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História Neos - Golpe de estado


Escrita por: Pirandello

Notas do Autor


Eai pessoal! Tudo bem Próxima semana tem umas provas ai e eu também não tenho tido muito ânimo para escrever, então to postando adiantado para deixar tudo ok. Espero que gostem! ^^
PS: se tiver palavras estranhas no texto e bugs, avisem para corrigir. Ta vindo uns bugs demoniacos nos textos, não sei porque.

Capítulo 46 - Golpe de estado


Fanfic / Fanfiction Neos - Golpe de estado

  

–––– CIARA ––––

 

 

       As chamas se alastravam pela estação Central Park, agora reduzido à um mausoléu devastado e flamejante. Os tanques que chegavam destruíram o restante das paredes e pilares, deixando todo o prédio instável, o que não era nada bom caso fôssemos tentar uma fuga. Luana estava parada a nossa frente, com todo o seu esquadrão nos cercando de todos os lados e armados com metralhadoras pesadas e que poderiam nos matar facilmente com alguns disparos – nós nada poderíamos fazer a não ser aceitar.

       – E então? Podemos fazer as coisas do jeito fácil ou do jeito difícil... – Disse Luana Ehrlich em ameaça.

       Eu ponderei enquanto minhas Chakras se dissipavam lentamente e a coloração dos meus olhos ia se normalizando. Alicia parecia assustada com minha reação, acho que entendendo que eu já havia jogado a toalha.

       – Fazer o quê né? – Respondo, levantando as duas mãos para o alto.

       – Mana! – Alicia repreende.

       – Alicia! Pense bem... estamos cercadas por um exército inteiro e vários tanques. Não tem muito o que possamos fazer. – Avalio e Alicia apenas faz o mesmo.

       Luana esboça um rosto de satisfação.

       – Muito bem! Esperava que fossem entender. Agora vamos andando que ainda temos muito o que conversar. Me sigam! – Ela se virou e se dirigiu a um comboio preto blindado que nos aguardava na entrada da estação. Eu e Alicia nos sentamos nos apertados bancos.

       Andamos de comboio pela cidade, que ia sendo escoltado por mais dois tanques menores atrás. Luana acende um charuto enquanto se acomodava na poltrona à nossa frente; sua postura agora era mais relaxada e ela mandou um olhar perfurante em nossa direção, talvez querendo fazer mais alguma de suas avaliações dissolutas.

– Fiquem à vontade! Querem um charuto? Esse é dos bons... – Disse ela soltando uma baforada.

– Não, obrigada. Mas você podia começar explicando o que quer de nós. – Eu fui bem direta.

– Estou passando mal com esse charuto! – Reclamou Alicia.

Luana solta uma risada.

– Nossa... não esperava que vocês estivessem tão tensas. – Responde com a voz laxa. – Desculpem eu parecer tão ameaçadora naquela hora. Sabe como é, ... eu preciso manter a postura firme e imponente na frente dos meus comandados ou eu perco o respeito.

Eu e Alicia nos entreolhamos.

– Essa tia tem um parafuso a menos, não é? – Cochichou Alicia.

– Tem certeza de que é só um? – Respondo trocando sussurros

– Ei! Que merda vocês estão resmungando aí? – Esbravejou ela e nós recuperamos rapidamente a postura. – Então, vocês conhecem a empresa multinacional NEOS?

– NEOS?! – Meu coração acelerou naquele momento. – O que tem ela?

– Recentemente, nós do Exército americano, estamos incomodados com uma série de atividades irregulares da multinacional, inclusive estamos com vários espiões para investiga-la de perto. – Ela cruzou os dedos enquanto mirava para a janela. – Além dessa guerra em que estamos metidos, desconfiamos que a NEOS esteja tramando algo por debaixo dos panos.

– Eu posso esperar qualquer coisa daquele antro de víboras! – Disse, rangendo os dentes.

– Vejo que você já está bem motivada. Isso é ótimo. – Inquiriu a General pegando seu charuto novamente.

