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História Natural - Preocupações


Escrita por: Amaterasu__

Capítulo 13 - Preocupações


 

Todas as preocupações anteriores de seu Aniki pareciam minúsculas e sem importância, agora que sua mente ocupava-se em degustar com profundo pavor uma ainda maior.

O que estava por vir parecia um imenso desafio e definitivamente, não sabia como lidar com aquilo.

“– Não se preocupe tanto, apenas haja naturalmente – Dissera Itachi com um sorriso, ao sair do quarto para ir se aprontar.”

O cacete.

Se fosse agir naturalmente, acabaria aos amassos com Itachi e – não que não apreciasse isso mas –, aquele não era o plano. Não quando seus pais estariam ali para assistir, seus olhos atentos prestando atenção ao menor dos detalhes. E essa era a origem da angústia de Sasuke; iriam para a cidade – graças à Kami, já não aguentava mais ter apenas mato e mais mato como paisagem para analisar quando não estava prestando atenção em… Outras coisas –, para um restaurante sofisticado que costumavam frequentar não apenas em ocasiões especiais mas principalmente quando havia alguma delas, e aquele era exatamente o caso: aniversário de Izuna. Madara o estava mimando desde que acordara e Sasuke só não tirava uma com a cara do tio por três motivos: o primeiro e mais óbvio) não queria a irritação de Izuna direcionada à ele; segundo) Izuna ficava adorável quando sorria do jeito que sorria para Madara; e terceiro) a forma como os dois ficavam juntos e pareciam felizes era animadora e, sem mais definições, perfeita.

Será que ele ficava com aquela mesma expressão de satisfação contida e felicidade como um brilho nos olhos, quando Itachi dizia algo que lhe agradava? Temia que sim – era parecido demais com Izuna nesse aspecto, o físico, para negar algo do tipo.

O fato era que, depois de quase um mês e meio longe dos pais, sem ter que se preocupar em disfarçar aquela necessidade de estar junto ao irmão, segurar a mão do mais velho ou beija-lo mesmo que brevemente, Sasuke não sabia dizer como faria aquilo, como iria agir ou disfarçar seus sentimentos. Da última vez que resolvera “agir naturalmente” como irmão de Itachi, havia afastado-se do mesmo e criado uma barreira quase impenetrável entre eles. Não faria aquilo de novo, mesmo que apenas por uma noite, estava fora de cogitação.

O que o levava à uma questão maior: se por uma noite já sabia que seria algo complicado, como iria lidar com os olhos atentos de seus pais, seus ouvidos e suas perguntas quando retornassem de vez para a cidade? Para casa?

Aquilo seria um inferno. Podia sentir. Suspirou em ansiedade, quando duas batidas na porta lhe chamaram atenção, o rosto de Itachi aparecendo por uma fresta aberta:

– Está pronto? Daqui a pouco Madara aparece aqui, te gritando como louco – Riu baixo, entrando no banheiro do quarto, onde estava.

O ímpeto de correr para seus braços, jogá-lo na cama e beija-lo e morde-lo inteiro atravessaram Sasuke como um raio, intenso e veloz. Quase o fez, porém conseguiu conter-se a tempo. Seu Aniki estava uma delícia – um pensamento pervertido talvez, mas inegável. O que? Quem iria em sã consciência negar que seu irmão era um pedaço, aliás; que era o mau caminho inteiro?

O perfume forte que o mais velho passara o alcançou mais lentamente que o desejo pelo mesmo, como uma nuvem, uma névoa invisível lenta e sedutora que, antes que notasse o arrebatara. Mordeu a boca e fitou o irmão através do espelho; jeans escuros e justos, all stars pretos bem como a jaqueta de couro, a camiseta vermelho sangue escura colada ao corpo definido, os cabelos ainda soltos, mas sabia que o mais velho iria prende-los. Gostava de como estavam.

“Me fode”. As palavras quase saíram por seus lábios, mas, mordeu-os com mais força, o sabor de seu sangue tomando-lhe a boca no minuto seguinte. Itachi arqueou uma sobrancelha escura, questionador:

– Em que está pensando? – Indagou, a voz rouca e grave como de costume provocando-lhe arrepios.

