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História Nada planejado [+18] Eruri - Outro alguém


Escrita por: eruristan3

Notas do Autor


olá, capítulo novo ;)
não me matem pf

Capítulo 15 - Outro alguém


  Erwin não reprovou Levi quando o fim do semestre chegou. Ele deu notas e deixou que o moreno passasse em sua matéria, alegando a si mesmo que simplesmente não suportava mais ver o mesmo repetir tanto, uma vez que pôde observar de perto o quanto Levi havia se esforçado. Mas, no fundo do seu coração, ele sabe que apenas fez isso porque não tinha certeza se poderia ficar mais seis meses com o menor na mesma sala, sem nem poder conseguir olhá-lo ou responder a qualquer pergunta, caso ele tivesse alguma dúvida. Erwin estava sendo egoísta, é claro. Olhando para trás, quase dois meses depois que ele quebrou mais essa regra, o loiro se sentiu ridículo, ele realmente achou que não poderia superar Levi de forma alguma que se viu obrigado a fazer isso? Que besteira.

  Besteira, porque esse tempo na sua vida ocorreu muito melhor do que ele pensara. Óbvio, as primeiras semanas foram difíceis e devastadoras, encontrar algo de Levi em sua casa o fazia voltar para a estaca zero, o deixando completamente deprimido e até mesmo solitário de novo. Contudo, desde que voltou a sair com seu amigo e, eventualmente outras pessoas, Erwin começou a se sentir renovado e talvez, só talvez, pronto para começar de novo.

  Foi assim que ele conheceu Ian, um amigo de Mike, aquele que supostamente tinha o vídeo game de quando ambos eram adolescentes. Aquele que Erwin notou ser um homem engraçado e inteligente, e que tinha muito em comum com o loiro. Os dois se conheceram numa festa de confraternização da empresa de Mike, a qual o mesmo insistiu por semanas para Erwin ir, argumentando que seria bom que o loiro saísse um pouco da sua rotina. E bem, ele estava certo, afinal. Não foi uma completa perda de tempo, Erwin conheceu alguém, ele sentiu que esse poderia ser o começo para superar aquele que, da mesma forma que surgiu em sua vida, também saiu dela.

- Há quanto tempo vocês estão saindo? – Mike perguntou a seu amigo, era a segunda vez que eles estavam jogando na casa do maior.

- Uma semana, mais ou menos.

- E o que está achando dele?

- Ele é legal, você sabe.

- Sim, eu sei, mas estou perguntando do seu ponto de vista. É você que tem transado com ele, não eu. – Mike disse rindo e olhou para Erwin, que estava completamente sério agora. – Vocês...

- Não. Não ainda.

- Por que?

- É complicado, Mike.

- Mesmo? Porque eu achei que se você gostasse da pessoa e conseguisse ficasse duro, era o suficiente. Ou é alguma outra coisa que está te impedindo?

  Erwin calou a boca, ele certamente não queria mais falar sobre aquilo, pois algo estava sim o impedindo. Apesar de sentir que superou Levi de alguma forma, ele não conseguia se imaginar outra pessoa na cama, talvez porque seu tempo com Levi tenha sido perfeito, o jeito que ele o chupava, o jeito que ele gemia quando Erwin... Não. Não interessa agora. Erwin estava com Ian e era somente nele que iria pensar caso fossem fazer algo a mais.

  Depois de mais uma semana, Ian estava em sua casa, Erwin havia feito um jantar após um passeio que eles deram no shopping, um típico encontro, nada demais. A não ser pelo fato de que seu novo parceiro estava dando indiretas o tempo de todo de que queria muito dormir com Erwin. E ele, bem, talvez no fundo ele quisesse também, mas uma parte sua se sentia tão nervosa, como se não fosse o momento certo – ou a pessoa certa, ele pensaria isso mais tarde –. Algo simplesmente não parecia se encaixar.

- Erwin? – Ian disse se aproximando dele no sofá, eles estavam assistindo a um filme antigo, o qual o loiro realmente queria prestar atenção.

- Hum?

  Ian colocou a mão na sua perna e fez um pequeno carinho, era legal, confortável, mas então ele beijou seu pescoço e subiu para largar um beijo desleixado e cheio de vontade nos lábios de Erwin, e o mesmo retribuiu, ele não queria que seu parceiro...? namorado? ficasse constrangido ou algo assim. Eles começaram a se beijar cada vez mais intenso e Erwin sentiu que iria explodir, ele saiu do beijo e respirou ofegante, olhando para Ian que tinha uma feição completamente confusa, como se tivesse feito algo errado.

- Está tudo bem?

- Sim... Desculpe, eu só... Desculpe.

- Você quer continuar? – Ele perguntou. Tão atencioso e gentil, provavelmente querendo isso desde que se conheceram, mas sempre esperando ter confirmação do loiro. Isso era incrível, era... Diferente, também.

  Erwin se sentiu estúpido por um momento, agindo como se fosse sua primeira vez ou algo do tipo, sendo que já esteve com outras pessoas antes, não tinha necessidade nenhuma de se comportar assim, certo? Ele não se considerava ruim também. Então, eles voltaram se beijar, Erwin estava decidido a ir até o fim, mas quando notou a mão de Ian se aproximando do seu membro, ele simplesmente congelou.

- Ok... – O homem disse se afastando. – É algum problema comigo?

- O que? Não, claro que não. – Erwin respira para se acalmar. – Eu estive... num relacionamento com alguém há pouco tempo e não acabou muito bem. Mas de verdade, não tem nada a ver com você. Eu só...

- Você ainda tem sentimentos pela outra pessoa, então?

  Não. Só é estranho não ser ele aqui.

- Não. Não é isso.

