Uma leve luz adentrava aquele gigante cômodo. Era mais um dia que começava, e Hisashi não percebia o que estava fazendo. Afinal, estava dormindo, qualquer movimento feito ali, ele não notaria se não acordasse. O mesmo lentamente foi se despertando ao som de alguns apitos. Era o alarme de Haruki, que o acordava.
- O que é isso? – Se perguntava, ainda com um tom de sono. Via um tom de rosa intenso na sua frente, e uma sensação extremamente macia. Uma voz levemente saia da boca de Haruki, enquanto acordava.
- Bom dia, Hisashi... – Disse ela com um tom de sono, antes de perceber aonde o mesmo se encontrava. Seu rosto ficou completamente vermelho, e a mesma se afastou. – C-C-Como isso aconteceu? – Questionou ela, gaguejando.
- E-Eu devo ter me mexido muito, e como resultado, acabei assim. – Explicou-se, e a mesma não conseguia acreditar.
- E-Então você é desse tipo de homem, Y-Yuuki... – Deduzia a jovem, bastante envergonhada.
- N-Não, não é isso Haruki, por favor, me desculpe... – estava dizendo, mas a mesma o interrompeu.
- B-B-Bem, n-não é todo mundo que consegue uma proeza dessa... sinta-se agradecido por tocar uma pele tão suave! – Clamou, com um tom de arrogância.
- Eu realmente sinto muito, Haruki, não era a minha intenção. – Comentou ele, quando a porta abriu.
- Com licença, Hisashi-sama, Haruki-sama. Se vocês não se apressarem, podem se atrasar para a escola. – Dizia uma das várias empregadas que havia na casa. Os dois se recuperaram rápido daquilo, Hisashi foi tomar banho primeiro, e depois foi Haruki. Uniformizados, os dois desceram as escadas, aonde Hisashi se impressionou novamente com um grande café da manhã.
- Não precisava de tudo isso... – Disse o rapaz. – E também, se ficarmos, iremos nos atrasar. – Completou.
- Só coma um pouco, Hisashi-sama. É para não sair de estomago vazio. – Pedia uma das empregadas, e ele concordou. Como não tinham muito tempo, se apressaram, e logo, já estavam saindo daquela mansão e entrando no carro.
- Bom dia, Haruki-sama. Bom dia para você também, Hisashi-sama. – Falou o motorista.
- Bom dia. – Os dois responderam em uníssono, e notando isso, ficaram calados e coraram. Estavam de frente um para o outro dentro daquela limusine enquanto o mesmo se dirigia para a escola. Ao chegarem, a primeira coisa que viram foi Neko, junto de Kaede.
- Hisashi-sama... – Disse ela com um tom meio amedrontador, e o rapaz ficou um pouco cabreiro. Mas ela simplesmente decidiu entrar, e a mais nova não entendeu o porquê.
- Espere um momento! – Exclamou Haruki. – Você vai fugir quando seu mestre voltou? Vai dar as costas e abandona-lo?! – Queixou-se, como se entendesse o que os dois sentiam.
- Você não tem nada a ver com isso! – Reclamou de volta.
- Sim eu tenho! Eu tenho muito a ver com isso! Afinal, quem foi que disse aquilo pelas suas costas? – Protestou a mesma. – Fui eu, não fui? Aquilo só aconteceu pois eu queria que acontecesse daquele jeito. Eu joguei baixo com você! Não acha que estou arrependida? É claro que estou! – Lastimou-se, a chorar, e Hisashi tentou a confortar. – Não toque em mim, Yuuki! Eu fui uma pessoa horrível com ela. Eu... – Iria se explicar mas decidiu ficar calada. – Esqueça. – Concluiu ela, indo em direção a sala sem dizer nada a mais. Parecia furiosa, mas também arrependida com o que fez.
- Neko... me desculpe... – Falou. - ... na verdade, eu não deveria te pedir desculpas... até porque a culpa não foi minha... – Estava explicando quando ela o abraçou com força, chorando.
- NÃO, HISASHI-SAMA... EU QUE DEVERIA PEDIR DESCULPAS. FOI CULPA MINHA... – Disse ela choramingando. Ele a acalmou, e assim seguiram para as aulas.
