História A filha de Kakashi-Hatake's Family (Naruto) - Ciclos se encerram

Hiromi:
   Decidida a acabar com aquilo de uma vez por todas, bati na porta de Neji, já preparada para terminar com aquele relacionamento que, como Ino me dissera uma vez, era abusivo. Eu o amava, com todas as minhas forças, mas teria que passar por cima disso e pensar em mim como prioridade ao menos uma vez na vida. Não demorou muito para que Neji atendesse a porta, a respiração dele estava ofegante, e pelos machucados nas mãos estava treinando, dava pra ver o suor dele escorrendo pela testa marcada.

- Hiro. Entre. -Ele disse após alguns segundos me encarando em completo silêncio, visivelmente confuso.

- Não, obrigada. Eu vou ser breve. -Ele pareceu relaxar a postura e então me olhou com curiosidade.

- Tudo bem então, o que foi? -Eu engoli o nó que se formava em minha garganta. E se ele estivesse certo sobre eu acabar sozinha? Ou sobre nenhum homem saber esperar? E se realmente ninguém me aceitasse por conta dos meus problemas? Eu estava prestes a desistir daquela decisão quando lembrei das palavras de Shikamaru, ele disse que eu ficaria bem e não estaria sozinha, então, eu deveria confiar não é?

- Estou terminando com você, não estamos mais juntos. -Fui curta e direta como arrancar um curativo de uma vez só, sabia que se pensasse demais, eu não terminaria.

- O que? -Ele franziu o cenho e olhou ao redor, parecia perdido.- Isso é alguma brincadeira? -Eu recusei o choro que estava bem perto de vir, não choraria de novo, não agora. Respirei fundo e engoli em seco.

- Não. Estou falando bem sério, na verdade. Cheguei a conclusão que não dá para continuarmos juntos.- Neji me encarou por uns segundos em silêncio e então riu. Ele realmente estava rindo? Eu não podia acreditar.

- Até parece Hiromi, e você vai fazer o que sem mim? Sair por aí mendigando atenção dos outros e se fazendo de vítima?

- Eu não preciso de você, tenho a mim mesma, e isso basta. -Eu disse levantando uma de minhas sobrancelhas, só para ver se o sorriso ridículo na cara dele sumia.

- A claro, e agora você vai ficar sem fazer nada só chorando e se lamentando do seu passado. As pessoas a sua volta não vão suportar, você sabe que ninguém além de mim tem paciência pra isso.

- Chorando e me lamentando do meu passado Neji? Quem além da minha família e você sabe dele? -Neji revirou os olhos e o sorriso dele sumiu. -Eu estou indo Neji, passar bem. -Precisava acabar logo com aquilo ou minha pose de durona iria cair rapidinho.

- Espera. -Ele segurou meu pulso quando eu me virei e eu puxei de uma vez só.

- Não encosta em mim, nunca mais. -Virei para encara-lo da maneira mais mortal possível, as lembranças da noite anterior me fizeram sentir nojo. -Eu estou indo. -Dei ênfase na parte de que estava indo e ele arregalou os olhos.

- Você vai se arrepender! Vai vir chorando depois que perceber que ninguém vai querer uma vadia usada que nem você! -Eele esbravejou e sem nem pensar duas vezes dei um soco bem dado no nariz dele. Quem ele achava que era para falar de mim daquele jeito? Ele levou uma mão até o nariz e eu pude ver sangue escorrendo, com certeza eu tinha quebrado.

- Nunca mais fale de mim desse jeito! Nunca mais Neji! -Eu apontei o dedo na cara dele e ele me olhou feito um cachorrinho assustado. -Eu estou indo, passar bem. -Disse por fim e saí com toda a classe que minhas últimas forças conseguiram reunir.
 

Assim que passei pelos portões do distrito Hyuga, andei da maneira mais tranquila que conseguia, apesar de ter vontade de sair correndo e chorando, até a casa do meu melhor amigo. Meu pai seria minha primeira opção para ser consolada mas ele estava ocupado, então, era Naruto, ou ninguém.

-Nee-chan! -Naruto disse animado quando abriu a porta de seu apartamento. -O que faz aqui?

- Uma garota não pode mais passar um tempo com seu melhor amigo?

