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História Não importa os outros - reescrita - Foi pelo cio ou...


Escrita por: Kllie

Notas do Autor


Estou de volta~
Primeiro de tudo, me perdoem pelo sumiço! Eu acabei muito ocupPooce estressada com algumas coisas da minha escola, o que acabou me deixando sem motivação para escrever. Espero que não tenham desistido de mim T-T

Então, agora os avisos de gatilhos.

Contém conteúdo sexual, insinuação a abuso/descaso familiar.

Capítulo 5 - Foi pelo cio ou...



Pov. Jungkook

Acordei lentamente, ainda sentindo meu corpo pesado e meus olhos ardendo um pouco. Girei minha cabeça em alguma direção, abrindo meus olhos com preguiça e tendo vista do céu escuro e meu relógio na mesinha da cabeceira, marcando exatas 05:30. Senti uma pontada forte na cabeça e meu estômago revirou dentro de mim, se encolhendo pela fome, mas minha garganta estava fechada pelo enjoo.

Porra, por que eu segui o Yoongi com as ideias idiotas dele? 

A vida devia estar me castigando por ter deixado Taehyung sozinho em casa para ir beber, não é possível. Acordar às cinco e meia da madrugada e de ressaca? É sério isso?

Desci meu olhar para Taehyung que tinha um bico nos lábios cheios, sua cabeça deitada sobre meu peito e inclinada para cima, em uma serenidade invejável. Ele não me largou a noite inteira, como se eu fosse seu ursinho de pelúcia.

 Existia algo nele que me transmitia tanta tranquilidade, mesmo em um momento pertubardo em que nos conhecemos, que me fazia querer permanecer ao seu lado por mais tempo. Mais tempo o bastante para conhecer mais do que seu corpo...

Recordo-me da conversa pendente com o mesmo e havia meu carro para buscar na casa do Jimin, pretendia deixar o garoto na casa dele também e conseguir ir para a faculdade. Era tanta coisa para um dia só, que já estava cansado sem nem mesmo ter levantado. Suspirei baixinho, fechando os olhos com calma e os abrindo novamente, tentando achar um ponto positivo que não me fizesse surtar. 

Voltei a fitar o mais novo e sorri, sentindo um quentinho estranho em meu peito que sossegou meu lobo. Me inclinei sobre o menor, iniciando um carinho em sua bochecha e esfreguei de levinho meu nariz ali, buscando por seu  cheiro que  já impregnava cada metro quadrado daquele cômodo. Aqueles olhinhos cintilantes se abriram cuidadosamente, me fitando com um brilho sutil, fazendo meu  sorriso se tornar maior por reflexo.

— Kookie, porque acordou tão cedo? Tá escuro ainda e Tae-Tae tá com sono. — resmungou manhoso com a voz rouquinha e falha.

Me afastei, sentando-me. Taehyung me encarou por um momento, fazendo o mesmo em seguida.

— Tae, precisamos conversar. — falei primeiro, abordando um tom mais sério, mesmo que brando.

— Sobre o que? 

Seus olhos brilharam em curiosidade, mesmo que ainda caídos pelo sono, enquanto seu rosto deixava explícito sua confusão.

— Primeiro, como você foi parar naquele beco? — perguntei preocupado.

— Bem na verdade- Ahn!— ele se auto interrompeu, se encolhendo e grunhindo de dor baixinho. Seu cheiro se fortificou pelo cômodo, me acertando em cheio.

Ah droga! Me esqueci que ele ainda estava no cio.

Eu precisava de algo para cortar o efeito, naquela situação, um garoto menor de idade, eu deveria tê-lo levado às autoridades. Agora meu instinto não era tão forte, mesmo que meu lobo estivesse se desesperando por dentro, eu ainda tinha algum controle.

— K-kookie tá doendo d-de novo.

— Espera só um pouquinho Tae. — pedi desesperado.

Me levantei com pressa, e peguei meu celular um pouco atrapalhado, ligando imediatamente para o Jin. Ele seria o melhor para me ajudar nesse momento. Experiente, ômega estudante de medicina, mais velho e meu amigo próximo.

Mas parece que a vida tá de sacanagem com a minha cara vinte quatro por sete e a ligação foi direto para a caixa postal. Tentei mais algumas vezes e nada!

Suspirei frustrado e logo liguei para uma farmácia 24 horas, agoniado com o ômega gritando por mim enquanto eu precisava me segurar do lado de fora do quarto.

