História Neo Sekai - Sonhos e Arbustos.

Um homem de cabelos ruivos apareceu. Ele usava óculos e vestia uma roupa toda preta, ele parecia concentrado. Tentei me aproximar, então o homem soltou um sorriso de canto e começou a se aproximar de mim.. senti uma aura negra sobre ele, como se ela além de possuir ele; quisesse me possuir também. Eu tentava me mover, mas era inútil, ele estava cada vez mais perto.

- P-Posso ajudar...? - Vacilei.

Sem resposta. Ele passou reto.

- Ora, ora. - Soltou.

Quando olhei para trás percebi que ele estava indo na direção de uma.. mulher. Ela estava carregando um bebê, o bebê parecia ser um menino e a cor do cabelo dela era castanho claro, espere... ela parece com a... minha.. mãe..? Não. Não pode ser..

– Não se aproxime dele! - Gritou a mulher.

– Não tente arrancar o destino do garoto. Ele tem o mesmo sangue que eu. E você não é muito diferente de mim, mulher inútil. - Disse o homem.

- NÃO! - A mulher se desesperou.

O bebê sumiu dos braços dela, antes que eu pudesse perceber o bebê havia se transferido para os braços do homem. A mulher pegou uma flecha e acertou um dos braços do homem, fazendo o bebê cair, mas antes que ele encostasse no chão a ela pegou ele e correu o máximo que podia. Tudo começou a ficar escuro.

– E-Espere! O que está acontece.. - Falei. A mulher havia desaparecido entre as árvores que apareceram no lugar.

Tudo estava escuro. As únicas pessoas que estavam lá era eu e aquele homem. Eu estava em prantos; consegui sentir na pele o desespero da mulher. Eu desejava que fosse tudo apenas um pesadelo.

– Você será a próxima, garota. Você tem o mesmo sangue que ela. Por mais que você fuja de seu passado, ele voltará à tona para você. Tudo o que te é importante some não tem como você evitar. - Dizia o homem.

Congelei. Não conseguia entender como ele sabia sobre mim.

– Eu não.. - Tentei falar. 

– Não tem como vocês fugirem, no final a essência do humano é essa.

- Vocês? - Questionei. 

- O final é o mesmo para todos; cruel. Deixe o medo vencer, deixe-me lhe mostrar o que o mundo é de verdade. - O homem sorriu e começou a se aproximar.

– Não! O que te faz pensar assim?!  

– Ah... não tem jeito... você é como ela... eu deveria ter te matado quando nasceu. Já não bastava eu falhar em matar seu ir.. - Tentou completar.

–  ...!

– Harumi... Harumi....Harumi! - Ouvi vozes.

– Sai daqui agora! Isso não faz sentido! - Gritei.

Oh..

Eu estava sentada em minha cama. Ikuy, Yusuji, Kaguya e Syter estavam me olhando.

– Um sonho...? - Perguntei para mim mesma.

– Harumi, você está bem? - Kaguya indagou preocupada. - Parece que você teve um pesadelo. 

– Eu... sonhei com um homem ruivo! Ele usava óculos e...

– Tudo bem, entendemos.. se não quiser não precisa nos contar, tá? -  Syter sorriu sem jeito.

– Tá.. - Olhei para as minhas mãos, elas estavam completamente suadas.

– Um homem ruivo.. óculos.. - Yusuji sussurrou, olhou para sua pulseira. 

– Sabe Harumi, as vezes sonhamos  coisas loucas! Já sonhei que estávamos naquela lanchonete e você havia encontrado o dinheiro! Loucura né?! - Ikuy gritou (acho que ele tentou me reanimar).

– Ok, ok! Hahaha! Entendi. Obrigada. - Falei.

– ''Obrigada''? - O pequeno ficou confuso. 

– QUEM É QUE SONHA COM ALGO DESTE TIPO?! - Retrucou Yusuji, como sempre.. gritando.

–  E quem sonha que está saindo com três garotas ao mesmo tempo e elas se transformam em um ''gudizilla''?  Ah é! VOCÊ! - Ikuy apontou seu dedo indicador para Yusuji e em seguida revira os olhos.

- Ei! Quem te contou? - Yusuji questionou.

- ... não vou nem comentar. - Ikuy soltou um sorriso. - Syter... se você quiser saber... uma das garotas era essa de cabelinho rosa que tá do seu ladinho, hihihi.

– Tá, todo mundo tem um sonho esquisito, okay? Até eu.. mas.. VOCÊ SONHOU COM A KAGUYA?! Como assim?! - Syter questionou o ruivo.

