História Never Friends - Caso Família Cox

Calcei meus tênis que usei na noite anterior, peguei minhas chaves e desci as escadas não poderia acordar mamãe. Estava muito frio e tive que colocar um fino casaco, não estava nem um pouco animada de sair na rua de Londres as três da manhã apenas com uma camiseta. Destranquei a porta da frente calmamente e o vento frio bateu em meu rosto. Deixei minhas chaves na porta e a deixei apenas encostada.

Olhei para os dois lados da rua, estava calmo e ao longe se dava para escutar os barulhos de carros, buzinas... Enfim barulho de cidade grande. Estava tudo calmo na minha rua. Segui até a casa da frente em passos rápidos, minha respiração já estava acelerada apenas de imaginar o que eu estou prestes a fazer.

A casa estava em silencio, nenhum barulho se quer coloquei a mão na maçaneta, mas recuei, eu não poderia fazer isso era errado e caso me pegassem eu não teria como me defender, mas não havia outra alternativa cheguei até aqui e teria que continuar. Respirei fundo e tentei abrir a porta, girei a maçaneta varias vezes e comprovei que estava fechado. Procurei em baixo do carpete se havia alguma chave, mas não havia nada. Olhei em volta procurando alguma forma de entrar na casa e logo me deu uma ideia.

Fui até a janela da frente e a mesma estava fechada, olhei para meu fino casaco e com o cotovelo consegui quebrar o vidro e enfiar minha mão para abrir a janela por dentro. Entrei calmamente na casa, com meus pés tocando o chão a madeira rangeu e fez eu me assustar, estava muito escuro e resmungava internamente de não ter trago uma lanterna ou algo que iluminasse meu caminho. Com passos lentos segui para o meio da sala esbarrando nos moveis, até que sinto algo em formato de abajur e com muita calma ligo-o. Iluminou parcialmente toda a sala que eu conhecia bem, olhei em volta observando a sala.

As paredes eram de um papel de parede verde gasto, algo chegado a verde musgo o chão era de madeira e a cada passo que eu dava rangia, um rangido leve, anos antes essa casa com certeza era bela. Caminhei até onde estava o abajur, lá tinha algumas correspondências, mas nada de importante. Olhei para todos os lados tentando ver o interruptor e logo o avistei em uma parede um pouco afastada fui até ela rapidamente e liguei clareando toda a sala observei bem os quadros na parede, tinha cinco pessoas uma delas percebi que era Harry, um pouco diferente, mas ainda sim era o Harry ele tinha um sorriso que nunca tinha visto antes encantador e verdadeiro. Quase do lado a parede tinha as escadas, mas eu teria que achar alguma forma de luz para subir as escadas.

Olhei em volta e teria que ser rápida observei que tinha um corredor e lá eu segui e a cada passo dado a luz ia se esvaindo toda a parede tinha quadros de pessoas que eu não conhecia. Um cômodo que reparei era a cozinha entrei rapidamente, a única luz que iluminada o cômodo era a luz noturna. Abri boa parte dos armários e das gavetas que tinham na ilha da cozinha. Já estava perdendo a paciência quando vi um pacote cheio de velas. Peguei duas rapidamente, fui até o fogão acendendo a vela e coloquei ela um dos pires que encontrei dentro dos armários.

Desliguei a luz da sala e o abajur e estava tudo normal como se ninguém nunca tivesse invadido a casa. Subi as escadas e a madeira continuava rangendo, mas dessa vez mais forte. Subi rapidamente tentando ignorar. Como eu já conhecia a casa dele por ter entrado lá uma vez sabia que a primeira porta era o quarto dele, mas as outras três portas do corredor eu nunca havia entrado. Entrei no quarto de Harry, havia uma toalha em cima da cama e roupas espalhadas por todo o quarto.

Abri a porta de seu closet e não resisti e peguei uma de suas camisetas sentindo o cheiro, era irresistível, coloquei sua camiseta no lugar e tentei procurar alguma coisa suspeita até que bati no pé em uma caixa fazendo com que a mesma arrastasse um pouco. Abri e encontrei milhares de papeis, alguns em outra língua eu não entendia, mas pareciam cartas. Olhei e encontrei algumas fotos, era de duas mulheres as mesmas do quadro da sala. Deixei aquilo lá quieto e segui para a cômoda do quarto de Harry.