- Tudo bem... Eu acho que vou para casa agora, dar um tempo para você. – Oh, Ian... – Eu te mando mensagem amanhã?

- Sim, claro. – Erwin respondeu se levantando e abrindo a porta para Ian sair. – Desculpe, mais uma vez.

- Sem problemas. – Ele disse segurando o rosto do loiro e dando um beijo no canto da sua boca. – Eu realmente gosto de você, Erwin.

  “Eu também”. Diga. “Eu também”. Você sabe que gosta. Diga.

  Erwin sorriu e desejou boa volta para casa.

 

 

 

 

 

 

 

 

- Levi? – Isabel chamou, sua voz estava meio apreensiva, e ela quase nunca tinha cuidado para falar as coisas, isso foi o suficiente para chamar a atenção do moreno.

- Oi.

- Você e Erwin... Ainda estão juntos?

  Levi cerrou os dentes, ele não havia contado direito para as outras pessoas, não que não confiasse, ele simplesmente não suportava esse assunto. Preferia fazer um milhão de cálculos nas aulas do que falar ou ouvir o nome de Erwin de novo, afinal, já bastava seus pensamentos não colaborarem, sempre trazendo à tona imagens do loiro ou momentos dos dois. Então, ter pessoas também falando disso era a última coisa que ele queria.

- Por que quer saber?

- Bem, eu não gostaria que ele estivesse te traindo.

  Não...

- O que você quer dizer?

- Eu o vi ontem no shopping... e ele... ele estava com outro alguém, de mãos dadas.

  Oh, Deus, tudo menos isso.

- Não estamos juntos, mas eu não gostaria de falar sobre. - Ele diz se levantando do sofá e indo para seu quarto, se jogando na cama no instante em que percebe seu rosto molhado. As lágrimas queimam feito ácido, seus olhos estão inchados e vermelhos e sua respiração irregular. Ele sente seu coração bater forte dentro do peito, quase como se quisesse ir embora dali, parar de existir, parar de sentir dor, parar de amar alguém que não o ama mais. Levi começa a soluçar, seu nariz entope e ele se acha nojento agora, uma criança deveria chorar assim, não ele, não alguém que já passou por coisa pior na vida e nunca se quer choramingou a respeito.

  É infantil e desconfortável, mas quase inevitável, porque Levi desejava isso, de certa forma, ele desejava que Erwin fosse feliz com outra pessoa, desejava que Erwin se recuperasse e que seguisse em frente, ele só não esperava que fosse tão cedo assim. Somente dois meses desde que terminaram. Dois meses. E agora, existe outro alguém. Alguém que pode beijar sua boca tão perfeita, alguém que pode receber seus carinhos, alguém que pode olhar seu lindo e dengoso rosto de manhã cedo depois do sono. Alguém que é fodido por ele – ou o fode -, alguém pode ver seus olhos azuis ou seu sorriso brilhante, e elogiá-los até receber aquele beijo. Alguém que pode declarar seu amor para ele, e exalar seu perfume inigualável. Alguém que pode ter Erwin para si, alguém que pode ser feliz de verdade por causa dele.

  Levi chora mais um pouco, tentando ao máximo não fazer nenhum barulho e não gritar maldições que tomam conta dos seus pensamentos. No entanto, ele falha, como em tudo que tem feito agora. Isabel aparece aflita no seu quarto, se sentando ao seu lado na cama e pondo a mão em seus cabelos, fazendo um carinho gentil e reconfortante que, em outras vezes, Levi não permitiria, mas que agora ele deseja que não pare, não até ele conseguir se acalmar e dormir.

- Desculpe ter te contando isso. – Isabel sussurra e Levi grunhe em resposta, ele não estava apto a responder com palavras. – Shhh, você vai ficar bem, Le. Eu sei que vai. Eu não sei o que aconteceu, nunca te vi assim... Mas eu sei que você vai superar, é a pessoa mais forte que conheço.

- Eu estraguei tudo. – Levi finalmente fala, tirando seu rosto do travesseiro para olhar sua irmã. – Eu sempre faço isso. – Ele não queria desabafar, não assim, todavia, se sentia tão vulnerável que foi quase impossível não fazer.

- O que? Você bateu com a cabeça numa pedra?

- Não é engraçado.

- Eu não estou tentando ser engraçada, simplesmente acho ridículo esse seu pensamento. Ridículo.

- Não é-

- Olha, Levi, eu entendo se você não quiser contar o que aconteceu, você não precisa. Mas, por favor, não diga isso de si mesmo. Por favor. Se foi sua culpa, então tente se conformar, a menos que tenha vontade de se esclarecer ou pedir perdão a ele.

- É claro que eu tenho, só... Não posso.

- Bunda pra cima, então! Eu te amo, mas não vou deixar você aqui jogado tendo pena de si mesmo! – Ela diz dando-lhe um soco fraco no braço e um beijo na cabeça logo em seguida. Levi sabe que Isabel nunca foi boa com palavras de conforto, nenhum deles, na verdade, talvez Farlan fosse o melhor nisso. Ainda sim, ele apreciou como ela tentou cuidar da situação agora, sendo doce e mandona ao mesmo tempo, algo típico, porém que com certeza ajudou, no final das contas.

 Levi agradece e lhe dá um abraço, ele não é disso, mas foda-se, está tudo bem agir assim hoje, não? O moreno se despede de Isabel que vai para seu próprio quarto agora, o deixando sozinho de novo com seus pensamentos. Eventualmente, Levi começa a pegar no sono, a única coisa que passa em sua mente antes de apagar é ele prometendo a si mesmo que essa será – talvez - a última vez que irá chorar por Erwin. Ele precisa seguir em frente também, certo?

 Não adianta mais chorar por isso.

 

 


Notas Finais


desculpem qualquer erro <3


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