– Sonhei mesmo, hahaha! Algum proble-

– Fiquem quietos! Vocês me dão nojo! - Kaguya gritou.

''Ok, até a Kaguya perdeu o controle.'' pensei.

- Ah.. acho que eles não falaram por mal.. - Vacilei. 

- Harumi, você não vai comer? - Falou Kaguya sorrindo.

- Uau, ela se recupera rápido, né? - Perguntei.

- É a especialidade dela pelo visto. - Ikuy respondeu emburrado.

– Oi? - Kaguya questionou.

- Ah! Nada! Não, não vou comer nada! - Respondi com um sorriso amarelo. 

                                                 ● ● ●

 

Os três haviam saído; disseram que iam me esperar na frente da minha cabana. 

Então eu aproveitei e fui no banheiro:  fiz a higiene básica. Depois fui em direção ao meu roupeiro, abri ele, peguei a minha tipica roupa. A roupa que eu peguei é a minha favorita, tanto que que eu tenho mais três vestidos idênticos à ela, eu sinceramente adoro roupas que lembram o estilo lolita. 

Após eu ter me vestido saímos da cabana, não tinha ninguém no lugar, até que..

– Finalmente saiu! - Acenou Syter. 

Kaguya se aproximou de mim e cutucou meu braço.

– Buu. - Kaguya me cutucou séria.

– Heh? - Olhei para ela.

– Isso te assustou? - Perguntou Kaguya.

– N-Não. - Respondi.

– Droga. Peguem logo o dinheiro, na próxima aposta eu venço! - Kaguya deu 10 centavos para Yusuji e Syter.

– Nem acredito que ganhei uma aposta! - Yusuji soltou um grito de vitória.

– Kaguya, pode me dar também?? Vaai! Por favor! Lembra que eu sou um gato ''Muito fofinho''? - Ikuy perguntou imitando a voz de Kaguya.

– Mas que.. - Kaguya tentou responder.

Ouvimos um barulho em um arbusto, algo estava se mexendo bruscamente nele, fazendo barulhos agoniantes. Nos viramos para ele, e nos aproximamos.

– ...?

  !!

– AHHHHHHHHH! - Gritamos.

Uma pessoa havia saído do arbusto: Ryotaro.

– M-MEU DEUS! - Gritou Ikuy.

– HAHAHAHAHA! TINHAM QUE VER A CARA DE VOCÊS! - Gargalhava o garoto enquanto tomava seu belo chá. 

- Só podia ser, né? - Reclamou Kaguya.

– Mas que merda você tá fazendo? - Ouvi uma voz familiar. 

Quando nos viramos conseguimos ver que Zura estava atrás de Syter. Ela revirou os olhos, foi em direção de Ryotaro e deu um tapa nas costas dele.

- A-Ai.... -  Soltei.

- Parece que ele não tava sozinho. Bom dia pessoal! - Acenou Syter.

Cinco pessoas saíram de trás do arbusto: Iahiko, Belshi e Amai.

– O que o nosso mestre aprontou? - Amai questionou.

- Antes que nos culpem de algo, a gente só tava conversando atrás daquele arbusto. - Belshi respondeu emburrado.

Yusuji começou a rir.

- E quem apenas conversa em um arbusto? - Questionou Yusuji.

- Hahaha! Que pergunta é essa amigo? - Amai perguntou abraçando Yusuji.

- Ami..? - Yusuji foi cortado.

- Pfff! Nem essas duas me chamariam de amigo! Que sucesso hein Yusuji! - Belshi gargalhou apontando para mim e Kaguya.

No mesmo momento Kaguya ameaçou Belshi mostrando um papel bomba que estava em sua mão, enquanto eu sacava  minha katana.

– C-Calminha garotas... hahaha... foi só uma b-brincadeirinha. - Gaguejava Belshi dando passos para trás.

– Hm. - Respondi.

- Mas que papo hein. - Iahiko se pronunciou. - Oh! Bom dia Harumi!

- Bom dia! - Sorri. 

                                                  ● ● ● 

Ficamos por um bom tempo conversando, nesse meio tempo até Hakufuu e Kura haviam aparecido.

– Hmm.. lembrei de algo sobre o Hakufuu - Disse Syter. 

– Hm?

– Lembra do seu ur-si-nho? - Perguntou Yusuji.

– E-Eu? Ursinho hahaha! Q-Que? E..Eu não tenho ursinho!

– Certeza? - Perguntou Amai.

Amai se aproximou de Hakufuu e pegou dele um ursinho de pelúcia da cor rosa (que por sinal era bem fofinho).

