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História Não me catives- Temporariamente em Hiatus - Nunca julgue


Escrita por: tkmoods

Notas do Autor


Oi xenteeee, então capitulo demorou? demorou, mas veio! então boa leitura eheh

Eai, meus chuchus :3 Enfim voltamos!

Fiquem com esse presentinho, demos muito duro para escrever e estamos muito felizes com os resultados!

Bom, antes de qualquer coisa, quero que saibam que os capítulos de NMC estarão sendo revisados por mim, e, aliás, alguns já foram corrigidos e postados. Então, se tiver algo que não fora muito explicativo por conta dos erros, voltem lá, tenho certeza que tudo vai se encaixar.

Por fim, espero que gostem muitooo desse capítulo. Ele foi escrito com muito amor.

Boa leitura.

Kissus da Iza e da Dy #SomosSoulMate

Capítulo 7 - Nunca julgue


Não importava quantos drinks já tivesse bebido, ainda era cedo demais para ir para casa, cedo demais para estar sóbrio e cedo demais para chorar pelo leite derramado. Estava em uma balada qualquer, porém bem frequentada pela alta sociedade de Seul. Até ganhara um streap sem pedir de uma das prostitutas do local.

Não repudiava a mulher, afinal, era seu trabalho; seduzir os homens e vede-lhes bebidas até estes ficarem sem dinheiro algum. Funcionaria com ele, se fosse hétero.

Remexia seu quadril de modo sedutor e ousado, sua roupa justa marcava seu corpo com belas curvas, seu cabelo agora tingido de vermelho deixavam um belo contraste com sua pele amendoada, olhos de um âmbar penetrante e lábios finos que carregavam consigo uma cor linda de cereja e uma malícia excitante para quem gostava da mesma fruta que si. Aquela mulher era inteiramente atraente, não poderia negar.

Yoongi, ainda dançando de modo agitado se guiou até o bar, levantou a mão e puxou a gola do barista pedindo mais uma dose de uma bebida metade limão e metade vodka, um drink leve, porém que ao tomar conta do organismo te embriaga de modo devastador.

A famosa bebida brasileira era a sua preferida, com um gosto amargo e adocicado misturado com um teor de cinquenta por cento de álcool lhe era o suficiente para deixar seus neurônios mais agitados, a visão turva e seu humor mais alegre. De fato, já tinha perdido as contas de quantos Martines, tequilas, vodkas, caipirinhas e drinks que não se lembrava o nome já tinha ingerido, mas lembrava-se bem que aquilo o ajudava a lidar com o fato de se encontrar totalmente perdido. Não na cidade, e sim em sua própria vida.

Esfregava-se com desejo crescente em uma mulher qualquer que agarrava seus braços e beijava seu pescoço.

Sabia bem onde aquilo terminaria.

Era uma noite, ou melhor, uma madrugada de sexta-feira afundada em mar de merda. Yoongi se encontrava totalmente bêbado, com vontade de pegar o primeiro a sua frente e subir para um dos quartos daquele lugar. Retamente estava se comportando como uma puta.

Estava com raiva por Taehyung preferir seu paciente, com raiva por ter feito o que fez e com mais raiva ainda de ser o dono de um hospital e não ter a capacidade de o administrar de forma correta.

O torpor eminente que jazia sobre si fazia-o chocar-se bruto com o quadril molenga da mulher, que, aparentemente, tão bêbada e sem razão quanto o pálido, deixava-se ser acariciada daquela forma tão íntima publicamente. Com as mãos firmes, os lábios escassos de vergonha, em um ósculo imprudente, Yoongi passeava seus dedos pelas curvas delineadas daquele corpo moreno a sua frente, sugando fortemente os lábios molhados, tanto pela saliva em excesso, quanto pelas incontáveis bebidas que havia ingerido em apenas uma noite.

Era estranho para Yoongi ter um par de peitos roçando em si, coxas torneadas rodeando suas pernas, e cabelos longos atrapalhando aquele meio ósculo. E, mais estranho ainda, não estar a sentir um volume duro pairando sobre o seu, causando-lhe aquela sensação explosiva de excitação. Mas não era como se achasse ruim ter suas mãos apalpando aquelas curvas exageradas, ou então ter seus lábios ora ou outra a rodear a superfície dos seios da mulher coberto por uma curta blusa; não. Era até divertido, algo exótico a comparar com seus costumeiros desejos e experiência.

