História Neji Hyuuga - O Gênio Narrador (NejiTen) - Gêmeos?

Na casa de Tenten, a tensão tomava conta da conversa.

-Como ousa trazer um Hyuuga para esta casa, Tenten? -indagou o senhor Mitsashi.

-O que tem ele? -Tenten perguntou sem entender.

-Um Hyuuga! -o homem gritou. - Você nunca prestou atenção nas histórias que eu lhe contei?

-Ah sim! -ela disse como se tivesse lembrado de algo. - Não liguei as informações na hora que eu conheci Neji. Bem que o sobrenome não me era estranho.

-Alguém poderia me explicar o que está aocontecendo? -perguntei sem entender a situação.

-O garoto pode não ter nada a ver com a família dele -disse a mãe de Tenten. - Deixe-o em paz.

-São todos farinha do mesmo saco!

-Quê? -eu disse.

-Meu pai trabalhou há muitos anos na empresa que hoje é do seu pai -explicou Tenten.

-Ok… mas qual é o problema?

-O problema, garoto -o senhor Mitsashi disse se aproximando-, é que sua família enriqueceu às custas dos funcionários! Naquela época não existiam as leis de hoje. Eu e os outros funcionários éramos tratados como lixo! Fazíamos todo o trabalho para a sua família enriquecer enquanto ganhávamos uma miséria.

-Oh…. Sinto muito em ouvir isso, senhor, mas eu não tenho nada a ver com a situação. Não estava nem vivo quando isso aconteceu.

-Não importa! Você é sangue do sangue deles! O único que ainda nos tratava com respeito era o filho caçula do dono das empresas. Ele sim não concordava com que o pai fazia, tanto é que fugiu daquele monstro quando ainda era um adolescente.

-Pois então, o senhor acabou de afirmar que nem todos da minha família eram ruins. E, se serve de consolo, eu sou adotado, portanto não sou nem carne e nem osso deles.

-Situação resolvida, então -disse Tenten sorrindo.

-Por que você não vai pegar minhas malas lá em cima? -sugeriu a sr. Mitashi ao marido.

-Tudo bem…. -ele disse me olhando com desconfiança e subindo logo em seguida.

-Vão viajar? -Tenten perguntou à mãe.

-Não, estou me mudando.

-Estão se mudando? Por que não me contaram nada?

-Não estamos nos mudando.

-Não?

-Não, eu estou me mudando.

-Por quê?

-Estou me separando do seu pai.

-O quê? -disse Tenten incrédula.

-Ah sim, sua cachorra morreu.

-Quê??? Como assim? Você e papai se separando, minha cachorra morreu…. Como isso aconteceu? Por que ninguém me disse nada antes?

-Por que o escândalo? Foi o meu casamento que desmoronou e foi a sua cachorra que sentiu a dor da morte, por que é que você está tão nervosa? Não te aconteceu nada.

-Mas…..

-Aqui está sua última mala -o senhor Mitsashi disse entragando o malão à ex-mulher.- Tem certeza que é isso que quer?

-Nós nunca fomos felizes juntos, essa é a realidade. Por que insistir em um relacionamento infleiz?

-Por que sem você sou ainda mais infeliz.

-Até mais -ela disse pegando a mala. - Tchau filha -ela falou dando um beijo no rosto de Tenten. - Foi um prazer conhecê-lo, senhor Hyuuga -ela disse apertando a minha mão e saindo pela porta.

-O que aconteceu, pai? E como assim a minha cachorra morreu?

-Lacy já estava velhinha, querida, mal enxergava direito. Mas vejo que você já arranjou outra para ocupar o lugar dela -ele falou apontando para o animal que encontramos há pouco tempo nas ruas.

-Ela? -eu falei sem entender.

-Me parece uma fêmea -o senhor Mitsashi disse se abaixando para acariciar a cabeça do animal.

-Nem tinha notado -disse Tenten. - Nós a achamos perdida, assustada com os fogos de artifício. Deve ser de alguém, ela estava com coleira.

-Quer deixá-la aqui por enquanto que não acha o dono?

-Não precisa, ela vai ficar no meu dormitório.

-E lá é permitida a entrada de animais?

-Se não é, estamos completamente fora da lei -eu disse lembrando dos outros animais que nós abrigávamos.

-Pode ir parando com as gracinhas.

-Tem algum banheiro que eu possa usar? -perguntei.

-Lá em cima, segunda porta à esquerda -Tenten falou.

-Obrigado -disse subindo.

-Logo subirei -disse Tenten.

-Vou preparar um lanche para vocês -disse o senhor Mitsashi enquanto eu subia as escadas.

