História Namoro por contrato - Epílogo

P.o.v Suga .

Clarie por incrível que pareça, conseguiu me fazer rir. Ela era divertida, não foi atoa que me apaixonei por ela um dia. Eu estava sentado no balcão da cozinha a observando tentar fazer um macarrão, ela era uma negação na cozinha!

—Devia ter deixado eu cozinhar! - Dei de ombros.

—Eu estou indo bem, admita! - Começamos a rir.

—Não posso admitir algo que não esta certo!

—Você vai ver quando comer, vai estar uma delicia!

—Eu não vou comer essa coisa, não mesmo!

—Claro que vai!

—Não vou não.

—Vai, nem que eu tenha que enfiar goela a baixo... - Ficamos um tempo em silêncio. - A gente se divertia muito...

—Clarie!

—Não sente falta? - Ela se sentou ao meu lado.

—As vezes... Mas passou.

—Você gosta mesmo dela não é?

—Tudo passa.

—Suga... Desculpa, vamos mudar de assunto. Hora de comer meu macarrão. - Dei um breve sorriso.

—Nunca!

P.o.v Melanie.

—Porra Mel! E agora?

—Eu não to grávida Matthew, não tem como...

—Claro que tem! Por que não usaram a porra da camisinha?

—Sei lá! Eu não pensei em nada... Ai meu deus! Não pode ser.

—Ta, calma... A gente precisa de um teste...

—A farmácia dele estar fechada agora!

—Amanhã a gente compra então!

—Eu vou morrer até amanhã!

—Fazer o que? Vai ter que esperar!

[...]

Já eram quatro e meia da manhã, e tudo o que eu tinha feito era ficar encarando o teto, e torcendo pra não estar grávida. Eu nem sei onde o Suga pode estar agora, não sei nem como vou contar pra ele!

Cinco horas... A farmácia deve estar abrindo agora. Me levantei sem fazer barulho, pra não acordar o Matthew que dormia num sofá que tinha no meu quarto. Coloquei qualquer roupa, e fui, eu não aguentava mais esperar.

Assim que voltei, Matthew já estava acordado, com cara de sono.

—Não dava pra deixar pra mais tarde? - Ele resmungou ao olhar pro teste na minha mão.

—Não. - Me tranquei no banheiro, e fiz tudo o que pedia na caixinha, parece que até meu xixi resolveu ficar de palhaçada comigo! Mas tudo bem, eu consegui fazer.

Eu esperava ansiosamente, eram em média cinco minutos até o teste estar pronto.

Duas fitinhas vermelhas? Eu não fazia a menor ideia do que significava. Olhei novamente na caixinha...

—AI MEU DEUS! - Sai do banheiro. Matthew arregalou os olhos...

—O que foi? - Fiquei em silêncio. - Porra Mel, deu positivo? - Assenti.

—E agora Matthew? - Dessa vez ele ficou em silêncio. - Eu nem sei onde o Suga está! Eu vou criar esse bebê sozinha? Eu nem sei trocar fraudas!

—Não, a gente tem que achar ele.

—Como?

—Vamos ver o endereço da agência de namorados fakes, a gente pergunta sobre ele pessoalmente. - Assenti.

—Será que ele vai querer o bebê?

—Ele tem que querer! Meteu o pau em você agora aguenta... - Cruzei os braços. - Desculpa. Te amo! - Sorriu sínico.

—Olha logo o endereço.

—São cinco e meia da manha, calma, não da pra resolver tudo a essa hora... Tenta dormir um pouco.

—Matthew...

—Mel, ele não disse que te ama? Fica calma, se apavorar agora não vai adiantar nada.

03:30 PM

Nós finalmente chegamos na agencia, era bem bonita, parecia uma agência de modelos, só que, era uma coisa bem mais estranha, agência de namorados... Isso soava esquisito. Fomos direto à recepcionista.

—Posso ajudá-los?

—Pode sim... - Matthew sorriu - Eu gostaria de saber se um dos "seus garotos", está disponível no momento. - Ela o olhou de um jeito estranho. Não consegui conter o riso. - É pra ela!

—Um deles? Quis dizer um garoto específico?

—Sim, Min Yoongi.

—Ah... - Ela sorriu - Ele é o mais procurado, era um ótimo profissional!

—Era? - Me manifestei.

—Depois da ultima cliente, ele se demitiu. Foi a primeira coisa que fez quando chegou. - Bufei.

—Você sabe o endereço dele? - Disse Matthew.