Aquela bebida que lhe fora servida deixava-lhe ainda mais embriagado, inconsequente, enquanto, intrépido, chocava as costas da mulher naquele balcão, tendo os murmúrios de insatisfação das pessoas que estavam perto dali.

— Se quiserem transar vão para um quarto, aqui não é lugar para se esfregar! — O barman se exaltou, espalmando suas mãos no balcão de madeira enquanto olhava os corpos se colidirem daquela forma tão explícita.

ㅡ E quem 'te perguntou? ㅡ Yoongi claramente já deixara passar o senso de moral ou qualquer outra coisa que tivera enquanto sóbrio quando saíra aquela noite sem deixar qualquer explicação de onde iria. Sabia bem que seria prejudicado minimamente por seus atos.

As incontáveis chamadas em seu celular com o número de Jimin o deixavam irritado, ainda se perguntava o que aquele garoto queria de si. Desde a faculdade o rapaz o sondava, vigiava e umas vezes até mesmo lhe roubara selares superficiais, mas lembrava-se também de que quando conheceu Taehyung e se apaixonou perdidamente pelo sorriso quadrado e cabelos castanhos que tinham a linda perfeição junto a tez acobreada do mais novo, nessa época Jimin se afastara completamente.

ㅡ Irei chamar o segurança, o senhor não tem condições nem de ficar em pé! ㅡ O barman somente fazia seu trabalho, Yoongi retirou o corpo da mulher de perto do seu e recolheu as poucas coisas que ainda sabia ser suas, como jaleco, chaves do carro, carteira e telefone. Ele tinha de voltar para o hospital.

ㅡ Eu… ㅡ Apontou o dedo para a face do rapaz que tentava lhe ajudar. Yoongi estava totalmente fora de controle naquele momento. ㅡ ...não pedi sua ajuda, fedelho irritante!

Tamanha era aquela falta de educação que o doutor Min continha; mas sempre que estava em seu estado habitual, com jaleco, calças sociais e algumas vezes carregando consigo óculos de poucos graus em seu rosto, tornava-se a convivência um pouco tolerável. Mas tendo ali um Yoongi totalmente bêbado, cambaleando mesmo estando parado, com os olhos oblíquos pela grande quantidade de álcool em seu organismo, era estupidamente deplorável e sem nexo ficar ao seu lado.

ㅡ Cara, você está quase desmaiando ㅡ o barman disse, tentando segurar os braços molengas de Min, na tentativa de fazê-lo parar de cambalear a todo instante antes que definitivamente caísse e causasse algum dano não só para o bar, que continha vários copos e garrafas de vidros sobre o balcão, mas também a ele, a contar com alguns poucos cacos no chão imundo. ㅡ Vai acabar causando problemas pra mim!

Yoongi sabia bem que a causa de sua bebedeira tinha nome e sobrenome e a última coisa que queria naquele momento era envolver alguém de fora em seus problemas. Já tinha pessoas demais envolvidas, mas a simplório frase final do barman desencadeou um humor piadista de uma hora para outra, na verdade em segundos.

Yoongi gargalhava ao mesmo tempo em que se apoiava no balcão, olhou para o rapaz que ele tinha de admitir que era esbelto.

Olhos de um castanho mel, corpo bem delineado e definido, fios loiros e lábios fodidamente convidativos.

ㅡ Qual seu nome? ㅡ foi a única pergunta que o médico foi capaz de proferir com perfeição naquele momento.

ㅡ Ah, tá de brincadeira! ㅡ Disse e revirou os olhos, afastando suas mãos do balcão e acenando para alguns homens de preto perto de uma caixa de som. Acenou para eles, pedindo que se aproximasse. ㅡ Se quiser flertar com alguém vai lá pra fora, babaca.

Yoongi em momento algum tirou aquele sorriso hostil de seus lábios. A mulher ao seu lado só faltava explodir de tanta vergonha de seu acompanhante, que ao menos, naquele instante, parecia se importar realmente com sua presença. Tentou intervir que Min tentasse subir em cima do balcão para agarrar o barman efetivamente enquanto os guardas percorriam seu caminho até lá, mas fora impossível, vendo que mesmo sendo baixinho, o Min era bastante forte e insistente, já que não parava um segundo sequer de tentar segurar o rosto do pobre homem.