…………………………….

Ao me trancar no banheiro, lavei meu rosto e fiquei encarando o espelho. Minha vida toda foi rodeada por confusões, mas descobrir que sou adotado, que tenho uma mãe biológica que me abandonou…. Isso realmente é demais, até pra mim. Mas vou tentar não pensar nisso. Vou pensar no agora e no agora estou na casa da minha namorada e é esse momento que quero aproveitar.

Ao sair, quando ia andando pelo corredor em direção às escadas, vi um vulto em um quarto. Quando voltei para olhar, me deparei com um quarto todo cor de rosa. Tenten estava de costas para a porta arrumando a cama.

-Rosa? -eu disse entrando. - Nunca imaginei que seu quarto seria rosa. Que confusão essa com o seu pai, não? Fiquei até com medo de descer e encarar ele. Por que não ficamos por aqui mesmo? Não seria a primeira vez que dividiríamos um quarto -eu disse sorrindo e beijando ela.

-Neji? -uma voz me chamou da porta.

-Sim? -eu disse soltando Tenten.

-O que diabos está fazendo?

-Quê? -eu disse olhando da garota em meus braços para Tenten, na porta. - Eu… eu… -tentei explicar mas sem saber. - Existem duas Tenten? -perguntei olhando para a garota que beijei a poucos instantes e para a garota que estava na porta, e ambas com a mesma cara.

-Ela é minha irmã gêmea -explicou Tenten.

-Quê? -eu disse me afastando da garota. - Como assim sua irmã gêmea? Você nunca falou nada sobre ela!

-Nós não nos damos muito bem -Tenten falou olhando para a irmã.

-Eu realmente sinto muito -falei me desculpando com a garota que beijei. - Vocês realmente são idênticas.

-Essa é a desvantagem de ser gêmeo -disse Tenten.

-Tudo bem -disse a irmã sorrindo-, sem problemas, as pessoas vivem confundindo a gente mesmo. Você continua uma gracinha -ela me disse num singelo sorriso.

-Eu? -falei sem entender.

-Vamos para o meu quarto -Tenten disse me puxando pelo braço.

-Estão namorando? -a garota perguntou antes de sairmos do quarto.

-Por quê? -indagou Tenten. - Não pode?

-Quem sou eu para me meter na sua vida?

-Ninguém. Nunca foi e nunca será -disse Tenten ríspida.

-Papai já sabe?

-Não.

-Posso estar lá quando você contar? -a garota perguntou rindo.

-Cuide da sua vida -Tenten disse indo embora de vez e me puxando junto.

……………………………..

Tenten me arrastou até o quarto dela. Espaçoso e com todas as paredes pretas e lilás. Bem como eu sempre imaginei que seria.

-Agora sim parece seu quarto.

-Algum problema?

-Nenhum -eu disse. - Adoro paredes pretas. Cansa a vista, mas dá muita identidade a um quarto.

-Não acredito que beijou minha irmã.

-Não acredito que você tem uma irmã. Gêmea, ainda por cima. Por que nunca mencionou ela?

-Não gosto dela.

-Ela é sua família, devia tratá-la melhor.

-Você acabou de virar as costas para o seu pai e sua mãe, sem contar as patadas que você dá nas suas irmãs. Acha mesmo que tem moral para falar no assunto?

-Tenten, pode descer aqui um minuto? -gritou o senhor Mitsashi.- E traga o seu amigo também.

-Vem -ela disse saindo.

………………………..

Ao decermos, encontramos o senhor Mitsashi ao lado do meu pai e de Naomi.

-Ah não, o que fazem aqui? -eu perguntei.

-Viemos falar com você -disse meu pai.

-Como sabiam que eu estava aqui?

-Quando reencontrei você, depois de ter fugido, coloquei um gps no seu celular, para me certificar de cada passo seu.

-Controlador, assim como o seu pai era -disse o senhor Mitsashi.- Por isso eu acho uma péssima ideia vocês dois estarem se relacionando -ele falou olhando para mim e para Tenten.

-Não estamos nos “relacionando” -explicou Tenten.- Não desse jeito. Somos apenas amigos.

-Não são nada. Um passarinho me contou que vocês dois estão namorando! Ficou doida, minha filha?

-Doido é o senhor que fala com passarinho.

-Me respeite….

-Você fala com cachorros, gatos e coelhos -eu lembrei.

-Psiu, fica na sua. Enfim, pai, não estamos namorando.

-Mas vocês me disseram que estavam -disse meu pai.

