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História Nerd - Capítulo 5 - Vamos viver vadia


Escrita por: Lu141

Capítulo 6 - Capítulo 5 - Vamos viver vadia


Era sábado de manhã quando eu senti o Sol maldito iluminando o meu quarto. Droga, havia me esquecido de fechar as janelas. Odeio o Sol. Quero dizer, odeio o Sol quando ele queima, sabe como é. Me levantei de uma maneira meio desajeitada, prendendo meu pé acidentalmente no edredom e caindo no chão. Típico, já estava acostumado. Fiquei jogado no chão até tomar consciência de que eu estava caído quando vi minha calça jeans largada bem à minha frente e a peguei. 
Essa noite eu tive um dos melhores sonhos da minha vida: Larissa Elias havia me dado seu telefone. Doce ilusão, eu sei. Ao pegar minha calça fiquei sentado e enfiei a mão dentro do bolso, tentando encontrar o que fez meu sonho ser tão bom. E foi quando eu vi que não havia sido só um sonho: O telefone de Larissa estava mesmo no papel amassado dentro da minha calça com um “A.A” escrito em cor de rosa. Rosa é uma das cores preferidas de Larissa, assim como umas das flores preferidas. Eu estava pensando, e eu cheguei à conclusão de que eu seria o namorado ideal para Larissa, se ela soubesse da minha existência. Espera aí! AGORA ELA SABIA!
Peguei meu celular no meio de uma pilha de roupas no canto do quarto e digitei o número do telefone dela, gravando os oito dígitos mais esperados da história. Quero dizer, eu não poderia perder aquele número por nada no mundo. Fiquei com uma vontade insaciável de apertar aquela tecla com um telefonezinho verde, mas eu simplesmente não podia fazer isso. Não por quê eu não quisesse, mas porque além de provavelmente ser muito cedo, já que eu acordei com o Sol e não como eu acordaria normalmente, porque Larissa não iria atender. Mas a tecla estava tão encantadora, pedia que eu lhe apertasse. 
Foi quando eu sem querer apertei. No começo não tinha entendido muito bem o que estava acontecendo, mas quando percebi já era tarde. 
Lari: Alô? - disse uma voz meio rouca e bem baixa, devido ao fato de que o celular não estava na minha orelha. Fechei o slide antes de responder, desesperado. “Como você é imbecil, Diego!” - era o que eu pensava no começo. 
E então meu celular começou a tocar em minha mão. Sem pensar em nada realmente perigoso olhei o visor, aonde tinha o número ao qual eu havia acabado de ligar. Droga! Ok, sem pânico, Diego, você que pediu por isso. Naquele momento eu olhava para o visor, tomando coragem para atender a chamada. Porém, quando consegui apertar o botão, a ligação caiu. Provavelmente porque ela cansou de esperar que eu fosse atender e desligou. Legal, muito legal. 
Umas duas horas depois eu descer, tomar café da manhã e tudo mais. Decidi ir andar de moto. Andar de moto tem suas vantagens: Você atrai olhares positivos sobre a sua pessoa, você vai mais rápido do que os carros porque não pega trânsito e é muito mais fácil de se estacionar. O bom de andar de moto é que eu posso voar, nem ao menos perceber que estou voando e ir para onde eu quiser ir. Hoje, eu vou ao píer. Caso você não saiba, eu moro num mini condomínio de casas, bem perto do meu colégio. Nesse mesmo condomínio moram quase todos os estudantes da minha escola. Não é tão mini assim, tem um lago, algumas quadras e algumas piscinas. Mas eu moro em Londres, cara, quem precisa de uma piscina em Londres ? Mesmo que a do condomínio seja aquecida no frio (ou seja, na maior parte do tempo), quando faz calor eles desligam. 
Cheguei ao píer. Fazia frio apesar de o Sol estar ali, tentando me aquecer. Olhei para o leste, calmamente, e vi uma garota sair de pijama em sua varanda. Era comum Larissa fazer isso às oito e meia da manhã, ela gostava de ver o Sol subindo ao lado do lago, e ver os patos que tinham no lago fazendo suas atividades habituais. E foi naquele momento que ela percebeu que eu estava lá. Percebi que ela me viu porque seu rosto deixou transparecer seu espanto. Sabe, de todas as vezes que ela ia em sua varanda cor de marfim eu estava lá, e apenas hoje ela havia reparado que eu estava no píer. 
Espantada, ela entrou em sua casa e fechou a porta de madeira escura da varanda. Passaram-se cinco minutos desde que Larissa saiu de sua varanda quando eu a vi aparecendo na frente de sua casa com um pijama azul e branco de mangas compridas. Tão compridas que suas mãos eram escondidas pelas próprias mãos. Ela olhou pra mim de longe, seriamente. Começou a andar em minha direção e eu senti um frio percorrer minhas costas quando ela parou de andar e ficou apenas me encarando. 
