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História NaruHina - Ghost - Blackwatch


Escrita por: Hakk0n

Notas do Autor


And i'm back! Espero que a virada de ano de vocês tenha sido e que esse ano seja ótimo pra todos :D

Capítulo fresquinho de Ghost, agora falando mais sobre a organização onde Naruto trabalha e também um pouco do seu passado. Ainda falta muita coisa pra explicar e pode parecer confuso, mas prometo que aos poucos eu vou desenrolando as pontas pra não acabar liberando informação demais

É isto, então enjoy! ^^

Capítulo 3 - Blackwatch


Fanfic / Fanfiction NaruHina - Ghost - Blackwatch

Blackwatch

5 de Abril de 2018, 09:15h, costa da Austrália, QG da Blackwatch

Naruto olhava para aquela foto como se fosse a última coisa que ele veria na vida. Talvez fosse, talvez não. Mas aquele era o seu ritual. Era a única lembrança que o ligava a um passado agora muito distante, enterrado.

Ele se lembraria do dia dessa foto pra sempre. Seus pais chegando de surpresa no parque quando ele e Hinata estavam se beijando, Kushina matando Naruto de vergonha e Minato só rindo da situação. Hinata também estava um tomate de tão vermelha naquele dia. Vez ou outra Naruto olhava pra Minato, pedindo algum tipo de ajuda pra lidar com aquele vexame, mas o Namikaze apenas sorria pra ele e acenava com a cabeça. Estranhamente, Naruto se sentia confiante quando ele fazia isso. Seu pai era a sua maior inspiração, ele falava todos os dias que cresceria e seria como ele.

E agora ele estava morto.

Duas fortes batidas na porta do seu quarto interromperam os pensamentos de Naruto, que olhou na direção dela antes que fosse aberta, dando espaço para um homem de cabelos pretos e um cavanhaque feito por medida, ele tinha uma cicatriz de um corte perto do seu olho.

- Tenente, a equipe tá pronta. – Falou o homem conhecido como Silva, um brasileiro de muita personalidade e um grande amigo de Naruto na Blackwatch.

Naruto guardou rapidamente a foto no bolso do peito do seu casaco escuro e se levantou, pegando seu colete de cima da mesa e saindo do quarto junto a Silva, deixando a porta aberta.

Blackwatch era a nova vida de Naruto, sua nova família.

Após Naruto ter descoberto os planos de Madara, o homem contratou os serviços da Blackwatch para assassinar seus pais. Ele deu apenas o dinheiro e as instruções de como ele queria que fosse feito e assim foi. Porém, essa história teve uma reviravolta um tanto surpreendente que só a organização sabia.

Orochimaru, líder do Esquadrão Cobra encarregado pela morte dos pais de Naruto, se viu tomado pela sua ganância e curiosidade macabra e “salvou” a vida do jovem rapaz. Ele matou um de seus subordinados com um tiro na cabeça e plantou seu corpo junto aos de Minato e Kushina no avião que já estava programado pra falhar e cair no meio do oceano, assim se os corpos desfigurados ainda fossem encontrados no fundo do oceano, todos achariam que os três membros da família realmente tinham morrido. Madara fez sua parte e junto aos seus contatos na polícia, alterou as evidências e arquivou rapidamente o caso. A “investigação” foi simples e fechada rapidamente e nem a própria imprensa perguntou muito.

Poucas pessoas da organização sabiam daquilo e desaprovaram da ação de Orochimaru. Mas o homem tinha uma reputação perversa desde os dias da sua dispensa militar do exército japonês e muitos tinham receios de cruzar seu caminho.

Naruto seria o primeiro experimento de Orochimaru para seu projeto de um pet particular. Seu pequeno soldado de estimação. E assim Naruto sofreu durante um ano o quê muitos nem imaginariam.

Ele atingiu o pico de exaustão e dor tanto física como mental, tudo com o objetivo de criar um soldado perfeitamente obediente aos comandos de Orochimaru. Vários tipos de drogas foram injetadas nele, e ele estava sempre sob uma dose severa de adrenalina. Além disso, ainda vinham os treinos militares que eram feitos por Kabuto, tenente de Orochimaru.