ㅡ Ah, vem cá, eu sei que você me quer! ㅡ Min dizia, alterado com a insistência do rapaz em se afastar. ㅡ Ah... Ninguém me quer! ㅡ Exclamou em uma expressão tristonha ㅡ o que eu tenho de errado? ㅡ Olhou bem para o grande homem que agora lhe agarrava os pulsos e tirava seu corpo mole de cima do balcão. Era totalmente sem noção aquela cena que Yoongi moldara diante dos olhos daquelas centenas de pessoas que frequentavam igualmente a si aquele ambiente neon. Alguns riam da abstinência do barmen que o pálido sentia, outros apenas levantavam celulares para gravar aquela coisa ridícula mencionada como espetáculo nos lábios de algumas pessoas, e uma minoria reprovava aquela reação “homossexualmente ridícula” e lamentavam pelo homem loiro atrás do balcão.

Os guardas então, pela excessiva falta de cooperação de Yoongi, começaram a arrastá-lo pelos pés até a portaria, tendo-o debatendo-se, obrigando a mais um outro guarda vir e segurar seus braços. Dessa vez ele parou, e deixou que os homens carregassem seu frágil e embriagado corpo para fora do estabelecimento.

ㅡ O que eu tenho de erraaaaado? ㅡ Manhosamente, perguntou ao guarda que segurava seus braços ㅡ eu sou lindo! Tenho um bom emprego, beijo bem, sou estupidamente palpável e por mais que esteja de coração partido por um de meus funcionários, ainda sou eu, com todos esses adjetivos. ㅡ Disse com algumas palavras saindo cortadas de seus lábios, e formou um bico quando o homem de roupa preta lhe olhou bravo.

ㅡ Talvez seja porque você passa tempo demais se dirigindo elogios enquanto bebe e da problemas igual uma criança em boates ㅡ a voz grossa e intimidadora do rapaz soou, e em um só puxão, o colocou em pé, jogando em si seus pertences. ㅡ Espero não lhe ver rondando aqui. Você não é mais bem-vindo.

[...]

A noite fora do hospital se tornava cada vez mais interessante, mas dentro do local de trabalho uma palestra era o foco de muitos médicos,  em especial Kim TaeHyung que era o palestrante da noite

ㅡ Boa noite a todos! ㅡ ditou Taehyung em cima do palanque do auditório do hospital, dias tinham se passado desde que Jungkook tivera um pequeno surto causado pelo efeito de um dos seus remédios.

ㅡ Doutor Kim, o que temos para hoje? ㅡ Um dos estagiários do hospital perguntou. Estava certo que muitos ali sabiam sobre a situação difícil do paciente leucêmico de Taehyung, mas era sempre uma incógnita tentar achar causas para o avanço rápido da doença.

Taehyung sorriu com a pergunta é virou-se para o telão atrás de si, onde mostrava imagens de ultrassom dos exames de Jungkook, raios-x, exames de sangue, exame físico para testar respiração, coração e resistência do garoto.

ㅡ Vamos hoje falar sobre a leucemia para os novos alunos, e diagnosticar os possíveis motivos para o avanço rápido da doença desse paciente. ㅡ Taehyung sabia que utilizar o menino como exemplo era uma das piores coisas que podia fazer, mas precisava de diagnósticos.

Passou a explicar as conhecidas células que levavam o paciente a ter um diagnóstico apontando ser leucêmico, coisa que muitos deles tinham conhecimento, mas que não deixava de ser necessário para que pudesse explicar todos os pontos que os levaria às recentes pesquisas. As poucas dúvidas que surgia perante a breve explicação eram respondidas não só por Taehyung, mas também por seus colegas de trabalho daquela equipe.

Alguns instantes se passaram desde que a última pergunta sobre os sintomas da Leucemia em si. As imagens dos diagnósticos de Jungkook passavam naquela tela de plástico para exibição e melhor compreensão dos estagiários. As vezes sentia um aperto no peito por ver aquelas palavras que até mesmo o próprio Jungkook intervia quando eram mencionadas para ou perto de si passando por lá. Era perceptível a resistências que o moreno tinha em saber realmente seu estado, se poderia vir a ter mais alguns anos de vida, se pudesse sair de lá e viver o pouco que ainda lhe resta ou qualquer coisa que fosse relacionado aquela doença degenerativa que ele continha correndo por seu sangue, e de alguma forma, expondo os materiais em uma tela, visível para todos ali presente, era de se querer rever qualquer princípio como doutor que o rondasse. Mas era preciso, e o hospital lhe disponibilizou as informações, mesmo que o estudo gravado na memória de Taehyung fosse o suficiente.  

ㅡ Doutor, qual o tipo de Leucemia do seu paciente?

