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História Nana, who are you? - One


Escrita por: cristiannadm

Capítulo 1 - One


Fanfic / Fanfiction Nana, who are you? - One

Camisa branca fechada até ao último botão: check. Gravata vermelha: check. Saia de pregas vermelha e azul marinho: check. Meia 3/4 branca: check. Ténis branco: check. Casaco azul marinho: check. Cabelo loiros presos sem nenhum fora do lugar: check. O mínimo de maquiagem: check.

 

- Katerina.

- Já vou mãe. - Gritei de volta ou em segundos teria aquela mulher a abrir a porta e a dizer o quão enrolada sou para me arrumar. 

 

Mas vejamos, primeiro sou mulher, logo demoro sempre e, segundo, preciso conferir se tenho tudo na minha mochila para a pequena transformação de todas as manhãs. Ou acham mesmo que vou feito uma freira para as aulas?

Desci as escadas devagar porque se a minha mãe me visse a correr por elas abaixo dar-me-ia um sermão. Leonard e Amélie, meus irmãos, já estavam na mesa a tomar o café da manhã. Mas o lugar de papai estava vazio.

 

- O pai? - perguntei à minha mãe que nem se prezou a tirar os olhos daquela revista ridícula sobre cirurgias plásticas para me responder.

- Foi para a clínica, hoje chega o novo psiquiatra.

 

O meu pai, Andrew Ashcroft é médico geral, dono de uma das melhores clínicas privadas de Londres. Já a minha mãe é uma socialite. O que é isso? Também não sei, mas com certeza é alguém que não faz nada, vive às custas do marido e passa a vida em grupos da alta sociedade a falar dos outros. Nas horas vagas cuida dos três filhos e o seu passatempo preferido é fazer de mim a sua versão mais jovem, mas adivinhem? Eu não faço uso de nenhuma das suas regras quando estou fora de casa. É, essa é a minha mãe. Tiffany Ashcroft, ex-modelo.

 

- Já lhe disse para comer devagar Katerina. - repreendeu-me com um olhar deveras assustador.

- Desculpe mãe. - parei de comer a salada de fruta e foquei-me apenas em beber o café quente com aroma de canela que a Pietra fazia todas as manhãs.

- Melhor irem, o Zach está à vossa espera no carro, não vão chegar atrasados no primeiro dia de aulas. - falou autoritária como sempre. Amélie deu um sorriso cínico, ela era a cópia de mamãe e ela nem se esforçou para a tornar assim, parece que está nos genes.

 

Peguei na mochila e Leonard acompanhou-me. O meu irmão tem 12 anos, eu 17 e a Amélie, 18. A única universitária da família, estuda moda para alegria da mamãe. Eu estou no último ano do ensino secundário e não sei o que cursar na faculdade daqui a um ano, mas até lá tenho muito para me divertir ainda. Zach abriu a porta do carro com o seu sorriso simpático de todas as manhãs. Sei que é sincero, ele prefere perder parte da sua manhã a levar-nos ao colégio do que a levar mamãe para os seus compromissos inúteis.

Eu não odeio a minha mãe, não me interpretem mal, mas não posso dizer que é o ser que mais amo no mundo. Ela mesma fez questão que assim fosse. Em casa sou a filha queridinha que obedece e, fora dela, sou aquilo que quero ser, o oposto do que a minha mãe gostaria que eu fosse.

Deixo Leonard sair do carro e peço que Zach o leve ao portão enquanto começo a minha pequena mas marcante transformação.

Cabelos soltos, bastante rímel e lápis preto, saia um palmo acima do joelho, primeiros botões da camisa aberta, gravata frouxa e, para finalizar, o meu inseparável batom vermelho. É exagerado? Poderia ser se não se tratasse de mim, Katerina Ashcroft, mais conhecida como a garota que tem todos os rapazes aos pés, a garota que ninguém ousa ser inimiga e também conhecida pelas más línguas como a bitch. Não me importo, ao menos tiro proveito disso e de quebra, esqueço completamente dos ensinamentos da minha mãe sobre como ser uma dama da alta sociedade londrina.

Colégio Constantim Wickery estou pronta para o primeiro dia de aulas!