Moveu os ombros um pouco e sacudiu a cabeça, para livrar-se tanto dos arrepios quanto dos pensamentos – por que justo no dia em que tinha de estar controlado, sua mente resolvia ferra-lo tornando-se mais sem vergonha e despudorada quanto à Itachi do que de costume?

– Nada. Estou pronto – Respondeu, voltando-se para o maior, que havia aproximado-se até estar bem atrás dele, sem que notasse.

– Sasu… Otouto, seus olhos não são bons em mentir, mesmo que a sua voz esteja ficando convincente – Alertou Itachi, um sorriso malicioso em seus lábios. Passou a língua por cima deles, e Sasuke mordeu os próprios.

– E isso quer dizer que…? – Indagou, fitando a boca do irmão com desejo, para logo fitar seus olhos.

– Que… não deve pensar esse tipo de coisa quando nosso pais estiverem por perto – Explicou num sussurro, aproximando sua boca à do menor e tomando seus lábios com os dele, num beijo lento, as línguas roçando-se, sentindo o sabor alheio, desgutando-o. Deu um selinho demorado no caçula, antes de afastar-se por fim – Vamos?

Sasuke bufou:

– “Não deve pensar esse tipo de coisa”... – Imitou-o ao passar pelo maior – E me beija. Ótimo estímulo – Disse, sarcástico.

Itachi riu, olhando sem pudor algum para a bunda de seu Otouto enquanto este andava; assim como ele, o menor optara por jeans justos num tom escuro de azul, all stars, camisa preta justa e seu casaco favorito: com estampa militar. Queria morde-lo.

– Etto… – Sasuke riu pelo nariz ao flagrar o irmão – Parece que não sou só eu quem vai ter que tomar cuidado em como ou para onde olha, certo, Itachi-nii? – Indagou, a voz arrastando-se ao proferir o nome do mais velho.

– Não me obrigue a te prender naquela cama, Otouto – Disse o primogênito, aproximando-se perigosamente do outro – Madara iria comer nosso fígado.

Como se esperando a deixa, a voz do tio mais velho ecoou pelo corredor até eles:

– Vamos pequenos pervertidos, é um jantar não um casamento e vocês não são noivas! – Chamava ele, animado.

Itachi revirou os olhos, ato repetido pelo caçula ao saírem do quarto:

– Que surpresa, não? Eles estão devidamente vestidos! – Madara fitou Izuna ao falar. O mais jovem sorriu e meneou a cabeça em negação, como quem se diverte de maneira contida.

– Espero que não fique dizendo essas baboseiras na frente de nossos pais, Madara – Itachi comentou, ao aproximar-se do mais velho.

Madara nada disse, apenas lançou-lhe uma piscadela e deu-lhe as costas, saindo da casa de braços dados com Izuna.

– Ele não seria louco o bastante – Argumentou Sasuke ao sair atrás deles, ao lado do irmão.

– Vindo de Madara? Honestamente Otouto, eu não duvido de nada – Garantiu Itachi, abrindo a porta do carro para o caçula, com um sorriso mínimo.

– Isso vai ser uma droga – Murmurou Sasuke para si mesmo, dando um selinho rápido no irmão antes de pular para dentro do automóvel.

-------------*

Mikoto parecia querer quebrar seus ossos – e, a julgar pelo tempo e força com que sua Oka-san o abraçara, não duvidava de que ela talvez pudesse ter conseguido. Graças à Kami, Itachi apareceu logo em seguida e virou o próximo alvo – Sasuke sorriu de canto; as férias não haviam terminado e a ideia de que fossem passar aqueles dois meses com Madara fora dela, mas Mikoto parecia prestes a desistir da ideia e arrasta-los para casa dali mesmo! – por um segundo o pensamento o apavorou; não estava pronto para voltar, não naquele momento. Precisava de mais tempo, daquelas duas semanas que lhes restavam, para poder ficar com Itachi sem preocupações…

Então fitou Fugaku, que como a mulher, abraçou-o porém muito mais suave e brevemente. Mikoto parecia não vê-los há anos, já seu Otoo-san era mais centrado quanto à realidade – e foi isso que lhe tirou um suspiro de alívio; Fugaku não deixaria Mikoto desistir do plano original, é claro. Sua mãe tinha o coração mole, mas seu pai sabia ter pulso firme. A combinação perfeita, na mente do caçula.

