História Namorado de Aluguel (Imagine Jungkook) - Ela não perde por esperar.

  Abro os olhos meia sonolenta sentindo meu corpo balançar suavemente sobre algo macio. Rachel dirigia o carro apressadamente, como se estivesse transportando alguém preste a morrer. O automóvel parou de frente a um grande hospital, que conheço bem, afinal meus pais trabalham aqui há anos.

– Graças a Deus você acordou. Vamos, levante – Saiu do carro, abriu a porta do passageiro, me chamando pro lado de fora.

– (S/n) quer ficar aqui. Aí fora tem bicho mal. Meu príncipe ficou caído no castelo – Cruzo os braços determinada a não mover um músculo. Se ela pensa que vai me tirar daqui tão facilmente, está muito enganada.

– Não há bicho nenhum querendo lhe raptar amiga. Vamos seu príncipe está te esperando lá dentro – Fala fazendo meus olhinhos brilharem.

– Qual Jungkook está lá dentro? O loiro ou o moreno? – Pergunto desconfiada. Tenho que conhecer perfeitamente a proposta antes de ceder suas vontades, vai que esteja tramando me levar pro cara mal.

– Os dois príncipes estão te esperando – Ao dizer isso sai do carro rapidamente, sem pensar duas vezes nas consequências de meus atos.

A mesma me segurou, nos guiando entre as imensas paredes brancas mais perdida que uma barata tonta. Esse lugar é semelhante a um labirinto, papai deve ser perder por esses corredores certamente.

– Boa noite, a senhora poderia chamar a doutora Jade e o doutor Miguel, por favor? – Parou apoiando seu peso no balcão, perguntando pra uma velha bruxa carrancuda. Essa mulher deixa evidente que é mal amada – É sobre a filha deles, tem como ajudar ou terei que pedir pra outra pessoa que se proponha a trabalhar?

A bruxa pegou o telefone, digitando alguns números no teclado e esperou na linha, batucando as unhas no balcão. Será que está ligando pra polícia? Iria adorar ser presa, talvez eu tenha um fetiche por homens de farda. Só talvez.

– Jade está lhe aguardando na sala 217. É só pegar o elevador pro quinto andar e seguir pela direita. Não tem erro – Informou, esboçando um sorriso falso.

Rachel virou as costas e voltou a andar comigo sem agradecer pela ajuda. Passamos de frente a um local cheio de gente sentados esperando alguma coisa, deve ser a fila da merenda com certeza.

Adentramos uma espécie de caixa de metal, o que me fez arregalar os olhos. Minha melhor amiga está me prendendo, aí socorro estou ficando sem ar nos pulmões. Encosto as costas na parede metálico e a deslizo até o chão com os olhos cheios de lágrimas, estou num hospício, estão me internando porque fiquei louca.

– Por que está chorando? Sente alguma dor? – Se agachou próximo a mim. Segurou minha destra a puxando com força pra cima, me erguendo.

– Meu coração dói, por que ele está doendo? – Pergunto entre lágrimas. Sinto que fiz algo errado, mas não lembro o que pode ter sido.

Antes de obter a resposta, avisto meus pais andarem em passos largos pelo corredor vindo em nossa direção. Jade analisa bem meu estado, sempre observadora.

– Ela está bêbada? – Papai pergunta ao tirar meu braço dos ombros de Rachel. As pernas fraquejam levando meu corpo a se chocar agressivamente com chão. Miguel me ergue, colocando sobre seus braços fortes.

– Eu a encontrei assim. Ela está falando coisas esquisitas, pelo que aparenta confundiu Taehyung com o Jeon, que saiu revoltado da festa – Contou o fato que desconheço. Preciso comunicarei aos mais velhos de que a jovem a nossa frente é doida, internação na certa. Onde já se viu, euzinha confundir meu namorado com o Tae, garota maluca.

É muito bom voltar a ser criança, sentir saudades de ser carregada no colo, agora só faltou um desenho animado na televisão e uma maravilhosa mamadeira com achocolatado. Papai está me levando pra algum lugar, espero que tenha comida, pois estou faminta.

No meio do caminho avisto uma garotinha andando com um animal nos braços alegre.

– Que cavalo lindo, olha papai – Apontei pro animal no colo da criança saltitando pelo corredor.

– Aquilo é um chihuahua filha – Explicou me encarando esquisito.

– É uma nova raça de cavalos? – Volto a perguntar, pondo o dedo sobre os lábios pensativa.

– Jade, acho que alguém drogou nossa filha – Diz ao me deitar sobre o colchão duro. Quero ir pra casa, isso vai me deixar com dor nas costas e não consigo dormir sem ser abraçada pelo Jeon, alguém por favor poderia ir chamar ele?