Ligação on...

Olá, bom dia. Farmácia Seul City 24 horas, no que podemos ajudar?

— E-Eu preciso de ajuda e rápido!

(Ah! K-Kookie… t-ta doen-ndo!)

O que está havendo senhor? — a voz do outro lado soou hesitante e confusa.

— Er...

Devo mentir? Saber toda a história não ajudaria em nada, apenas me tornaria um estranho pervertido! E pensando bem… mas meu lobo que era o grande culpado! Esse idiota sempre se controla diante de um cio ômega, mas dessa vez o bobão achou melhor não!

Senhor?

Sou puxado dos meus pensamentos pela voz ainda hesitante da garota do outro lado da linha. Respiro fundo para me acalmar, me xingando mentalmente ao ser atingido mais forte pelo odor doce de morango.

— Meu amigo... ele entrou no primeiro cio dele, e ele está na minha casa.

Fique calmo, por favor. O senhor seria um alfa? — questionou com uma voz esperançosa, provavelmente torcendo por uma resposta negativa.

— Sim! P-Poderia fazer o favor de agilizar? Porque estou enlouquecendo aqui!— respondi irritado e ofegante, prendendo um tornado na garganta.

Okay. Por favor, se controle que iremos mandar alguém com os remédios necessários. Enquanto isso é melhor que ajude seu amigo de forma mais prática. Tudo bem?

— Ah… tudo bem. Moro no prédio South Sky, pergunte meu nome na recepção que eles te dirão o andar! 

Desliguei rapidamente, respirando fundo, sentindo meu coração acerelado como se tivesse corrido uma maratona. Me dirigi até a cama e me sentei ao lado do mais novo. Taehyung suspirava entre gemidos doloridos enquanto se contorcia sobre meus lençóis. 

Usei minha mão para afastar os fios castanhos da sua testa suada e deixar seus olhos livres, estes que estavam semicerrados e me fitando com intensidade.

— Tae-Tae é um p-problema para você K-Kookie? — me perguntou com seus olhos marejados e voz quebrada.

Arregalei meus olhos surpresos, juntando minhas sobrancelhas em confusão. Me arrumei melhor sobre a cama, virando meu corpo em sua direção.

— Não! De onde tirou isso Tae?

— A-an… o-o j-jeito que o K-Kookie falou com amigo. — balbuciou com dificuldade entre suspiros e grunhidos.

— Não é isso, apenas estou preocupado. — neguei junto com um sacudir de cabeça, o encarando culpado. 

Cheguei mais perto e me deitei sobre seu corpo, olhando-o de cima. Com cuidado fiz um carinho em seu cabelo e suspirei baixo, sentindo algo queimar em minhas veias com seus olhos brilhantes cobertos por luxúria. O cheiro viciante me rondava e seduzia, sendo expelido com mais intensidade a cada segundo, como um grito mudo desesperado por atenção. Ele não parecia pedir por explicações, mas meu coração batia em culpa pelo sentimento que minha irresponsabilidade poderia resultar no mais novo.

Respirei fundo e beijei sua bochecha quente e suada. Arfei contra sua pele macia, sentindo as mãos ansiosas e perdidas agarrar em minha roupa. Um sentimento estranho se remexia dentro de mim e eu não conseguia entender se era meu lobo atraído pelo cio ou algo maior. Algo sem sentido algum.

Iniciei uma trilha de beijos, passando por sua boca e mandíbula, ao seu pescoço. Adentrei minhas mãos por debaixo da camisa e ainda com os selares em seu pescoço, comecei uma masturbação lenta em busca do seu alívio. 

— Ah! Kookie m-mais rápido por f-favor! — sua voz ecoava sobre meu quarto em tons mesclados entre graves e agudos, sendo a sinfonia mais prazerosa para mim.

Acelerei meus movimentos, levando dois dedos a sua entrada, já encharcada. Massageei a região com precisão, sentindo meus dedos deslizarem ali tão facilmente, penetrando-o com calma. 

Tomei seus lábios com intensidade, cobrindo os dele com os meus e comandado aquele beijo com a fome que sentia em meu interior. Ele findou nosso ósculo gemendo meu nome, os lábios vermelhos foi a primeira coisa que vi ao abrir os olhos e tê-lo entregue aos meus toques. Entendi o que ele queria, começando com os movimentos lentamente, diminuindo a velocidade com que o tocava.

