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História Never Let Me Go - A Mileven Fic - Shiver and say the words


Escrita por: K2Phoenix

Notas do Autor


Nesse capítulo temos um lance que vai mexer com antigas e profundas inseguranças e saber o que pouco do que houve em Hawkins! Aproveitem, e bora comentar, meu povo!

Capítulo 5 - Shiver and say the words


First I'm gonna make it

Then I'm gonna break it

'Til it falls apart (Bring On The Dancing Horses - Echo & The Bunnymen)

(Primeiro eu vou fazer isso

Depois eu vou quebrá-lo

Até que se desfaça em pedaços)

 

- Você sabe o que ele quer? – Jonathan indagou afobado, colocando a alça da bolsa no ombro enquanto Nancy caminhava a seu lado comendo um Donut.

- Não sei, mas ele parecia nervoso. – a moça respondeu, subindo os degraus do prédio onde funcionava o pequeno jornal para o qual ela e e o amigo trabalhavam.

O chefe deles, Murray Bauman, estava frenético na sala que ocupava. Era um lugar pequeno, abarrotado de livros, pastas, papéis, mapas com tachinhas coloridas que marcavam mil pontos diferentes, fotos variadas de pessoas desconhecidas e famosas, além da mesa dele, que tinha uma máquina de escrever, um telefone e indistintas embalagens de comida usadas.

- Até que enfim vocês chegaram. – ele bufou ao ver os jovens. – Tenho uma matéria quente para vocês.

- Bem, o que é? – Nancy atalhou.

- Vocês vão a Hawkins, a sua cidade, investigar o antigo prédio da companhia de luz.

- E...? – Jonathan ficou sem entender.

- Bom, segundo minhas fontes secretas, lá era, na verdade, usado pelo governo para fazerem experimentos secretos a serem usados na Guerra Fria. Experimentos com pessoas, crianças, entendem?

Os dois estudantes de jornalismo se entreolharam, na dúvida do quanto aquilo poderia ser real ou não:

- Você tem certeza, Murray? – Nancy perguntou, hesitante.

- Tô dizendo garota! – o chefe andava para lá e para cá.- Minhas fontes me garantiram. Olha, eu sei que vocês têm aula até quinta, então vocês poderiam ir na sexta e voltar segunda cedo para cá, o que acham?

Antes que pudessem articular uma reposta, Jonathan e Nancy estavam sendo empurrados para fora, “vão, vão, é bom que vocês já são de lá e não vão precisar me pedir dinheiro para a estadia”, o chefe falava.

Alguns minutos depois, já sentados em suas mesas de trabalho, os dois permaneciam sem entender bem o que deveriam fazer:

- Eu sei que há algo de estranho naquelas coisas, John... – Nancy suspirou. – Só que isso não parece alucinação demais até pro Murray?

O rapaz, que estava limpando as lentes de uma câmera, falou com sua voz rouca para a garota:

- Isso pode ter um fundo de verdade. Você sente isso, e eu também.

- Jonathan... tudo o que aconteceu, o sumiço do seu irmão, a morte da Barb, tudo é muito suspeito. – Nancy confidenciou.- Mas, você acha mesmo que o Murray possa estar certo? Digo, experimentos com humanos? Como, estão criando X-Men em laboratórios?

- Sua nerd. – o rapaz sorriu, e ela ficou vermelha.

- Com os irmãos que temos...- ela sorriu também. – Em todo caso, nós temos que ir lá de qualquer jeito.

- Você pode contar comigo para tudo, Nancy. – Jonathan falou, de repente muito sério.

- Eu sei, John, eu sei. – ela afirmou, virando-se para sua máquina de escrever.

[...]

Eleven colocou e retirou um casaco lilás sobre o vestido preto e suspirou. Depois, colocou uma jaqueta jeans desbotada, e o resultado pareceu agradá-la mais. Olhou-se mais uma vez no espelho que havia no quarto até ouvir a voz de Hopper chamá-la para tomar café.

- Hum, você está cada vez se arrumando mais para ir à aula. – ele comentou, atacando seu prato com ovos e bacon.

- Impressão sua. – ela baixou os olhos, concentrada em espalhar calda sobre seus Eggos.

- El... isso tem a ver com aquele garoto? O Wheeler? – Hopper perguntou meio rindo, meio sério.

- Pai, não acredito que não vou conseguir tomar café direito. – ela resmungou, mentalmente fazendo o trabalho de a caixa com suco de laranja virar seu conteúdo dentro de um copo.

Hopper não tocou mais no assunto, mas era notório que a filha estava dando um pouco mais de atenção ao que vestia quando ia à escola, e ele até podia notar que seus lábios tinham uma camada de gloss. Aquilo iria acontecer, e, apesar de ser protetor, ele nunca tinha visto a filha comentar antes algo sobre a aula, sobre os amigos que tinha feito. Aquilo era bom, quanto mais ela se afastasse de seu passado sombrio, melhor.

- Will comentou que você e a mãe dele se viram numa loja. – ela comentou. – Vocês já se conheciam antes?

- Hum, sim. – Hopper colocou um pedaço generoso de bacon na boca.

- E como ela é?

Hopper estranhou aquela curiosidade repentina:

- Como assim?

- Ela é bonita? Legal?

- Ela é adorável, se você quer saber. – Hopper soltou um sorriso involuntário, mas se recompôs.- Hum, sim, ela é legal.

- Você gosta dela. – a garota sentenciou, levantando-se da mesa.