—Não podemos dar informações pessoais sobre as pessoas que trabalham aqui.

—Então você sabe... - Me aproximei do balcão - Me diz por favor, eu realmente preciso muito falar com ele!

—Me desculpa mas...

—Moça, ta vendo essa garota aqui? Ela ta esperando um bebê dele. Você é a favor do aborto?

—Não! - Ela olhou assustada - Claro que não.

—Pois é, se não encontrarmos ele, ela vai abortar, e com risco de morte, e se minha amiga morrer, eu vou te culpar pra sempre. Vem Mel, ela não vai dizer nada...

—Não, eu posso passar o endereço dele. - dei um sorriso.

Ela procurou algo no computador e escreveu no papel, logo em seguida me deu.

—Você acaba de ajudar uma criança no mundo. Seu lugar no céu está reservado com sucesso. - Comecei a rir.

—Para Matthew, vem... - O arrastei pra fora, antes disso ele deixou um papel no balcão.

—Me liga. - Piscou pra ela.

Assim que saímos fomos direto pro carro.

—Que história foi aquela de aborto? - Comecei a rir. - Seu maluco!

—Foi necessário! Passa esse endereço pra cá. - Dei o endereço pra ele.

Depois de uns 15 minutos entramos na rua onde ele morava, pedi pra que ele parece o carro, e disse que ele poderia ir pra casa. Daqui pra frente é comigo.

Era uma casa bonita, e enorme. Bem, pelo preço que ele cobrava, não me surpreendia que tivesse bastante dinheiro. Eu estava apenas observando, do outro lado da rua. Coragem Melanie! Dei um paço a frente, pronta pra falar tudo o que eu tinha pra falar. Mas a coragem desceu por agua a baixo. Clarie estava saindo da casa dele, estavam parados conversando na porta, e rindo... Ele já parece bem melhor. E bem melhor sem mim.

Eu tinha ficado tão feliz, e de repente, aquela cena conseguiu destruir meu coração novamente...

Eu posso sim criar esse bebê sozinha... Não quero estragar a vida dele ao lado da Clarie.

Respirei fundo, e comecei a andar sem rumo, me afastando cada vez mais da casa dele, sentei em um banco num parque, e comecei a encarar algumas crianças num piquenique. Talvez não fosse tão ruim assim... A mãe; e o pai, estavam com um bebê, bem, eu acho que eram a mãe e o pai das duas crianças que corriam. De qualquer forma, era uma família bonita. Isso só me deixava mais péssima.

—Mel? - Ouvi a voz do Suga. Ele se sentou ao meu lado no banco, meu coração acelerou, era como se eu tivesse 13 anos novamente e tivesse me apaixonado pela primeira vez. Ele estava tão lindo quanto da ultima vez que o vi... E triste também. - O que aconteceu? Não devia estar em Miami?

—Devia. - Dei um sorriso forçado. - Mas a Lindsay te ouviu falando sobre o contrato. - Eu evitava olhar nos olhos dele, ou eu juro, choraria tudo de novo!

—O que ela fez? - Ele não parecia surpreso. Bem, da Lindsay, já era de se esperar tudo.

—Me humilhou. - Dei de ombros. - Mas eu supero.

—Eu sumi na hora errada... Desculpa.

—Não me deve desculpas.

—O que faz aqui? Sua casa é bem longe daqui...

—Nada, eu só estava andando.

—Na rua da minha casa?

—É a rua da sua casa?

—Ah Melanie, fala sério! Eu te vi do outro lado da rua... Veio falar comigo? Perdeu a coragem por que? Ta me escondendo algo? - Respirei fundo.

—Você voltou com a Clarie pelo jeito, eu só não queria atrapalhar...

—Voltei com a Clarie? De onde tirou isso?

—Vocês dois estavam...

—Conversando. Só isso. Somos amigos acima de tudo... Ela pode ter feito aquela chantagem, mas nunca vai ser a "vilã", ela só queria que eu voltasse com ela. Mas agora não passamos de bons amigos. - Bufou - Por que eu estou me explicando pra você? - Me virei pra encará-lo, um pouco mais aliviada. - Cadê o Daniel? Ele te defendeu?

—Você tinha razão.

—Melanie ele...

—Transou comigo e depois me humilhou. É...

—Eu sinto muito por isso.

—Não vai falar que me avisou?

—Você o ama, estava cega, não te culpo por isso.

—Não. Eu não o amo.

—Como assim?