Taehyung rebolava em meus dedos pedindo por mais, fazendo-me atender aos seus pedidos através do poder que seus feromônios tinham sobre mim. Ele gozou em minha mão, estabelecendo sob meu corpo enquanto seu rosto se tornava a obra de arte mais bela do mundo. E a campainha tocou, interrompendo todo o meu torpor. 

Tirei meus dedos de dentro dele com cuidado, o vendo me olhar com expectativa e o ouvi grunhir  irritado quando me levantei da cama.

— Nossa ajuda chegou… — disse baixo, sentindo minha respiração pesada, assim como a ereção entre minhas pernas.

 — C-como assim Kooki-Ahn..— o menor se encolheu um pouco, não conseguindo completar sua pergunta.

Não o respondi, focando mais em conter meu instinto de avançar sobre seu corpo e fui até a porta. Abri com pressa, tendo a vista uma beta baixinha de cabelos curtos e roxos. Ela vestia um uniforme vermelho com a logo da farmácia e em sua mão portava uma sacolinha com a mesma logo e um sorriso nervoso.

— Olá senhor, vim para ajudá-lo. Onde está o ômega?

— No meu quarto...

Dei espaço para que ela entrasse e a acompanhei até meu quarto, nem ao menos sentindo vergonha da tremenda ereção nas minhas calças ou o cheiro de porra impregnado em mim, por conta da minha mão ainda um pouco suja. Naquele momento, timidez era a última coisa que eu conseguia pensar sobre, não enquanto meu lobo rosnava e quase me rasgava por dentro, querendo expulsar a beta dali e se afundar no ômega sobre a minha cama. Passando pela sala ampla e seguindo pelo corredor que levava até meu quarto, paramos em frente ao meu quarto.

— O que é isso?— perguntei ainda tenso, apontando para a sacolinha que ela trazia.

A olhava desconfiado, precisando de uma resposta convincente para convencer o alfa dentro de mim de que aquilo era seguro para Taehyung. Eu segurava a maçaneta da porta ouvindo os gemidos do mesmo abafados pela madeira.

— São remédios para ajudá-lo. Irá diminuir as dores e o cheiro, ele tem que tomá-los até o fim do cio. Servirão para adormecer o lobo dele e conter seus hormônios. — respondeu de modo robótico e treinado, me olhando com mais firmeza do que anteriormente.

Assenti quieto, compreendendo o uso do medicamento e abri a porta, entrando no quarto acompanhado dela. 

Taehyung imediatamente a encarou com medo e se encolheu mais, exalando um cheiro forte e cítrico, como se quisesse a expulsar do meu apartamento.

— Quem é ela Kookie? — perguntou com a voz contida, me olhando hesitante. 

O brilho amedrontado em seus olhos acertou algum lugar em mim, que me fez querer esquecer todos os pontos que me faziam ser coerente. Queria mandar todos a merda e passar aquele cio inteiro grudado com ele, cuidado dele e então nos exilar do mundo que me puniria por agir como um inconsequente.

— Uma amiga minha, que vai te ajudar. — respondi incerto, contendo minha voz que vacilou no final.

Me sentei ao seu lado e sorri para a beta, que me fitou confusa mas concordou em seguida. Ela sorriu gentil e tirou algumas cartelas de comprimidos de dentro da sacolinha.

— Poderia pegar água para mim, por favor? — ela pediu gentilmente, sua voz soando doce e suave, como se deslizasse no ar para não incomodar o menor.

Quando fiz menção de me levantar, após assentir em resposta, Taehyung se agarrou em meu braço. Ele formou um bico emburrado, a encarando irritado, fortificando mais seu cheiro.

— Deixa que eu me viro.

Ela riu baixinho, sua risada era fofa e me fez sorrir também. Com passos rápidos e silenciosos, ela deixou o cômodo após fazer uma reverência curta.

Não demorou muito para ela voltar com um copo cheio de água, tempo esse que passei acalmando o lobo irritado do mais novo e contendo o meu.

 A beta chegou perto de Taehyung, estendendo-lhe um comprimido e a água. O mesmo fez questão de se afastar, juntando-se mais a mim e formar uma careta de desagrado.

— Toma, pode confiar. Vai te ajudar. — Ela pediu com cuidado, evitando se aproximar mais para não atiçar seu lobo.

— Não quero! 

— Vamos, vai te ajudar...

