1. Spirit Fanfics >
  2. Neighbors 2: Madness >
  3. E

História Neighbors 2: Madness - E


Escrita por: JoonsHa

Capítulo 2 - E


Breaden Mayers, 05/02/2018, Ryan Roses School

Bom, acho que aqui realmente começa a segunda fase da história de como me tornei a maior decepção para o mundo.

Diziam que todas as nossas escolhas dependiam apenas de nós mesmos. E, bom, isso é verdade. Vejamos a eu do passado, ela era imatura e estava disposta a fazer qualquer coisa pelos amigos, e no final, realmente, fizera, só que com isso, vieram consequências. Ela perdeu pessoas importantes, surtou, descobriu novos poderes que podem fazê-la perder o controle e destruir a humanidade.

Serei sincera, não tenho sido a melhor pessoa do mundo, principalmente para os meus amigos, e Frederick é que tirara a pior nessa. Meus pais tiveram que viajar para um compromisso de trabalho uma semana depois da morte do meu avô, mas não podiam me deixar sozinha, então, pacientemente, Frederick se oferecera para ficar responsável por mim. Coitado, seu pior erro.

Dois dias.

Dois dias foi o suficiente para eu sair dos trilhos e jogar, tanto a minha vida, como a vida de Frederick no esgoto. No primeiro dia, eu fiquei o tempo todo dentro do apartamento, no segundo, eu disse que ia sair e aproveitei que ele estava distraído vendo coisas da faculdade para pegar o dinheiro que meus pais tinham me dado para passar os meses (sim, até meu dinheiro ele estava controlando. Mas não irei julgar, dinheiro na minha mão é a mesma coisa que um pedaço de torta na mão de uma pessoa com mentalidade de gordo). Resumindo toda a minha noite, eu colei com um grupinho que costumava beber e fumar na pista de skate próxima ao hospital e então, entrei numa vida meio... Estranha. Na outra noite, quando saí novamente para me encontrar com o pessoal, perdi totalmente o controle. Não cheguei a usar as milhares de drogas e pílulas que me ofereciam, era apenas a bebida. Nessa mesma noite, bêbada, fui até um estúdio em um beco abandonado no sul da cidade e fiz mais quatro furos nas duas orelhas, coloquei um piercing  na boca e dois no nariz. Havia uma moça, Villa, que era cabelereira, então descolori o cabelo e pintei de azul caneta. Como se isso não fosse o bastante, eu bebi ainda mais e acabei ficando com um dos caras do meu “novo grupo”. Grey era o seu apelido. Porém, a pior parte não foi eu ter ficado com ele, e sim, que eu fui com ele até o apartamento de Frederick. Acho que os porteiros e seguranças estavam se divertindo com as filmagens das câmeras do corredor e do elevador. Depois de uma luta para achar as chaves do apartamento, finalmente consegui abrir a porta, e quando isso aconteceu... BAM! SURPRESA! Frederick estava no sofá, encarando a porta com uma aura furiosa, como se fosse capaz de matar alguém, mas como eu estava bêbada, apenas o ignorei e continuei meu caminho par o quarto de hóspedes com Grey. Frederick o expulsara do apartamento e eu levei uma bronca gigante. Mas isso não me impediu. Na verdade, só aumentou minha fúria.

 

Agora voltamos ao ilustre dia de hoje. As aulas voltavam hoje e eu não estava com muita paciência para as coisas. Desde a morte do meu avô, quase não tenho falando com minha antiga “trupe”. Se me perguntassem se estavam bem, vivos, felizes ou tristes, a resposta seria a mesma: eu não sei.

Na porta da escola, encontrei com Grey, Michell e Mika. Ela já estava com o cigarro na mão, e mesmo que não tivesse o hábito de tal, dei uma pequena tragada, soprando a fumaça na direção de Grey, que apenas sorriu e me ofereceu o copo com vodka. Segurei o copo com tanta força que o barulho dos anéis se chocando com o vidro, pôde ser ouvido. Virei até a última gota e joguei o copo em um grupinho de meninas no cantinho. Mika sorriu para mim e apontou para um garoto baixo, provavelmente do fundamental, que se atrapalhava com os livros.

