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História Naturalmente - Decisão


Escrita por: ViiihChan

Capítulo 6 - Decisão


Acordei com o despertador tocando próximo a mim. Naruto ainda não havia acordado e o Sol entrava pela janela. Acordei-o levemente e sua voz rouca e sonolenta perguntou-me:

— A casa está pegando fogo?

— Não. — disse com uma dose de confusão pela pergunta sem o menor contexto. Talvez ele estivesse sonhando com algo sendo queimado?

— Ah, então não tem por que eu acordar. Boa noite. — ele virou para o outro lado e começou a roncar novamente.

— A gente tem que ir para escola, vem. — puxei-o para o meu colchão para que ele acordasse caindo de uma pequena altura (da cama até o colchão que estava no chão).

— Tô indo, tô indo. — ele disse, mas sequer deu algum sinal de que estava, ao menos, prestes a acordar.

Então desisti de acordá-lo e decidi que faria isso depois. Comecei a arrumar-me. Fiz minha higiene matinal e vesti o uniforme. Logo depois eu desci para ver o que tinha ali que eu poderia usar como café da manhã. Achei algumas bolachas maisena e fiz um café forte com açúcar para nós. Alguns segundos depois o loiro desceu as escadas bocejando.

— Bom dia. — falou ele dando um sorriso sonolento. Seu rosto estava amassado e seu cabelo ainda mais bagunçado que o normal. Seus olhos azuis brilhavam ainda mais que o comum por causa do brilho que entrava pelas janelas.

— Bom dia. — respondi.

— Por que você não me acordou antes? — ele perguntou com uma leve irritação na voz. Mas, para falar a verdade, eu acho que ele preferia não ter acordado para faltar a aula.

— Porque você achou que nada menos que uma casa pegando fogo seria um motivo justo para levantar.

— Mentir, eu não menti.

— Come essa merda logo para a gente ir. — falei passando um pouco das bolachas para ele e coloquei um pouco de café na caneca.

Depois de Naruto comer e se arrumar, nós partimos em direção à escola. Não era tão longe assim, então poderíamos ir à pé com uma grande tranquilidade, até porque, estava consideravelmente cedo para que precisássemos acelerar os passos.

Quando chegamos à escola, fomos até a nossa sala para guardar os materiais e esperar até o primeiro sinal soar indicando o começo da primeira aula do dia. Naruto decidiu dar uma volta pela escola para conversar com outras pessoas. Já eu fiquei na sala para continuar lendo algo que já estava prestes a terminar.

Lembranças do que eu prometi para mim mesmo começaram a aparecer em minha mente novamente. Coisas sobre eu pensando em pedir ajuda à alguém, porque descobri sozinho o que estava acontecendo com a minha pessoa estava difícil demais. Como um enigma complexo que se precisa de mais de uma mente para se resolver.

Além de que dessa forma eu poderia aliviar a minha própria mente com a resposta de todas essas questões. Talvez tudo o que a gente precise às vezes é de um socorro amigo. Mas o difícil mesmo seria contar para alguém tudo isso.

Eu tinha pensado em Sakura. Mas eu já não sei. Deveria ser alguém no qual eu confiasse bastante, não? Eu já tenho bastante dificuldade em demonstrar minhas inseguranças e fraquezas — para falar a verdade, acho que sequer Naruto já tenha me visto em uma situação vulnerável. Digamos que eu sou alguém orgulhoso demais para alguma coisa assim e por isso eu tenho tentado atuar sozinho nesses problemas por tanto tempo.

E se Sakura contasse para outras pessoas ou algo assim isso que eu a diria? Isso poderia estragar minha reputação ou algo ainda pior. E se a garota não aceitasse me ajudar ou risse das minhas dúvidas como se fosse algo fútil ou frívolo? Eu já não tenho a mesma certeza que eu tinha à algumas horas atrás. Será que eu realmente deveria fazer alguma coisa tão arriscada? Será que vale à pena se arriscar tanto assim apenas para descobrir o que eu realmente sinto pelo garoto loiro dos olhos azulados? E se eu me deparasse com uma resposta que não me agradasse nem um pouco? Talvez eu me arrependesse pelo resto de minha vida por ter descoberto algo assim. Ou talvez eu apenas esteja tentando arrumar desculpas para não perceber o quão fraco eu sou para sequer me arriscar um pouco. Eu tenho certeza de que se o Uzumaki estivesse em meu lugar, ele não hesitaria nem um pouco diante do perigo dessa situação.

Ele sempre foi tão corajoso e largou seu orgulho por situações mais importantes. Eu sempre admirei isso tanto nele, então por que eu não tento pegar ao menos um pouco dessa coragem de me arriscar tanto para talvez apenas sacrificar coisas por algo que pode me decepcionar completamente e quebrar meu coração? Ficar pensando se eu vou ou não me arrepender se eu fizer alguma coisa para evitar tudo isso que me assola cada vez mais não me levará em lugar nenhum. Mesmo que a resposta faça eu apenas criar mais questões dentro de mim, eu ao menos terei tirado um pouco, além de ter alguém com quem discutir as novas.

Eu penso que é melhor me arrepender por algo que eu fiz do que por algo que não fiz. Por isso, no horário do recreio eu fui até Sakura para fazer essa proposta.

— Eu posso conversar contigo a sós? — eu perguntei. Naruto não estava comigo e Sakura estava na companhia de Hinata e Ino.

— A-Ah, claro! — ela falou colocando o cabelo atrás da orelha e começou a me seguir.

Levei-a para um lugar um pouco distante dos outros, mas que ainda tinha pessoas ao nosso redor para que não acabasse sendo algo muito estranho e falei:

— Eu preciso de uma ajuda sua. Você pode me ajudar?

— Claro. — ela falou com um leve sorriso — Com o que eu poderia te ajudar? — ela parecia um pouco nervosa, porque não parava de mexer na barra da saia. Como se quisesse que a energia negativa se esvaísse pelas pontas dos dedos caso ela os apertasse demais.

— É algo bem... Particular, eu diria. Eu queria bastante que você não contasse o que eu te falarei para ninguém.

— Claro! Não se preocupe, eu guardo o segredo. — ela parecia estar falando sério — O que é?

— É que demora um pouco, sabe? E o intervalo está prestes a se findar. Será que você pode vir na minha casa depois da aula? Para que a gente possa conversar melhor?

Ela corou bastante.

— N-Na sua casa? A-Ah, claro! Ok, eu vou sim. — ela pareceu engolir seco — Que horas eu posso ir?

— Ah, você pode almoçar lá, ou, se quiser, ir qualquer hora à tarde.

— C-Certo. Eu vou umas duas horas, tudo bem para você?

— Sim. Obrigado. — eu falei e saí.

Quando voltei para sala, Naruto estava lá. Estava sentado fazendo as atividades que ele não havia feito anteriormente e perguntou:

— E aí, mano. Estava onde?

— No pátio.

— Fazendo o que lá? Você nunca desce. — perguntou curioso.

— Nada demais. — respondi.

—Hum... — ele falou um pouco desconfiado, mas fingiu que acreditou — Beleza. Você quer ir lá em casa hoje?

— Hoje não vai dar para mim.

— Ah, entendi. — ele pareceu um pouco decepcionado.

 



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