— Não! — Taehyung exclamou mais alto, mas nem um segundo se passou e ele se contorceu sobre a cama, grunhindo dolorido.

— T-tá bom…

Ele pegou contra vontade o comprimido pequeno, junto ao corpo d'água. Tomando ainda incomodado, ele continuou contra meu corpo. 

Eu me mantinha apenas os observando, não sabendo bem o que fazer naquela situação ou como reagir. 

— Bem… hum são 24 mil wons.*

Despertei com a voz da  garota, arregalando de leve meus  olhos e logo assentindo sem jeito. Me estiquei para pegar minha carteira na escrivaninha sem soltar o mais baixo. Separei as notas um pouco atrapalhado, entregando o dinheiro em seguida e me curvando de leve em agradecimento.

— Obrigado.

—Bem, agora eu já vou. Mas te aconselho a dar um banho no seu amigo. — disse dando ênfase na última palavra, sorrindo sapeca ela piscou para mim. 

Rapidamente ela fez uma reverência de despedida e saiu do quarto sem me dar chances de defesa. Poucos segundos depois ouvi minha porta fechar e ainda continuei com a mesma cara de choque, sentindo dessa vez minhas bochechas coradas pela vergonha de toda aquela situação.

— Kookie...

A voz baixinha do ômega encolhido na minha cama  me despertou do meu surto interno em relação à fala  da beta.

— Sim?

— Você faz sexo com ela também?

O que?! De onde ele anda tirando essas ideias? 

Comecei a tossir, engasgando-me com a saliva. Dei fracos socos em meu peito, tentando respirar normalmente e o responder sem gaguejar.

— Não Tae! De onde você tirou essa ideia? Por que acha isso? Aish!

— Você disse que ela é sua amiga... e na ligação você disse que Tae-Tae era seu amigo também. Então isso se faz entre amigos, não é? — respondeu incerto, me olhando com os olhos brilhando em vergonha. 

Ele ouviu a conversa? É isso mesmo? Mas, ele não sabe diferenciar as coisas?

— Não, Taehyung. Nós somos diferentes. — disse sem jeito, não sabendo bem como explicar aquilo. 

Todos sabem que não é assim que funciona um sexo casual poxa...

— Como assim? 

Seu rosto franziu em confusão, a cabeça pendendo para o lado de forma adorável.

— Eu fiz aquilo para te ajudar, porque você estava com dor e sozinho. Não faria se não fosse por estar no cio, por que não nos conhecíamos. E mesmo amigos não fazem sexo assim.

— Então se sua amiga estivesse com dor você faria com ela?

— Não!

— Por quê? 

— B-Bem… é difícil de explicar Tae! — respondi atrapalhado, sorrindo sem graça e cocei minha nuca, tentando achar um lugar para olhar além dos seus olhos transparentes.

— Ah...

— E você não  me respondeu…

— Respondeu o que?

— Como você foi parar naquele beco, Taehyung.

— Ah! Isso... bom, não lembro bem. Tae-Tae tava na pracinha com a mãe, ela disse que ia comprar sorvete e logo voltava. Tae-Tae viu borboleta muito bonita e tentou pegar ela. Só que ela saiu voando e Tae seguiu ela, mas a borboleta voou alto demais. Quando Tae-Tae viu, já estava sozinho no meio de um monte de gente, vindo de lá pra cá. — Ele dizia fazendo gestos e caretas engraçadas e fofas tentando explicar melhor tudo. — Tae-Tae começou a sentir que não tinha ar e foi quando a dor começou. Aí entrou no beco onde não tinha gente empurrando e depois você achou Tae-Tae. Kookie é o herói do Tae-Tae! — exclamou animado, sorrindo tão largos que me fez sorrir sem graça. 

Sério que ele se perdeu porque se distraiu com uma borboleta? Não só isso, mas ele também tinha um vocabulário tão básico. E ele se comunicar na terceira pessoa também não tinha me passado despercebido, mas poderia ser algo do cio, né? Talvez ter seu lobo tão aflorado ainda o deixava mais primitivo. 

— E você pode me dizer qual seu endereço? — perguntei por fim, guardando meus pensamentos para depois.

— Não sei.

— Não?! — disse indignado, o fitando surpreso.

— Não. — ele respondeu simples, dando de ombros.

— O número da sua casa ou da sua mãe?

— Não.

— O nome da sua mãe?

— Isso Tae-Tae sabe! — ditou alto, sorrindo orgulhoso.

