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História Namorar é difícil! - Meu Totodoroki


Escrita por: HQueenElla

Capítulo 15 - Meu Totodoroki


Fanfic / Fanfiction Namorar é difícil! - Meu Totodoroki

Clínicas Reformatórias de Saúde Jardins de Hong Kong - Momo POV'S ON

Eu estava no hospital para tirar o gesso do pé, finalmente. Shouto me esperou tira-lo e em seguida, fomos visitar sua mãe. Ela é a pessoa mais simpática e amorosa que já conheci, um exemplo perfeito de delicadeza e fortaleza como mulher. 

Todoroki Anna estava internada neste hospital alguns anos, já que ela sofria de uma depressão profunda por conta de sérios problemas familiares (e em boa parte, fora culpa do pai de Shouto, pessoa a qual ele vê com bastante repulsa hoje em dia). 

- Momo-san! -ela me sorriu tão lindamente que dava vontade de guarda-la num potinho- Como está o pé? 

- Melhor, finalmente! -sorri- Mesmo sem o gesso, o pé está muito inchado e dolorido, então preciso mantê-lo imóvel por mais dois dias. 

- Ah, por isso a bota ortopédica? 

- Sim Senhora. -Shouto me fez sentar na poltrona ao lado da qual sua mãe ocupava, meu vestido verde subiu um pouco, mas não era nada que me deixasse exposta. Ele sentou na cadeira da escrivaninha após trocar as flores do vaso. - E como a senhora está? 

- Sendo sincera, minha recuperação já chegou no auge, só que... estou com medo de voltar pra casa. -seu sorriso diminuiu, encarei meu namorado de relance, um suspiro longo saiu das narinas- Sei que meu marido também está tendo dificuldades em aceitar os novos resultados dos exames, mas... Eu acho que... tenho que ficar com os meus filhos. 

- Entendo que é uma questão muito delicada. 

- Shouto e os outros precisam de mim, só que ás vezes penso... que eles já aprenderam a não dependerem de mais ninguém. -seu olhar era calmo e sábio, aquilo me fazia refletir muito como ser humano. Quero dizer, ela é a mulher do Endeavor, o segundo herói mais importante do mundo, não é uma posição fácil de se estar! 

Ter que se portar quase no nível de uma Primeira Dama, ter de manter ordem tanto na família quanto nos negócios, acima de tudo, passar a imagem da Esposa Perfeita... Tudo isso é um peso enorme. 

Anna ficou muito doente psico e emocionalmente após o incidente da queimadura no rosto do Shouto, as primeiras vezes que eu vinha lhe visitar, ela me contava que se martiriza muito pelo que fez com ele (e assim será por uma eternidade), como mãe, o sentimento de culpa e incapacidade em ser melhor foram como fios de uma bomba-relógio prestes a explodir. O fator que realmente a levou a ser internada de vez, foi a briga que teve com o marido, claro que envolvia seus filhos, mas esta em questão, foi a que devastou seus sentimentos por completo. 

Somente agora eu a vejo sorrir tanto e chorar menos. Ainda é um desafio se acostumar  a sair tanto do hospital, porém, ela sabe que é importante voltar pra casa. 

- A senhora pretende ficar com os avós do Shouto após receber alta? -indaguei pensativa. 

- Não é má ideia, Momo-san, só que eu realmente, quero parar de fugir desse medo incessante. -seu sorriso minimizou ainda mais- Preciso reaprender a conviver com meu marido, e agora, tenho que fazer as coisas do jeito certo. 

Ouvi o barulho de vidro quebrando; Shouto deixou o vaso cair da mesa e sua mão se cortou. Claro que fiquei preocupada (não só pelo corte, mas também sobre o que ele pensava disso), Anna levantara rapidamente e cuidou dele com toda paciência, já que eu ainda não podia ficar me mexendo muito.

Uma enfermeira foi chamada e ela cuidou do corte na mão dele.

 

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Residencial Yaoyorozu

Fomos pra sala de vidro, ao lado do jardim interno. Shouto me sentou em seu colo enquanto minha perna direita estava esticada no sofá, a bota ortopédica incomoda, só que nada estava me incomodando mais que a inquietação do Todoroki. 