– Digamos que eu tenho um histórico com esse pessoal... – Respondo com a voz ríspida. Ela me lança um olhar questionador.

– Você trabalhava para eles?! – Pergunta ela.

– Não – Respondo. – Mas, eu já me trombei com vários deles... – A imagem de Amala me veio à mente e minha garganta enguiçou.

– De qualquer forma, de acordo com os últimos relatórios de nossos agentes, as atividades nucleares da NEOS tiveram seu ápice de abril até maio de 2013, com várias exportações e ações para a Europa e Oriente Médio. – Explica Luana.

– 2013... – Ponderou Alicia. – Mas esse ano...

– Sim... quando as manifestações e revoluções começaram a estourar por todo o Oriente Médio. A chamada “Primavera Árabe”. – Revelou ela.

– É algo muito impressionante para ser só coincidência... – Respondo, já entendendo todo o contexto. – Mas, realmente eles estão tramando algo...

Luana me olha de forma surpresa.

– Como assim? – Perguntou ela.

– Quando eu estava viajando com meu... – Meu rosto enrubesceu subitamente. Que sensação estranha era aquela? – Amigo... para Santa Fé, nos encontramos com um dos oficiais que cuidavam daquela área.

“Somos peões de algo maior... Muito maior! Algo magnífico e de proporções globais; uma nova ordem mundial! Um novo mundo está em ascensão e todos participarão dele, gostando ou não! ”

– O que isso pode significar? – Pensou Alicia.

– O negócio está mais sério do que eu imaginei. – Murmurou a General, chocada.

– O que quer que seja, eu não permitirei! – Digo com a voz pesada. Luana amassa o charuto e me fita novamente.

– Não permitiremos! – Disse ela socando a janela do comboio. Alicia toma um pequeno susto com o rompante de fúria da militar. – Por isso vocês estão aqui agora, Devilfish!

– Se não se importa, gostaria que não me chamasse por esse nome. Me sinto desconfortável. – Implico.

Ela consentiu.

– Entendo... como devo chama-la então?

– Sou Ciara. Ciara Winda. – Me apresento. – Pode me chamar pelo meu nome mesmo.

– E eu sou Alicia. Alicia Carter! – Se apresentou ela.

– Carter? Você é alguma coisa de Ben Carter? – Perguntou ela, para a nossa surpresa.

– Ele é meu vovozinho! – Responde Alicia, confusa. – Você o conhece?

– Sim. Ele trabalha para o Exército na área de pesquisas e desenvolvimento de soluções biomecânicas. – Relembra Luana. – Não sabia que ele havia tido filhos ou netos. Agora entendi o porquê dessa prótese biomecânica que está usando, minha jovem. Veio das mãos de um profissional, sem dúvida!

Alicia abaixa a cabeça por alguns instantes.

– Mas já faz algum tempo que ele está aposentado. – Diz Alicia com o olhar fundo.

– Alicia... – Eu toco o ombro dela e ela afasta minha mão.

– Tudo bem, mana... – Ela levanta a cabeça para mim e sorri, mas era um sorriso triste e era quase como abrir um buraco no meu peito, mais fundo que qualquer lança.

Luana Ehrlich se retratou, meio desconcertada.

– Eu... disse algo errado? – Pergunta.

– Não foi nada... – Alicia esfrega o braço nos olhos. – Mas pode me chamar de Alicia também!

– Está bem. – Concordou a oficial. – Mas você realmente é Mockinbird?

– Sim... – Confirmo e Alicia parecia um pouco desconfortável com aquele diálogo. – Mas ela não tem consciência de como usar suas habilidades, ou quando as usa e também não as controla. – Luana pareceu um pouco chateada com a última parte e pegou mais um charuto da sua caixa.

– Isso pode ser um problema, não é?

Alicia fez um esforço para levantar a voz.

– Mas eu estou me esforçando! Eu estou nessa viagem... para aprender... para entender eu mesmo! – Ressalva. Luana franziu a testa.