– Até você Amai? - Sussurrou Hakufuu. - E gente! NÃO É MEU! É... da minha irmã!

– Mas você não dormia com esse ursinho? - Kaguya questionou.

- Hakufuu, relaxa, não tem problema algum em você dormir com ele.

– Tá... - Hakufuu respondeu emburrado.

Depois de jogar papo furado nós fomos para o refeitório para almoçar.

– Ei! Breshi! Quando voxê vai me dervorve... - Tentou falar Yusuji.

– Yusuji, espere você terminar de mastigar a comida para falar. - Pediu Kaguya.

– Pronto. Belshi, pode me devolver o caderno com as minhas importantíssimas anotações? Por favor! Se não... se não... ok, apenas me devolve logo. - Falou Yusuji.

– Não.

– Que?

– Não.

– Ora.. seu..!

Yusuji já estava se levantando para pegar seu caderno à força, até que me levantei e segurei ele.

– Deixa comigo. - Sussurrei e pisquei para Yusuji.

– Tá, tá. - Revirou os olhos.

Yusuji nem parecia ter me ouvido.

– Ei, Yusuji, essa comida tá maravilhosa! Pra que trocar ela por um caderno bobo? - Amai tentou consolar Yusuji.

–..Certo.

– Obrigada. - Agradeci Amai.

Amai sorriu para mim e falou ''Não há de quê'' com a boca.

Me aproximei de Belshi.

– O senhor poderia me seguir? Por favor, é rápidinho. - Sussurrei em seu ouvido. Ele parecia ter sentido um calafrio, revirou os olhos; parecia um rebelde.

– Tá.

Nós fomos para a parte da frente do refeitório. Ikuy nos seguiu.

– Então, pode devolver o caderno do Yusuji? Eu faço uma cópia do que esta escrito. Pode ser? - Pedi.

– Nem precisa copiar, mas eu só vou entregar se você me fizer um favor. - Ele se aproximou de mim.

– E o que você quer então? - Questionei.

Na mesma hora ele pegou Ikuy de mim.

– O IKUY! ELE É UM GATO FALANTE! QUALQUER PESSOA IRIA QUERER TER UM GATO FALANTE! - Belshi parecia uma criança de 5 anos falando.

– Eeeeeh?! NÃO! HARUMI, NÃO FAÇA ISSO! E-Eu sou legal, lembra? - Gritava Ikuy.

– Que?! Nem pensar. Não vou dar ele para você! - Falei.

Eu avistei o caderno em cima de um banco que estava atras de Belshi, olhei para Ikuy que havia entendido o que eu iria fazer e então ele mexeu sua cabeça fazendo um gesto de ''Sim'' com sua mão.

– Você tem que prestar mais atenção nas coisas em sua volta, HAHAHA! - Gargalhou Ikuy.

– Que? - Perguntou Belshi.

Eu havia pego o caderno. Na mesma hora Ikuy se soltou das mãos de Belshi e mostrou sua língua para Belshi.

– Fala sério! - Gritou.

Eu e Ikuy entramos correndo para o refeitório enquanto Belshi corria atras de nós dois. Ikuy agarrou-se nas minhas costas.

– MAIS RÁPIDO HARUMI!! - Gritou Ikuy.

– Eu não sou um cavalo!

– AH MAS VOCÊS NÃO VÃO CONSEGUIR!! - Gritou Belshi.

– Ali! A mesa!! Vai Harumi! - Apontou Ikuy.

– Conseguimos! - Sentei em meu banco, todos estavam olhando confusos para nós. - Toma: o seu caderno, Yusuji.

– MUITO OBRIGADO! - Agradeceu Yusuji.

– Cheguei a tempo?! - Gritou Belshi.

– Chiu. Quietinho ai. - Respondeu Zura.

– Droga..

                                           ● ● ● 

Todos terminaram de comer suas comidas. Nós ficamos conversando praticamente a tarde toda no Refeitório.

– Bom, eu e Ryotaro vamos ficar aqui por mais um tempinho, certo? - Disse Zura.

– Sim.. - Concordou Ryotaro.

Todos nós saímos e fomos em direções opostas, olhei para o lado e vi Iahiko, ele estava sozinho... era raro ver Iahiko sozinho, ele esta sempre com Zura.

– Ei Ikuy, você não acha meio solitário ver Iahiko daquele jeito? - Perguntei.

– Mais ou menos, mas ele deve ter amigos para conversar, ele tá sempre com alguém.

– Hm..