Andei em passos dançantes até os armários e me joguei contra eles, de costa. O barulho assustou o pobre coitado, mas eu ligava? Acho que não. Ele me encarou como se estivesse olhando para o próprio mal, bom, não deixava de ser verdade. Sorri para ele, vendo Mika o cercar por um lado e os meninos cercarem por outro. Ele estava encurralado.

- E aí, pirralho? – Grey perguntou. Sorri em sua direção.

- Aproveitando bastante o jardim de infância? – Michell bagunçou o cabelo do garoto.

- Até que é bonitinho. Podemos levar? – Mika perguntou olhando maliciosamente para o garoto. Segurei muito o riso pela face corada do garoto.

- Só passa a grana, pirralho. Eu te deixo em paz se fizer isso... – digo e ele me encara com dúvida. – Te dou a minha palavra. Não farei nada com você – estendi a mão em sua direção e ele colocou trinta dólares sobre minha mãe. Sorri agradecida. – Ele é todo de vocês... – sorri e me afasto um pouco, bem a tempo de ver Grey jogando o garoto no chão e Michell chutar sua barriga.

- Você disse que não iria fazer nada comigo! – o garoto gritou (chorou) enquanto me olhava.

- Ora... Movi um dedo para bater em você? Acho que não... – sorri. – Ainda estou mantendo minha parte do acordo.

Ele ia retrucar, mas Mika chutou sua cara, como um jogador de futebol chuta uma bola para um pênalti. Acho que aquilo era um dente... Com o canto do olho vi uma garota se aproximando, talvez para impedir que o garoto apanhasse tanto. Sorri batendo os anéis nos armários. Esperei que ela se aproximasse mais um pouco e então, segurei-a pela camisa.

- Onde pensa que vai, querida? – perguntei encarando-a séria.

- Não vou deixar que façam essas coisas com ele! O que ele fez para vocês?! Me solta! – ela gritava e eu apenas segurava mais forte seu braço. Por fim, eu cansei e a joguei contra o armário. Observei-a gemer de dor.

- Primeiro... Se você tem o mínimo de amor por essa vidinha miserável, nunca, NUNCA tente bater de frente com gente da nossa laia, sacou? Segundo, se outra pessoa estiver pagando por algo, deixe-a pagar e vire as costas... Porque a dívida que era dela, pode acabar sendo sua também. Entendeu? Espero não ter que repetir novamente... – estalei a língua e passei o dedo pela lateral de seu rosto, observei-a virar o mesmo.

- Eu não tenho medo de você...

- E quem disse que eu quero ser temida? Apenas quero que saiba onde é o seu lugar... – segurei-a pela blusa e a joguei contra o armário com mais força e segurei seu pescoço com a mão direita. Percebi sua testa franzir. – Está ficando quente, não é?! Sabe, pode queimar se eu qui...

- Breaden, solte-a – a voz de Frederick me impediu de continuar o serviço. Encarei a garota nos olhos. Ela parecia estar assustada, mas não perdia a pose de durona. Essa era das minhas. – Breaden, agora.

Sorri de canto e larguei-a. Observei seu corpo escorregar até o chão. Virei-me para Frederick que tinha Peters, Nick e Juddy ao seu lado. Era tudo que eu mais precisava.

- Apenas fiz isso porque pediu com jeitinho... – Sorri enquanto expressões sérias me encaravam.

- Devolva o dinheiro dele – Peters disse sério e eu o encarei com cara de tédio.

- O garoto não vai lembrar nem do que estava fazendo de manhã cedo... – comento e passo abrindo caminho entre eles, Michell e Grey estavam atrás de mim, encarando o quatro com uma expressão divertida. – Olha, eu ‘tô grandinha demais para ficar com quatro guarda-costas atrás de mim. Sei bem a diferença entre certo e errado – digo e continuo o caminho.

- Então porque fazer tanta besteira atrás da outra? – ouvi Juddy perguntar e aquilo me travou. Suspirei e dei uma meia virada para trás, encarando-a.

- Sabe... E vou te poupar de ter que ir para casa com uma resposta ofensiva.