Não sei o que deu em mim naquele momento, se fosse num dia qualquer eu me afastaria correndo. Mas naquele dia, especialmente, eu sorri para a morena, mostrando que ela podia continuar se aproximando de mim, que eu não iria fugir. E aparentemente ela entendeu, pois voltou a andar na direção do lago e também na minha. Durante vários anos eu sonhei com o momento em que Larissa fosse falar comigo. E eu percebi que esse dia havia chegado quando ela parou na ponta do píer e abriu seu sorriso. 
Lari: Você gosta de passear às oito e meia de manhã todos os sábados pelo condomínio? - ela disse ironicamente, apesar de não haver ironia alguma na situação. 
Di: O Sol é um grande inimigo quando se esquece de fechar a janela antes de dormir. - respondi abrindo um meio sorriso, tentando soltar o nó que havia sido feito em minha garganta pela timidez. Mas Larissa nem pareceu ter reparado. 
Lari: Por que você fez aquilo, Di ? - ela disse, ficando novamente séria. - Lá no laboratório. 
Di: Ahm... - comecei. Tentei imaginar uma desculpa que não incluísse o que eu vi, o que eu queria e o que eu sentia por Larissa. Mas não achei muitas alternativas. - Porque eu não queria que você perdesse sua reputação. - Ela arregalou os olhos e inclinou a cabeça um pouco pro lado, sem entender muito bem o que eu havia dito. - Eu vi você e Leandro na sala de materiais ontem, e se alguém descobrisse que vocês estavam juntos as fofocas iriam começar. 
Ok, não foi inteiramente verdade mas também não foi a maior das mentiras. Eu só não me importava com a sua reputação, mas eu me importava naquele momento em chamar sua atenção. E eu consegui. 
Lari: V-você me viu com Le ? - ela me questionou, gaguejando um pouco, ainda de olhos arregalados. Quando assenti, ela desabou no chão de madeira do píer, de joelhos, apoiando o rosto em suas mãos e continuando com a voz meio chorosa. - Você deve achar que eu sou uma vadia. Le e eu não fizemos nada do que você está pensando, okay ? Eu pedi para ele para quando eu percebi que... Bom... Que estávamos indo longe demais. Eu não sou como você deve estar achando que eu sou. 
Di: Você não sabe o que eu acho sobre você. - retruquei, porque era a mais pura verdade. Ela não sabia mesmo. E se dependesse de mim, ela nunca saberia que eu a acho simplesmente a garota mais perfeita que eu já pude conhecer em toda a minha vida desde meus nove anos de idade. 
Lari: Lógico que sei. - ela respondeu, confiante de si. - Pelo menos agora, nesse momento, você deve achar que eu sou uma menina qualquer que não tem amor próprio. 
Totalmente equivocada, porque de qualquer, Larissa não tem nada. Ri sozinho, já que não teve graça. 
-Di: Você sempre faz isso ? - perguntei. - Quero dizer, de ficar se menosprezando à toa e achando que todo mundo te odeia ? - Ela olhou para mim confusa, ainda ajoelhada sobre o piso de madeira, e inclinou sua cabeça para o lado, fazendo seu cabelo cair de seu ombro. - Por que você se importa com o que pensam sobre você ? 
Lari: Eu não me importo! - ela disse, deixando a voz um pouco aguda com a histeria. Levantei uma sobrancelha de reprovação e ela suspirou. - Ok, talvez um pouquinho. Mas eu normalmente não ligo para o que dizem, já que nunca dizem coisas ruins... - ela riu, levantando o olhar para o céu, pensando em alguma situação que se passou por sua mente. - Só que quando você fala algo sobre mim que eu não gosto que eu me importo. Porque eu sei das coisas que você sabe sobre mim. 
Di: Mas eu não vou contar pra ninguém... 
Lari: Eu sei que não. - ela interrompeu, com frieza. - Se você me ajudou antes, não tem para contar isso para alguém, certo ? Mas a pergunta verdadeira é: Por quê ? Você nem me conhece direito. 
Di: Eu já te disse, Larissa! Não queria que você manchasse sua reputação, você é a namorada do meu amigo. - E eu te conheço melhor do que você deve imaginar, mas é melhor eu não dizer isso em voz alta. 
Lari: Mas você me defendeu, Di! Por que você faria alguma coisa desse tipo ? - ela continuou insistindo. - Você quer ficar popular por associação ? É isso ? 
Popular por associação quer dizer que você fica conhecido por falar com os populares mesmo sem ser um. É o primeiro passo para se tornar popular, pelo menos. Como Mharessa, por exemplo, que os rumores até já começaram sobre ela ser a próxima a entrar no grupo quando Tess saísse. Mas era óbvio que isso fosse acontecer mais cedo ou mais tarde. 