– De qualquer forma, não faça nada que nos atrapalhe, está bem? Contaremos com seu esforço para dominar sua parte mutante.

Alicia responde com um aceno.

– Então, Ciara e Alicia... nós do Exército americano, estamos contando com sua ajuda para participar de uma operação ultrassecreta e confidencial, com o intuito de desmascarar e acabar com toda essa farra da NEOS. – Com aquele discurso eu traduzi que eles seriam nossos aliados, o que era algo bom e ruim ao mesmo tempo na minha cabeça. – Vocês são nossa melhor arma contra essa corporação, que se despõem de todo um arsenal nuclear e avançado. O inimigo talvez esteja planejando um golpe de estado ao nosso Presidente Obama nesse exato momento, e não podemos ficar parados!

– Mas vocês já têm essa guerra para se preocupar e que a cada dia está ficando pior! – Pondera Alicia.

– Isso é um assunto bem sério e uma questão de segurança nacional! – Responde Luana com sua expressão séria.

A General acende seu charuto novamente, já soltando uma baforada antes de continuar.

– Seu depoimento só me confirmou o que estávamos, há meses, teorizando em cima de uma mesa, sem ter onde nos segurarmos. Agora é nossa vez de agir. – Ela espalmou as mãos. Eu levanto minha mão em seguida.

– Nesse exato momento, eu estava me dirigindo para a sede administrativa da NEOS. – Revelo. – Entendo que é uma questão de segurança nacional, e que é tão importante para vocês quanto para mim parar a NEOS, mas eu tenho minhas próprias razões para ir até lá sozinha! – Luana mudou de expressão subitamente. O ar, de repente ficou pesado e o silencio reinou dentro do comboio.

– Está dizendo então que não vai nos ajudar? – Pergunta ela com a voz mais dura.

Eu repensei minhas palavras um pouco antes de responder.

– Não que eu não queira ajudar, mas vocês só vão atrapalhar. – Rebato, um pouco indigente. – Não me leve a mal...

A General solta mais uma baforada, enquanto estalava os dedos. Seu rosto estava fechado.

– Creio que você não esteja em posição de recusar, Ciara. – Diz em um tom sórdido. – Não estou pedindo nenhum favor a vocês; estou exigindo!

– Como?! – Minha ansiedade bateu na hora.

– É muito simples – Ela cruzou suas pernas e dedos e me olhava de forma ameaçadora. – Vou explicar de forma que entenda... se vocês se recusarem a colaborar com a Operação e as Forças Armadas, mesmo depois de toda essa conversa, iremos considera-las traidoras da nação e inimigas dos Estados Unidos, e consequentemente serão presas e executadas como tais!  – Disse ela de forma curta e intimidante.

– O que?! – Estava incrédula com as palavras de Luana. E daquela vez ela estava realmente séria.

– Vocês não podem fazer isso conosco! Não estamos do lado de ninguém! – Protestou Alicia aumentando a voz e se levantando.

– Entenda que eu posso fazer o que eu quiser! – Respondeu ela, áspera. – Se ponha no seu lugar, garota!

– Alicia. Pior que ela tem razão... – Confirmei, mas também tão indignada quanto Alicia.

Ela faz uma careta e se senta novamente.

– Isso não é justo mana... – Alicia fez bico. Luana soltou um risinho no canto da boca e mais outra baforada nos nossos rostos.

– A vida é injusta minha cara mutante! – Disse Luana colocando seu charuto no cinzeiro. – E agora eu vou perguntar novamente: vocês irão colaborar conosco? – Pergunta ela sorrindo, enquanto eu a mirava com raiva.

– Seria um prazer... – Disse rangendo os dentes.

– Como imaginei! – Ela estende a mão. – Será um prazer servir com as senhoritas nessa empreitada. – Eu respondo com um tapa, afastando sua mão.

– O “desprazer” é todo nosso! – Alfineto com a cara fechada.

Luana riu. Naquele momento, minha vontade era de parti-la ao meio.