Após cumprimentar Madara e parabenizar devidamente Izuna, dirigiram-se para a área reservada para eles no restaurante gigantesco; um salão em formato circular com o teto abobadado de vidro, as paredes num tom escuro de vermelho, o lustre delicado pendendo do centro da abóbada. As mesas haviam sido espalhadas em intervalos uniformes pelo espaço, não muito longe umas das outras; havia Instrumentos num canto.

Sasuke sorriu: Madara pensara mesmo em tudo – aquilo era a cara de seu tio; exagerado e bem feito. Típico.

Parecia também que todas as pessoas que conhecia estavam ali: Hashirama e Mito, é claro, Sakura – Sasuke reprimiu uma risada com a expressão da rosada ao vê-lo –, Minato, Kushina e Naruto – que começou a caminhar em sua direção assim que o viu –, Tsunade, Jiraya, Karin, Deidara, Kakashi, Óbito e Rin – que tinha nos braços um bebê de não mais que um mês, Sasuke podia apostar –, Hinata, Neji e sua namorada, o restante dos Hyuuga e muito mais pessoas do que o moreno achava possível que os tios realmente conhecessem.

Ao mesmo tempo que Naruto o alcançava, literalmente pulando para um abraço monstruoso de urso em seu habitual estado de espírito; o eufórico, Sasuke notou alguém comprimentar seu Aniki, e seus olhos estreitaram-se ao ver de quem se tratava: Uchiha Shisui, é claro. Seu primo de terceiro grau ou algo assim. Fez uma careta.

– E então Teme, já enlouqueceu? – Indagou Naruto com um sorrisão muito parecido com o que vivia colado na face de Hashirama.

– Não, mas também não duvido de que possa acontecer, Dobe – Revirou os olhos, não podendo evitar que um sorrisinho adornasse seus lábios; pobre Naruto, tão inocente.

– Hun, isso quer dizer que se resolveram? – Perguntou o loiro, apontando com a cabeça para Itachi conversando com Shisui próximo à eles.

Sasuke deu de ombros, não dando a devida importância para o assunto enquanto guiava o amigo para longe da mesa em que seus pais estavam, e consequentemente para longe de seu Aniki:

– Isso é um “sim”? – Insistiu Naruto, os olhos curiosos como nunca.

– Sim, é – Sasuke tornou a revirar os orbes negros – E você Dobe, já parou de chorar pelos cantos e sofrer pelo ruivo babaca?

– Babaca é você, Teme – Naruto inflou as bochechas levemente coradas.

Sasuke riu alto:

– Falou com ele ou não, Dobe? – Inquiriu, duvidoso.

– Vou falar… Quando as aulas recomeçarem – Desconversou, bagunçando a cabeleira loira em nervosismo.

– Ah, vai né? Aham – O moreno concordou, a voz saturada em sarcasmo.

– Não enche, Teme! Sabe quanto tempo tive de ouvir você falando do seu irmão?! – Naruto bufou, cruzando os braços.

– Sei. Mas Itachi é meu irmão, diferente do Gaara que não tem parentesco nenhum com você. Além do mais, você vivia me atormentando, não achou mesmo que eu fosse deixar barato não é? – O Uchiha arqueou as sobrancelhas num falso ultraje e surpresa, e então relaxou a expressão.

– Em que está pensando, Teme? – Alarmes soavam na mente do Uzumaki diante daquele olhar do amigo. Não sabia o que se passava naquela mente maligna, mas coisa boa… Ah, isso não era.

Sasuke deu de ombros e então seu olhar vagou pelo salão; todos pareciam tão entretidos quanto eles estavam, cada um preso em conversas diferentes que de alguma maneira eram a mesma e se conectavam. Mas não foi por isso que suas sobrancelhas franziram-se em confusão; por mais que olhasse e esquadrinhasse com cuidado o lugar, não via Itachi em parte alguma. Onde estava seu irmão?

– Naruto… Você está vendo…

– Itachi? – O loiro completou, e então apontou a porta que dava para o lado de fora, o jardim particular do restaurante – Saiu faz um tempo. – E desviou os olhos dos escuros de Sasuke.