Fiquei observando Iahiko.. ele parecia tão distante de tudo.

– Harumi! Podemos descansar? Sei lá... ficar na frente da fogueira, sentar nos troncos e descansar um pouco! - Pediu Ikuy.

– Tá mas, você não acha melhor nós irmos para a nossa cabana?

– Ahh! Não! 

– Ai, ai. - Sorri. - Ok..

Eu e Ikuy fomos para a fogueira, até que era bom ficar lá, sentada, olhar para o pequeno movimento.. isso.. me lembrou a Pasufaindā..

– Harumi.. como você acha que a Naomi, o Yuki e a Shiro estão..? - Ikuy perguntou cabisbaixo.

– E-Eles estão bem. Devem estar. 

Olhei para o chão preocupada.

– S..Sim! Estão bem! Eles aguentam qualquer coisa! São incríveis!

– Sim.. devemos esperar pela volta deles, um dia veremos eles de novo. - Falei.

– Uhum! - Ikuy levantou sua cabeça, ele estava sorrindo.

– Sabe, a.. quero dizer.. o.. ah tanto faz! O Eve, o Sanozuke e a Mayumi.. será que eles já voltaram? Pensando bem.. se tivessem voltado eles teriam mandado alguma carta. - Comentei com um sorriso amarelo.

– Mas também, eles estão se esforçando para conseguirem fragmentos, né? E NEM ME LEMBRE DO EVE! Eu achava... eu e Yusuji achávamos que era uma garota... como eu disse ''achávamos''..! - Gritou Ikuy apontando o dedo indicador para mim.

– Hahaha! Tá bom, tá bom! Desculpe-me por não ter falado que era um garoto. - Comecei a rir.

– Shh! Não precisa rir tão alto assim! - Ikuy sussurou olhando para os lados.

– Oh! Harumi? 

Um garoto estava se aproximando de nós, ele estava carregando alguns peixes.

– Hm? Ah! Kura! Oi! - Acenei.

– Olá Kura, sabe que você é muito legal né? - Dizia Ikuy enquanto se aproximava dos peixes.

- Cuidado: se não você vai babar. - Avisei soltando uma pequena risada.

– Nem vem! Estes aqui são meu. - Falou Kura.

– Ahh! Vai por favor!

– Hum.. tá, pegue cinco.

– Mas Kura, só vai sobrar dois pra você.. - Falei.

– Tudo bem, haha! - Respondeu.

– Como um cara pode ficar feliz com apenas dois peixes? - Ikuy sussurrou enojado.

– Ei! Eu ouvi! - Gritou Kura.

– Eu n-não disse nada! Sou inocente! - Ikuy levantou suas pequenas patas para o alto.

– Pega logo. Da próxima vez não vai ter, hunf. - Falou Kura.

– Tá, tá, obrigado. - Agradeceu Ikuy.

– Ah! Harumi, Kaguya pediu para eu avisar você de que não tem como ela treinar contigo, você já deve ter percebido que ela usa selos. Syter tentou ajudar também mas, ele usa espada e não katana.

– Tudo bem, meu pai e um amigo meu já me ensinaram como lutar, quase todo o dia eu fico treinando. 

– Ué, mas não era para você estar treinando? - Perguntou Ikuy.

– Quase que eu me esqueço! - Gritei me levantando do tronco.

– Na verdade você se esqueceu. - Yusuji saiu de um arbusto que estava perto de nós.

– Por que você estava em.. um arbusto? - Perguntou Ikuy.

– Er.. porque eu quero. É sempre normal uma pessoa ficar atrás de um arbusto!

– Não, não é. - Eu, Ikuy e Kura respondemos em uníssono.

– Tá certo que o Ryotaro estava atras de um arbusto e.. - Kura tentou completar sua frase mas fora interrompido.

– Esse assunto já não tinha sido resolvido? - Perguntei.

– Mas.. - Tentou Ikuy.

– Shh! Tá resolvido sim. - Falou Yusuji.

– Mas..!

– Shh!

– Silêncio! - Gritou Hakufuu, ele também estava atrás de um arbusto, por acaso isso virou algo normal de se fazer?

– Mas o que você tá fazendo aí..? - Perguntou Kura.

– Meditando. Não é óbvio? - Respondeu Hakufuu.

– Não..? - Questionou Yusuji.

– Espera, que horas são? - Perguntou Hakufuu.

– Hm? O treino! Eu tenho que ir correndo treinar! - Dizia Kura. - Toma pegue os peixes Ikuy!

Kura saiu correndo em direção ao bosque que era tão especial para o acampamento. Quando nos viramos Hakufuu não estava mais aqui.

