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História Nerd - Capítulo 10 -Hope it gives you hell.


Escrita por: Lu141

Capítulo 11 - Capítulo 10 -Hope it gives you hell.


Eu imaginei a cena em que Larissa e Le terminariam apenas duas vezes, eu acho. Mas nunca pensei que fosse mesmo acontecer. Por um momento, considerei a ideia de que agora Larissa e eu poderíamos ficar juntos. E não sei o que deu em mim, mas acabei mudando de ideia. Eu quis que eles ficassem juntos, porque eu me lembro de uma vez em especial, descobri que sabia mais sobre mim do que eu esperava.

Le saiu da cozinha com Larissa e alguns minutos depois ele voltou, com os olhos vidrados no chão. Mal tive tempo de abrir a boca antes de ele comentar, com a voz baixa:

Le: Ela pediu um tempo... Para pensar. Eu vou embora daqui. - e me deu as costas, indo provavelmente para sua casa.

Mha não esperou muito e foi consolar Silva, que saiu da casa o mais rápido que conseguiu. Fiquei paralisado nos primeiros segundos, tentando receber a informação por completo. Tempo? Como assim? Saí da cozinha e fui procurar por Larissa.

Ela não estava na sala de televisão, ou no seu próprio quarto. Sei disso porque ao entrar no mesmo, vi Gui dormindo, abraçado à Maísa. Achei bonitinho. Percebi que a janela da varanda estava aberta, então passei pela mesma, e a vi deserta. Estava quase saindo quando ouvi alguém fungando, e eu já sabia muito bem quem era. Fui até o parapeito, e ao me virar e olhar para cima pude ver Larissa abraçando suas pernas, enquanto chorava, com a cabeça apoiada nas mesmas. Olhava fixamente para o horizonte, tentando segurar as lágrimas ao máximo, mas não conseguia.

Então subi ao lado dela, e assim que ela percebeu, tentou limpar suas lágrimas com o polegar.

Di: Não precisa esconder nada de mim. - disse. - E também não vou te obrigar a me contar nada. Mas caso você queira contar, estou a todos os ouvidos. - e tentei sorrir.

Mas ela não respondeu. Continuava chorando quietamente, sem mover nenhuma parte de seu corpo que não fosse para respirar, ou piscar. Ficamos quase quinze minutos em silencio, e isso já começava a me desesperar. Ver Lari quieta não era lá muito comum, se você quer saber. Eu lembro de uma vez que um garoto novo veio falar comigo, e no outro intervalo ele já estava falando com ela. Eu lembro que as palavras exatas dele sobre ela foram: “Sabe, ela é muito falante. Tagarela. Mas é bonitinha. Quero dizer, ela tem uma opinião formada sobre tantas coisas, e acolhe a gente. Eu sei que ela é meio lerdinha as vezes, mas eu gostei tanto dela... Quero dizer, conversar com ela por quinze minutos faz eu me sentir amigo dela há anos e anos”. Depois daquele dia eu tentei convencer a diretora a expulsar o garoto. Nem preciso te contar o motivo.

Ela olhava para a vista que tinha do telhado, apesar de não se poder ver muita coisa. Se abraçava no frio. Tirei meu casaco e cobri seus ombros, que estavam cobertos apenas por sua malha de lã, apesar de não ajuda muito. A garota olhou para mim e abriu um sorriso, tentando parecer que estava tudo bem. Mas suas lágrimas não deixavam seus olhos mentirem por si só. Ela limpava suas lágrimas com a manga de meu casaco, e naquele momento eu nem me importava com isso.

Lari: Sabe... - começou. - Eu sei que tem alguma coisa errada com ele, Di. Ele não é assim. Quero dizer, ele não é... Grosso do jeito que ele foi. Por isso eu dei um tempo com ele. - ela soluçava intensamente enquanto tentava pronunciar as palavras. - Você não entende... Ele nunca foi assim, só que agora ele parece... Não gostar de mim! ELE NÃO GOSTA DE DE MIM! Como isso pode ser possível? Olha, você sabe...

Di: Que qualquer garoto que não te ame é um imbecil. - Interrompi. - Olha, todo mundo na escola sabe que você é linda.