- Hey, tá tudo bem? -falei preocupada, eu sabia que não estava nada bem, mas... eu não sabia o que fazer.

- Eu não sei... Não quero imaginar a minha mãe voltando pro pesadelo que era naquela casa. 

- Mas você vê que as coisas não irão mudar se ela não voltar agora? 

- Eu... realmente não sei o que pode acontecer, então... 

A temperatura corporal dele estava mais baixa, o que significa que ele provavelmente, está tão mais preocupado quanto o normal. Abracei seu pescoço e lhe mordi a bochecha. - Isso dói, Momo... -continuei mordendo- Ai... 

- Eu quero te morder! -ri alto- É que você tá muito fofinho fazendo essa cara! 

- Então eu vou morder você inteira... -ele respondeu ao pé do meu ouvido, corei intensamente- 

- Não... 

- Não? -seu sadismo me mata- E por que não? Você estava me mordendo até agora. 

- Mas eu não te mordi no corpo todo. 

- Mas que quero te morder no corpo todo...

- Controla seu fogo no rabo, Todoroki, literalmente! -eu tenho que parar de fazer essas piadas, eu posso morrer com tanto mal gosto.

Senti seus dentes em contato com meu rosto, descendo pelo pescoço e parando no meu ombro. Não sabia o que pensar. - S-Shouto, eu não posso ficar fazendo força. 

- Quem vai fazer sou eu. 

- Deuses, como você é pervertido! -comecei a rir descaradamente- 

- Ué... -ele começou a rir junto- 

- Shouto, sossega! 

- Você quem provoca e depois não aguenta?! 

- Essa perversão é Mal de Todoroki? 

- Sei lá... -ele suspirou entre risos- Quem sabe um dia a gente descobre? 

- É?  

- É... 

Rimos, ás vezes é bom lembrar que somos crianças, de certa forma, não temos tanta cabeça assim para enfrentar tantos problemas como tem sido desde a aparição da Liga dos Vilões no Centro de Treinamento da Yuuei. Ás vezes, é bom lembrar que também somos humanos e precisamos expressar sentimentos; ódio, amor, alegria, tristeza, raiva, compreensão... Tudo isso nos compõe como parte desta natureza complexa que há dentro do planeta. 

 

*

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Deviam ser umas oito horas da noite, Shouto estava dormindo na sala depois de virar quase dois dias acordado para adiantar um trabalho pro pai dele. 

Eu estava com a minha mãe na cozinha, fiquei sentada ao balcão central e ela, sentou do outro lado, me encarava vez ou outra enquanto terminava de picar morangos. Me deu uma taça enorme com sorvete e morango picado. 

- Aqui, querida... 

- Obrigada... -sorriu e logo tratei de enfiar a colher na boca- sorvete é que nem coca-cola! 

- É gostoso? 

- Lógico! Tem o sabor do demônio! -falei sádica e minha mãe apenas bufou revirando os olhos- 

- Eu entendi a lógica da piada, mas não vi tanta graça assim. 

- Hm... -dei de ombros- Como foi seu dia? 

- Um saco, assinei uma papelada enorme no lugar do papai, já que ele está fora do país, pra variar... -retrucou- E você? 

- Tirei o gesso, mas ainda preciso ficar com a bota ortopédica até o pé desinchar. 

- Entendo. -ela me olhou num sorriso estranho, olhou a saída da cozinha e voltou a me encarar- Não vai mesmo acorda-lo? 

- Não, por mais que o Shouto goste de sorvete, eu gosto de saber que ele dorme, então, não, não vou acorda-lo. 

- Querida, posso perguntar uma coisa? 

- Claro! -sorri- O que é? 

- Seja sincera: você dormiu com ele, não foi?

Eu engasguei com a colher na boca. O sorvete entalou na garganta e não descia de jeito nenhum, eu estava ficando roxa e logo ela me fez cuspir tudo de volta (mães são um enigma da natureza), respirei o mais fundo possível, coloquei a cabeça em ordem por um instante. 

- O-o quê?! 

- Conheço a filha que tenho... -droga! Ela é boa nisso!- Só pelo modo que tem se comportado com o Shouto ultimamente dá pra saber de muita coisa. -realmente muito boa!- E então? Vai me contar? 