É sempre assim, por onde passo todos olham. Mantenho o sorriso debochado no rosto e no final do corredor, encostado aos armários da forma mais confortável possível, vejo James. Pearl está ao seu lado e assim que me veem sorriem.

 

- The bitch is back. - grita Pearl e abraça-me, a minha melhor amiga tem cabelos curtos pretos que contrastam com os seus olhos verdes, conhecemo-nos desde o berço e embora os nossos pais sejam amigos, as nossas mães são muito diferentes, a mãe da Pearl é herdeira de uma das maiores redes de lojas de roupa de Londres, que patrocinavam a minha mãe quando era modelo, não se envolve com grupos da alta sociedade e faz perfeitamente o seu papel de mãe.

- Sabem o que é melhor do que a bitch estar de volta? - perguntei com um sorriso de canto enquanto olhava as duas pessoas à minha frente que negavam curiosos - Ser o último ano, ou seja, sem regras. O Colégio Wickery nunca ficará tão agitado como nos próximos tempos. - rimos e James envolveu-me pela cintura roubando-me um beijo.

 

Não namoramos, até porque adoro o simples acto de poder escolher quem quero e de o seduzir, como um caçador caça as suas presas. Mas James é o meu ficante garantido e eu sou a dele. Correspondo ao beijo e vejo Pearl revirar os olhos.

 

- Não vou poder demorar muito ladies, o meu primo chegou ontem de Los Angeles e começa hoje aqui, tenho de lhe dar uma força, sabem como é. - deu de ombros.

- É gato esse teu primo? - perguntei mordendo o lábio inferior.

- Se eu fosse a ti ficaria bem longe dele Kate, ele não é como esses idiotas que rastejam aos teus pés.

- Como tu? - ousei perguntar cruzando os braços na frente do meu peito. Pearl segurava o riso e James aproximou-se de mim.

- Ambos sabemos muito bem que de idiota eu não tenho nada. - depositou um beijo molhado no meu pescoço - Não finjas que não gostas.

- Até mais tarde. - sussurrei e ele sorriu antes de virar costas. James tem 18 anos, estatura média, moreno de olhos verdes. É capitão da equipa de hóquei da escola e está no último ano também, mas em outra turma.

 

Caminho com Pearl a meu lado vendo que todas as pessoas se afastam nos dando passagem. Este é o único momento em que acho bom ser irmã de Amélie Ashcroft, a maior cabra que esta escola já conheceu. Eu não sou nem um pouco do que ela foi. A minha irmã é mesquinha e arrogante, sempre conseguiu o que queria independentemente se machucava ou não alguém. Era temida por todos e eu por carregar o mesmo sobrenome, acabei por carregar parte da sua fama. O que não é mau de todo visto que não preciso mover uma palha para fazer coisas corriqueiras, como tirar fotocópias por exemplo, sempre há algum idiota pronto para satisfazer essa tarefa para mim.

A nossa sala é a última do corredor, meia dúzia de pessoas está sentada e escolho a última mesa da frente encostada à parede. Não é por ser uma cabra que irei para os fundos, gosto de tirar boas notas e ser uma das melhores alunas, de certa forma isso é motivo plausível para o diretor encobrir as asneiras que faço vez ou outra. Além do mais, deste lugar consigo ver toda a sala, é só me mover um pouco. A sala vai enchendo e logo avisto Lucy, Jenna e Emily. São o trio mais conhecido da escola e minhas amigas, seria uma pena se não fossem, pois faria da vida delas um inferno. Mas sempre nos demos bem. Elas são aquele típico trio de mosqueteiras, que defendem o "um por todos e todos por um", não faço parte do trio mas estou incluída nesse "todos".

 

- E aí Kate. - Emily cumprimenta-me sendo seguida das outras meninas.

- Pronta para o novo ano? - pergunta Jenna, ou Jen como lhe chamo.

- Mais que pronta.

- Temos uma super novidade para ti. - começou Lucy - Primeiro dia de aulas significa comemoração, o Pierre da turma B pediu-nos para convidar o maior número de pessoas para uma festa na república do irmão dele.

- Hum, festa de universitários. - Pearl falou com aquele sorriso interesseiro no rosto - Estamos dentro.

- Já sabes Lu, vou contar contigo para a noite ficar mais divertida. - pisquei o olho e ela riu sabendo perfeitamente ao que me referia.