Naruto sempre fora um rapaz pacífico quando criança, sempre fugindo de brigas na escola mesmo quando os valentões o perseguiam. Ele já apanhou muito ao defender seus amigos mas nunca levantou a mão contra ninguém. Sua mãe o ensinou isso desde pequeno. Kushina sempre falava que violência só gerava mais violência.

Mas Orochimaru não queria saber daquilo. Ele forçava Naruto a treinos desumanos que se estendiam por mais de 12 horas por dia. O prazer que o homem tinha ao fazer aquilo chegava a ser assustador, botando medo até no seu próprio assistente. Kabuto também não quis fazer parte daquela vida, mas ele devia tudo a Orochimaru que o salvou de uma vida de miséria nas ruas de Tóquio, ele era um mero órfão esquecido mas que foi salvo pelo homem. E mesmo não tendo nenhum prazer em fazer aquilo com Naruto, como ele mesmo falava diversas vezes, ele tinha que obedecer.

De certa forma, ele virou um amigo de Naruto nas horas de seu “descanso”, quando seu corpo entrava em colapso pelas drogas e os treinos. Além das medicações, Kabuto contava sobre sua história pra Naruto e isso ajudava o jovem, ele passou a apreciar a companhia de Kabuto. Mas um dia, ele parou de ir o visitar.

Depois de um ano sofrendo nas mãos de Orochimaru, Naruto foi transferido para o Esquadrão Fantasma sob o comando do Capitão Kakashi Hatake. Um oficial de respeito do exército japonês e um homem de honra na organização, Kakashi era conhecido por ser o único capitão da organização a operar de um modo diferente.

A Blackwatch não é como outras organizações mercenárias, ela é mais inteligente. Não existe só uma pessoa no comando de tudo, e sim vários capitães que lideram suas unidades ao lado de um tenente a sua escolha. Assim, a Blackwatch era dividida em células, cada uma com sua função. A função do Esquadrão Fantasma era de fazer justiça, lutar contra o terrorismo e as pessoas de mal no mundo.

Ninguém sabia ao certo o porquê de Kakashi querer fazer isso, poucos sabiam da sua história e do que ele já enfrentou pra ser daquele jeito, mas todos o respeitavam pela sua conduta e seus ideais.

Kakashi se tornou um professor e um pai para Naruto. Durante 4 anos, Kakashi o treinou e o ensinou sobre a realidade do mundo, como ele realmente funcionava. Ele deixou de ver as coisas como um mar de flores como via antigamente, e passou a ver o medo e a injustiça pelo mundo. Naruto viajou por vários países, aprendeu diversos idiomas e artes marciais. Ficou conhecido como um prodígio de muito talento dentro da organização e foi subindo nos rankings até ser escolhido tenente do esquadrão de Kakashi, sendo seu braço direito. Mas a parte que mais o assustava, era o prazer que ele tinha ao fazer suas missões. A adrenalina num tiroteio ou numa situação perigosa, a satisfação de torturar e matar pessoas do mal. Estupradores, traficantes, senhores de guerra. Naruto acreditava que eles estavam limpando o mundo dessa escória, mas na verdade ele só estava descontando sua raiva e sua frustração, saciando sua sede de vingança.

Mesmo assim, mesmo com tudo que havia acontecido, Naruto encontrou seu lugar com aqueles homens. A Blackwatch tinha pessoas de todo tipo, de todos os lugares. Na unidade de Naruto haviam japoneses, brasileiros, americanos, africanos, franceses e britânicos. Eles eram uma irmandade, cada um apoiando o outro em meio às dificuldades. Naruto foi acolhido e confortado por aqueles homens e ele morreria por cada um deles se fosse preciso.