- V-você quer mesmo saber? -por algum motivo, falar dessas coisas com a minha própria mãe é desconfortável. 

- Ok, então posso contar como foi que você nasceu e... 

- TÁ BOM, TÁ BOM, EU CONTO! -Pelo amor de Deus, não quero nem imaginar como eles me fizeram chegar ao cúmulo da existência em três minutos! - Ah... não sei exatamente o que nos levou a... -lhe encarei e a careta ansiosa dela me deixava mais nervosa que o normal- é muito estranho conversar sobre isso com você. 

- Tudo bem, não tem que me contar agora, se não te deixa confortável, mas... Vou te dizer quatro coisas muito importantes. 

- Hm? 

- Primeira: Seu corpo, suas regras, não me oponho com o que decidir fazer, desde que siga a segunda e a terceira coisa importante. 

- Que seriam? 

- Segunda: Não tenha filhos antes dos meus 50 anos e terceira: faça-me o favor de cuidar de si própria. 

- ... -uma gota escorreu pela minha cabeça- Mas e a quarta coisa? 

- Ah sim, quarta: Nunca, NUNCA MESMO, faça isso com alguém que te deixe infeliz. 

Eu juro que existem muitas coisas sobre a minha mãe que eu não entendo, porém, eu sei que ela tem o modo dela de se importar comigo. Não é como se a grande heroína Jokerbox, Yaoyorozu Ringo, não soubesse cuidar da própria filha, ela apenas tem um jeito diferente de cuidar e criar. Penso eu que cada mãe tem seu jeito, mesmo que no fim, todas digam as mesmas coisas e amem os filhos imensamente. Minha mãe me teve cedo, então para ela, é algo importante saber que eu adquiri tanto maturidade quanto consciência sobre esse tipo de assunto, porque diferente dela, eu "tenho os pés bem no chão" e jamais sairia me aventurando com qualquer pessoa (é óbvio que meu pai não é qualquer pessoa, mas, é no sentido de fazer o que der na telha sem pensar que existem colheitas para o que se planta). 

Antes dela casar com o papai, a mamãe se envolveu com muitas pessoas que não valiam a pena, outras, só ficaram perto dela por interesse, então, ao conhecer o meu pai, ela teve uma quebra muito grande de realidade. O mundo não era a diversão toda que ela achava que era... Havia mais, muito mais em tudo o que se observava de pouco em pouco. Até me descobrirem, mamãe não fazia ideia do que era ter responsabilidades. 

Ao menos, é o que a ba-chan conta pra mim... 

- Momo-chan, independente do que fizer da sua vida, eu sou sua mãe e meu papel é cuidar de você até que eu não esteja mais aqui, me entendeu bem? 

. . .

Seu sorriso é sempre tão bondoso e gentil que faz eu me martirizar por não dizer certas coisas. Assenti e logo sua mão afagou minha cabeça- Você é a coisa mais preciosa que eu tenho, então, não quero apenas que o Shouto cuide de você, quero que ele faça por você o mesmo que eu faço e até mais... 

- Mas o que isso significa, mamãe? -indaguei meio confusa, certas filosofias dela não fazem sentido algum pra mim. 

- Significa que se ele dormiu com você sem a intenção de fazê-la dele, é com pesar que informo que ele está com a mulher de outro homem. 

. . .

É, a mamãe é mesmo incrível! 

- Entendo... -sorri meiga, esta é de fato, a melhor amiga que já pude ter na vida. - Mamãe, seu sorvete está derretendo. 

- Eu ponho de volta na geladeira, mas você não come! 

- EH?! 

- Vai ficar gordinha, meu amor! 

- Para de me chamar de gorda! -fiz bico- 

- Eu não disse que você é, eu disse irá ficar se comer minha taça de sorvete. 

- Oh, então quer dizer que jogou praga aí pra alguém passar mal? -ironizei e ela riu, descendo do banco e indo até a geladeira-

- De jeito nenhum! Mas esse aqui foi a sua tia que mandou! 

- Já está ficando meio tarde -encarei o relógio da cozinha- acho que vou acordar o Shouto... 

- Não precisa. -ela disse sorridente- 

- Como assim? 