 

Passaram-se dez minutos da aula e eu já estava com vontade de sair e nunca mais voltar. A professora Valéria ainda não tinha terminado a sua apresentação desnecessária desde que entrou há exatamente dez minutos. Pois todos sabemos quem ela é. Uma cinquentona que vive com três gatos, daqueles que miam of course. Adora música clássica e café com whisky. Uma boa forma de afogar as mágoas depois de ser abandonada pelo marido. Como sei tudo isso? Ela foi professora da minha irmã.

A porta bateu despertando todos os presentes que quase dormiam em cima das mesas com o discurso da professora. A mesma dirigiu-se à porta e abriu uma brecha desta. Virou-se para a turma e limpou a garganta antes de falar.

 

- Parece que teremos mais um aluno na turma este ano. - informou e murmurinhos encheram a sala, quem seria esse novo aluno?! Beatrice começou logo com as suas cabrices. É, eu não sou a única que tem a atenção dos rapazes. Mas existe uma diferença, Beatrice quase que os obriga a isso com promessas de que sairão com ela ou terão alguns minutos na sua companhia fazendo sabe-se lá o quê. Já comigo as coisas acontecem de forma natural. Não tenho culpa. Rio com o meu pensamento. Beatrice tem inveja de mim, é de conhecimento geral, mas eu ignoro, desde que ela não se meta no meu caminho. - Silêncio. - a professora Valéria eleva o tom de voz e por incrível que pareça todos se calam.

- Tanta coisa por causa de um aluno novo. - Pearl reclama. - Talvez até seja aquele primo do James.

- Talvez. - respondo e começo a ficar curiosa, confesso. James nunca falou dos primos e agora parece que um deles vem estudar aqui na minha escola e quem sabe na minha turma. - Espero que seja gatinho como o James. - penso alto demais e Pearl e o trio ri.

 

Essa pequena distração fez a professora chamar-me a atenção e quando a olhei para me desculpar perdi as palavras. Ao seu lado estava um rapaz, estatura média, cabelos castanhos arrumados num topete de lado o que destacava ainda mais os seus olhos azuis. E que lindos olhos.

 

- Vai falar alguma coisa senhorita Ashcroft?

- Na-não professora. - endireitei-me na cadeira e senti aquelas órbitas azuis olharem-me.

- Apresente-se menino. - levou-o para o centro da sala e todos esperamos que ele falasse, estava curiosa pra saber o seu nome.

- Bem... - limpou a garganta e reparei no alto que se fazia no seu bolso, era um maço de tabaco. Hum, já tenho um pretexto para falar contigo aluno novo. - O meu nome é Louis, Louis Tomlinson. Tenho 18 anos e nasci aqui em Londres.

- Acho que não é o primo do James. - Pearl sussurrou-me.

- Eu estive cinco anos a viver em Los Angeles mas mudei-me recentemente com a minha família para cá. - falou extinguindo as dúvidas que tanto Pearl como eu tínhamos.

- Vejo que é repetente menino Tomlinson, sente-se numa dessas cadeiras da frente para não correr o risco de reprovar de ano novamente.

 

Sempre tão simpática a professora Valéria. Revirei os olhos e vi Louis aproximar-se, sentou-se na mesa ao lado da minha e apenas Pearl estava no nosso meio. A mesma olhou-me com certo brilho nos olhos.

 

- Se não quiseres, eu quero.

- Mas já Pearl? - ri baixo - O James disse que ele não cairia aos meus pés, sabes o que isso significa, certo?

- Por isso que eu te adoro Kate. - sorriu mostrando os dentes alinhados. - Será um prazer ver-te ganhar esse desafio. - rimos e observei o garoto que escrevia qualquer coisa no caderno.

 

Tão bonitinho, o ideal para comer na minha mão muito em breve. Afinal, sou nada mais nada menos do que Katerina Ashcroft.


Notas Finais


Volteiiiiiii, nem deu tempo de sentirem saudade. A nova história será postada nos mesmos dias que a "What a feeling" - segunda, quarta e sextas feiras.

Espero de coração que tenham gostado, comentem para eu saber o que estão achando. Um beijo enorme e até segunda <3


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