Balancei minha cabeça, rindo fraquinho e sorri pequeno em sua direção. Sua forma de agir era quase infantil, com uma inocência e ingenuidade. Ele estaria fingindo? Não parecia ser isso… Mas se não era fingimento, como ele podia ser assim, tão... bobo? Não, não é essa a palavra. Ele parecia algo de outro mundo, tão intocável que era assustador.

— Então vou me arrumar e você também. Vamos à delegacia, eles irão nos ajudar a achar sua casa. 

— Mas Kookie não explicou as coisas para Tae! — resmungou irritado, cruzando os braços com o cenho frazindo.

— Explicar o que?

O olhei confuso, perdido entre pensamentos. Olhei para o teto, tentando buscar em minhas memórias algo que eu deveria explicar ao menor.

— Você não disse que aquilo que colocou aí — apontou para meu membro coberto com o indicador antes de continuar falando. — não era balão e que ia me explicar o que era depois?

— Ah! É verdade! — exclamei ao lembrar do momento específico, relembrando como meu membro pulsando forte naquele momento e sua entrada encharcada me parecia mais importante que explicar a função da camisinha.

Pensar naquilo me deixava ainda mais confuso e curioso a respeito do mais novo. Seus conhecimentos básicos eram precários demais. Me perguntava internamente em que situações ele vivia em sua casa. Seria o certo mandar ele de volta? Talvez ele fosse vítima de abuso ou negligência familiar! Mas não importava nada disso, eu não poderia continuar com ele ali sem informar as autoridades. A única saída que eu tinha, era levá-lo até a delegacia.

 Depois de um tempo explicando para ele o que era camisinha, pílulas contraceptivas, anticoncepcionais, para que serviam, sexo, cio, gravidez e tudo mais, me levantei indo tomar meu banho.

Sentia minha cabeça rodar, com um comichão em meu peito me incomodando. Um ômega sem conhecimentos básicos como aqueles… não  um ômega, uma pessoa sem aqueles conhecimentos, era saudável?

Eu tinha me relacionado com ele de forma tão invasiva e ele ao menos tinha noção do que e era sexo. Senti meu estômago embrulhar e minha cabeça latejar, uma sensação horrível correndo meu corpo. Pior ainda era não me arrepender de ter o corpo dele sob o meu, suas mãos apertando minhas costas, seus lábios com os meus.

Soquei a parede úmida do box, apoiando minha testa ali enquanto respirava fundo. Eu não sabia o que sentir, pois o próprio ômega seguia seus instintos e me puxava para ele, controlar meu lobo nunca tinha sido tão difícil.

Sai do banheiro, enrolado na toalha e seguindo até meu guarda roupa. Sorri pequeno para o Tae, pedindo para ir se banhar enquanto eu me vestia. O assisti entrar no banheiro ao que eu vestia uma calça preta rasgada nos joelhos. Logo coloquei uma blusa de mangas longas folgada listrada em preto e branco, calcei meu all star e coloquei uma touca.

O garoto voltou ao quarto, com a toalha sobre seus ombros e com passos rápidos correu até a cama para pegar suas roupas. Ri baixinho, entrando no banheiro para usar o desodorante e escovar os dentes. Voltei ao quarto em poucos minutos, tendo a vista do menor já vestido com as roupas do dia anterior, me olhando enquanto se mantinha sentado na cama. 

— Vem comigo, vou te emprestar uma escova de dentes. — o chamei baixinho, sorrindo terno enquanto fazia um sinal com a mão para se aproximar. 

Apoiei minha mão em seu ombro e o guiei comigo até o banheiro novamente. Emprestei uma escova reserva que eu tinha, o deixando escovar os dentes e desci para preparar o café da manhã. Assim que cheguei na cozinha coloquei um café para fazer na cafeteira e peguei o cereal no armário superior, deixando sobre a mesa. Aproveitei o tempo livre para preparar um suco de manga natural, colocando a jarra sobre a mesa e pondo a mesa. 

Taehyung correu pelo corredor curto com passos rápidos, sorrindo grande para mim, seus olhos ficando pequenos com as bochechas gordinhas e rosadas os empurrando. Sorri de volta e peguei a jarra de café, o vendo de canto de olho ele sentado à mesa. Deixei o café sobre a mesa  e me sentei à sua frente, rindo baixinho quando o mais novo logo atacou o cereal.

