História Navegando em águas misteriosas - KakaSaku - Epílogo: O reencontro de dois seres: a Ninfa e o Historiador

Baía de São Marcos, Centro Histórico de São Luís, Maranhão - 2032

Estava no meu último mês de intercâmbio na Universidade do Maranhão, havia vindo para o Brasil em busca de informações sobre as lendas folclóricas e indígenas brasileiras, e a cada dia que passava, a vontade de me fixar em solo brasileiro aumentava. 

Para mim, a língua portuguesa era bela e peculiar. O estado do Maranhão, especificamente a cidade de São Luís, era cheio de riquezas  históricas e esse foi o motivo de ter escolhido esse lugar. 

A ilha de São Luís, na baía de São Marcos, era conhecida por seu estilo colonial português e por conter uma antiga vila indígena. Alguns diziam que os Ka’apors ainda moravam por lá, mas outros contavam que durante uma guerra dos mares os moradores foram engolidos pelas águas salgadas. 

— Ka’apors… — sussurro ao me sentar em um dos bancos da Praça de São João de Lisboa. 

O sol do meio-dia era quente e algumas crianças corriam de um lado para o outro. O pouco vento que tinha, fazia com que as árvores da praça balançassem.

— Com licença, posso me sentar aqui? — Uma voz masculina chama minha atenção e um homem alto entra no meu campo de visão.

Sua pele era clara e seus cabelos platinados me lembravam algo, seu rosto era bonito e por mais que nunca tivesse o visto, uma sensação de saudade tomou conta de mim.

— Oi, pode sim — falo após alguns segundos.

O homem senta-se ao meu lado, e de soslaio noto que está me analisando. Os minutos foram se passando e um sorrisinho apareceu em seus lábios, meu coração se acelerou e uma confusão se instalou em mim. Um mix de sensações me dominou e questiono a razão de estar sentindo essas coisas. 

— Aqui é lindo, não é? — Sua fala é um pouco enrolada e percebo que talvez não seja daqui.

— Sim — respondo —, o Brasil tem lugares incríveis. 

— E lendas também. — Suas palavras me chamam atenção e olho-o, percebendo assim, que o mesmo sorrisinho continua em seus lábios. 

— Gosta de lendas? — pergunto e o moço confirma. — Eu também! — Abro um sorriso.

Balanço meus pés e sorrio para o céu. 

— Acharia estranho se dissesse que te conheço de algum lugar? — Ouço-o e volto meu olhar para sua face. 

— Hm… — Coço minha nuca. — O que acharia se dissesse a mesma coisa?

— Acharia engraçado e te convidaria para ver o pôr do sol na orla da praia. — Sorrio.

O moço ao meu lado passava uma sensação de segurança e eu tentava entender o motivo de estar sentindo uma nostalgia. Era como se conhecesse o homem de algum lugar, mas por algum motivo, não conseguisse me lembrar de onde. 

— O pôr do sol daqui é um dos mais belos que já vi — digo, balançando meus pés.

— Digo o mesmo. — O homem estende a mão em minha direção. — Chamo-me Kakashi.

— Sakura. — Sorrio ao pegar em sua mão.

“O reencontro de duas almas tem como objetivo fazer acontecer aquilo que o destino reservou para elas e que por alguma razão, não foram capazes de cumpri-las em suas vidas passadas.”