Naruto e Silva chegaram no salão principal do esconderijo. Pessoas andavam de um lado pro outro, era um dia cheio pelo visto. Alguns caras treinavam entre si, outros faziam turnos pra treinar nos sacos de pancadas. Os gerentes de informação estavam concentrados nos seus computadores, coordenando unidades que já estavam em campo. Todos os membros da unidade de Naruto já estavam prontos, apenas esperando pelo líder e o seu costume de se atrasar.

- As donzelas já acabaram o namorico? – O africano, Imani, perguntou com um largo sorriso direcionado aos dois que haviam acabado de entrar na sala. Naruto e Silva responderam com caretas. Os outros membros gargalhavam enquanto terminavam de checar suas armas. Imani continuava a brincar com a sua bola de tênis. Era quase um gigante intimidador de pele escura mas com um grande coração.

- Muito engraçado, mané – Silva respondeu, indo até ele e roubando sua bola. Naruto acenava em negação com a cabeça e foi até o estande de armas, pegando sua bolsa já separada e botando-a nas costas.

- O sensei tá atrasado? De novo? – Naruto perguntou após perceber a ausência de Kakashi.

- Sério, Naruto? 4 anos aqui e você ainda pergunta isso? – Curtis, o americano, respondeu. Naruto apenas o ignorou e checou seu relógio por baixo da manga longa da sua jaqueta. Curtis tinha um cabelo preto e curso e era quase do mesmo tamanho de Naruto.

Depois de mais ou menos 10 minutos, Kakashi apareceu com uma cara de sono. Os membros da equipe o olhavam como se fossem se reunir pra bater nele e ele apenas deu aquele sorriso falso que todos conheciam.

- Desculpem o atraso. Tive que ajudar uma senhora com suas compras – Kakashi falou após ver a cara do seu esquadrão. Naruto se levantou do banco sorrindo e foi até a mesa de ferramentas checar o estado das suas armas antes de partir. O restante da equipe apenas negou com a cabeça, sem acreditar nas mentiras de Kakashi.

Após mais alguns minutos de instruções sobre a missão, o Esquadrão Fantasma partiu. A missão deles era de invadir um pequeno campo de refugiados na África organizado por um traficante de armas local. Eles usariam a cobertura da noite pra se infiltrar na base, executar o traficante e libertar seus prisioneiros.

Após algumas horas de viagem, eles se encontraram com uma unidade de reforço da Blackwatch e pegaram o restante dos equipamentos necessários para a missão, além de informações extras e assim partiram de carro até o ponto de início da missão.

- Curtis, Imani e Silva, vocês vão ficar com o Naruto como Águia Dois. Seu objetivo é limpar o perímetro da base e facilitar nossa entrada – Kakashi dava as instruções finais dentro do jipe, olhando para cada um de seus companheiros de equipe. Naruto o olhava com atenção, sempre afirmando com a cabeça após entender suas ordens.

- Blake e Louis vão entrar comigo após Águia Dois ter limpado o caminho. – Kakashi falou, terminando suas instruções.

- Entendido, chefia. – Imani respondeu e os outros gritaram levemente um ‘hoorah’ pra dizer que estavam todos prontos. Kakashi afirmou com a cabeça e eles seguiram em silêncio o restante do trajeto, fazendo suas orações e se preparando para o que vinha a seguir. Cada missão era uma oportunidade de morrer, cada um ali sabia desse risco mas nunca hesitavam ou ficavam acovardados. Eles tomavam conta um do outro e nunca deixavam alguém pra trás.

Aqueles que desobedecem as regras são considerados lixos. Mas aqueles que abandonam seus companheiros são piores que lixo. Esse era o lema da equipe, ensinado por Kakashi e levado no coração por cada um.