Lari: Eu não ia dizer isso. -  respondeu. - Eu ia dizer que... Não sei se você sabe, mas desde que Le e eu começamos a ficar juntos, parece que ninguém mais gosta de mim. Até... Bom, até... -ela abaixou o olhar.

Di: Até o que?

Gui: O que vocês estão fazendo aí em cima? - Ouvi uma voz masculina perguntar, não muito alto. Olhei para baixo e vi Gui nos encarando com malícia. - Olha, Lari, vou contar pro Le que você está traindo ele, hein?!

E foi aí que Larissa teve um ataque de choro ainda maior e começou a deixar as lágrimas rolarem, seguidas por soluços e gemidos ainda mais altos. Olhei pra Gui, reprovando-o, que percebeu e automaticamente se desculpou, entrando novamente na casa.

Di: Calma. - disse apenas, a abraçando forte. Ela correspondeu, e eu senti cada músculo meu se contrair para sentir o corpo frio de Larissa. Mas aparentemente o meu corpo que estava frio.

Lari: Você deve estar congelando! - exclamou, ainda com a maquiagem totalmente borrada, preta, de tanto chorar. - Como eu sou idiota, venha, vamos entrar. - e puxou minha mão para descer. - Não. - eu disse, confiante. Espera aí... Eu estava confiante? Isso não era muito comum. - Vamos ficar aqui. Não ligo para o frio. Eu ligo para você. - e ela sorriu. A puxei de volta e a abracei, enquanto ela novamente, como aquele dia em sua cama, ela se reconfortou em meus braços.

Lari: Sabe... Eu gostei de ver que você não era como Tess dizia. - comentou.

Di: Como ela dizia?

Lari: Você sabe... Metido, nerd, sem graça, besta, criança, sem pegada... - riu. - Na verdade, ela me contou uma história bem engraçada, que eu nem sei se é verdade.

Pronto, era o que me faltava. Não sei se eu já comentei que o motivo pelo qual eu nunca fui popular foi porque Tess espalhou para a escola inteira que eu perdi o bv com Júlia. E tudo bem que era verdade, mas ela não precisava ter contado. Mentira, ela precisava sim. Até porque, foi assim que ela ficou popular.

Di: O que ela disse? – perguntei inocente.

Lari: Que você beijou a sua irmã.

Di: MINHA IRMÃ? - gritei. Perdi a calma, a consciência, sei lá. Eu sei que num momento meu coração batia forte devido ao fato que Lari estava deitada em meu colo, e em outro eu estava com o coração batendo acelerado porque uma vadia nojenta disse que eu beijei a minha irmã.

Lari: É... Engraçado, né? - ela ria de se acabar. Gargalhava como nunca tinha feito antes. E eu sentia o sangue pulsar em minhas veias.

Di: Eu nem tenho irmã! -  comentei. - Eu beijei minha prima, só! Mas isso todo mundo faz.

Larissa no exato momento parou de rir e olhou para mim como se eu fosse um doente. Talvez eu fosse um doente, se você quer saber.

Lari: Sua prima? - disse. Por um instante achei que ela fosse me bater, ou me jogar do telhado. Mas não. Ela simplesmente sorriu e disse, da maneira mais meiga que conseguiu. - Todos nós já fizemos isso, menos eu. Então, por favor, vamos manter esse caso da sua prima em segredo absoluto, ok? Assim como mantivemos o de Mah, o de Gui, o de Ther e o de Tho . Eu e a Mha não temos primos homens, e nós não ficaríamos, então não, nós nunca fizemos esse tipo de coisa.

Sabe, Larissa era incrível. Foi meio óbvio que ela pareceu enojada, mas ela não demonstrou isso. Ou tentou não parecer.

Naquele exato momento senti uma vontade descontrolada de fumar. Coloquei a mão em meus bolsos para pegar o cigarro, e então me lembrei que o deixei em casa. Le sempre me disse que Larissa não gostava de gente que fumava. E por ela, me prometi que iria parar. Mas por que justo agora? Eu precisava fumar.