Mha veio de Nova York ano passado e é prima de Larissa, isso já dá um passe livre à ela. Dizem que os pais dela são tão ricos que ela passou as últimas férias de verão em Miami porque disse ao pai que queria conhecer o Keith Richards. E seu pai pagou! Ela conheceu o Keith, você tem noção disso ? E ela nem gosta de Rolling Stones, ela só foi pra pedir um autógrafo pra uma amiga porque ela sem querer usou o que a amiga tinha para escrever o endereço da casa dela. 
Mas sabe o que é pior ? O KEITH DEU O AUTÓGRAFO! E ainda disse que ficou impressionado com a coincidência de ele ir para Miami para fazer um show e encontrar Mha bem na época em que ela estava lá! 
Di: Lógico que não - respondi, acordando de meus pensamentos - Não me importo com popularidade. Na verdade, já estou bem acostumado, já que até meu melhor amigo é popular e ninguém saber disso. 
Lari: Leandro - ela afirmou - Todo ano ele pedia para te chamar para andar conosco, mas você era tão tímido que a gente preferiu esperar. Por isso que ninguém mais entrou. Le me prometeu que você ia mudar e que não era pra deixar ninguém te substituir. Por isso a gente sempre foi em oito e não em dez. Sem um garoto não podia haver uma garota, mas como a tess vai sair, a Mha vai entrar. - ela disse, se levantando e sorrindo para mim. Olhou em meus olhos, e eu pude ver o quão lindos eles eram. Mais do que aparentavam. - Por isso a Mah te passou meu celular ontem. Nós vimos que você estava pronto quando disse do Conor com a outra professora. Você foi o único que conseguiu admitir que a escola inteira já sabia deles dois. 
Nesse momento eu vi um pato entrando na água e tentando pegar um peixe com o bico. Como ele era imbecil. Quase tanto quanto eu. Senti meu coração batendo tão forte que quase explodia. Le tentava convencer Larissa. Eu só pedi uma vez para ele me ajudar, mas ele o fez até sem eu pedir! 
Fiquei pasmo. Sem palavras que pudessem descrever como fui desleal ao falar que Le era um imbecil. Acordei de meu transe quando Larissa deu uma gargalhada, provavelmente pela expressão que eu devia estar fazendo. 
Lari: Ele não te contou, né?! - ela disse, enquanto ria - Ainda bem... Quero dizer... - eu estava confuso. Meio puto, para falar a verdade. - Eu que pedi pra ele não contar. Sabe como é, se você soubesse você tentaria mudar propositalmente, e não era isso o que a gente queria. 
Di: É impressão minha ou você está me chamando para andar com você ? - eu estava chocado. Finalmente tinha chegado o dia em que eu sempre sonhei. Ou pelo menos, era o que eu achava. Larissa sorriu maliciosamente. 
Lari: Amanhã à noite vai ter uma festa na minha casa, para se despedir de Tess. Vá arrumado. - ela sugeriu. O QUÊ ? Arregalei os olhos. EU fui convidado para uma festa na casa de Larissa. Nem em meus sonhos mais surreais e loucos isso seria capaz de acontecer. No máximo uma ida no cinema em grupo, mas numa festa nunca. Nada mais fazia sentido. 
Di: Festa ? - perguntei, incrédulo. 
Lari: Claro, Di! Precisamos te introduzir ao nosso grupo de uma maneira espetacular! Senão, ninguém vai lembrar de você. Você vai precisar de um novo visual e de um novo estilo... Sabe como é. Todos os garotos que andam com a gente passaram por isso, mas você vai ser mais... Especial. - ela disse, olhando com desdém para minha camisa social. - Le começou a arrumar o cabelo e usar roupas melhores, por exemplo. Mas você não vai precisar arrumar seu cabelo, ele é bom. 
Di: HÁ - eu gritei, assustando Larissa - EU SABIA!
Lari: O quê? - perguntou Larissa, aparentemente assustada com a minha reação. 
Di: Que a mãe dele não tinha trazido aquelas roupas de Malibu. Ela odeia esse estilo. 
Larissa riu. 
Lari: Vou ligar para Mah e para Ther mais tarde. Meus pais vão numa expedição pelo Egito e só vão voltar semana que vem. Apareça em casa às oito da noite. 
Di: De hoje ? - perguntei, confuso. Larissa olhou pra mim, me reprimindo com o olhar. 
Lari: Você nunca dormiu na casa de um amigo, Di ?
Di: Já... - pensei bem e continuei, com medo do que ela fosse pensar. - Mas nunca na casa de uma menina. 
Lari: Precisamos melhorar o seu convívio social - disse ela, balançando a cabeça negativamente. 



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