História Narcotic Man - Limit

No dia seguinte foi a mesma coisa, os dois mal se falaram, desmanchando toda aquela imagem de ‘super amigos’ que tinham construído até agora e a casa parecia ter dois fantasmas. Os que trabalhavam lá iam e vinham prestando os seus serviços e não ousaram se meter, nunca fizeram isso.

Suga recebeu umas ligações dos seus subordinados, pelo que soube o lugar ficou destruído e perdeu alguns caras, mas tudo deu certo sobre afugentar os outros, então o chefe pediu para eles conseguirem o máximo de informação que podiam sobre o que aconteceu, não tinha desistido de caçar o desgraçado que estava fazendo quilo, mas para a própria segurança, decidiu passar alguns dias ali.

Assim que desligou a ligação, pisou do lado de fora e lá encontrou o mais novo, estava cochilando confortavelmente em uma das cadeiras. Deu de ombros então e sentou-se ao seu lado, o silêncio era apaziguador, o vento fresco e até mesmo o dia nublado estava bom, o cheiro de chuva era nítido, anunciando o que vinha mais tarde. Cruzou as pernas e fechou os olhos, assim dormiu antes mesmo que esperasse.

---X---

-Suga Hyung...

Fez uma careta, ouviu uma voz e o trovão estrondoso logo em seguida, se assustou e abriu de uma vez os olhos.

-Acho melhor a gente entrar, vai cair uma chuva...

Monster lhe disse antes de entrar novamente na casa, preocupado em fechar o restante das janelas, os pingos já começavam a cair, fazendo barulho e não demorou muito tempo até que a tempestade começasse.

-Será que vai acabar a energia?

-Isso acontece por aqui... Só ligar a lanterna, ‘tá na cozinha.

O Min notou que ele conversava, mas nada parecido com o que é normalmente. Era uma pessoa difícil, se não soubesse o que estava acontecendo, nunca perguntaria então só levava aquele problema para frente apesar de não gostar desse seu lado.

-Qual das duas?

Dessa vez o mais novo chamou lá na cozinha e perguntou entre uma lanterna verde e uma vermelha, o chefe apontou para a verde, era que durava mais e foi em busca de um copo de água. Enquanto colocava o líquido no copo, ouviu um pequeno barulho e, de novo, viu o dongsaeng com a mão na cabeça, parecia que havia acabado de tombar em cima do banco.

-O que aconteceu, cara? Por que está assim?

-Não foi nada, relaxa.

Ouviu ele dizer que nada tinha acontecido pela terceira vez, a raiva lhe subiu à cabeça e ele largou o copo em cima da mesa, abaixou-se e puxou a gola da camisa do Kim com força, fazendo com que ele ficasse bem perto.

-Dá ‘pra me dizer o que aconteceu com você? Ou acha que eu sou otário?

O mais novo arregalou os olhos, a dor em seu ouvido havia aumentado consideravelmente e parecia que a qualquer momento iria explodir, segurou as mãos do Hyung, tentando se afastar um pouco, mas vendo que isso era impossível, respirou fundo, dizendo para ele se acalmar e assim contou que levou uma bela de uma porrada do cara, na confusão de antes.

-E precisou dessa frescura toda ‘pra... Oh, Namjoon! O seu ouvido...

Monster colocou a mão ali já sabendo o que deveria estar acontecendo e como adivinhou estava sangrando, deu de ombros, aquela não era a primeira vez.

-Tem alguma coisa errada, você falou com o médico? Ele veio aqui fazer o meu curativo, né?

Yoongi finalmente o largou e se concentrou em molhar um pano qualquer para limpar aquilo, assim que completou o que queria, voltou-se ao traficante e de modo quase inconsciênte segurou o rosto dele para poder limpar.

-Eu falei com ele Hyung, é que foi muito forte e em um ponto sensível demais, aí tenho que esperar até ficar bom, mas...

-Mas?

Pediu que ele prosseguisse enquanto completava o seu trabalho ali. Porém se assustou, sentiu um choque passar pelo corpo todo e o coração bater tão forte que cortou o ritmo da respiração. As luzes se apagaram na mesma hora em que o mais alto encostou a cabeça em seu ombro e o puxou para perto, depois envolveu os braços de maneira sorrateira em seu tronco. Silêncio.

-...Ele disse que parte do meu equilíbrio já era... que não posso me arriscar muito, não posso mais pilotar a moto.

-O-O que?

-Eu achava que não, mas agora, parece que eu tenho alguns limites. 

O hyung mal podia acreditar, parecia que entrou em um estado surreal quando sentiu o seu corpo tão próximo ao dongsaeng e congelou, sem saber direito como reagir aquele abraço. Namjoon apertou só mais um pouco e Yoongi ficou trêmulo.