Já era de madrugada quando o esquadrão chegou na área da base de refugiados. O carro foi estacionado longe e Naruto e Silva foram na frente dos outros, fazendo um reconhecimento da área. Kakashi e o restante preparavam suas armas e esperavam o chamado. Naruto parou atrás de uma grande pedra e a usou como cobertura, sentando-se e checando a munição do seu fuzil. Ele respirava fundo, tentando se concentrar pra não vacilar em mais uma missão. O Uzumaki olhou pro lado e viu Silva se escondendo em uma outra pedra, um pouco mais distante, seu fuzil deitado entre as duas pernas e as mãos juntas, fazendo sua típica oração. Mesmo com todo aquele exterior de gostosão, Silva era o membro mais religioso do grupo, e sempre pedia a ajuda de Deus naquela hora. Talvez fosse pelas circunstâncias da sua vida, mas Naruto já havia deixado de acreditar que existia um deus há muito tempo. Agora era só ele, sua mira e o seu dedo no gatilho. Sem sorte ou intervenção divina.

Dando um pequeno sorriso, Naruto ativou seu rádio no capacete – Não vai amarelar agora, né? – Ele ficou olhando pra Silva pra ver a sua reação e abriu ainda mais o sorriso quando viu a risada do companheiro de longe.

- Deveria respeitar seus superiores, loirinho – O homem respondeu, pegando seu rifle e retirando o cartucho de munição pra ver quantas balas tinhas, antes de inserir novamente na arma e recarrega-la.

- Quando você vai deixar de ser um babaca, Silva? – Naruto perguntou rindo enquanto olhava ao seu redor, analisando a situação.

- Quando você me apresentar aquela garota da sua foto, seu safado – Silva responde, e Naruto apenas negou com a cabeça enquanto ria. Ele podia ver claramente os olhos perolados de Hinata o observando na sua cabeça, lhe dando forças. Ela sempre estava com ele, por mais longe que ele estivesse.

- Mané... – Naruto respondeu baixinho, mas graças ao rádio Silva conseguiu escutar. O brasileiro sempre tentou confortar Naruto sobre seu trauma. Órfão desde pequeno, Silva sabia uma coisa ou duas sobre viver sozinho num mundo como esse. Ele também via que Naruto passava horas e horas olhando praquela foto, e já desconfiava que se tratava da família dele e uma garota que ele gostava, ele só não sabia que se tratava do amor da vida de Naruto.

Kakashi e o restante dos homens já tinham tomado suas posições em diferentes lugares aonde a escuridão da noite dava um certo tom de invisibilidade pra eles. A escolha de roupas pretas beneficiam bastante os homens da Blackwatch nesse sentido, e por isso a maioria dos mercenários da organização sempre preferiam fazer as missões pela parte da noite.

- Águia Dois, reportem – Kakashi falou pelo rádio e logo Naruto e Silva botaram seus dedos na parte do ouvido do capacete, acionando seus dispositivos de rádio.

- Detectei movimento nas duas entradas. 4 homens na entrada norte e 3 na sul, câmbio. – Naruto falou enquanto olhava para a base, seu rosto agora escondido pela balaclava* preta que todos os mercenários usavam pra esconder suas identidades. Ele deu uma última olhada pra Silva e acenou com a cabeça. O homem se levantou vagarosamente com o fuzil em mãos, já preparando pra avançar.

- Entendido. Pode prosseguir, Águia Dois. Boa sorte, câmbio – Kakashi falou e já aprontou seu rifle, sinalizando os outros dois homens da unidade de Naruto pra irem até ele. O prateado se levantou e avançou pela lateral com seus dois homens, Blake e Louis, indo em direção a entrada do sul, que era a menos vigiada. Na noite, eles eram como fantasmas, e assim evadiam qualquer inimigo que vigiava o lado de fora da base.

Naruto e sua unidade já chegavam perto da entrada norte. Ele levou sua mão direita ao alto e fechou num punho, fazendo um sinal pra eles pararem. Sem olhar pra trás, ele fez mais alguns sinais com a mão e apontou pro homem que estava em cima de uma pequena torre de controle, vigiando os arredores da base.

Ele olhou pra trás e viu seus homens dando um leve soco no próprio peito, a saudação particular do esquadrão e também um sinal pra dizer que estavam prontos. O Uzumaki confirmou com a cabeça e andou mais um pouco pra frente, se deitando numa grande pedra pra ter mais apoio e cobertura.