O moreno o encarou, esperando mas o outro não deu sinal de que falaria algo:

– Saiu com Shisui, não é? Ele também não está aqui – Cerrou as mãos em punho, controlando a irritação que lhe tomava.

O fato de seu irmão estar com alguém não o incomodava, já o estar com Shisui… Sasuke sabia que Itachi e Shisui já haviam quase namorado – SHISUI QUASE NAMORARA SEU ANIKI!!!! –, e não duvidava de que o primo ainda nutrisse algo por Itachi. Vira nos olhos dele ao chegar.

– Ei, Sasuke? Tá bem? – Naruto o chamou, a mão em seu ombro.

– Claro – Disse, a voz rígida como sua postura.

Livrou-se então do contato com o amigo e vagou para a mesa de seus pais, sentando-se.

Poderiam ter-se passado minutos ou uma hora, ele não saberia dizer, preso em sua bolha de irritação como estava, quando uma movimentação na cadeira à seu lado chamou-lhe atenção. Por um instante pensou tratar-se de Itachi – que ainda não voltara de onde quer que estivesse junto à Shisui, fazendo sabe-se lá deus o que… –, até que notou os fios claros e incomuns dos cabelos pertencentes à sua nova companhia.

Sakura.

Ela assentiu timidamente ao perceber que fora notada:

– Olá, Sasuke-kun – Disse.

Sasuke analisou-a; a rosada tinha os cabelos presos numa trança de lado com uma corrente dourada entrelaçadas às madeixas, os olhos verdes eram adornados por um delineador preto e forte e rímel, que destacavam ainda mais as íris esmeralda, o rosto levemente rosado e lábios num tom suave de vermelho. Usava um vestido na altura dos joelhos, rodado bordô. O Uchiha percebeu em choque que, se já não estivesse com Itachi e não o amasse, Sakura provavelmente seria alguém com quem não hesitaria em ficar.

– Olá Sakura, como vai? – Sorriu amigavelmente, não querendo ser mais rude do que a garota já o obrigara à ser dias antes, captando pela visão periférica o olhar de sua mãe sobre eles ao longe.

– Bem… Na verdade, eu queria me desculpar – Começou ela, a voz suave, entrelaçando os dedos sobre o colo e baixando o olhar.

– Desculpar? – O moreno repetiu, arqueando uma sobrancelha em surpresa.

– Sim. Meu comportamento no outro dia foi imperdoável, não sei em que estava pensando… Quando disse que estava com alguém, eu devia ter parado mas, é que eu sempre gostei tanto de você, Sasuke-kun… – Fitou-o nos olhos, um sorriso pequeno e envergonhado nos lábios – Pode me desculpar?

– Não se preocupe com isso, Sakura. É claro que desculpo – Colocou a mão sobre a da garota, como se para consola-la – Espero que consiga encontrar alguém.

– Você realmente está namorando, não é? Não disse aquilo apenas para se livrar de mim – Sakura suspirou, aceitando o afagar da mão do Uchiha sobre as suas em silêncio.

– Sim, estou namorando. – Sasuke afirmou, franzindo o cenho ao pensar em Itachi.

Ele ainda não voltara. Que porra seu irmão estava fazendo?

– Essa pessoa… Deve ser incrível. Eu a conheço? – A rosada indagou cautelosamente, atraindo a atenção do moreno novamente para si.

Sasuke pensou por um momento antes de responder; é claro que não podia dizer a verdade sobre quem era essa pessoa com quem estava. Optou então por mentir, para evitar mais perguntas nas quais poderia se enrolar para responder caso tivesse de continuar mentindo:

– Na verdade não, mas é sim uma pessoa… Uma pessoa e tanto. – Sorriu.

– Sakura-chan! – A voz de Mikoto alcançou-os antes que a garota pudesse dizer qualquer outra coisa.

– Olá, Mikoto-sama. Boa noite – Sakura comprimentou-a educadamente.

– Bonita e educada. Essa garota não é maravilhosa, Sasuke? – A mulher sorriu ao sentar-se à mesa junto aos dois.