Abri todas as gavetas, algumas estavam vazias, mas outras tinham camisinhas e alguns anticoncepcionais vencidos, revirei os olhos olhando para aquilo.

Não havia nada demais no quarto de Harry, fui até o banheiro de seu quarto e lá encontrei apenas remédios para insônia e enxaqueca e diferente dos anticoncepcionais eles não estavam vencidos e estavam quase no fim.

Sai do seu quarto e respirei fundo antes de abrir a porta da frente. Vi que era um quarto de uma garota, a cama arrumada com edredom rosa confirmou isso. Havia uma enorme foto de uma garota e em baixo estava escrito Gemma. Ela estava com um diploma e parecia feliz comprovei que a garota das fotos era irmã de Harry, ela era muito bonita e tinha os mesmos olhos e sorriso de Harry.

Abri seu closet e tudo estava impecável, suas roupas estavam todas arrumadas e seus sapatos enfileirados de acordo com as cores de cada um. Abri algumas gavetas e achei algo estranho havia cartas, as mesmas que estavam no quarto de Harry estavam no quarto de Gemma, peguei todas as três cartas que estavam ali e coloquei no bolso do meu jeans surrado. Fui até sua penteadeira e olhei lá dentro e não havia nada demais diria que a casa de Harry era comum, não era isso que eu procurava achar aqui. Olhei em sua cama e me sentei estava cansada e meus esforços eram inúteis, não estava achando nada que pudesse fazer eu entender o porque de Harry ser assim.

Deitei na casa e senti algo duro me incomodar. Tirei o edredom e nada, coloquei a mão e tinha algo lá mesmo, levantei o colchão e pude ver que em baixo dele havia um grande rasgado, com receio coloquei minha mão lá e encontrei uma câmera. Não entendia o porque de uma câmera estar ali, era uma câmera antiga, mas eu sabia manusear ela. Abri rapidamente ela e a liguei, havia um vídeo, ele começou com algumas garotas rindo e uma chorando e logo focou em uma turma de garotos e garotos.

Meus olhos se arregalaram, era o vídeo da noite em Londres, a minha noite de pesadelos. Meus gritos tinham sito abafados pela sua grande mão coberta por uma luta. Enquanto um ficava em pé a minha frente, os outros dois estavam tentando retirar a minha roupa. Eu me esperneava, tentava gritar e chorava. Eles tinham sido rápidos. Vi a minha frente ele estava fechando suas calças, não conseguia ver os rostos dos rapazes, estava escuro e logo chegou uma garota, ela ficava a minha frente com uma câmera, no mesmo lugar onde o outro garoto estava e eu sem forças de me levantar ou simplesmente gritar. Estava sangrando eu me lembrava bem do meu desespero. Vi um deles se aproximar novamente e começar a desferir socos em meu rosto, ele não parava me lançava chutes em todo o corpo. Largaram-me no mesmo lugar. Sem roupa. Vozes conhecidas começaram a aparecer no vídeo e logo identifiquei as pessoas. Eram Clary Gold, Camila Redyn as amigas de Julie, os garotos que eu reconheci eram Liam e Louis e o que mais me impressionou Jheny estava no meio. Parei de ver o vídeo, não iria conseguir vê-lo, não aqui, na casa dele.

Fiquei um tempo olhando para o nada tentando formular meus pensamentos. As lembranças de dois anos atrás me assombravam nesse instante. Respirei fundo e tirei o cartão de memória da maquina colocando a mesma no lugar onde nunca deveria ter saído. Levantei calmamente e segui para uma das portas mais afastadas, eu imaginava que iria descobrir coisas, mas nada daquilo estava em meus planos.

Abri a porta e logo vi que era o quarto de um casal, uma foto de uma mulher e de um homem estavam na parede, com certeza a mãe e o pai de Harry ou de Gemma já que eles eram apenas meio-irmão. A mulher estava linda e o homem não parecia muito contente.