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Desperto ainda um pouco sonolenta, faço uma expressão de dor posicionando a destra sobre a desta, minha cabeça está explodindo. Olho toda a extensão do quarto pálido, analisando bem a situação. Não lembro de como vim parar no hospital, afinal o que aconteceu na festa de aniversário do Namjoon?

Segundos depois avisto Rachael adentrar o cômodo com um pacote de biscoito em mãos, saboreando as pequenas esferas de chocolate com recheio de morando, seus favoritos.

– Que bom que acordou, está se sentindo bem? – Perguntou curiosa.

– Minha cabeça está doendo – Confesso suspirando.

– Irei avisar seus pais, já volto – Saiu novamente do quarto, me fazendo bufar descontente com a situação.

A última coisa que me recordo é da Carol comentando sobre seu relacionamento com o aniversariante. Queria conselhos sobre o par de chifres que colocou na cabeça do Nam, como se eu soubesse o que fazer numa situação dessas, afinal jamais faria isso com Jeon.

Após toda a conversa que tivemos, os próximos episódios incrivelmente foram apagados de minha memória pela metade, não consigo lembrar de nada que ocorreu depois. Tudo havia se tornado uma mancha, porém sinto que sou culpada de algo, mas não sei o que exatamente.

Se estou no hospital, porque meu namorado não está aqui como acompanhante? Merda será que fiz alguma coisa na festa que o magoou? Esse sentimento de culpa não sai do peito, (S/n) e bebidas alcoólicas não combinam na mesma frase.

– Filha – Diz Jade ao entrar no quarto acompanhada de seu marido e minha melhor amiga – Tome esse comprimido, irá melhor sua enxaqueca.

Assentir pegando a cápsula dentro de um copinho de café, o jogando na boca. Tomo água gelada para ajudar no processo da deglutição, agradecendo a mais velha por seus cuidados.

– Por que estou aqui? – Pergunto, observando meus pais se entreolharam de relance.

– Não se recorda de nada? – Miguel finalmente se pronuncia ao sentar no canto do leito. Apenas nego com a cabeça, tentando preparar o psicólogo para a merda que fiz – Quando chegou no hospital pensávamos que havia ingerido álcool demais, porém resolvemos mesmo assim fazer um enxame de sangue pra ter certeza do ocorrido.

Era impossível ter ficado bêbada, só tomei apenas um drink, que por sinal estava maravilhoso. O desejo de repetir aquele treco avermelhado era enorme, mas não o fiz.

– Nos enxames constatou que ingeriu uma pequena quantidade de ecstasy, por isso as alucinações – Meu olhos arregalaram-se com o resultado laboratorial – Preciso que seja sincera comigo filha.

– Juro que não ingerir droga alguma, nunca faria uma coisa dessa por favor acreditem em mim – Começo a chorar desesperadamente. Queria o Jeon aqui pra me reconfortar, só ele sabe fazer isso perfeitamente – Cadê meu namorado? Está lá fora?

– Digamos que no momento ele não quer a ver nem pintada de ouro – Rachel esclarece baixinho, como se estivesse com medo e triste ao mesmo tempo – Amiga, ontem você quase transou com o Tae pensando que era o Jungkook, e ele acabou vendo ambos no quarto. Desculpa, quando eu cheguei não dava pra fazer mais nada. Apareci na casa dele hoje cedo para tentar conversar, mas fui mandada embora quase a pontapé.

Pisco os olhos freneticamente, os sentindo ficar inundados de lágrimas. Sento na cama abraçando forte minha mãe, colocando pra fora toda a dor que estou sentindo.

– Filha, se não consumiu o alucinógeno por espontânea vontade, quem a drogou? – Essa era uma boa pergunta pai, também queria saber.

A única coisa que consumir naquele lugar até onde me lembro foi a Margarita. Será que Carol jogou a droga na minha bebida? Se bem que a mesma teve oportunidade de fazer isso na hora que corri pra socorrer a garota passando mal no canto da festa.

O pesadelo era real e a culpa disso tudo era minha. Como posso ser tão burra e acreditar nos outros assim tão facilmente? Jungkook avisou que a cobra estava aprontando algo, mas não imaginei que seria num nível tão baixo assim, a cada dia que passa me surpreendo mais com suas maldades sem fim.

Se a garota que acreditei ser minha amiga realmente fez isso, ela não perde por esperar. Porque não irá cometer tal atrocidade e sair impune, vou tornar a vida dela um completo inferno. Começando por sua queria infidelidade, Namjoon não merece ser motivo de piada entre seus amigo por causa da vadia que divide a cama consigo e com vários outros. Estarei apenas o livrando de um encosto que não merece.

  O melhor ainda está por vir Carol, espero que aprecie com moderação.