- Breaden, nós sabemos que o que você passou... – Nick começou a dizer, mas o interrompi:

- Não! Ninguém intende nada! – gritei. – Não venham dizer “Ah, Breaden, não fique assim. Ele não gostaria de te ver triste” ou “Breaden, o que você está fazendo é errado”, porque todos nós sabemos que nada vai mudar! Vai sempre continuar essa mesma droga de sempre!

- Então deixa a gente tentar te ajudar, caramba! – Juddy gritou. – Desde que Tate morreu naquela maldita casa tudo o que você fez foi se afastar e afastar a gente de você! O que custa deixar a gente se aproximar e te ajudar?!

Ela me encarava nos olhos. Eu odiava quando faziam isso. Suspirei e não disse mais nada, apenas dei as costas para os quatro e segui meu caminho para a área externa, afinal, ainda faltavam 10 minutos para a aula começar.

 

Abri a porta do apartamento. Estava vazio. Encarei a porta do quarto de Frederick, estava fechada. Suspirei indo até meu quarto temporário, no caminho, observei meu reflexo no espelho. O que eu havia me tornado? Encarei os pequenos pedaços de metal em minhas orelhas, no nariz e na boca. Em que mundo eu iria fazer uma loucura dessa?!

Encarei minhas mãos. Estavam trêmulas. Os anéis entravam em contraste com minha pele morena e as unhas num escarlate forte. Encarei meus antebraços, estavam cobertos de cicatrizes. Antigas e novas. Céus... o que eu estava fazendo comigo mesma?

Larguei a mochila no chão. Arranquei a bandana do cabelo, o casaco da cintura e o blusão. Eu ainda me sentia estranha. Tirei as botas, a calça jeans rasgada e a blusa larga, ficando apenas com o short e a blusa fina que eu usava por debaixo da roupa. Corri para o banheiro e fechei a porta.

Encarei meu reflexo no espelho. Eu usava maquiagem preta, mas não naquele nível. Tudo estava em excesso em mim. Liguei a torneira e comecei a esfregar meu rosto com certa urgência, mas as maquiagens pareciam ser a prova de água. Suspiro controlando a respiração. Meu cabelo estava tão diferente, como eu pude deixar as coisas chegarem a esse ponto?

Encarei a tesoura que estava sobre a pia e depois o meu reflexo. Segurei o cabo da mesma com as mãos trêmulas. Sim, eu precisava cortar as coisas que não me faziam bem. Segurei uma mecha do cabelo e cortei. O pequeno pedaço de cabelo caiu no chão. Continuei até meu cabelo estar todo no chão. Antes, ele chegava até quase mais da metade das costas, agora estava na metade do pescoço.

Encarei o reflexo de Frederick no espelho. Parece que esqueci de trancar a porta... Seus olhos estavam vermelhos, assim como todo o seu rosto. Engoli em seco assim que ele entrou no banheiro e ficou ao meu lado.

- Não vai dizer nada? – perguntei enquanto sentia uma lágrima cair.

- E preciso dizer? Você, praticamente, jogou sua vida no lixo...

- Eu sou o lixo.

- Não, você apenas não sabe os limites que as coisas tem. Eu entendo que...

- Você não entende... – comecei a gritar, mas Frederick me cortou, gritando também:

- O QUE? NÃO ENTENDO NADA? OLHA SÓ, EU TENHO SIDO MUITO PACIENTE COM VOCÊ DURANTE TODOS ESSES ANOS, MAS O QUE VOCÊ NÃO ENTENDE É QUE TODOS NÓS PERDEMOS PESSOAS. VOCÊ PODE TER PERDIDO SEU AVÔ E O SEU NAMORADO, MAS EU... EU PERDI MINHA MÃE! A MULHER QUE ME GEROU, A MULHER QUE ME PÔS NO MUNDO, A MULHER QUE ME ENSINOU METADE DAS COISAS QUE EU SEI HOJE, E SE EU SOU ASSIM AGORA, FOI POR MUITO ESFORÇO DELA! VOCÊ PODE TER PERDIDO OS DOIS, MAS DAQUI A DOIS MESES, QUANDO SEUS PAIS VOLTAREM, VOCÊ AINDA VAI TER ALGUÉM PRA CHAMAR DE “MÃE” E “PAI”!