Naruto posicionou seu fuzil em cima da pedra e ajustou a mira, pondo o alvo bem no meio da cabeça do homem em cima da torre, que nem imaginava que estava passando pelos seus últimos segundos de vida. Ele parou sua respiração por alguns segundos e fechou os olhos, lentamente pondo o dedo indicador direito no gatilho. Naruto limpou todos os pensamentos da cabeça e apenas pensou no sorriso de Hinata, no doce olhar que ela dava só pra ele desde que se conheceram.

Ele abriu os olhos e então puxou o gatilho, e uma fração de segundos depois conseguiu ver o sangue do guarda na torre sair violentamente da sua cabeça pelo impacto da bala. Seu fuzil era silenciado e assim não fez barulho, mas a queda do corpo iria alertar os outros guardas com certeza. Assim, seus homens, já prontos e posicionados, esperaram mais alguns segundos e então atiraram em seus respectivos alvos, limpando a entrada norte.

Pelo rádio, Kakashi comunicou que a entrada sul também estava limpa e então Naruto e sua unidade correram até a base antes que os corpos fossem vistos e o restante da base fosse alertada. Cada um entrou mirando pra uma direção, e eles foram limpando o lugar um a um, silenciosamente. O Esquadrão Fantasma era uma lenda dentro da Blackwatch. Enquanto a maioria dos mercenários gostavam de encontros mais violentos e bagunçados, o Esquadrão Fantasma gostava de trabalhar na surdina, pegando seus alvos um por um sem chamar atenção. Era menos risco de acabar morrendo num tiroteio também, mas as coisas já ficaram feias para aqueles homens várias vezes. Naruto já até tinha se acostumado com a sensação de várias balas sendo atiradas contra ele. A adrenalina no momento o ajudava a não entrar em pânico, e com o passar do tempo ele foi até gostando daquela sensação.

Após 10 minutos de tensão, percorrendo toda a base com o máximo de cuidado, a unidade de Kakashi e Naruto tinha concluído com êxito sua missão, matando todos os guardas com exceção do traficante de armas. Era um russo com cicatrizes pelo rosto e um humor que não era dos melhores, um criminoso de nível baixo perseguido no próprio país e que quis tentar a sorte em outro lugar. Kakashi já tinha deixado sua marca no homem com alguns socos enquanto ele estava amarrado a uma cadeira na sua tenda.

- Que tipo de ser humano desprezível faz isso? Pegar pessoas vulneráveis e botar a venda por armas? – Silva falou, indignado com a situação. Naruto rodava pela tenda em busca de informações, seu rifle posto na cintura.

- É a natureza humana, cara. Algumas pessoas estão destinadas ao inferno – Imani respondeu enquanto recolhia algumas informações do notebook do traficante que continuava a rir mesmo depois da surra que Kakashi tinha dado nele.

Enquanto Naruto procurava por mais informações entre os pertences do homem, ele acabou algo que provavelmente virou seu mundo de cabeça pra baixo. Uma caixa preta com um nome escondido pela poeira. A colocando em cima da mesa, ele limpou o objeto e identificou a fonte de todo aquele problema: uma caixa com o nome das Empresas Amaterasu, a antiga empresa do seu pai que agora pertencia a Madara. Até isso aquele homem havia destruído, modificando totalmente o legado do seu pai.

Naquele momento, Naruto pirou. Seus olhos arregalaram e ele parecia ter perdido controle da própria respiração. O suor descia gelado pelo seu rosto. Sem nenhum controle sobre suas ações, ele partiu endemoniado pra cima do traficante, lhe dando tantos socos que o homem foi forçado da cadeira e caiu no chão, apanhando mais ainda. A equipe apenas observava aquilo, sem sentir um pingo de pena do traficante. Kakashi foi o único a tentar interferir, mas Naruto parecia estar possesso. Após desfigurar o rosto do homem, Kakashi conseguiu tirar Naruto de cima dele e o jogar pra longe. Naruto ainda tentou voltar mas foi segurado por Imani e Silva, e o loiro ficou se debatendo, quase levando os dois homens juntos. Se não fosse pelo tamanho e a força bruta do africano Imani, ele provavelmente teria conseguido.