—Eu... Eu... Eu...

—Você?

—Eu...

—Melanie, fala logo!

—Eu te amo Suga! Eu vim pra dizer que eu também te amo, que me arrependo de não ter respondido na hora, de não ter aceitado que sentia algo muito mais forte por você do que por ele. Nada do que aconteceu dói mais do que você ter saído da minha vida. Eu finalmente abri meus olhos, eu te procurei pra caralho junto com o Matthew, eu fiquei desesperada, queria morrer só de imaginar nunca mais te ver. Me perdoa, por favor! - Ele ficou em silêncio. Ele hesitou em falar algo, mas não falou.

—Uau... - Ele disse depois de um tempo - Eu... Eu sou sua segunda opção? - Ele me olhou de um jeito que me destruiu por completo.

—Não... Suga...

—Você viu que o Daniel não ia te querer, e veio até mim? É isso?

—Suga, mesmo que eu tivesse ficado com o Daniel, eu não aguentaria. Tem noção de como eu fiquei quando atravessou aquela porta? Eu sei que sou uma burra, sem iniciativa, boba, qualquer defeito se encaixa em mim. Mas no final eu acabaria aqui... Implorando pra sentir seu beijo de novo, implorando pra você me perdoar. - Me ajoelhei - De joelhos.

—Melanie para com isso.

—Me perdoa por favor. Eu te amo, se eu pudesse voltar no tempo, tinha te agarrado com todas as minhas forças, e não teria soltado nunca mais... Mas vou ter que fazer isso agora mesmo! - Me levantei e selei nossos lábios antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. Aquele beijo foi o mais intenso que recebi em toda a minha vida, eu podia sentir que seu coração estava tão acelerado quanto o meu. Pausamos por um momento e nos entreolhamos com as nossas testas ainda coladas. Suga abriu um sorriso contagiante, que me fez sorrir junto. Como eu amava aquele sorriso.

—Eu posso até te perdoar... Porque eu to de bom humor! - Rimos.

—Eu te amo... - Sussurrei.

—Eu também te amo... Te amo muito. - O selei.

—Eu ainda não acabei o que tinha pra falar. - Me afastei e fiquei séria.

—Tem mais? Ta me assustando...

—Lembra da primeira vez que transamos? - Falei baixo.

—Como eu esqueceria?

—Lembra também que não nos preservamos? - Ele ficou sério.

—Eu... Lembro. - Tirei o exame de gravidez da bolsa, e dei pra ele. - Você ta... - Assenti. - É meu?

—Claro que é Suga! - Falei brava.

—Nossa...

—Nossa? É tudo o que tem a dizer? Não ta bravo?

—Por ter ficado grávida? Claro que não... Eu só... Sei lá, é muita coisa de uma vez só.

—Ainda quer namorar comigo?

—Não. - Bufei. Como assim? Ele iria me abandonar agora. - Eu quero casar com você Melanie! - Não pensei duas vezes antes de recomeçar aquele beijo.

—Você é tão perfeito...

—Você é perfeita... Eu sei que não vai ser fácil, sei que é uma vida, - Colocou a mão em minha barriga - Mas a gente fez junto, e vai ficar junto nisso...

—Até que a morte nos separe?

—Nem a morte vai separar a gente...

P.o.v Lindsay.

Eu e Denny tínhamos acabado de chegar de viagem. As melhores férias! Eu queria ter filmado a cara da idiota da Melanie.

Eu estava na piscina da casa do meu querido sogro. É Lindsay, você venceu na vida!

—Com licença. - Disse a empregada.

—Fala logo!

—O senhor Stuart está te chamando na sala. - Meu sogro me chamando? O que será que Drake tinha a dizer!

Coloquei um roupão e fui direto pra sala, ele estava sério, e Denny estava sentado, tão confuso quanto eu.

—Me chamou sogrinho?- me sentei ao lado de Daniel.

—Sim minha querida. Eu tenho um comunicado a vocês dois... Espero que estejam do meu lado.

—O que foi pai ? Fala de uma vez!

—Eu não quis incomodar por que estavam viajando, mas a situação não estava nada boa por aqui.

—Como assim? - Falei.

—As empresas Stuart, estavam em crise, as dividas não ajudaram...

—O que? - Daniel disse perplexo.

—O banco está levando tudo... As empresas... Inclusive essa casa.

—Aonde a gente vai morar? - Me levantei furiosa. - O que vai acontecer?

—Eu pensei que todos pudéssemos trabalhar...

