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História Nameless Future - Liberdade


Escrita por: pinkblooded

Notas do Autor


Oi meus amores <3 Capítulo adiantado, yeah! Soa como uma desculpa por ter atrasado um dia na semana passada, mas na verdade eu tava só inspirada mesmo IOASFUASFBAFU
E sim, a partir de agora, os nomes dos chapters serão em português. Acho que fica melhor assim.
Boa leitura <33

Capítulo 4 - Liberdade


Fanfic / Fanfiction Nameless Future - Liberdade

-Pode entrar –falou audivelmente para que quem bateu à porta escutasse.

  Akira observou a maçaneta da porta girar, a mesma fazendo um ruído quando finalmente destravada. Seus olhos se arregalaram, franzindo o cenho e se perguntando o que diabos aquele homem baixo, barrigudo e dono de uma barba rala e mal cuidada, fazia ali.

-Tio?

-Olá Akira, há quanto tempo, não?

-Pensei que viria só na terça-feira, não esperava ter o prazer de sua ilustre presença até lá –riu soprado. O ângulo ao qual olhava o homem mais velho, fazendo com que seus olhos fossem direcionados para cima e não à frente, apenas acentuava mais o desdém presente naquela afirmação.

-Ora, que coisa não? Fico feliz pela calorosa recepção –largou um sorriso fechado e levantou as sobrancelhas, pendendo de leve a cabeça para a esquerda e logo voltando à expressão sem vida de sempre. –O que queria falar comigo? Se me fez vir aqui pra ouvir algo que não seja importante, já estou indo embora.

  Suzuki bufou, colocando as mãos nos joelhos e se levantando. Era óbvio até demais que não gostava da presença do parente e definitivamente não teria convocado sua presença se não fosse algo realmente muito necessário.

-Nee, Ruki –falou virando-se para o que ainda estava sentado e observando aquela situação –Pode nos dar licença um momento? Preciso falar com o meu tio.

-Ah, hã, sim, claro –balançava a cabeça em concordância, logo se levantando, fazendo uma ligeira reverência ao tio de Reita e saindo de dentro da sala.

  Não é como se o loiro não quisesse o mais baixo ali ouvindo e participando da conversa, mas sabia que seria melhor fazer isso só e sem sentir a aura de preocupação que provavelmente envolveria o mais novo, que tentaria convencer-lhe de não fazer o que já havia decidido que iria não importasse o que.

-Sente-se –disse dirigindo-se à cadeira atrás da mesa e se sentando, vendo que o tio também já o fazia. –O motivo pelo qual te chamei aqui é sim importante, se é o que quer saber. Aliás, pra você, tenho quase certeza de que vai ser motivo de grande comemoração –apoiou seus cotovelos na mesa, enlaçando os dedos e encaixando eu queixo no espaço que os dois dedões proporcionavam. Respirou fundo e os desenlaçou, deixando os braços cruzados sobre o peito e a postura ereta, as costas encostando-se à cadeira. Sua expressão era séria, e apesar da decisão já ter sido feita por ele, lá, bem fundo, tinha dó de deixar tudo nas mãos daquele homem. –Eu decidi abrir mão da herança. Parabéns, esse lugar aqui será todo e inteiramente seu depois que arrumarmos a papelada –levantou os braços na altura de sua cabeça, como que mostrando sobre o que falava.

  O homem à sua frente por um momento ficou sem reação, mas não demorou a soltar uma alta gargalhada.

-Tá brincando comigo, garoto?! –continuou a rir. –Você sabe muito bem que já que aceitou a herança agora não pode mais voltar atrás! –seus olhos lacrimejavam pela quantidade exagerada de risadas. Achava aquilo tudo uma grande piada.

-Primeiramente, eu não “aceitei”. Fiz isso porque minha mãe disse que eu deveria honrar os desejos de meu pai, e apesar de saber que a única coisa que ela queria era ter o dinheiro voltado lado da nossa família, eu aceitei. Assinei todos aqueles maditos papéis que de certa forma selavam a merda do meu destino, e a dois anos estou aqui, dando espaço à bandas que querem crescer e virar algo significativo na mídia. Sabe, até que não era tão ruim assim. Eu nunca tive problemas com nada, nunca passei por desemprego ou decadência financeira... Porém, há alguns meses atrás, eu descobri o que realmente quero fazer. Eu quero liberdade. Quero seguir um caminho trilhado por mim mesmo, no qual eu tenha que aprender a sobreviver do jeito que for possível. Não quero mais viver às custas de algo que nem fui eu que construí e que caso algo desse errado, eu certamente iria para o fundo do poço por não saber me virar.