-Foi só porque Neji me pediu. Ele disse que queria que eu fingisse ser namorada dele porque o senhor sempre dizia que ele não conseguia nada, nem ninguém.

-Por que disse isso a ele? -indagou Naomi a meu pai.

-Ele enchia a minha paciência. E não me olhe assim. Não era você que agentava as idiotices dele todo santo dia.

-Fico aliviado em saber que era só uma encenação -disse o senhor Mitsashi.

-Era mas agora não é mais -eu falei.

-Neji…. -Tenten me repreendeu.

-Nós fingimos namorar, mas depois começamos a namorar sério.

-Pois então terminem -disse o pai de Tenten.

-Não vamos terminar nada -eu falei. - Essa briga é de vocês, não nossa.

-Na verdade -começou meu pai-, essa briga é sua e do meu pai -disse encarando o senhor Mitsashi.

-Pode até ser, mas você sabia das sujeiras dele e mesmo assim deixou acontecer.

-Não importa mais, meu pai morreu -explicou Hiashi. - Isso é passado.

-Já foi tarde -eu disse.

-Bem feito, não valia o prato que comia -disse o senhor Mitsashi.

-Deixa pra lá -disse meu pai-, vamos para casa, Neji.

-Não. Daqui só saio para o meu dormitório.

-Precisamos conversar.

-Você tem cinco minutos para dizer tudo o que quer. Depois pode ir embora.

-Ok. Resumidamente, você é filho da Naomi e do meu irmão.

-Quê? -eu disse surpreendido.- Não achei que essa história poderia piorar.

-Meu pai nunca aceitou o namoro dos dois porque Naomi era pobre, por isso, um dia, seu pai fugiu com ela para bem longe.

-Fugimos logo depois que descobri que estava grávida de você -explicou Naomi.- Lembra que eu lhe disse que o pai do meu namorado me ofereceu dinheiro para ir embora?

-Sim….

-Eu peguei o dinheiro, avisei ao seu pai e nós fomos embora. Vivíamos felizes até aquele acidente de carro. Seu pai morreu, mas você conseguiu sobreviver.

-E como eu fui parar num orfanato?

-Quando o carro capotou, eu fui jogada para a estrada e você e seu pai ficaram presos no carro, que foi levado pela correnteza. O carro foi parar muito longe e quando encontraram, seu pai havia morrido, mas você não. As autoridades na época pensaram que eram dois acidentes diferentes. O meu, numa estrada. E o seu e de seu pai, no rio.

-E por que não testaram meu dna ou algo do tipo para descobrirem quem era a minha família?

-Porque nós nunca registramos você. Fugimos de casa ainda menores de idade. Ficamos com medo de nossos pais nos encontrarem e tirarem você de nós, por isso nunca registramos nem nosso nome nem o seu em lugar algum.

-Por isso você disse que ninguém conhecia direito você e sua família, nem os funcionários do lugar que você trabalhava -eu disse lembrando da história que Naomi outrora me contara.

-Quando você foi para o hospital, seu dna bateu com o meu -disse Hiashi-, então as autoridades me alertaram. Só podia ser filho do meu irmão. Confirmei isso quando reconheci o corpo dele. Não sabia como lidar com essa situação na época. Meu pai, seu avô, ameaçou me deserdar se eu ficasse com você. Fiquei confuso e, no começo, tentei esquecer, por isso passou um tempinho em um orfanato. Mas logo depois vi que não podia deixar o filho do meu irmão crescer sem família, então o levei para morar comigo.

-E por que disse que ela tinha morrido? Quando eu descobri que era adotado? Você já tinha se encontrado com Naomi.

-Estava confuso. Achei que ela o tivesse abandonado e queria tentar uma reaproximação, mas agora sei que ela estava esse tempo todo sem memória.

-Sabe, de certo modo, sabia que não era meu pai. Sempre lembrei dele brincando de guerra de bola de neve ou no parque comigo, sempre sorrindo. Você só resmunga.

-Podemos ir para casa? Não quero discutir nossa vida pessoal na frente de estranhos -disse meu pai.

-Não agora. Prreciso pensar melhor. Converso com vocês depois de colocar meus pensamentos em ordem. Tem a minha palavra.

-Não confio nem a vida de uma formiga à sua palavra.

-Bom, você vai ter que aceitá-la. E enquanto isso, convença sua filha a não estudar na mesma faculdade que eu. Já basta a Hinata. Me esforcei muito para que a Hannabi me arraste para a estupelândia junto com ela.

-É melhor irmos -disse Naomi.

-Tudo bem -disse meu pai indo embora.

-Que tal um filme? -eu perguntei olhando para Tenten.