– Não seja tão grossa... será divertido até. É necessário que combatamos os nossos inimigos à altura e precisamos de toda colaboração possível!

– Colaboração forçada? – Implicou Alicia, irritada.

– Nada é perfeito – Responde Luana arrumando sua farda. – O importante é que tenhamos os artifícios necessários para preservar nossa pátria. – Ela se vira para a janela pegando seu charuto novamente. – Chegamos, senhoritas!

O comboio atravessou um largo portão gradeado, lembrando os portões dos grandes castelos antigos e medievais, e estacionou em meio ao pátio do enorme quartel; já era noite quando chegamos lá e a maior parte dos lugares estavam na penumbra, iluminados apenas pela parca luz da lua, mas que ainda era possível identifica-lo. Era composto de quatro quartéis menores, separados em seções e todos tinham seus campos, refeitórios, dormitórios e salas próprias. Um batalhão esperava por nós, enfileirados na entrada dos alojamentos e no meio deles, havia uma outra mulher fardada, dessa vez uma loira, usando uma boina e com uma saia e saltos, lembrando uma secretária. Ela estava em posição de continência e carregava uma caderneta consigo.

– Bem-vinda de volta, Comandante Ehrlich! Não achei que fosse retornar tão cedo. – Cumprimenta sua superior com continência.

– Primeiro Tenente Rose Stinger – Luana se dirigiu a ela. – Já cuidou de todos os preparativos para a reunião?

A oficial responde com um aceno.

– Sim, senhora! Já estão reunidos no auditório os 60 oficiais, representando todas as companhias. – Responde Rose checando a caderneta. – Inclusive já estão lhe esperando, Comandante!

– Muito bem, Tenente. Avise a primeira divisão para cobrir o perímetro durante todo o processo! E vocês duas, me sigam! – Ordenou ela.

Logo, algo branco veio correndo em nossa direção e ele era grande e peludo. Ao se aproximar, vimos a imagem de um grande lobo branco correr freneticamente em nossa direção, para o nosso desespero. Abrimos caminho e ele voou em cima de Luana, lambendo-a como se fosse um cachorrinho.

– C-Como assim?! – Dissemos eu e Alicia em coro.

– Sally! É minha loba de estimação! – Responde a General, se levantando com a lupina ao seu lado e mostrando sua ombreira onde havia um lobo branco estampado. – Minha divisão é conhecida pela imagem de Sally... eu a crio desde pequena!

– Que assustadora... – Alicia esboçou uma careta e a loba começou a rosnar para nós.

– Sugiro que não a encarem muito. – Aconselhou Luana.

Alicia e eu trememos com as palavras de Luana e fingimos que não vimos nada. Alguns soldados vieram depois para levar a loba Sally de volta para o lugar dela, não sabemos onde, mas sendo o ícone do esquadrão da General, podíamos supor que com certeza não fosse canil.  

Os soldados abriram passagem, formando um corredor por onde nós passamos até chegar a uma cabana de madeira bem decrépita e caindo aos pedaços – o que era um local estranho para uma reunião de oficiais do Exército. Adentrando a cabana, lá era um local apertado e sujo, usado para guardas produtos de limpeza.  Alicia abanou-se um pouco, sentindo o lugar empoeirado e abafado... Luana e Rose estavam conosco e pareciam rir da nossa cara.

– O que foi? Parece estranhar algo...

– Só achei que a gente iria se reunir com pessoas, e não com rodos e vassouras. – Rebato com ironia.

Luana riu.

– Vejam lá como falam com a Comandante...!

– Está tudo bem, Tenente. – Cortou ela. – Realmente admiro sua postura, Ciara. Acho que em outra ocasião, teríamos nos dado muito bem.

– Eu não imagino como... – Respondo, indiferente.

– Mas, respondendo à sua observação chula, aqui é apenas um depósito comum. Nossa reunião acontece mais abaixo. – Explica ela, enquanto Rose Stinger retirava várias caixas de produtos do fundo da sala, revelando um alçapão. – Ali é onde nossa reunião acontecerá! – Apontou para a portinha cravada no chão.