- VOCÊ TAMBÉM TEM UM PAI!

- UM PAI QUE PASSOU A MINHA VIDA INTEIRA ME JULGANDO PELAS COISAS QUE EU GOSTO. UM PAI QUE SAÍA NA MANHÃ DE QUINTA E VOLTAVA AO DOMINGO À NOITE, BÊBADO! EU SÓ TINHA A MINHA MÃE E MINHA VÓ, MAS AS DUAS ESTÃO MORTAS! É EXAUSTIVO ACORDAR DE MANHÃ E SABER QUE NÃO EXISTE MAIS NINGUÉM DO MEU SANGUE, VIVO, PARA ME APOIAR E ME CONFORTAR QUANDO EU PRECISO!

- ESSA NÃO É A QUESTÃO, FREDERICK!

- SIM, BREADEN, É A DROGA DA QUESTÃO SIM! VOCÊ TEVE UMA COISA QUE EU NÃO TIVE E MESMO ASSIM JOGOU FORA! VOCÊ TEVE O APOIO DOS SEUS AMIGOS, APOIO DA SUA FAMÍLIA QUANDO TATE MORREU, E QUANDO SEU AVÔ MORREU, EU E PETERS ESTÁVAMOS AO SEU LADO! EU TIVE ISSO? NÃO! SABE POR QUÊ? PORQUE EU ESTAVA SENDO OBRIGADO A TRABALHAR COM UMA ENTIDADE MALUCA, E O PIOR FOI QUE EU AINDA ESTAVA COLOCANDO A MINHA VIDA EM RISCO ARTICULANDO PLANOS PARA TE MANTER VIVA! E É ISSO QUE VOCÊ FAZ COM A GENTE? VOCÊ SE AFASTA DE TODOS, VOCÊ BRIGA COM TODOS, VOCÊ SE TRANSFORMA EM ALGUÉM QUE VOCÊ NÃO É!

- ISSO NÃO É VERDADE! EU SEMPRE FUI ASSIM! VOCÊ QUER ME DIZER QUE MINHAS ESCOLHAS ERAM ERRADAS E TODAS ESSAS COISAS, MAS ESQUECE QUE EU ESTOU CONFUSA! EU SOU UMA PESSOA INSÁVEL! MINHA MÃE NUNCA ME DEU APOIO PARA, PELO MENOS, TENTAR TRATAR ESSA COISA DENTRO DE MIM! VOCÊ NÃO SABE COMO É VIVER COM ALGO DENTRO DE VOCÊ QUE VOCÊ NÃO TEM A MÍNIMA IDEIA DO QUE SEJA E NEM COMO CONTROLAR E A ÚNICA CERTEZA QUE TEM É QUE PODE MATAR TUDO À SUA VOLTA!

- E É JUSTAMENTE POR ISSO QUE VOCÊ NÃO PODE SE RENDER A ISSO! – ele segurou minha nuca com uma mão e meu pulso com outra, virando para o espelho. – Tem certeza que é isso o que seu avô ou Tate gostariam de ver? Uma pessoa que desistiu de tudo e se vestiu com uma fantasia de garota “fora da lei”? Desde quando você aterroriza crianças no corredor da escola? Você está se destruindo, e mesmo assim nós estamos aqui para você...

- Nada disso está certo... Eu não vou deixar de ser quem eu sou só por causa disso...

- Eu sabia que você ia dizer isso... – ele me soltou e saiu do banheiro. – Meninas! – ele gritou e vi um vulto vindo em minha direção e então não enxerguei mais nada.

 

 

Eu não sabia onde estava. Tudo estava escuro e minhas mãos estavam amarradas em minhas costas. Eu estava sentada em uma cadeira.

- Hey! Tem alguém aí? Alguém, por favor? Que se ferre... – a coisa que amarrava minhas mãos era uma corda, era só desfazer o nó.

Bom, isso seria fácil se, além de estar com o nó, não estivesse com um cadeado. Malditas pessoas que fizeram isso...  Suspirei e comecei a gritar.

- Se continuar, eu vou te bater mais do que eu quero – ouvi uma voz no canto esquerdo do lugar. Era a voz de... Andrea? Ah, tinha que ser.