-Isso é uma completa estupidez, Akira! –havia parado de rir para ouvir o que o sobrinho dizia, mas voltara a fazê-lo. –Por Kami... –mantia estampado em seu rosto um sorriso debochado enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro. –Bom, dane-se, sabe que eu não dou a mínima e não vou fazer nada pra te convencer a voltar atrás. Mas estou curioso pra saber como é que vai fazer para transferir isso tudo pra mim, afinal, é uma herança.

-Bom... A herança me foi dada por meio de um testamento que meu pai, seu irmão, deixou. Ou seja, esse lugar é meu, e aquela conta no banco, que não faço ideia do quanto tem guardado –provavelmente é muito-, também é minha. Como já deve saber, prezado tio, o segundo herdeiro na lista era justamente você. Mesmo assim, eu não posso transferir a propriedade nem nada, porque já aceitei tudo e depois de feito isso não é permitido voltar atrás. A única forma de tudo facilmente passar para as suas mãos seria a minha morte, mas como eu definitivamente não pretendo morrer, faremos o seguinte: sabe a conta no banco? No testamento era o que constava, então judicialmente eu só poderia a utilizar com 21 anos, e essa foi exatamente a idade que fiz há não mais de dois meses. Não encostei um dedo sequer daquele dinheiro ainda, pois havia decidido que o guardaria para caso um imprevisto surgisse no futuro e eu precisasse dele. Nem mesmo conferi a quantia que tem lá, porque bom, de certa forma sou mesmo inconsequente –sorriu.

  Seu tio já havia parado de rir a algum tempo e agora prestava toda a atenção possível no –pode se assim dizer- garoto de cabelos descoloridos à sua frente. Reita continuou:

-Hoje mesmo eu vou conferir o extrato daquela conta e ver o quanto tem nela. Vou pedir que um avaliador venha aqui na terça-feira e me diga o quanto esse local vale. Eu te darei meu próprio dinheiro para que compre a minha propriedade. Bom, é claro que eu não simplesmente te daria a grana por nada e esperaria que obedientemente comprasse a casa de shows, então pedi que um advogado fizesse um contrato especial no qual consta que o dinheiro que receber emprestado de mim, será inteiramente usado no pagamento –abriu uma das gavetas da mesa e tirou uma folha de dentro dela, dispondo-a sobre a madeira. O homem estendeu os dedos gordos, segurando e lendo cada frase impressa no papel de boa qualidade com atenção.

  Até aquela hora, o irmão do falecido pai de Suzuki Akira achava que apenas pelo fato de o sobrinho ter meros 21 anos, seria fácil de lhe passar a perna. Akira lhe provou estar completamente errado.

-E então, o que acha? Está de acordo? –indagou-lhe o loiro.

-É, sim... Estou –respondeu de má vontade com um leve toque de frustração na voz, largando o contrato de qualquer jeito em cima da mesa.

-Nos vemos na semana que vem, então –sorriu vitorioso. –Eu te ligo pra combinar o dia e a hora.

  Sem se despedir seu tio levantou da cadeira e foi em direção à porta, girando a maçaneta e a fechando bruscamente, deixando ali naquela sala um Suzuki sorridente. Passou reto por Ruki, que se encontrava sentado no chão ao lado da entrada do escritório –por mais que tivessem duas poltronas pretas ali do lado de fora.

  Takanori logo se levantou e adentrou a sala sem nem mesmo bater à porta.

-O que foi que aconteceu? Seu tio parecia bem irritado –franziu o cenho.

-Oh, ele apenas se deu mal quanto a achar que poderia me passar a perna. Pobre homem idiota e avarento –pôs a mão no peito, fazendo uma careta de pena e usando uma entonação na voz que sugeriam forte ironia.

-Não entendi...

-Só o que tenho a te dizer, Taka –levantou-se caminhando para perto do mais novo, carinhosamente pondo uma mão em cada lado de seu rosto. –É que agora vou poder fazer parte da banda e... Te conhecer cada vez mais –deu um beijo na testa do outro, fazendo-o corar como uma garotinha e até mesmo esquecer de xinga-lo por ter realmente escolhido abandonar aquilo tudo que possuía e ir em direção de um futuro incerto.