- Sério? -Ele sorriu da maneira que só o Naruto sabia. -Ah eu tô tão feliz Hiro! -Ele me abraçou e eu sorri correspondendo o abraço, apesar do grande nó na minha garganta. -O que você quer fazer? Que tal irmos treinar um pouco e depois comer no Ichiraku, ou podemos ir comer antes e depois do treinamento. Melhor ainda, o que acha da gente comer no Ichiraku depois competir arremesso de kunai, daí comer no Ichiraku e depois treinar e comer no Ichiraku? -Naruto começou a dar ideias sem parar e eu ri de toda sua empolgação e do fato dele querer tanto ir no Ichiraku

-Por que simplesmente não vamos ao Ichiraku e ficamos conversando colocando o papo em dia? -Eu sugeri já começando a andar e o loiro me acompanhou todo animadinho.

-Com certeza essa ideia é genial nee-chan. -Eu sorri, quando tudo o que queria era  era abraça-lo enquanto chorava e contava tudo pra ele. Eu estava mal, muito mal, queria ser consolada mais que tudo. Mas as palavras de Neji me dizendo que eu me fazia de vítima, estavam me incomodando, então achei melhor apenas fingir e ficar em silêncio.

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Naruto falava sem parar sobre seus feitos dos últimos tempos com uma animação tão grande que chegava a ser entediante para mim. Não podia culpa-lo, ele não tinha  ideia sobre eu estar quebrada por dentro, se fosse um dia comum eu estaria quase tão animada como ele. Me lembrei do dia em que eu o conheci, eu tinha brigado com Kakashi e fugido de casa para o parquinho.

Eu me aproximei com cuidado e receio, e quando ele me viu pareceu ter se assustado

Flashback:

- Konichiwa.-Eu o cumprimentei quase num sussurro.

- Konichiwa.-Diferente de mim, ele usou um tom alto e alegre. -Eu nunca te vi antes, você é daqui? -Eu concordei com a cabeça. -Seus olhos são bem cinzas, são muito legais. Qual seu nome? Eu me chamo Uzumaki Naruto.

- Hiromi. -Eu me sentia envergonhada e estava com receio. A maioria das crianças evitava chegar perto dele, mesmo sem eu nunca ter entendido o porquê, ele parecia ser bem simpático.

- Só Hiromi?

- Sim.

- Ah tudo bem então, você quer brincar comigo? As outras crianças nem chegam perto de mim. Mas eu tô nem aí, por que um dia vou ser Hokage, dattebayo! -Ele era escandaloso e usou uma palavra engraçada, o que me fez rir. Talvez era por isso que as crianças não gostavam dele? 

No final do dia, quando todas as outras crianças já estavam indo embora com seus pais, Naruto ficou me encarando por um tempão enquanto estávamos na gangorra

-O que foi? -Perguntei

-Nada. Seus pais não vêm te buscar?

-Eu não tenho pais. -Fiz uma careta.

-Não brinca! Eu também não! -Ele pareceu feliz ao constatar aquele fato que tínhamos em comum. -Será que somos irmãos perdidos? 

-Pode ser! -Dessa vez eu me animei com a possibilidade.

-Então eu vou te chamar de nee-chan e você vai me chamar de nee-san. Por que eu sou o mais velho com certeza. -Mandou com convicção e eu o encarei emburrada.

-Por que tem tanta certeza que você é meu irmão mais velho?

-Dãããã, não é óbvio? Por que você é mais baixa que eu...

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-Hiromi-chan! -Naruto praticamente gritou o meu nome enquanto estalava os dedos na minha frente. -Você não prestou atenção em nada do que te falei né? Tava viajando na batatinha. -Fez bico.

-Gomen nee-san. Eu estava me lembrando do dia que nos conhecemos.

-Ah aquele dia foi bem legal! Nunca vi o Kakashi-sensei tão bravo que nem aquele dia! -Nós dois ríamos.

-Acho que nem eu! Pensei que ele iria me devolver pro Orochimaru.

Nós continuamos rindo e nos lembrando de momentos icônicos da nossa infância por um longo tempo. Eu amava passar meu tempo com Naruto, ele com certeza era meu irmão, não de sangue, mas sim de alma. O problema era que depois da guerra ele ficou famoso, e era isso que complicava as coisas, nós não tínhamos mais tempo para ficarmos juntos, era uma droga. Ainda assim eu estava mais orgulhosa do que qualquer um, do shinobi que Naruto houvera se tornado, ele era incrível em todos os aspectos.

Após um longo tempo apenas conversando e caminhando pela vila, eu decidi cortar seja lá oque Naruto falava, me sentia mais calma para conversar com ele sobre o que havia acontecido.

-Eu e Neji terminamos. -Soltei de uma vez. Naruto parou de caminhar e eu continuei mesmo assim. Pude escutar ele apressando os passos após alguns segundos.

-Hiro-chan! Como assim?! -Ele estava praticamente gritando e eu fiz uma careta.