Di: Larissa, você quer ser minha prima? – perguntei brincando. Ela olhou para mim e tentou abafar o riso, mas não conseguiu. Começou a rir muito. Foi até engraçado vê-la rindo daquele jeito. Tão engraçado que comecei a rir dá risada da garota. Parecíamos dois retardados. Ou duas crianças felizes que estavam apaixonadas. A verdade é que apenas uma dessas crianças estava apaixonada. A outra tinha seu coração partido, despedaçado como pétalas de rosa, ou vidraça de casa de criança enquanto joga bola.

Lari: Só se você me prometer que você vai me pegar escondido dos seus tios, Diego Oliveira. – Ela respondeu, contente. Passamos alguns minutos rindo e fazendo piadinhas uns com os outros, até que ela se acalmou e se deitou no telhado, olhando para cima. Deitei ao seu lado, e vi milhões, bilhões e talvez até trilhões de estrelas no céu, piscando como luzinhas de Natal. Acho que o Papai Noel atendeu meu pedido, e me trouxe Larissa para me fazer companhia.

Ficamos alguns minutos em silêncio, até que ela se apoiou em um cotovelo, se virou para mim e aproximou seus lábios dos meus. Podia ver o vapor frio saindo deles enquanto os mesmos estavam roxos.

Lari: Posso te beijar? - sussurrou para mim, colocando uma mecha de seus cabelos atrás da orelha.

Deitado, não respondi, o que a fez pensar que era um sim. E se você quer saber, eu também acho que era um sim.

E foi então que Gui, novamente inconveniente, saiu na varanda e disse:

Gui: Ei, vocês... - começou. - Querem chocolate quente?

Mas Larissa não soltou de mim, nem eu dela. Então provavelmente Gui percebeu que nós havíamos encontrado uma outra maneira de nos aquecermos e saiu do aposento, gritando para Maísa um simples “ Eles tão ocupados, não vão querer. ”

Ficamos minutos e minutos assim, e eu mal podia perceber que o tempo se passava e a lua ia para o outro lado do céu. Quando cansamos (o que deve ter demorado cerca de uma ou duas horas), Lari se acomodou em meus braços, morrendo de frio e deu um berro.

Lari: Gui! Você que ficou vindo nas piores horas, vem agora aqui!

Gui veio dois minutos depois, esfregando os olhos com as costas da mão, como se estivesse acabando de acordar.

Gui: Eu estava na sua cama com Maísa.

Lari: Olha lá, hein! -  disse. - Sem manchar o meu lençol, por favor. - Vi Gui ficar vermelho de vergonha e Larissa dar uma gargalhada. – É brincadeira. Pega meu edredom no armário e joga aqui para mim? Eu e o Di estamos com frio.

Gui, sem dizer sequer uma reclamação ou qualquer coisa do gênero, foi e voltou logo em seguida. Por ser alto, deu um pulo e jogou o edredom ao mesmo tempo, caindo bem aos meus pés.

Então Larissa e eu nos cobrimos, e eu a abracei.

Di: Posso dizer uma coisa? – sussurrei. Ela assentiu, abrindo um sorriso para mim. - Olha, eu não sei qual é a relação que eu e você temos, e eu não quero que você esteja comigo agora só para se vingar de Le. Só que... - suspirei. - Eu passei muito tempo imaginando como seria ter você ao meu lado, e se não for para ter você o mais rápido possível, eu tenho medo que uma hora seja tarde demais... Entende?

Eu esperei oito anos para ter Larissa comigo, nunca seria tarde. Mas eu queria que ela estivesse comigo de corpo e alma, não só de corpo. E era dessa maneira que estava. Pois nesse momento, eu sabia que seu corpo era meu. Mas eu também sabia que sua mente era de Le Silva. Tanto quanto seu coração.

Lari: Eu te amo, Di. - Foi o que ela disse, segurando meu rosto. - Não sei se essa é uma hora apropriada para dizer isso, eu não mando no futuro e não sei o que vai acontecer amanhã. Mas, nesse minuto, nessa noite, eu sei que eu te amo. E me desculpe se tiver sido cedo ou tarde demais.

Di: Se você quer saber, acho que não havia hora mais certa para você dizer isso. - E a beijei novamente, sentindo o céu cobrir a noite, e os lábios de Larissa, cobrirem os meus.



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