Um dos garotos da fileira de trás perguntou. Fora o único que realmente, pelo que viu, percebeu que aqueles dados se relacionava a algum paciente de Taehyung. Meio relutante, e suspirando a cada palavra que lia sobressaltando da tela, o doutor, centrado, deu um pequeno sorriso para o garoto de identidade desconhecida.

ㅡ Boa pergunta ㅡ relacionou. ㅡ Leucemia Linfoide Aguda a LLA.ㅡ Dessa vez entrou definitivamente no assunto que a empresa queria que abordasse, e mesmo que confiante, enquanto gesticulava profissionalmente com as mãos, Taehyung suspirou, não querendo demonstrar seu desconforto. ㅡ Discutiremos aqui a leucemia linfoide aguda, anteriormente mencionada, ou leucemia linfoblástica aguda; que é um câncer dos leucócitos caracterizado pela produção maligna de linfócitos imaturos, denominados de linfoblastos, na medula óssea. ㅡ Sua fala confiante era o que mais fazia os alunos ali presentes ficaram embasbacados com tamanho conhecimento. Taehyung deu início a sua explicação, essa que era dada da forma que aprendera quando mais novo, mostrava os gráficos e junto a estes vinha fotos e exames de seu paciente, e algumas reações aos tratamentos que poderiam a vir ser interessante lhes contar. ㅡ Na maioria dos casos, a leucemia linfoide aguda invade o sangue com razoável rapidez e pode se disseminar para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos, fígado, baço, sistema nervoso central, tais como cérebro e medula espinhal, e testículos nos homens. ㅡ Disse e apontou para a imagem gráfica de cores não-reais na tela, esta que mostrava um corpo masculino por completo, onde, a cada menção de partes, era direcionada os dedos longos do doutor, manuseando os olhares atentos dos estagiários. ㅡ Ao contrário de outros tipos de câncer, a disseminação da LLA para outras partes do corpo não significa que o câncer está em estágio avançado, já que a leucemia aguda, quando diagnosticada, é geralmente encontrada em todo o organismo.

A palestra seguia cada vez mais a fundo sobre as possíveis causas de diagnósticos diferentes que Jungkook apresentava. As alucinações eram um fator que Namjoon tentava explicar, mas nem mesmo ele conseguia compreender o que afetava tanto a mente do rapaz.

No entanto, Jimin, era o único membro da equipe que estava preocupado com Yoongi, esse que não dava as caras no hospital desde que levou um peso de papel na sua cabeça.

ㅡ Hoseok  ㅡ Jimin cutucou o amigo ao seu lado, dizendo baixinho, para que não atrapalhasse de forma alguma a concentração de Taehyung. Ao que Hoseok lhe olhou, entretido nas explicações do médico, e impressionado, admitia, Jimin lhe chamou com os dedos, para que abaixasse um pouco e lhe desse atenção.  ㅡ Não acha que o Min já deveria ter chegado?

ㅡ Ah, Jimin, você o conhece.  ㅡ Hoseok disse, gesticulando com as mãos e voltando seu olhar aos jovens sentados em fileiras de frente para o mini-palco. ㅡ Ele tem lá a sua forma responsável, mas provavelmente encontrou algo mais interessante para fazer ㅡ o olhou  ㅡ também, depois de levar um pé na bunda daqueles com direito a desmaio não me impressiona a relutância dele de estar aqui.

ㅡ Às vezes me pergunto o motivo da insistência dele no Taehyung! ㅡ Jimin disse em uma um tom duas vezes mais baixo que o normal, porém Hoseok tinha sua audição apurada demais e não deixou passar despercebido o comentário do amigo, e mesmo sabendo do penhasco que Jimin tinha pelo Doutor irresponsável Min Yoongi, ele entendia bem os motivos do branquelo e sua falta de pouca vergonha de querer voltar com o médico mais jovem e de alto cargo daquele hospital.

Hoseok sempre soube, assim como Namjoon, que Taehyung se daria bem na vida e que mesmo depois de tanta coisa Yoongi iria se arrepender de ter feito o que fez com o rapaz.

ㅡ Isso se chama arrependimento, Jimin. ㅡ Hoseok lhe disse, cruzando os braços. As perguntas fluíam cada vez mais fácil ao decorrer da palestra de Taehyung, e este, bem animado pelo interesse eminente em cada um dos participantes, tornava tudo ainda mais cativante a se prosseguir.