- O quê você pensa que tá fazendo, Naruto?! – Kakashi foi até o loiro e o encarou, furioso, enquanto limpava sua roupa.

- ESSE DESGRAÇADO TRABALHA PRO MADARA! – Naruto gritou, a saliva pulando da sua boca de tanta raiva. Kakashi olhou para o traficante que mesmo depois de tanto apanhar, continuava a rir.

Nessa hora, o americano Curtis, que estava libertando e reunindo os refugiados para o ponto de extração, chega na tenda com uma cara de desesperado, olhando direto pra Kakashi e ignorando toda a confusão – Jesus Cristo, chefe. Os refugiados... eles estavam sendo usados como cobaias! – Kakashi o olha surpreso e foi até a caixa que Naruto encontrou, abrindo-a e achando diversos tipos de drogas sintéticas, seringas e amostras de sangue. Dominado pela raiva, ele saca sua pistola da cintura e vai até o traficante, lhe dando um único tiro na cabeça. O prateado fica olhando enquanto o sangue vai saindo do buraco.

Imani e Silva soltam Naruto, que havia se acalmado mas ainda parecia estar em choque. Todas aquelas memórias haviam voltado de uma vez: o rosto cínico de Madara quando ele o descobriu em seu apartamento, depois de Naruto ter feito barulho. A morte dos seus pais, seu ano de tortura com Orochimaru, tudo por causa de Madara. E agora ele estava arruinando a vida de homens, mulheres e crianças. Reunindo-os num campo de refugiados e usando-os através de outra pessoa para suas pesquisas desumanas. O ciclo havia continuado, e agora estava mais forte que nunca, nada havia mudado pra melhor, só piorado.

Após fazerem uma varredura completa do local, Naruto e os homens acharam mais caixas daquela, cheias de drogas. Eles as mandaram num carro pra ser levadas até o QG da Blackwatch, aonde Orochimaru e sua equipe de cientistas iam analisar e saber do quê se tratava. Mas o pior não foi isso. O pior era o olhar de sofrimento daquelas pessoas que já haviam sido usadas como cobaias. Crianças com menos de 10 anos, que passavam dias com dores excruciantes até desmaiarem por não aguentarem mais. Mulheres, algumas até gravidas, vomitando sangue por consequência das drogas. Homens incapazes de defender sua família. A vontade de todos naquele momento era de voltar até a tenda e encher o cadáver daquele traficante de tiro, mas isso não adiantaria.

A viagem de volta pra central da Blackwatch foi silenciosa, cada um refletindo sobre aqueles acontecimentos. Na cabeça de Naruto só havia uma resposta pra tudo aquilo: era hora de levar sua vingança até a fonte. Era hora de levar a luta até Madara. Mas ele não podia pedir praqueles homens arriscarem suas vidas por causa da sua própria cruzada. Mesmo que fosse a coisa certa a ser feita, vingar não só seus pais mas todas as pessoas que vem sofrendo por causa de Madara, era algo que ele deveria fazer sozinho, sem envolver mais ninguém que importasse pra ele.

Seus pais estão esquecidos no fundo do oceano, assassinados, por causa daquele homem. Era hora de cobrar isso.

Naquela mesma noite, nas últimas horas da madrugada, Naruto fugiu da Blackwatch. Apagou tudo que poderia levar até ele e desapareceu sem que ninguém percebesse na hora. Deixou tudo pra trás, menos suas roupas e as fotos que mantinha de lembrança de Hinata e seus pais. Era outra vida que ele tinha que deixar pra trás, e mesmo que lhe custasse a sua própria, ele iria atrás de justiça e vingança.

Tava na hora de Madara sofrer pelos seus pecados.


Notas Finais


*balaclava é uma máscara que cobre toda a cabeça usada no ramo militar pra esconder a identidade do usuário.

Espero que tenham gostado e até o próximo :D

(Vai ter capítulo novo de EnE essa semana, maybe)


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