Terminadas, o problema entre os dois parecia ter terminado, mas com certeza um novo problema estava prestes a se tornar realidade para Neko. A mesma estava andando com seu mestre nos corredores, quando alguém passou por eles.
- Me encontre no terraço. – Disse Haruki, enquanto os dois viam ela subir as escadas. Hisashi pensou que era com ele, mas logo ela notou. – Hisashi, você fica aí em baixo. Se quiser pode voltar para casa. – Contou, e o rapaz ficou confuso, porém mesmo assim consentiu.
- Tudo bem. Neko, te vejo depois, tudo bem? Não se preocupe, deixe que eu prepare o jantar. – Avisou, descendo as escadas e indo para casa.
A felina seguia a jovem dama até o terraço, e lá, a mesma ficou perto da grade, observando ele ir embora. – Eu tenho que contar... caso contrário, seria injusto demais... – Pensou Haruki.
- Neko... – Chamou, determinada, e a mesma lhe deu atenção. – Eu tenho algo a dizer... – advertiu. – Quero que mantenha segredo do seu mestre, tudo bem? – Suplicou, e a mesma concordou com o pedido. - ... eu acho que... tenho sentimentos por seu mestre... – Disse ela, deixando Neko um pouco confusa. - ...basicamente... eu gosto do seu mestre... não como amiga... como garota... – corou, e a felina começava a entender a situação. – Isso quer dizer que... – Iria explicar, mas ela a interrompeu.
- Você é minha rival amorosa, não é? – Indagou, com um sorriso terno, e Haruki concordou. Lembrou-se do que fez antes e começou a chorar mais uma vez.
- Neko... aquilo que eu disse... me deu uma chance para ficar com seu mestre... Eu fiquei feliz com aquilo, mas agora... – Tentava explicar, mas não adiantava, quanto mais falava, mais sua voz tremia, e mais lagrimas saiam de seus olhos.
- Eu te entendo. Você só queria um momento com ele... bem, você teve. Não se arrepende de ter levado ele de mim por um momento, não foi? – Questionou. – Mas não precisa se desculpar. Eu já perdoo você. Afinal, você não é só minha rival, é minha amiga... respeito seu desejo de ser feliz. – Clarificou a felina, abraçando a garota. – Vamos, não chore... não pode ser minha rival se chorar assim. Arrependimento passa. Vamos esquecer isso, e competir saudavelmente, não? – Perguntou e a mesma secou suas lagrimas, se acalmando.
- Mas você sabe como sou, viu que me utilizei de métodos injustos para tentar roubar seu mestre de você. – Disse a mesma.
- Porém, é assim que uma disputa deve ser. Você só está dando o melhor de si. – Enunciou, e aquilo fez Haruki sorrir um pouco.
- Você, dando conselhos a uma rival? Bem, que seja. Neko-san, eu irei tentar. Nossa competição só começou. Me utilizarei de métodos injustos e justos, fazendo o possível e o impossível. Assim, veremos quem ficará com ele no final. Sinta-se honrada de competir e ser minha rival. – Disse ela, confiante, com um tom arrogante.
- Isso é um desafio? Isso soou como um desafio, não foi? Muito bem. Eu não irei desistir do Hisashi-sama tão facilmente assim, Haruki-san. Terei certeza de ser eu a escolhida. – Respondeu a altura.
- Isso é o que veremos, gatinha. – Retrucou, mas logo as duas caíram na gargalhada. Entretanto, apesar de parecerem estar se divertindo, a proposta de competição era real, e com certeza nenhuma delas estaria lá para brincadeiras. Como será que Hisashi lidaria com isso? Neko retornou para casa, e Haruki, para sua mansão. As duas estavam dispostas a fazer de tudo para ter o coração de seu amado.
- Estou de volta! – Exclamou Neko ao chegar.
- Oh, bem-vinda de volta! O jantar já está pronto. – Disse o rapaz. – Mas o que foi que a Haruki queria? – Pergutou, porém, Neko fez questão de manter o segredo.
- Era conversa de garotas. Ou vai dizer que está interessado nesse tipo de assunto, Hisashi-sama? – Perguntou, como se estivesse provocando o rapaz.
- Não, não mesmo, prefiro não saber dos detalhes. – Disse ele, se sentando. Os dois jantaram e logo após, foram dormir juntos, de volta naquela cama, apertados.
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