Como um parasita, um dos telefones postos em cima de uma caixinha ao lado da tela começou a tocar, e o doutor em cima do palco acabou por se assustar, olhando de forma afobada para a caixa. Fez um gesto rápido para Jimin, que se encontrava com um bico nos lábios, para que viesse a ver quem lhe ligava.

Jimin logo reconheceu o toque e sabia muito bem a quem aquele celular pertencia, suspirou e olhou para quem ligava em hora tão importante como aquela e como se fosse algo totalmente predestinado o nome na tela brilhante indicava nada mais do que Yoongi, aquele que a poucos minutos se encontrava falando sobre.

Olhou para Taehyung e balançou sua mão. O mais novo apenas sibilou baixo:  "atenda para mim, por favor" e voltou sua atenção para os alunos novos.

O médico apenas atendeu com um "Diga, Yoon " baixo o suficiente para não interromper o assunto foco daquele auditório e se retirou do modo mais astuto possível, afinal, ele também estava em cima do palco.

Já fora do auditório Jimin conflitava consigo mesmo, a vontade de gritar com Yoongi e ao mesmo tempo perguntar se ele estava bem com toda a certeza ainda o deixariam completamente louco.

ㅡ Yoongi, onde você está? Qual é o seu problema? Você sabia que hoje tinha palestra. Você é um idiota irresponsável! ㅡ  Finalmente respirou, estava irritado com o mais velho, na verdade estava irritado consigo por estar irritado com Yoongi por simplesmente ligar para Taehyung.

Yoongi não aprendia.

ㅡ Ahn... ㅡ Uma voz em um tom eminente de inquisição soou do outro lado da linha, meio incerta do que iria dizer ㅡ você por um acaso é "Kim lerdo Taehyung"? ㅡ A voz feminina perguntou, e só assim Jimin poi-se a pensar. Pelo jeito, Yoongi estava muito bem acomodado.

ㅡ Quem é? Cadê o Yoongi?

ㅡ Bom, digamos que ele esteja pulando no próprio carro e gritando para os quatro ventos o quanto Kim Taehyung é um idiota. ㅡ O suspiro feminino se fez presente ㅡ desculpe, eu não sei quem é você mas… ㅡ Uma pausa curta se fez presente na linha ㅡ poderia vir buscá-lo no bar próximo ao hospital dos Min's? Estamos no estacionamento da boate Luz do luar. Ele está causando tumulto e está xingando todo mundo por causa desse tal Taehyung. Venha logo, antes que alguém decida bater nele, ou então eu mesma.

ㅡ Quem está ai? É o Taehyung? ㅡ A voz embriagada de Yoongi se fez presente, cada vez mais perto ㅡ deixa eu falar com ele. Eu quero falar com eleeee!

“Yoongi, para…” a voz feminina se distanciou por alguns segundos do telefone, Jimin estava temeroso com o que poderia vir a acontecer com Yoongi naquele estado. Sempre soube do péssimo histórico do mais velho com bebidas alcoólicas e se estivesse certo aquela poderia se tornar mais uma visita a delegacia local.

ㅡ Eu estou chegando ai! ㅡ Jimin encerrou a chamada sem sequer esperar uma resposta ou sem saber se a pessoa do outro lado da linha o tinha escutado, guardou o celular do amigo no bolso de seu jaleco, correu até a sala de Taehyung em busca das chaves do carro do mais novo.

ㅡ Jimin, o que você está fazendo? ㅡ A voz de Hoseok ecoou na sala, assustando o baixinho que procurava atentamente nas gavetas da mesa de Taehyung as desejáveis chaves do carro.

ㅡ É o Yoongi. Deu problema de novo.

ㅡ Problema? Que problema?

ㅡ Ao que aponta, ele bebeu e está causando em frente a uma boate chamando pelo Taehyung ㅡ Jimin bufou pela insistência do médico. ㅡ Só preciso ir buscá-lo antes que ele vá para a delegacia novamente.

ㅡ Quer que eu vá com você?

ㅡ Não precisa ㅡ Jimin sorriu vitorioso ao achar as chaves do carro dentro de uma caixinha de metal posta em uma das gavetas, que acompanhava outras várias chaves. ㅡ Você tem que ficar aqui para ajudar o Taehyung. Qualquer coisa, se eu não voltar a tempo das minhas explicações, minhas anotações estão dentro da gaveta com chave da minha sala. Não é nada que você não tenha conhecimento.

ㅡ Ai, ai ㅡ Hoseok revirou os olhos, repreendendo o amigo ㅡ só vá depressa.  