-Como assim oque? Terminamos ora.

-Mas... vocês... Ele e você... -Ele estava incrivelmente chocado. -FINALMENTE! -Naruto gritou de repente me assustando e eu parei de andar para olha-lo de maneira mortal.

-Não grite baka! -Voltei a andar rapidamente fingindo não conhece-lo.

-Gomen gomen. -Ele sorriu sem jeito ao se reaproximar de mim. -Mas é que, cara, eu tava quase terminando esse relacionamento por você. -Inibi com a cabeça. -Bem que eu vi nos seus olhos que você tava triste, eu iria perguntar, só fiquei com medo de você brigar comigo. -Eu parei de andar outra vez e o encarei, ele havia percebido que eu estava mal?

-Nee-san, você sabia que eu não estava bem?

-É claro que sim! Eu te conheço melhor que ninguém dattebayo! -Eu sorri para ele que correspondeu. -Mas sério, finalmente você terminou com aquele baka! Eu tava por um fio de meter um rasengan na cara dele! -Eu revirei os olhos e voltei a andar. -É sério! Na verdade, eu ainda tô com vontade. Hiro-chan, só de saber que você tá pra baixo por causa dele... Eu devia ir lá agora mesmo dar uma lição pra ele. - O loiro cerrou um punho no ar e eu o olhei de canto.

-Arigato, mas acredito que ele já aprendeu bastante.

-Como assim?

- Bom, o soco que eu dei deve ter ensinado bastante coisa pra ele.

-VOCÊ DEU UM SOCO NELE? -Naruto gritou de novo e eu enfiei a mão na frente da boca dele.

-Será que dá pra ser menos escandaloso? Por Kami! -Devia ter contado para ele quando estivéssemos em um lugar com menos pessoas, Naruto parecia enfiar a noção no rabo as vezes.

-Mas é que. Você deu um soco nele? -Ele sussurrou e eu bufei.

- Sim. -Já estava perdendo a paciência.

- Cara! Eu queria muito ter visto, é sério! Fez muito estrago?

-Acho que quebrei o nariz dele.

-Não acredito! Podemos ir lá ver como está? Por favor.

-Claro que não Naruto! -Eu esbravejei e ele fez uma cara engraçada.

-É não parece uma boa ideia mesmo, eu ia querer bater nele. Foi mal! -Ele deu uma risadinha e então suspirou parando de andar.- Desculpa não ter te ajudado com isso nee-chan. Nem eu tô sabendo lidar com toda essa procura em cima de mim e... Eu não sei. Só gomenne.

-Está tudo bem Naruto-kun. Não precisa se desculpar, vai ficar tudo bem. -Ele sorriu e de maneira inesperada me puxou para um abraço. Era tudo o que eu precisava, suspirei relaxando todo meu corpo. Com certeza Naruto tinha o dom de fazer as pessoas ao seu redor se sentirem melhor.

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 Eu e Naruto passamos o dia todo juntos, aquilo foi incrível. Eu consegui me distrair de tudo e eu me sentia mil vezes melhor do que antes. No final, eu ainda tinha o Naruto, ele era meu irmão e sempre seria.

-Oque o Kakashi-sensei disse? -Naruto perguntou quando já era noite, estava na casa dele jantando lámen instantâneo.

-Disse sobre oque?

-Sobre vocês terem terminado.

-Eu não vejo meu pai há dias Naruto. -Fiz uma careta enquanto falava e enfiava mais lámen na boca.

-Eh? Como assim? -Ele perguntou de boca cheia e eu dei de ombros.

-Ser hokage ocupa tempo demais. Ele deve ter esquecido que tem uma filha. -Respondi depois de engolir.

-Não! Com certeza não! Ele deve tá sentindo tanta sua falta quanto você dele dattebayo! -Ele apontou os hashis pra mim. -Deveria ir vê-lo.

- Não quero atrapalhar o serviço de Hokage dele Naruto. Eu só ia incomodar. Se ele não foi para casa é porque está muito ocupado. -Falei desanimada, eu já havia terminado de comer.

-Nem vem! Nós vamos agora mesmo até lá! -Ele enfiou todo o resto do lámen na boca e se levantou apressado. Me puxou pela mão e saímos apressado de sua casa. Naruto ficou na entrada discutindo com os ninjas de guarda que afirmavam que o Rokudaime não deveria ser incomodado enquanto eu segui caminho a dentro atrás do escritório do Hokage.