—Trabalhar? - Daniel riu - Isso é uma pegadinha?

—Não Daniel. Eu sugiro que você dois trabalhem! - Respirei fundo.

—Ai meu deus... Eu preciso pensar! Se me derem licença! - Fui correndo até meu quarto, e logo em seguida Daniel entrou. - Eu não estou noiva de um Stuart pra ficar pobre Daniel!

—Eu não posso fazer nada! - Ele se sentou na cama.

—Eu posso. - Tirei a aliança. - Sem dinheiro, sem casamento!

—Vai me abandonar?

—Acha que estou com você por amor? - Ele me pegou pelo braço. - Ta me machucando Daniel!

—Esqueceu que vendeu sua casinha miserável? Você vai pra onde sem mim em? Arrumar outro otário rico? Boa sorte!

—Eu vou arranjar sim, eu posso conquistar qualquer um!

—Vai pelada então, por que essas roupas de grife, você comprou com o dinheiro da minha família! Essa química toda no cabelo, essa maquiagem ,essas joias, tira tudo! Sem contar todas as cirurgias que teve que fazer pra ficar “gostosona”!

—Daniel, para com isso! - Comecei a chorar.

—Vai ter que trabalhar se quiser continuar vivendo meu amor!

—Você é um monstro. Seu playboyzinho metido, quero ver é você trabalhando!

—Eu to no fundo do poço, mas você também ta ô poderosa que pode tudo!

—EU TE ODEIO!

—Cala a boca sua vadia!

P.o.v Melanie.

[9 meses depois]

Eu e Suga estávamos passando um tempo em Seattle, desde que contei pra minha avó que estava grávida, ela insistiu muito pra que o bebê nascesse lá. Mas pretendíamos voltar pra Coréia, e criar nosso filho lá.

Eu e Suga estávamos mais que felizes. Havíamos acabado de sair do hospital com o nosso Christian... Ficamos por muito tempo discutindo porque eu queria dar um nome americano, e ele um nome coreano, mas no final eu é quem mando, e ele ganhou o nome do meu avô. Suga parecia um bobo segurando o bebê.

Já estávamos de casamento marcado, minha vida tinha dado uma volta tão grande, tão maravilhosa... Eu não poderia querer algo melhor. Suga abriu a porta do carro pra mim então entrei.

—Me da ele aqui.

—Não é arriscado ir no colo?

—Não...

—Tem certeza? Parece que vai desmontar todo... - Comecei a rir.

—Ele é um bebê, não um boneco!

—Tudo bem então. - Ele me deu o bebê.

[...]

Depois de algum tempo, pedi que Suga parasse no mercado pra eu comprar algumas coisas. Pedi pra que ficasse no carro, mas ele não desgrudava de mim e do bebe. Assim que cheguei ao caixa, a moça me parecia familiar, mas estava de boné.

—São 30 dolares... - Ela levantou o rosto então pude ver.

—Lindsay? - Ela revirou os olhos.

—Melanie... Pode rir da minha cara...

—Eu não vou fazer isso! - Suga começou a rir.

—Mas eu vou! - Ele disse - Uau, achei que você tinha tudo o que queria. No caixa de um supermercado? Quanto glamour!

—Eu já coloquei as caixas lá atrás. - Disse Daniel ao chegar também com um uniforme do supermercado.

—Mas isso não podia ficar melhor! Oi Daniel!

—Suga, vamos embora...

—Você tá com esse cara? - Disse Daniel. - De verdade?

—É...

—Pois é... - Disse Suga. - Ela continua sendo a rica sabia Lind? - Começou a rir novamente.

—Suga! Vem... - O puxei...

—Não segura o bebê com um braço só!

—Ai, ele não vai morrer Suga!

[...]

Suga passou a frequentar aquele mercado, só pra ver os dois naquela situação, pelo menos até voltarmos pra Seul... Bem, Suga sendo Suga!

Matthew estava noivo da Chelsea, a garota da recepção da agência! Eu nunca pensei que ela ligaria mesmo! aliás, eram os padrinhos do bebê.

Christian estava cada vez mais lindo e parecido com o pai. A primeira palavra dele foi "papai", e ele fazia questão de me lembrar sempre disso.

Lauren se afastou da "amiga", depois que ela ficou pobre.

E eu e Suga? Tudo começou com um contrato, com uma mentira, e terminou mais real do que nunca. Eu posso dizer com toda certeza:

Eu tive meu final feliz!