– Vish! Tenho que fazer coisas importantes também! - Falou Yusuji.

– Que tipo de coisas? Treinamento? - Perguntei.

– Err..

– Err...? - Perguntei.

– Tchau!

Yusuji acenou para nós e saiu correndo.

–..Tchau? - Respondi.

– Harumi, podemos descansar em casa agora? É cansativo descansar aqui! - Pediu Ikuy.

– Hahaha, tá. - Concordei.

Fomos para a nossa cabana. Ikuy entrou correndo para a cama, fiz o mesmo, o dia havia sido muito cansativo.

– Ikuy, depois eu vou ir treinar em um dos bosques que tem aqui no acampamento, tá? - Perguntei.

– Uhum! Eu vou ir junto, nunca se sabe se terá alguma garota, talvez hoje dê para eu entregar meu cartão para alguma, hehe!

– Ok ok, haha!

Deitei na cama e, dormi.

Uma garota loira estava falando comigo. Talvez isso.. seja um sonho como o outro..? Mas... esta garota... ela é a Shiro..?

– Harumi, um dia.. nós iremos voltar.. é uma promessa. - Dizia Shiro. - Enquanto não estivermos com você, tome cuidado. Seja forte.

– ..? - Não estou entendendo, primeiro.. aquilo, e agora isso? Sim, só pode ser.. um sonho qualquer, mas.. as palavras dela..

– Fique forte..fique forte.. não se esqueça de nós... - A voz começou a ficar fraca até eu não poder mais escutá-la.

– Shiro! - Gritei.

– Harumi? Tá tudo bem? - Perguntou Ikuy.

Como eu pensava, era mais um sonho, os dois sonhos de hoje.. foram.. tão.. reais...?

– Outro sonho.. droga. Isto tá me deixando confusa! - Falei.

– Calma, agora você já acordou. Ei! Vamos levar você para treinar? - Perguntou Ikuy.

– Ah.. sim. - Respondi sorrindo.

Saímos da cabana e fomos para aquele bosque que Kaguya tanto se orgulhava, o lugar era realmente muito bom para treinar.

– H-Harumi, acho que seria melhor você treinar em árvores em vez de ser em mim, sabe que é m-muito difícil de desviar da sua k-katana né?! - Gaguejava Ikuy.

– Pronto! Vamos voltar para a cabana, já terminei. - Respondi vitoriosa.

- Você não ouviu nada do que eu disse, né? - Ikuy ficou choramingando.

!!!

Ikuy e eu ouvimos alguns barulhos. O que estava gerando o barulho não parecia estar muito longe. Eu e Ikuy nos escondemos atras de um arbusto para tentar ver quem ou o que estava fazendo estes barulhos.

– Cheiro de queimado.. - Comentei.

– Sim, mas aquilo são correntes? - Perguntou Ikuy.

– Espera, aquele não é.. o garoto que estava encapuzado? Ele estava ontem no chalé do Ryotaro! - Sussurrei.

– Sim. É ele. - Respondeu alguém que estava atras de nós.

– Eeeeeeeh?!

 Quem estava atrás de nós era Iahiko.

– Iahiko! O que você tá fazendo aqui? - Perguntei.

– Eu queria ver como ele está.. ele anda quieto demais. Claro, ele normalmente anda assim disfarçado mas.. sabe..- Dizia Iahiko. - mas sabe, eu também queria saber o que vocês estão fazendo aqui.

Iahiko estava com uma expressão realmente séria.

– Bom.. eu estava treinando com Ikuy. Nós tínhamos acabado de terminar o treinamento e ouvimos alguns barulhos vindo daqui, então ficamos curiosos, e fomos ver o que estava acontecendo. - Confessei.

– Sim! - Concordou Ikuy.

– Hm.. tudo bem! - Iahiko sorriu e acariciou minha cabeça e de Ikuy.

– A-ATCHIM! - Ikuy espirrou.

– Shhhh! - Eu e Iahiko tentamos fazer com que Ikuy parasse de espirrar mas ele continuava. Nós estávamos atrás de um arbusto que estava cheio margaridas, e Ikuy era alérgico a margaridas!

– Ele é alérgico a margaridas por acaso?! - Perguntou Iahiko.

– Sim! Eu não tinha visto! Nós temos que tirar ele daqui! - Sussurrei.

Tentamos nos levantar sem sermos vistos mas, falhamos.

– ...? Huh? Tem alguém aqui..? Iahiko?! - Perguntou o garoto.

Fomos descobertos.