e aconchegante e não exala nenhum cheiro especifico.

_como descobriu esse lugar?

_quando eu era criança, eu gostava de explorar, um dia eu segui um coelho ate uma fenda e uma coisa levou a outra

_é incrível

_gostou mesmo? – ele pergunta com os olhos brilhando em expectativa

_sim, é como um mundo diferente, fora da matilha, e longe de tudo que já vi

_fico feliz – ele diz sorrindo _tem uma nascente um pouco mais a frente, é onde uso para me banhar quando estou aqui, se quiser

  Eu já tinha tomado um banho longo antes de sair, mas a ideia de explorar mais o esconderijo dele foi tentadora, segui em linha reta por uns 20 metros ate ver essa nascente, a água caia em abundancia formando uma piscina natural e o centro era céu, literalmente o céu, havia uma fenda aberta no topo da caverna com uma visão linda. Tirei peça por peça ate ficar completamente nua e me aventurei naquela água refrescante me sentindo uma sereia, quando me dei por satisfeita sai da água e comecei a me cobrir, mas então me lembrei o porque estava ali, só hoje, só uma noite para fazer valer a pena, voltei para o que deve ser o quarto com os cabelos pingando e o coração batendo rápido, a ideia de andar nua uma distancia tão longa é novidade pra mim.

  Ele não me viu chegar, mas sentiu minha presença, mas pela reação da pra ver que não era essa a recepção que ele esperava.

_tem uma toalha? – digo

   Ele não ouviu, ou pareceu não ouvir, mas eu ouvi a respiração dele ofegar, o coração acelerar e os olhos arregalarem.

_Kyle ... tu- tudo bem eu

  Ele me beijou, em segundos eu estava colada em seu corpo quente, ignorando tudo que não fosse a vontade de me esfregar nele.

_minha gatinha, você é um espetáculo – ele diz em meio a beijos, longos, quentes e ousados, a mão dele começou a descer ate a minha bunda, e antes que eu me percebesse já estava sendo erguida no ar indo em direção a cama _ minha gatinha – ele diz mordendo minha orelha

_minha ancora

   Aquelas palavras parecem ter despertado alguma coisa nele, ele se afastou o suficiente para ver o brilho nos seus olhos, e aquele sorriso me destruiu.

_quer mesmo isso? Aurora ... se você ainda tiver dúvida, preciso que diga agora, porque honestamente não vou conseguir para quando começarmos

_eu quero você me foda seu canalha, por favor nem que seja essa a ultima vez

_seu pedido é uma ordem gatinha  



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