Servi o meu café, o tomando com calma e olhei em meu celular as horas, vendo que ainda tinha um tempo, era apenas 06:15.

— Kookie…

Ouvi meu nome soar baixinho pela cozinha e olhei em direção de onde veio a voz rouquinha, vendo o acastanhado brincando com seu cereal sem me encarar.

— Sim Tae? — respondi no mesmo tom, tomando um gole generoso no meu café e me servindo uma porção de cereal.

— Você disse que quando não é pelo cio, as pessoas fazem sexo porque gostam da pessoa não é? — murmurou sem jeito, me olhando com um brilho tímido no olhar.

Engoli em seco, respirando fundo e assenti devagar, já imaginando onde aquilo iria. Dentro de mim eu já travava uma batalha de qual seria minha resposta. 

— S-Sim, por quê?

— Você fez com Tae-Tae... Mas foi só pelo cio ou gosta do Tae também? — ditou baixinho, me fitando esperançoso.

Também? Ele não pode estar sentindo nada por mim, né? Não tinha como isso acontecer em apenas um dia. Aqueles sentimentos e reações eram apenas efeito do cio. O lobo dentro de nós que instiga isso. Não era? 

Como eu respondo essa pergunta? Estar perto do menor me causava algumas sensações diferentes, mas só nós conhecemos há um dia. A química era grande e nós nos encaixamos bem, mas ao menos tivemos uma conversa mais profunda para envolver sentimentos! 

Mas dizer que era apenas cio me parecia tão errado. Me parecia tão… pouco. Não tinha coragem, não podia olhar em seus olhos e dizer aquelas palavras. Eu não sabia o que era aquilo, se era mesmo apenas meu lobo que me empurrava até o garoto de cheiro doce e suave à minha frente.

— Bem Tae, eu... — ergui meu olhar, encarando seus olhos cintilantes e suspirei baixo. — Eu gosto de você...

— Sério Kookie?! — perguntou um tom mais alto, com um enorme sorriso enfeitando seu rosto.

— Sério Taehyung. 

Sorri de volta, rindo baixinho da sua animação. Meu peito esquentou automaticamente, mesmo que minha racionalidade quisesse chutar minha bunda.

Voltamos a comer, terminado rapidamente o café da manhã simples que eu havia improvisado para nós. O de cabelos claros correu para o banheiro a passos rápidos, escovando novamente seus dentes enquanto eu lavava a pequena louça que tínhamos usado. Ele me esperou no sofá quando segui pelo mesmo caminho que ele percorreu anteriormente, escovando meus dentes em poucos minutos. 

Peguei as chaves e meu celular ao estar de volta a sala, segurando sua mão quando saímos do apartamento, trancando tudo. Seguimos o caminho até o elevador, enquanto eu pedia um táxi e não demoramos para descer até o térreo.

Quando saímos pela recepção, ignoramos o olhar malicioso do porteiro que provavelmente havia reconhecido nossos cheiros do dia anterior. Taehyung parecia ao menos ter percebido, o que me deixava tranquilo. Entramos no táxi que não demorou a chegar, ficando em silêncio pelo percurso rápido. 

Chegando na delegacia, eu pedi imediatamente para falar com o delegado, tendo o garoto próximo a mim com os olhos curiosos. Pediram-me para esperar por alguns minutos, pois o senhor estava atendendo outra pessoa e nos indicaram os bancos de espera. Mesmo um pouco impaciente pelo horário, assenti e segui com o mais novo até os bancos, sentando com ele ali.

Não demorou para uma mulher sair da sala, com o rosto aparentando cansaço e os olhos molhados por lágrimas contidas. Seus passos eram lentos e o policial que a acompanhava parecia compadecido com a situação da senhora de meia idade.

— Mamãe! — Taehyung exclamou animado, me assustando de leve.

Ele se levantou animado, dando uma corridinha até a mulher. Ela o olhou de cima a baixo com os olhos arregalados, o abraçando apertado, chorando com um sorriso nos lábios ressecados.

— Ah! Graças a Deus! Meu Tae-Tae está bem! Meu bebê… fiquei com tanto medo! — dizia enquanto acariciava os fios castanhos de Taehyung apertando-o contra si.

Arregalei meus olhos, me levantando e aassinto tudo em choque. Os policiais os olhavam emocionados, porém eu não entendia nada do que estava acontecendo. 

Ela era… A mãe dele?








Continua...


Notas Finais


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