Jimin apenas acenou e correu rumo ao estacionamento. Em um primeiro momento o médico pensou, somente por alguns segundos, em seguir pelo elevador. Entretanto seu desespero e pressa o fez pensar demasiadamente rápido o fazendo seguir pelas escadas de emergência.

O passar quase que viciado de sua mão nos fios rosados mostrava o quanto o rapaz estava desesperado para sair o mais rápido possível daquele hospital. A busca pelo carro não demorou mais que meros segundos, e em uma corridinha básica, ele deslizou pelo capô do carro e entrou de uma vez no automóvel.

A noite clara adornava os arredores com certa frieza da cidade. A rua não estava tão movimentada, nem mesmo a principal que teve que se obrigar a passar por lá.

[...]

ㅡ Yoongi, por favor… ㅡ A mulher tentava manter o médico quieto, esse que não parava um momento sequer de xingar Taehyung. ㅡ Ele já está vindo, você pode pelo menos se sentar aqui?

ㅡ Ele… ㅡ Yoongi cambaleou para a esquerda, quase tropeçando nos próprios pés ㅡ vem mesmo?

ㅡ Sim, mas pode se aquietar e tentar dormir mesmo que pouco?

ㅡ Mas ‘tá frio! ㅡ Gesticulou como uma criança que não quer ir tomar banho.Yoongi conseguia ser um verdadeiro bebê quando bêbado. Por sorte, alguém estava ali para tentar mantê-lo fora de problemas piores. ㅡ E por qual razão está me ajudando? Eu não era só um cliente da sua lista?

ㅡ Min Yoongi, já te disseram que você é um completo babaca?

ㅡ Todo dia ㅡ o Min riu, sentando-se ao lado da mulher no capô de seu carro e deitando sua cabeça nos ombros da moça, que tinha seu longo cabelo posto de lado.

ㅡ Você está fedendo.

ㅡ Olha, não é porque você me beijou que eu vou aceitar essa ofensa.

ㅡ Não é uma ofensa, é uma verdade ㅡ a mulher riu, sarcástica. ㅡ Parece que um caminhão de whisky te atropelou oito vezes e no final tombou em cima de você.   

ㅡ Sua vadia.

ㅡ Seu pirralho.

E então, uma série de risos foram ao ar, deixando que a pouca lucidez se divertisse com aquilo.

ㅡ Mas agora, estou curioso ㅡ Yoongi soluçou, olhando para o rosto da mulher, ainda sim deitado sob seu ombro ㅡ qual seu nome?

ㅡ Pensei que você não se importasse com vadias, doutor.

ㅡ Sem drama, por favor. ㅡ Yoongi fez uma falsa expressão de desgosto, logo rindo ㅡ quero saber se seu nome realmente faz juz a você.

ㅡ  Selene, prazer ㅡ a mulher se endireitou, estendendo sua mão ao médico pálido.

ㅡ Realmente ㅡ o Min gargalhou, cumprimentando a mulher daquela forma.

O riso de Yoongi chegava a ser contagiante, mas dava para se notar que aquilo não passava de uma mera máscara que o médico costumava utilizar diariamente.

Sentia pelas perda, sentia por se um pai nem um pouco responsável, e, acima de tudo, sentia por causar problemas para aquele que um dia disse “eu te amo”. Soube que estava fadado a ser daquela forma mesquinha quando não arcou com as consequências daquela traição, quando soube que era ridículo demais para ser levado a sério por um amor recíproco.

ㅡ Talvez ㅡ Yoongi começou, voltando a deitar-se no ombro nu da mulher ㅡ se eu não fosse tão ridículo, e você não tão vadia, se sentiria atraída por mim? Digo, não para algo casual, de uma noite. Uma coisa…

Pra vida toda?

ㅡ Eu ia dizer “uma coisa mais séria”, mas pra vida toda… ㅡ Riu ㅡ acho que cai bem dramático e romântico.

ㅡ Por quê? ㅡ Perguntou a mulher, roçando suas unhas uma nas outras ㅡ por que isso agora?

ㅡ Acho que eu poderia ter passado a minha vida toda com uma pessoa, mas eu sou ridículo, tenho escolhas ridículas, argumentos ridículos, tudo que nutri de mim é ridículo. Como eu, logo eu, vou poder passar a minha vida toda ao lado de uma pessoa extraordinária como ele, sendo tão introvertido? Tão... ㅡ Bufou ㅡ mesquinho?