- Ele pode dormir aqui. 

- ... -franzi o cenho desconfiada- Tá me gastando, mãe? 

- Nem um pouco.

- Tem coisa errada. -desci calmamente do banco, e andei toda torta até a sala, me apoiando na mobília e nas paredes para não cair. 

 

*

*

*

 

Shouto já esqueceu roupas dele da outra vez que veio aqui, mas eu não as devolvi no dia seguinte (seria complicado fazer isso na escola), então as deixei guardadas nas gavetas. 

Mas ele estava sem pijama e a única coisa que lhe servia... 

- HAHAHAHAHA... -eu não conseguia parar de rir- Você tá tão fofinho! -tirei umas 40 fotos dele naquele pijama.

- Isso não tem graça... -ele parecia meio bravo e constrangido, mas essa expressão só fazia eu me derreter mais. 

- Poxa Shouto, você fica tão fofo com esse pijama de Totoro! -ri alto- O nome é até parecido! 

- Não começa... 

O pijama em si era uma peça inteira no formato do corpo do Totoro, aonde deveria ser a cabeça, era uma touca do próprio pijama, na qual recebeu até a costura das orelhas do personagem. Shouto estava fofinho e com uma careta irada! Era a única coisa que lhe cabia vindo de minha parte (porque o pijama é realmente muito grande - até na minha mãe ele fica largo). - Se mandar isso pra Fuyumi, eu vou ficar bravo de verdade... 

- Não vou mandar pra ela... -mentira, eu já tinha mandado antes mesmo dele falar. 

- Você é péssima mentirosa, Momo. 

- Que eu fiz?! -juro que não consigo parar de rir dele- Nha, mas você tá fofo! 

- Me sinto um plâncton sendo comido por uma baleia Jubarte. 

- Mas que droga de comparação foi essa?! -minha risada aumentou- Até a minha mãe te achou fofo nesse pijama! 

- Eu vou embora, estou falando sério... 

- Não pode. -retruquei lhe puxando para ficar mais perto da cama- 

- Claro que posso. 

- Não pode não, o Totoro gosta de dormir em lugares confortáveis. 

- Tipo a minha própria cama. 

- A minha cama é melhor que a sua, aceita que dói menos. -dei de ombros, ainda lhe segurando- 

- Tsc, é porque você é uma mimada, eu gosto da minha cama não ter um colchão de gelatina que nem esse. 

- Colchão de gelatina que te faz dormir perfeitamente bem, senta e chora, querido! 

- Você tá implicante hoje, hein? 

- É porque eu sou um neném, Shouto... -sorri grande e ele riu de canto, me beijando e deitando ao meu lado, encaramos o teto da cama e sua mão entrelaçou a minha- 

- Um neném muito necessitado de atenção, diga-se de passagem. 

- Nha, eu sou um amorzinho! 

- Não é tão amorzinho quanto o Totoro. 

- E por quê? 

- Porque o Totoro é legal com todo mundo, principalmente com as crianças. 

- As crianças pulam na barriga dele, eu não posso fazer isso em você, Shouto.

- Mas as crianças dormem com ele. 

- Isso eu posso fazer. -sorri, me entortando um pouco e encostando a cabeça em sua barriga. Senti afagos leves na cabeça e como meu cabelo estava solto, era como se ele estivesse penteando-o. - Eu amo o Totoro... Ele é o melhor espírito de natureza já desenhado em toda história da animação. 

- Também concordo. 

- Mas eu acho que amo mais o Totodoroki. 

- ... -comecei a rir da careta dele- Que porra de nome é esse? 

- O seu. 

- Sério, eu odeio quando você faz trocadilho com o meu nome. 

- E ainda assim você me ama, então, continue sendo um bom Totodoroki e repita o que digo! 

- O quê? 

- Eu te amo. -sorri e ele corou, colocando uma mão na frente do rosto (que cena fofinha!)

- Eu te amo... 

PARE DE SER TÃO FOFO! EU VOU TE PRENDER NUM POTINHO! 

- B-Boa noite... 

Se eu morrer hoje, vai ser culpa do Shouto! E vou morrer por causa da fofura dele, que escrevam isso na causa do óbito!

 



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