Enquanto eu percorria o caminho, um cansaço emocional se apossou de mim e a vontade de chorar com toda aquela dor de mais cedo vieram a tona. Eu parei na frente da porta, já com os olhos marejados, eu estava com o coração apertado de saudade do meu pai, e pra ajudar o término com o Neji e a forma como ele me tratou e falou comigo doía como uma kunai enfiada em meu peito. Eu abri a porta de uma vez só e meu pai levantou seu olhar para mim, ele estava com olheiras, e visivelmente muito cansado. Eu hesitei em falar algo e após alguns segundos me encarando surpreso ele decidiu quebrar o silêncio.

-Hiromi? Não esperava vê-la aqui, ainda mais numa hora dessas. Aconteceu algo? -Assim que eu ouvi a voz dele, não aguentei mais, e o choro escapou de mim antes que eu me desse conta.

-Papa... -Eu consegui praticamente sussurrar já com a voz completamente embargada. Com a visão embasada pude ver meu pai se levantar e andar até mim apressado. Antes que eu cedesse sobre minhas pernas ele me abraçou, me segurando. Eu correspondi o abraço como se minha vida dependesse daquilo, e talvez realmente dependia. -Otousan... -Eu o apertei mais ainda no abraço e ele beijou o topo de minha cabeça. Não sei por quanto tempo ficamos daquele jeito, mas só nos soltamos quando eu finalmente havia conseguido me acalmar. Tudo oque eu tinha guardado durante o dia, mais a falta de não ter meu pai explodiu naquele momento, por isso me sentia tão fraca e vulnerável.

- Vamos para casa Hiro, e então, você me conta oque aconteceu.

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Fazia um tempo que estávamos em casa e assim que chegamos, ele se sentou no sofá e eu deitei minha cabeça em suas pernas. Eu havia acabado de contar tudo ao meu pai, eu e ele tínhamos uma relação aberta, como amigos de longa data, e apesar dele ter ficado completamente constrangido e eu envergonhada, acabei falando sobre a parte do sexo, sem detalhes, claro. Ele estava sem a máscara e a cara dele era de puro desgosto.

-Eu jamais imaginaria que Neji iria agir dessa forma. -Ele pareceu pensar um pouco. -Sinto muito que isso tenha acontecido filha. Se eu estivesse mais próximo, com certeza teria impedido, e talvez você não estivesse sofrendo tanto com isso.

-Papa, não se culpe, onegai. -Eu me sentei. -Com certeza eu não teria deixado você dizer ou fazer nada ao Neji, e nem teria dado ouvidos a você. -Suspirei cansada. -O pior disso tudo, é saber que eu ainda o amo. E dói, muito.- fiz cara de choro e ele passou seu braço sob meus ombros e eu me aconcheguei em seu colo.

-Eu sei filha, mas o tempo vai ajudar a curar. Não é isso que dizem?

-Sim mas, até isso acontecer, o que eu faço? -Eu realmente não sabia o que fazer com toda aquela dor.

-Tire um tempo pra si mesma. Faça coisas que você gosta com quem você ama. Se divirta. -Eu o encarei por um tempo até concordar com a cabeça. -Bom, agora preciso decidir o que farei com aquele garoto por ter machucado a minha garotinha. O que acha? Chidori ou raikiri? -Ele perguntou sério e eu ri, sabia que estava brincando. -Do que está rindo? Eu estou falando bem sério.

- Otousan! -Eu sorri para logo em seguida, após uma cara bem séria, ver meu pai sorrir também.

-Brincadeiras a parte, espero que você mesma tenha feito algo à ele.

-Um soco conta?

-Só um?

-Quebrou o nariz dele.

-Essa é a minha briguenta -Ele sorriu orgulhoso e eu o abracei.

-Senti sua falta papa.

-Eu também filha. E eu prometo que a partir de agora virei para casa toda noite, mesmo que tenha uma tonelada de trabalho para fazer. Eu tinha uma filha como responsabilidade, antes da vila se tornar uma. -Eu sorri e então me separei de seu abraço, feliz e grata por ter meu pai em minha vida e por saber que agora ele tinha voltado.

Precisaria agradecer ao Naruto outra hora. Naquele dia eu estava precisando do meu pai mais do que tudo e se não fosse por ele, provavelmente não teria nem o visto hoje, e só Kami sabe oque teria acontecido comigo se isso não tivesse acontecido.

No dia seguinte, eu e meu pai tomamos o café da manhã juntos, preparado por ele como de costume. E quando estava saindo o mesmo me prometeu que voltaria a tempo para o jantar e que se eu quisesse ir buscá-lo estaria tudo bem. Além de que ele afirmou que eu poderia ir vê-lo a hora que quisesse durante o dia, embora eu soubesse que não era uma boa ideia e que provavelmente não iria, eu concordei e fiquei feliz em ver que ele estava disposto a mudar o fato de sua ausência.