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  Era final de uma tarde de sábado, e Reita havia a recém acabado de sair de dentro de sua ex-sala de trabalho. Sim, aquele lugar já não era mais propriedade de Suzuki Akira: a partir daquele dia, o nome que constava na placa em cima da mesa do escritório do diretor da casa de shows, era Suzuki Masao.

  Akira jamais havia se sentido tão feliz. Era como se tivesse tirado um enorme fardo das costas, o alívio que sentia era inigualável. E ele sabia que o que sentia não se devia apenas a ter se livrado daquilo tudo: viveria da música, e mais que isso, se o destino quisesse, ao lado de seu pequeno.

  Logo após chegar ao seu apartamento, começou a pensar sobre o que lhe esperaria dali pra frente. Será que o emprego lhe permitiria pagar todas as despesas sem ter que todos os meses se preocupar com o valor das contas minimamente ultrapassar o normal? Só não pensava em ser talvez despejado do apartamento em que morava, porque este era seu. Apesar de tudo, cortes de gastos não lhe eram uma preocupação, pois realmente não se importava em ter que fazer isso.

  Largou as chaves em cima de uma pequena mesa de mármore branco e redondo que ficava do lado direito da porta marrom escuro do apartamento, não dando importância ao tilintar que a porcelana do vaso de rosas vermelhas que emanavam um cheiro doce fez ao entrar em contato com o metal.

  Seguiu direto para a sala, pegando o controle da televisão que estava em cima do braço do sofá de couro cor de creme e a ligando no canal de notícias. Puro costume, pois logo ao fazer isso jogou o controle de volta ao local em que o havia pegado e foi em direção à porta de seu quarto, tirando e jogando as peças de roupa que usava em qualquer canto pelo meio do caminho, assim já chegando despido ao grande box feito todo em azulejos brancos, tal como todo o resto do banheiro –mas não antes de ligar o sistema de ar condicionado da residência.

  Ligou o chuveiro já entrando debaixo da água, não se importando em dar tempo para que a resistência a deixasse em uma temperatura em parte morna. Seu corpo se arrepiou por um instante com a água gelada que parecia lhe adentrar a pele, mas logo relaxou quando a temperatura se tornou mais agradável. Mesmo com o calor, um banho de gelar a alma não é algo que a maioria das pessoas tem o costume de apreciar.

  Demorou um pouco mais que o usual, pois o shampoo que fazia com que seu cabelo não ficasse manchado e com uma cor amarelo ovo exigia alguns minutos de ação. Sentou no chão do box, novamente pensando sobre o futuro. Pensou em Ruki e no quanto aquele baixinho havia lhe pego desprevenido, aparecendo do nada em sua vida e a deixando mais viva. Pensou no quanto o queria ter sempre por perto e no quão agradecido estava por tê-lo tirado dos anos de vida monótona que estavam lhe esperando como em uma emboscada.

  Minutos depois levantou-se e enxaguou os fios, tirando a espuma lilás deles e logo passando o condicionador. Todos os dias eram uma luta diária para deixar as pontas duplas menos evidentes, tirar a coloração de um cabelo preto não era assim tão simples, cuidar dele depois de fazer isso, muito menos. Enquanto deixava a pasta branca em seu cabelo, ensaboou o corpo com o sabonete líquido de lavanda que costumava usar. O cheiro, ao menos para o olfato de Reita, durava por não mais que uma hora; mas para as pessoas que chegavam perto dele, o odor suave era perceptível sempre.

  Deixou que a água levasse a espuma em seu corpo e o produto em seus cabelos, agora finalmente sentindo-se limpo novamente. Desligou o chuveiro, usando a toalha pendurada na porta de vidro liso do box para secar o corpo e tirar o excesso de água da cabeça. Vestiu uma boxer preta e usou um secador para finalizar o trabalho, logo preguiçosamente dirigindo-se à cozinha e pegando qualquer coisa aleatória no armário, jogando-se no sofá da sala com um pão recheado de chocolate em mãos. As imagens do noticiário passavam despercebidas por seus olhos.

  A única coisa na qual ele ainda pensava, era no futuro.


Notas Finais


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