ㅡ Você poderia tentar tê-lo novamente mudando suas escolhas.

ㅡ Esse é o problema. Eu não sei como fazer isso. Toda vez que chego perto dele eu tenho uma ridícula mania de querer marcá-lo como um cão nojento que marca tudo como “meu” com seu mijo tóxico.

ㅡ E quais foram seus erros?

ㅡ O meu primeiro erro foi amá-lo sabendo que não poderia dar a ele o que ele sempre quis. Eu nunca poderia, afinal. Taehyung era maravilhoso; ele sorria por tudo. Por tudo mesmo. ㅡ Vagou pelos anos ㅡ lembro de uma vez que ele caiu e se ralou como uma criança. Ele riu, como sempre; e também teve a vez em que Taehyung perdeu sua vó. Ele sorriu. Sorriu como se esperasse que alguém se compadecesse a trazê-la de volta.

ㅡ E o que ele queria?

ㅡ Ele queria ser amado. Ele queria alguém que risse de sua risada, que sorrisse por tudo, como ele. Mas ele foi logo se apaixonar por mim, quem odiava o seu sorriso e odiava mais ainda sua risada. ㅡ Uma fina lágrima desceu por seu rosto, cortando. Era frio aquele sentimento de incapacidade, aquele sentimento que corroía tudo em si. ㅡ Eu poderia ter amado, Selene. Eu poderia ter amado ele daquela forma que sempre quis. Mas é como dizem, não é: você só percebe o quão as pessoas são importantes quando se dão conta que não as tem mais.

ㅡ Você está arrependido, mas não arrependido por perde-lo. Está arrependido por tê-lo feito sofrer e hoje notar que ele pode ser feliz e sorrir como antigamente mesmo sem você do lado! É um sentimento de culpa. ㅡ As palavras eram ríspidas, carregadas de uma verdade dolorosa; essa que yoongi de modo algum queria aceitar. ㅡ O que você fazia a ele?

ㅡ Sabe, eu sempre tive problemas com a bebida… ㅡ Confidenciou ㅡ Perdi as contas de quantas vezes acordava com o quarto revirado e sem Taehyung ali, somente mensagens de Namjoon e Jimin me alertando para ficar longe do meu namorado. Eu nunca tive a intenção de bater nele, mas tinha vezes que ele parecia um inútil. Selene, eu fiz a pior coisa que qualquer um poderia ter feito a ele ㅡ Yoongi chorava como uma criança, com as palavras saindo cortadas de sua garganta ㅡ  eu o fiz odiar sorrir. Eu o fiz odiar rir de coisas banais. É como se eu tivesse plantado o ódio nele. Você já sentiu isso? Você já sentiu como se tivesse matado alguém só por observá-la totalmente diferente de como ela era antes? Eu matei o que existia em Taehyung, e eu sou um monstro por isso.

ㅡ Minha mãe costumava me contar histórias de monstros quando eu era mais nova, nas versões dela alguns dos monstros eram na verdade belas fadas...ㅡ pigarreou, levou a mão até os fios de Yoongi ali acariciando de leve, como se o homem fosse uma criança que apenas tinha crescido demais. ㅡ Apenas ficaram com uma dor sem fundamento no coração, uma coisa que os corroia de dentro para fora os tornando criaturas obscuras. Yoongi, não guarde essa dor para si mesmo. Não se destrua, me conte, mesmo nos conhecendo em uma noite onde provavelmente iriamos estar transando se você não tivesse dado problemas, pode confiar. Eu não o julgaria.

ㅡ Selene, na verdade, eu nunca tive motivo pra isso. Eu nunca tive um motivo pra ser tão questionável assim ㅡ suspirou ㅡ minha mãe era presente e meu pai, embora trabalhasse muito, também nunca me deixou no escuro. Mas eu nunca fui simpático, entende? Eu nunca soube desenvolver muita empatia com as pessoas, e isso fez com que todas elas fugissem de mim, da minha cápsula de confusões. Eu não os culpo, também fugiria de alguém como eu. Mas quando eu mais precisei, quando eu necessitei mudar por um amor, eu não tive vontade. Eu só o queria, eu só o amava. Não havia aquilo de “os pacotes externos do amor”, era só o sentimento, mas eu não sentia a empatia por ele. O sorriso me dava ânsia, o carinho mais ainda. Com o tempo eu conseguia sorrir com ele sem ser forçado, porque, afinal de contas, Kim Taehyung é alma mais contagiante que o mundo já cultivou.