Mais tarde no mesmo dia, após já ter feito as tarefas do dia a dia, eu decidi que iria ler para ver se minha mente se distraía pelo menos um pouco já que estava tão barulhenta, ficar sozinha era a pior parte daquilo tudo. O que aconteceu ontem ainda doía e as palavras de Neji me furavam feito agulhas. É claro que eu estava me sentindo melhor só pelo fato de ontem meu pai e meu melhor amigo terem me ajudado, mas ainda assim eu o amava e doía.

O fato era que Neji já nem segurava mais minha mão, estava sempre ocupado, não me presenteava ou elogiava, ele havia mudado bruscamente, e eu estava apegada demais ao Neji de antes. Fiquei tão apegada aos bons momentos com ele que não percebi quando ele mudou e quando todo aquele relacionamento começou a me fazer mal. E o pior de tudo é que, eu ainda não queria aceitar que aquele ciclo da minha vida tinha terminado, o nosso amor era algo lindo e incrível, e sem que eu me desse conta, acabou se tornando algo frio e que me machucava. Apesar de tudo eu não guardaria rancor dele, ele foi muito importante para mim, ainda era, e as boas memórias estariam comigo para sempre.

Quando já era quase noite e eu começava a preparar as coisas para jantar eu ouvi batidas na porta, quando atendi minha vida foi iluminada por um sorriso doce e tímido de Hinata.
 

-Hina-chan! -Eu disse animada a puxando para um abraço. -Entre, entre por favor. -Ela sorria tímida e suas bochechas estavam levemente rosadas, e trazia consigo uma pequena mala de mão e estava com roupas casuais. -Eu estou preparando o jantar, você fica para jantar comigo e com meu pai certo? -Ela fez um movimento com a cabeça e suas bochechas ficaram mais vermelhinhas ainda. -Tá bom, o que foi? -Ela me olhou surpresa e eu levantei uma de minhas sobrancelhas. -Eu te conheço bem Hina, desembucha logo o que foi, essas bochechas suas não são nada discretas. -Ela sorriu nervosa e tímida e olhou em volta antes de me encarar outra vez.

-Soube que você e o Neji-neesama terminaram. Imaginei que não estaria bem, então, vim aqui para dormir com você. -Ela disse com a voz calma e quase sussurrando, a medida que eu sorri. 

Hinata era uma das pessoas que eu mais amava nesse mundo, ela era minha irmãzinha. Então a puxei para um abraço enquanto a agradecia. Fazia bastante tempo que não nos víamos, estava feliz por ter ela comigo naquele momento.

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  Eu e Hinata estávamos rindo de uma cena de um filme que tínhamos escolhido quando meu pai apareceu na sala.

-Eu estou indo dormir meninas. Se precisarem de algo é só chamar.

-Tá bom otosan, arigato. E oyasumi. -Eu sorri para ele que fez o mesmo com um aceno de cabeça.

-Kakashi-sensei não ficou bravo com Neji? -Hinata perguntou baixo quando meu pai já havia saído.

-Ficou, acho que qualquer pai ficaria Hina.-  ela me encarou por uns segundos e sorriu de maneira doce. Eu apoiei minha cabeça em seu ombro. -Não acredito que o tio Hiashi deixou mesmo você vir dormir aqui sem eu precisar ir até lá e implorar. -Normalmente, era eu que ia até a casa da Hina passar o tempo ou dormir lá, e quando era o contrário, sempre tinha uma puta burocracia e preparação para convencer o pai dela.

-Bom, ele gosta muito de você, e quando eu disse que provavelmente você estaria triste, ele deixou. Mas mandou alguém me acompanhar até a porta de sua casa.

-Ojisan Hiashi sendo Ojisan Hiashi. -Eu sorri, ele era super-protetor. -Você está certa sobre o fato de eu estar triste, mas me sinto bem melhor com você por perto. -Meus olhos se encheram de lágrimas e ela me abraçou.

-Eu estou aqui com você Hiro, sempre vou estar. Quando ciclos começarem e terminarem, e quando isso te machucar ou não. Eu, Naruto-kun e seu pai, estaremos aqui, somos sua família. Você nunca vai estar sozinha.
 

As palavras de Hina entraram no âmago de minha alma e me fizeram começar a chorar feito um bebê, Neji estava errado.

Eu nunca estaria sozinha, nunca.