Ao abrir o alçapão velho e enferrujado, uma escadaria de pedra se formava até o subsolo. Nós seguimos os oficiais até o final, chegando à um corredor de subterrâneo, iluminado por uma fileira de candeias acesas que nos guiavam até uma porta de metal bem robusta, travada com uma fechadura eletrônica, assemelhando-se à um bunker. Luana e Rose colocaram suas digitais em um palmtop que estava à disposição na trava para verificação biométrica, e a porta com um ruído tenebroso e uma rajada de vapor, vai se abrindo lentamente deixando uma brisa fria escapar da sala e tocar nossos rostos, me dando uma sensação de alívio.

Passamos por outro corredor iluminado, dessa vez por luzes fluorescentes e o corredor era limpo e refrigerado, com uma passarela de metal por onde passavam toda a fiação elétrica do local. Lá havia uma outra porta de metal, dessa vez comum e com uma janelinha dando para o interior. Ao passamos da porta, uma mesa larga e retangular nos esperava, com vários homens fardados sentados se entreolhando – a sala em si não era tão grande, apenas contendo a mesa onde estavam sentados e um bebedouro; era iluminada por um grande lustre central e mais algumas luzes menores. Acompanhando Luana e Rose, todos olhavam torto para nós, com seus olhos grudados principalmente em mim, que estava com um aspecto mais acabado do último confronto com as tropas de Luana.

Nos sentamos na extrema ponta da mesa, do lado esquerdo de Luana que se sentou à cabeceira da mesa. Ela se ajeitou em sua poltrona e estralou os dedos, enquanto todos ficaram de pé prestando-lhe continência, menos nós.

– Muito bem, senhores! Vamos iniciar essa breve reunião e sermos bem diretos com nosso plano de ação.

– E quem seria essas duas garotas com você, General Ehrlich? – Pergunta um Major negro e parrudo apontando para nós.

– Elas são o nosso “coringa”. – Responde Luana. – São mutantes altamente poderosas e perigosas e que vão nos ajudar em nossa investida contra a NEOS.

Todos na sala se abrem em gargalhadas.

– Mas o que?

– General Ehrlich. Está de brincadeira conosco? São apenas duas adolescentes. O que elas poderiam... – Naquele momento, Luana pisca para mim e eu já sabia o que teria que fazer.

Eu libero uma das Chakras e a uso para derrubar a cadeira onde eles estavam sentados. Um dos Majores mira o enorme tentáculo escarlate e solta um grito, se afastando da mesa rapidamente.

– Ah meu Deus! O que é isso?! – Toda a sala entra em alvoroço com seu grito e todos se levantam subitamente.

No momento em que me levanto, todos miram assustados e incrédulos a enorme garra rubra brotando de minhas costas e retornando – e todos se calaram enquanto que Luana ria. Confesso que também estava me segurando para não rir das reações deles...

– Desculpem senhores pelo pequeno infarto, mas agora acreditam em mim? – Todos permanecem em silêncio e voltam a se sentar, recuperando a postura. Luana me ordena para sentar também e eu obedeço, apesar de eu não concordar com nada daquilo.

– Ciara... – Alicia parecia incomodada.

– Logo, logo isso não será mais necessário – Cochicho para Alicia com uma piscadela. – Vamos apenas aguentar firme, Alicia...

– Bem... como puderam ver, elas serão de grande ajuda para a nossa operação. – Conclui. – E é necessário que nos apressemos, pois conseguimos novas informações delas e que nos confirmam de que o inimigo planeja um golpe de estado.

– O inimigo é, de fato, a NEOS? – Pergunta um Capitão loiro e com a barba rala, levantando a mão.

– Sim, e já sabemos que eles são referência global em tecnologia bélica e nuclear ­– Aponta Luana fazendo uma careta de desgosto. – E sabemos que eles têm influência direta nas leis de vários estados americanos, incluindo Nova York, e um ataque direto a eles significaria problemas com as leis e jurisdição daqui.