Um pigarro alto foi ouvido antes que o Uchiha mais jovem pensasse em como responder àquela indagação especulativa de sua mãe, sem ferir os sentimentos de Sakura e correr o risco de levar uma bronca da mãe. Sasuke ergueu os olhos, e lá estava ele, parado logo atrás da cadeira onde Sakura sentara-se:

– Atrapalho alguma coisa? – Itachi indagou com a voz grave, os olhos estreitando-se minimamente ao pousarem por um segundo na rosada. Na mão de seu irmão sobre as dela, particularmente.

E antecipando-se quanto à Sasuke e Mikoto, a garota levantou-se, os dedos passeando pela saia do vestido afim de arruma-la:

– Imagine, Itachi-san. Eu já estava saindo – Garantiu, e então olhou novamente para Sasuke com um sorriso gentil – Obrigada, Sasuke-kun.

– Por nada – O moreno acenou uma despedida, vendo-a afastar-se em seguida.

O caçula franziu as sobrancelhas; aquela garota em nada assemelhava-se à que dera em cima dele sem vergonha nenhuma na cara, dias antes. O que havia dado em Sakura?

– Uma ótima garota, não é Sasuke? – Mikoto questionou uma vez mais, ao mesmo tempo em que o filho mais velho arqueava as sobrancelhas para o irmão, praticamente inquirindo uma explicação daquela cena, com o olhar.

Sasuke o ignorou. Para alguém que ficara todo aquele tempo na companhia de um ex, Itachi não tinha direito de reclamar de coisa alguma. Fitou a mãe:

– Não sei, não a conheço muito bem – Respondeu, tomando cuidado com as palavras. E se pensasse direito, o que dizia não era nada mais que a verdade.

Apesar de ter estudado com Sakura por metade de sua vida, ele pouco sabia sobre ela. Não era como se lhe desse atenção já que, na maior parte do tempo ela parecia esforçar-se para ser irritante o que, automaticamente havia gerado nele um pavor natural pela presença da rosada, embora naquela noite ele admitisse que ela havia sido até bem agradável.

– Bem, ela parece gostar de você. E soube que é uma moça muito inteligente – Mikoto piscou – Podia dar uma chance à ela. – Sugeriu.

– Para que? – Indagou Sasuke, surpreso demais para ser educado, arregalando os olhos.

– Ora Sasuke, você tem dezesseis anos e eu nunca o vi com uma namorada… Sakura parece ser uma boa garota para você – Argumentou Mikoto.

– Hã… – O moreno mordeu a boca; será que Itachi sabia como a irritação irradiava de seu corpo? Sua mãe estaria notando que o mais velho fuzilava Sakura do outro lado do salão, com o olhar?

Ele não sabia o que dizer. Que ideia maluca era aquela na mente de sua Oka-san?

– O que acha, Itachi? Eu não estou certa? Da idade de Sasuke você já havia namorado umas duas meninas no mínimo, pelo que me lembro – A mulher riu.

O primogênito forçou um sorriso de canto:

– Sim, mas não era algo sério Oka-san. Com dezesseis eu era novo demais para saber o que é um namoro – Discordou.

– Como se você já fosse muito experiente, não é meu bem? – A morena soriru amavelmente para o filho.

– Não acredito que experiência ou maturidade estejam tão ligadas à idade, Oka-san. – Insistiu, querendo muito que sua mãe parasse de tentar jogar Sakura para cima de seu irmão.

Caramba, já não aguentava mais ouvir o nome de Sakura! – como se sua cabeça já não estivesse cheia o bastante depois de conversar com Shisui e do que ele lhe dissera. Parecia que seu irmãozinho não estava errado ao afirmar que aquela noite seria complicada; além de não poder tocar Sasuke, havia tido que lidar com a declaração inesperada de seu primo, rejeita-lo da melhor maneira possível afim de não ferir-lhe os sentimentos mais que o necessário, e ainda ter que aturar sua mãe apoiar Sakura como possível futura namorada de seu irmão. Sasuke era dele, e apenas dele. Será que ninguém entendia aquilo?!

– Você pode ter razão, mas… Ainda estou esperando ver Sasuke com alguém. Aposto em Sakura como a primeira – Prosseguiu Mikoto, alheia aos devaneios do filho mais velho.

– Okay, que tal vocês pararem de discutir sobre meus futuros relacionamentos? – Sasuke interrompeu fosse lá o que Itachi estava prestes a dizer, com medo do que poderia ser – Oka-san, nunca passou pela sua cabeça que eu simplesmente não queira estar com alguém?