ㅡ Mas o que mudou depois de você começar a sorrir livremente?

ㅡ Eu o trai! ㅡ Disse sentindo-se de modo mais confortável ㅡ naquele dia eu não estava bêbado ou sob efeito de qualquer coisa, eu simplesmente vi uma bunda dando mole, uma pessoa flertando comigo e foi o suficiente para levar ao meu quarto… ㅡ Suspirou, Yoongi observava de soslaio as expressões de Selene, ele não sabia o que se passava na mente da moça e no momento não queria saber, queria apenas se livrar daquela história e se sentir aliviado por finalmente contar. ㅡ ...Foram pelo menos uns quarenta minutos de sexo sem qualquer preparação, sem qualquer contato boca a boca… ㅡ Suspirou pela centésima vez naquela noite. ㅡ Mas foram os quarenta minutos perfeitos e não programados para Taehyung entrar no quarto e ficar estático com a cena, lembro de vê-lo sair correndo tropeçando nos próprios pés. Foi horrível, mas não parou por aí! Depois desse dia veio a notícia que uma das minhas fodas casuais faleceu no parto da minha filha, foi uma notícia trágica para Taehyung.

ㅡ Ele terminou com você?

ㅡ Ele apenas me deu as costas e saiu, mas naquela época eu não me importava. ㅡ Sorriu mínimo. ㅡ Hoje minha pequena SunHee tem cinco anos, Taehyung a conhece mas sempre que ele me olha eu posso notar a tristeza no seu olhar, venho tentando me aproximar dele. Venho investindo, mas está ficando complicado.

ㅡ Ele não aceita suas tentativas ou tem outra coisa, ou melhor, alguém lhe impedindo?

ㅡ Ele nunca foi fácil, mas com a chegada daquele garoto as coisas se tornaram mais difíceis. Mas uma coisa se tornou notável nos últimos meses, Taehyung voltou a sorrir! ㅡ Por meio Yoongi conseguia sentir alívio por ter Tae de volta com o habitual sorriso retângular no rosto, mas, a outra metade, o fazia borbulhar de raiva por aquilo não ser mais direcionado a si. ㅡ Mas o jeito que tento me expressar chega a ser abusivo. Exagerado. Ninguém nunca iria voltar com um ridículo que faz coisas ridículas para isso.

ㅡ Então, meu caro amigo de uma noite só, você deveria virar a página e somente se desculpar verdadeiramente com seu ex. ㅡ Selene sorriu calmamente, os fios negros sendo levados com o vento a deixando completamente bela.

ㅡ Mas eu vou continuar o amando. Eu vou continuar a me sentir assim. Então me diga, Selene, de que isso me adiantará?

ㅡ Isso te fará querer seguir em frente. O perdão pode ser complicado, mas quando ele resolve se soltar, é como se tudo voltasse a colaborar com você. Isso é um passo. ㅡ Selene sorriu ㅡ talvez quem possa te cativar para te ensinar as outras extremidades e, principalmente, “os pacotes externos do amor”, possa estar mais perto que você imagina.

 ㅡ Yoongi, eu juro que vou dar muito nessa sua cara. Estou buzinando essa merda faz meia hora! ㅡ Um pequeno Jimin furioso chegou em passos pesados no local com as chaves do carro rodando em seus dedos ㅡ eu vou te fritar em uma frigideira, seu maldito zumbi! Está achando que é simples assim?! Que é só sair e pronto?! Não é não! Eu vou te arregaçar com essa garrafa de bebid-

Num sopro, o pálido se levantou e tapou a boca de Jimin, fazendo-lhe vacilar três passos para trás com a aparição repentina de Yoongi que fedia a álcool.

ㅡ Você fala demais.  
[...]

ㅡ Uma ótima noite a todos ㅡ e assim Taehyung finalizou sua palestra, com um enorme sorriso de satisfação no rosto.

Aos poucos os alunos se curvavam em frente ao palanque se despedindo dos mais velhos ali, Taehyung sentia-se exausto porém satisfeito.
“Doutor Kim TaeHyung, código azul! Siga para o quarto do paciente Jeon Jungkook imediatamente.”
 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, que estejam gostando da historia e que nos perdoem pela demora okay!
Gente se quiserem conversar conosco aqui fica nosso twitte @SkyAway_ @0ROZOK

CONVERSEM CONOSCO AI NOS COMENTÁRIOS, vamos responder todas!


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