- Olha só, isso não tem graça. Vocês podem me soltar? Eu sei que não está sozinha... Sua altura não ia permitir me carregar até o lugar que eu estou – assim que terminei de falar, senti um chute em minha perna. Gritei de dor.

- Você acha mesmo que a gente ia perder a oportunidade de fazer você cair em si?! – era a voz de Rachel. Era impossível não sentir medo quando ele fala sério, mas dessa vez, eu estava tranquila. Tranquila até demais.

- E também perder a oportunidade de dar na sua cara por falar comigo daquele jeito... Quando se tornou isso? – a voz de Juddy invadiu o lugar.

- Quando se tornou tão sentimental? – perguntei irônica.

 - Olha, Breaden, nós estamos tentando te ajudar. Então, por favor, colabore conosco. Você está jogando a sua vida no lixo... – Andrea começou, mas eu a interrompi:

- Dá para vocês pararem de ficar falando que eu joguei minha vida no lixo? Como vocês mesmos disseram: A VIDA É MINHA! Se eu quiser jogá-la em um vulcão, para os porcos, para a ponte que partiu, eu vou jogar. Vocês querendo ou não.

- Nós não iremos deixar... – Juddy rebateu.

- E quem vocês acham que são?! Me soltem dessa maldita cadeira – suspiro profundamente. Algo estava começando a ascender dentro de mim. Eu sabia o que era e estava com medo de que aquilo se transformasse em algo muito pior. – Olha... Eu estou quase perdendo o controle. Pelo amor de qualquer maldito deus dentro daquele estúpido Olimpo, me solte.

- Você pode incorporar o Tocha Humana aqui dentro, nós não iremos te soltar. Não até você cair em si e perceber que o que está fazendo é errado – Rache disse.

- Você não vai desistir, não é?! – Andrea perguntou e eu concordei. – Então me perdoe por isso...

De primeiro, eu não entendi nada. Logo, senti alguém retirar algo de minha cabeça, e eu parecia estar em uma garagem, e puxar meu cabelo para trás (ou o que sobrou dele) junto à minha cabeça. Observei Andrea se aproximar com um copo na mão. Franzi a testa e me desesperei quando ela abriu minha boca e jogou o liquido do como em minha boca. Eu tentei cuspir, mas ela era tão filha da mãe, que tampou minha boca com sua mão. Encarei Rachel e Juddy com urgência.

- Não adianta olhar para elas assim... Se continuar tentando cuspir isso, você vai acabar se sufocando e eu não vou fazer nada para impedir – Andrea disse séria. Minha boca estava queimando, era aquela mesma bebida estranha do Ano Novo. Meu nariz estava ardendo, infelizmente um pouco dessa coisa estranha havia desviado de seu curso normal e ido parar lá. – Ainda vai continuar querendo tomar decisões erradas e se afastar de nós? – a encarei com raiva. Com quem ela havia aprendido isso?! ... Ah, é mesmo... Comigo. – Tudo bem, meninas... Fase dois. Se isso não funcionar, a gente tranca ela na mala do carro. Os pais dela só voltam daqui a dois meses, não vão notar sua falta. – A encarei com desespero.

Observei Juddy andar até a mesinha no canto e pegar um pano enquanto Rachel pegava um balde com água. Uoooou, espera. Eu já vi isso em NCIS. Aquele velho do tráfico mexicano fez isso com o Gibbs. Ai meu deus... Isso aconteceu em Hawaii5-0 com o Steve.

- Olha, pode parando vocês três! Eu já vi isso e sei muito bem como funciona – digo encarando o balde, sentindo aquele gosto amargo na boca.

- Pensasse nisso antes de fazer besteira – Rachel disse e Juddy jogou o pano sobre meu rosto, enquanto Andrea puxava meu cabelo para trás, Rachel começou a despejar água sobre o pano. Comecei a tentar me debater. Era como se eu estivesse presa dentro de um grande aquário e meu corpo fosse concreto puro afundando cada vez mais.

Rachel parou de jogar água e Juddy retirou o pano. Consegui respirar com mais clareza, mas mesmo assim eu podia sentir a água invadindo cada órgão meu.  Tossi a água que havia engolido. Encarei as três que pareciam estar se divertindo com isso.