– Ainda assim, não podemos ficar aqui parados enquanto eles planejam tal coisa! – Protesta outro Capitão.

– Não ficaremos... – Luana aponta para mim. Precisamos de provas e é isso que teremos que usar contra eles! E nenhum lugar é melhor de conseguir provas do que na fonte!

– O que está dizendo, General Ehrlich?! Está dizendo que...

– Isso mesmo! Vamos infiltrar essas duas mutantes na fortaleza do inimigo! Como ninjas na mata fechada, elas entraram, conseguirão o máximo de informações possível e assim teremos com o que atacar a NEOS! – Alicia já ficara branca com o plano de Luana. Todos olharam para nós com um olhar questionador.

– E se der errado a infiltração delas? E se tudo falhar? – Pergunta o Major negro novamente.

– Aí teremos que passar para o plano B: Combate direto! – O timbre da voz mudou novamente e todos ficaram tensos, principalmente nós.

– General! A senhora sabe dos riscos e das consequências de um combate direto com a NEOS, não é?

Ela permaneceu calada algum tempo ainda.

– Sim... estou ciente de tudo. – Responde, sucinta. – Mas é um risco que teremos que correr para preservar o futuro de nossa nação!

– É compreensível... – Concorda um Tenente General moreno e baixo. – Não temos escolha a não ser apostar nessa operação.

– Então senhores, com seu consentimento, a Operação Matadouro irá ter seu início dentro de dois dias! – Todos eles concordam com gestos e acenos. – Está decidido. Vamos repassar as instruções para as mutantes e estejam todos aos seus postos no cantar do galo! O quer que seja que a NEOS esteja ambicionando, é o nosso dever como protetores desse grande país, dar um fim a tudo isso! Esse golpe de estado não irá acontecer!

– Sim, senhora! – Todos gritam em coro e a reunião se encerra.

Do lado de fora da cabana, Alicia me encontra novamente perto de uma arvore, nas sombras da lua. Já eram umas 8h da noite quando a reunião se encerrou e parecia-se uma eternidade desde que estávamos ali embaixo com vários oficiais. Ela me abordou meio assustada.

– Ciara... o que faremos?! Todos eles estão depositando suas esperanças na gente.

Eu suspiro, meio tensa também. Parecia algo tão surreal e que eu não sabia como lidar.

– Bem... já era o nosso plano desde o começo né? – Respondo tentando acalma-la. E não estava dando certo.

– E se não conseguirmos? E se algo der errado? E se acontecer algo...

– Alicia! – Eu grito, segurando os ombros da menina. – Se acalme! Vai dar tudo certo! Nós conseguimos escapar de uma prisão cheio de gente psicopata e assassina da NEOS, não foi?

Alicia confirma com um aceno.

– Então vamos cumprir essa missão e voltar juntas novamente como fizemos antes, está bem? Confia em mim?

Alicia sorri.

– Sim! Vamos ir juntas e voltar juntas! – Bradou ela.

– É assim que se fala! Você ainda tem que descobrir sobre si mesma, e eu tenho que salvar minha irmã; não teria chance melhor do que essa para isso.

– Tem razão, mana. – Responde Alicia, se recompondo. – Por mais assustador que pareça, se eu estiver com você, eu sei que vamos conseguir!

Eu dizia aquelas coisas, mas no fundo eu estava tão nervosa e assustada quanto Alicia; a sensação, o pensamento... só de imaginar que lá eu poderei encontrar com Amala novamente, já sinto calafrios pelo corpo. Eu teria novamente a chance de salvar e eu não perderia novamente. Eu faria isso por Amala, por Karma e por Alicia. O tempo estava passando e nós tínhamos que descansar para a Operação que se sucederia daqui a algumas horas.

Agora era só uma questão de tempo para a reunião inevitável!


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Obrigado para quem leu e em breve volto com outro capítulo para vocês.
Abraços e até a próxima! ^^


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