– Isso não dura para sempre, querido. Um dia vai cansar de estar sozinho – Mikoto garantiu, com uma piscadela.

Sasuke suspirou, desistindo de persuadir sua mãe:

– Bem, vou falar com a mãe de Sakura. Quando vocês voltarem para casa, daremos uma festa. Não é ótimo? – Disse, levantando-se.

– Festa para que? – Itachi fanziu o cenho.

– Ora, você vai para a faculdade querido. Uma festa de despedida! – A mulher informou, afastando-se em seguida.

Sasuke olhou para o irmão por um momento que pareceu longo demais. Havia se esquecido daquele pequeno detalhe.

– O que foi? – O maior questionou, quando o caçula permaneceu quieto.

– Tinha me esquecido que você vai para a faculdade – Respondeu com simplicidade, desviando os olhos para qualquer lugar.

– Oka-san está exagerando. A faculdade não fica nem à duas horas da nossa casa – Argumentou o mais velho, notando a preocupação do menor.

– Ainda assim, você vai ficar no campus durante a semana não é? – Sasuke insistiu, mordendo o lábio.

– Sim, há dormitórios no campus e fica mais fácil se eu ficar por lá, mas nos finais de semana volto para casa – Itachi garantiu, tocando a mão do mais jovem por baixo da mesa.

Sasuke olhou-o:

– Não todos os finais de semana, aposto.

– Todos os que eu conseguir. Prometo – Sorriu ternamente, acarinhando os dedos do irmão.

– Era disso que estava falando com Shisui? – Indagou de repente, sem conseguir conter-se. Não sabia como dentre todas as coisas, aquela ainda podia incomoda-lo.

Itachi franziu o cenho:

– Não – E então suspirou – Ele… Bem, é complicado, Otouto.

– Não me diga – Ironizou, tirando a mão de perto das do mais velho.

– Sasuke…

– Ele ainda gosta de você, não gosta? O que ele te disse? – Sasuke o interrompeu, encarando seus olhos com irritação.

– Sim ele gosta. Ele… Se declarou para mim, de novo – Respondeu num murmúrio.

– Ótimo. – O menor deixou que os olhos vagassem, encontrando a figura morena e esguia de Shisui encostado numa parede, conversando com Rin – E além de tudo, ele estuda no mesmo campus para o qual você vai. Não é? – Tornou a fitar o irmão.

Itachi segurou as mãos do menor, apertando-lhe os dedos nos seus quando este tentou afastar-se:

– Otouto, isso não importa…

– É claro que importa! Como acha que vou me sentir? Ou isso também não importa, Aniki?! – Esbravejou, elevando a voz sem perceber.

– Sasuke. Eu o amo, eu já disse não é? Só você. Não pode acreditar nisso? E o que você sente importa para mim mais do que para qualquer outra pessoa, por mais que às vezes você pareça duvidar – Afirmou Itachi, convicto, o rosto aproximando-se ao do outro inconscientemente. Queria tanto beija-lo, e fazer com que aquela maldita insegurança que o caçula parecia estar sentindo desaparecesse.

Como Sasuke podia duvidar, ou questionar o amor que sentia? Itachi não podia e jamais pudera viver sem seu irmão. Precisa mais de Sasuke do que de oxigênio. Ele era sua vida.

– Pirralhos – A voz de Madara soou próxima à eles.

O primogênito ergueu o olhar para o tio, endireitando-se na cadeira:

– Acho bom vocês tomarem mais cuidado com o que estão ou o que vão fazer. Fugaku não tira os olhos de vocês dois – O homem continuou.

Itachi assentiu:

– Tudo bem. Obrigado pelo aviso – Disse.

Madara concordou uma vez com a cabeça e piscou para Sasuke, saindo de perto em seguida.

– Não vamos nos preocupar com isso por enquanto, tudo bem? Conversamos quando estivermos sozinhos. – Itachi fitou o irmão.

– Você é quem sabe – O caçula deu de ombros e levantou-se, vagando à procura de Naruto.

Sua cabeça até mesmo começara a doer.

Nunca pensara que um dia iria querer ficar longe de Itachi, mas ele precisava. Pelo menos, por um tempo.



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