- O que? Acham que eu vou desistir só por essa simulação de afogamento? Vocês precisam de muito mais que isso para me derrubar – digo ofegante.

- É, nós sabíamos disso... – Andrea disse e subiu em um banquinho, batendo no teto. – PAI! LIGA A TORNEIRA POR FAVOR!

E mais uma vez no dia, eu não entendi nada. Apenas o compreendi quando senti um grande jato de água gelada em minhas costas.

- Isso é sério?! Vocês querem me matar com as torturas das minhas séries preferidas?! Olha só, vocês já foram melhores! – gritei enquanto meu corpo começava a se retrair.

- Divirta-se pelas próximas horas... – Juddy disse e elas saíram da garagem, me deixando ali, no frio, amarrada, no escuro e com fome.  

 

Três horas. Três malditas horas foi o que eu passei debaixo de água gelada. Eu não sentia meus dedos das mãos e dos pés. Creio que não estou pior, pois de vez em quando eu cativava o ódio em mim e as chamas me aqueciam. Mas isso não estava mais funcionando para mim. Eu estava prestes a me render. Parece que essa guerra já está vendia, e eu estou do lado perdedor.

Ouvi a porta fazer um barulho, como se estivesse sendo aberta. Suspirei e comecei a bater o queixo mais forte e os calafrios ficaram piores. Parte era verdade, a outra (grande parte) era atuação. E pareceu funcionar, pois senti alguém tirar a corda de minhas mãos. Andrea jogou uma toalha sobre minhas costas e Juddy me deu uma xícara de chocolate quente. Suspirei batendo o queixo.

- Viu o que você nos obrigou a fazer? – Rachel perguntou. A encarei, e na situação que eu estava, com três grandes e fofos pares de olhos me encarando, tive que me segurar muito para não chorar.

- Você precisa entender que não estamos fazendo isso para o seu mau. Precisa entender que mesmo que não queira, nós iremos estar sempre ao seu lado, não importa o que aconteça. Agora, quer nos dizer o que houve? – Juddy perguntou e eu a encarei.

- Vocês... E-Eu... A gente perdeu tanta gente ano passado... Eu estava com medo... Medo de colocar vocês em risco de novo. E se mais alguém morresse por minha culpa? Eu não ia aguentar... Toda vez que o lembro da Jolie ou vou naquele estúpido cemitério, eu fico me perguntando: “Por que eu não fiz mais?” ou “Eu poderia ter tentando mais salvá-la”. Eu... Todo dia quando eu acordo, me sinto suja. É como se todo o sangue daqueles que morreram estivesse em minhas mãos...

- Isso não é verdade... Você foi uma vítima, assim como nós – Rachel disse.

 

 

- Vocês me perdoam por ter sido uma babaca insensível? – Encarei a todos que estavam ao meu redor. Felizmente, todos resolveram abafar o caso e seguir a diante. – Principalmente você, Fredrick. Desculpa pelas coisas que eu disse e fiz – eu esperava algum comentário sarcástico ou uma ameaça, mas tudo que ganhei foi um sorriso de canto e um aceno com a cabeça. É eu precisava olhar mais por ele... Uma coisa é certa: ele está longe de estar bem. Olhei para o pessoal ao meu redor e franzi a testa. – Cadê a Ann?  

- Ah, ela teve um problema familiar e vai se atrasar... – Nate disse, porém, pelo seu tom, pude perceber que era algo a mais que isso. Encarei Juddy e parece que pensamos na mesma coisa.

Ignorando a ausência de nossa ilustre estrela, nos dirigimos para a aula, morrendo de tédio enquanto nossa querida professora de inglês dizia sobre estarmos no ultimo ano e que deveríamos agarrar as oportunidades que nos estão dando.

Estava tudo calmo, tranquilo, no tédio, até que um furacão chamado Annabell, resolveu quase arrombar a porta e entrar afobada na sala. Ela encarou a mim e Juddy. Nós duas trocamos olhares e encaramos Annabell.

- Preciso falar com vocês... É urgente – e pelo seu tom, eu duvidava de que fosse uma simples brincadeira.


Notas Finais


Até fevereiro!!!!!!!!!!!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...