Estava pouco me importando se faria barulho, estava tomada pela raiva, Jheny... Como ela pode?! Revirei as gavetas a procura de alguma coisa, mas nada, elas estavam vazias. Fui até o closet e nele tinha muitas roupas femininas, mas nenhuma masculina fui até as gavetas e nela havia algo que me impressionou estava cheio de fotos de alguns meninos, meninos que eu nunca havia visto na minha vida. Peguei a foto de um menino e guardei no mesmo lugar onde estavam as cartas e o cartão de memória.

Fui aos armários que tinha no closet, era mais alto que eu então eu não via o que eu tanto mexia, até que eu sinto algo solto no final do armário, como se fosse um fundo falso. Havia um estofado no closet arrastei-o e consegui ver, no fundo do armário havia uma arma assustei vendo aquilo e no mesmo lugar estava um jornal vi que era do caso Cox, tentei identificar o que se tratava e pelo que li rapidamente dizia que o caso havia sido fechado por falta de provas e que Harry havia sido mandado para a casa do pai, mas logo em seguida emancipou-se voltando para a casa da mãe.

Coloquei o jornal no mesmo lugar que estava e arrumei o fundo falso. Vi que havia alguns objetos no armário. Havia uma caixa, muito parecida com a que tinha no quarto de Harry, abria-a e encontrei fotos da infância de Harry e Gemma. Deixei aquilo de lado.

Segui até a ultima porta que ainda não tinha entrado e vi que era um banheiro. A vela evitada que eu viesse muita coisa, mas pelo que consegui ver havia algo no teto do banheiro, como se fosse uma entrada para algum lugar, com certeza era o sótão, mas uma entrada no banheiro? Olhei os armários e não tinha nada de suspeito.

 A vela já estava quase no fim então peguei a outra que eu havia guardado e troquei pela nova, a que estava no fim jóquei no lixo do banheiro e rapidamente sai de lá. Fui até a última parada, o quarto de Harry, fui até a caixa que tinha revirado e tirei as cartas, eu tinha que saber o que estavam escritas.

Estava descendo as escadas quando vejo um feixe de luz no quintal, Harry tinha chegado, fiquei no corredor do andar de cima sem saber para onde eu iria. A porta foi aberta rapidamente e por ela passou Harry e Julie.

-Não sei o porquê de me trazer aqui, mas fale logo me tirar da festa e me trazer para esse lugarzinho tem que ser muito importante. –Disse Julie nervosa.

-Não poderia falar lá, tinha muitas pessoas. –Disse Harry parecendo evitar algumas palavras da loira.

-Então fala logo. –Gritou Julie.

-Temos que tirar ela daqui, estamos dando mole, aquela garota vai acabar...

-Relaxa Harry, eu estou dando um jeito nisso, Max quer que você pague a fiança dele. –Disse Julie. Max?

-Eu disse que vou dar um jeito, estou sem grana mamãe me manda dinheiro apenas no inicio do mês e ainda tenho que dar uma festa.

-Esquece festa Max é mais importante. Já estou cansada disso Harry eu não estou envolvida em nada disso, mas eu tenho que te ajudar por quê? Você não faz nada para me ajudar, muito pelo contrario.

-Sabe muito bem que eu te ajudo, você é tão estúpida que seu mundinho gira apenas em torno de colégio, eu sou seu namorado não é? Em recompensa você me ajuda a resolver os problemas.

-Kath foi ver Max, ela vai dar com a língua nos dentes e quem vai se ferrar é você meu caro. Agora vou embora porque...

-Calma ai, vamos lá em cima tenho que te mostrar uma coisinha. –Disse ele rindo.

-Não quero ver essa coisinha, já estou cansada de transar com você e no outro dia me tratar como uma vagabunda... O que é aquilo? –Perguntou.

-Devo ter deixado alguma luz ligada relaxa. –Disse ele e escutei o rangido das escadas, olhei para as minhas mãos e a vela estava acesa, arregalei os olhos apagando-a e me seguindo para o quarto de Anne que foi o primeiro que veio a minha cabeça.

Fez um barulho de rangido quando eu andava até o quarto rapidamente me escondendo debaixo da cama. O barulho da escada logo parou e em questão de segundos escutei alguém subindo as escadas rapidamente.

-Tem alguém aqui. –Disse Harry.

Continua...