O xerife olhou-a estupefato: “odeio quando ela ela fala assim”, ele bufou consigo mesmo, colocando a louça suja na pia.

A escola estava sim sendo menos “torturante” para El do que ela poderia supor. Ela tinha amigos, finalmente, o que tornava a experiência no High School mais suportável.

Mesmo não podendo contar tudo sobre si, nem revelar sob nenhuma circunstância seus poderes, era bom estar na companhia de Will, que sempre parecia ser paciente com ela, o contrário de Max, que era explosiva, mas também muito verdadeira; havia Lucas e Dustin, que discutiam por causa de tudo, mas eram superinteligentes e leais, e, claro, ele: Mike. Nem sob tortura Eleven confessaria que era o garoto pálido com cabelo escuro e sardas adoráveis estava mexendo com ela de forma diferente dos outros, mas ela o apreciava de uma maneira como a nenhum outro menino antes.

Mike observou Eleven guardar seu material no armário e ensaiou mentalmente o que dizer a ela. Desde que a apanhara na floresta, a garota era recorrente em seus pensamentos. Ela era muito quieta, falava pouco, mas tinha um ar misterioso de quem já tinha vivido muito. Ele não sabia explicar, mas estar perto dela o fazia mais contente que o normal:

- Oi, El. – ele disse, sorrindo um pouco. – Você fez o trabalho de História?

- Sim, consegui fazer tudo ontem.- ela baixou os olhos, tímida. Por que ela estava se sentindo assim?

- Legal. – eles ficaram sorrindo um pro outro, aquele tipo de sorriso meio bobo, meio inexplicável, até que quatro garotas passaram por eles e uma loira comentou, em tom de nojo:

- Eca, já vi casais melhores pelos corredores dessa escola. O cara de sapo e a nova aluna esquisita, os padrões estão caindo!

El automaticamente se encolheu, como se estivesse sendo jogada de volta à realidade, e começou a andar rumo a sua sala:

- El! -  Mike seguiu em seu encalço. – Não liga pra Sophie, ela é uma estúpida. – ele a segurou pela mão; o contato das mãos dos dois fez Eleven quase suspirar. – Não é como se... – ele hesitou. – Nem somos nada, não precisa se importar.

A garota parou:

- Eu só... por que existe este tipo de pessoa?

- Eu não sei... vai ver são tão inseguros quanto nós, só que fingem que são melhores para não demonstrar isso.

Ela era nova na escola, mas não podia imaginar que Sophie Sullivan, a garota que acabara de mexer com ela e Mike, fosse insegura. Não, isso não combinava com a animadora de torcida loira e popular que zombava dos outros colegas que não fossem assim.

- É difícil de acreditar nisso. – a garota declarou, e entrou na sala.

A voz de Sophie continuava reverberando na mente de Eleven, pois ela tinha verbalizado algo que a garota estava tentando não dar nome, que era o que andava sentindo por Mike. Aquilo a deixara chateada, irritada, acossada em um canto, e eram coisas que potencializavam os seus poderes devido a sua autodefesa. Ainda remoendo o evento, ela quase não ouviu Max dizer:

- El, nós temos que ir pra aula de Educação Física.- ela estalou os dedos na frente da outra.

“Perfeito”, Eleven murmurou consigo mesma, ela ainda iria dividir uma aula com Sophie naquele dia... No vestiário feminino, enquanto todas as garotas trocavam apressadamente de roupa após o treino, El não conseguiu sair junto com Max e se viu sozinha ali com a garota que estava tentando evitar, Sophie, e suas três amigas que El apenas sabia que também eram animadoras de torcida.

- Olha, a esquisitinha... cadê seu namoradinho? – Sophie zombou, enrolando uma mecha languidamente do longo cabelo.

Eleven inspirou profundamente, sentindo a raiva começa a borbulhar.

- Responde. – Sophie falou mais inquisitiva.- Ah! Esqueci que além de esquisita, você é meio muda. Só fala com aquele bando de perdedores.

-Sai da minha frente.- El sibilou, apertando as mãos com força.

- Você até que poderia melhorar antes de virar uma completa esquisita, garota.

- Por favor. Sai. – El pediu, mas então as outras três garotas foram mais rápidas e a empurraram dentro do armário onde os materiais esportivos da aula eram guardados e a trancaram. El ouviu a risada cínica e abusada delas, seguido do barulho da porta se fechando.

Ela ficou sem ar.

O espaço, que era pequeno, parecia diminuir cada vez mais; o coração de Eleven batia acelerado, e ela se viu incapaz de se mexer, de usar seus poderes, pois só conseguia chorar com os joelhos encolhidos contra o peito.

- Você é imprestável!- ela ouviu claramente a voz de dr. Brenner ressoar naquele pequeno armário. Ela espremeu os olhos, as lágrimas caindo quentes em seu rosto, mas era impossível não lembrar do diretor do laboratório em que ela fora criada, instigando-a a usar seus poderes através da humilhação.

El se sentiu indefesa e assustada como naquela época, e viu-se jogada no chão de uma cela escura, chorando, gemendo, “papa, papa”, implorando parra sair dali...

Ela não sabia mais onde estava, seus gritos eram desesperadores e o armário estava prestes a explodir quando...

- EL! – Mike entrou no vestiário esbaforido, chamando-a.- EL! – ele abriu o armário e a encontrou encolhida, o rosto molhado de lágrimas, os olhos arregalados de quem passara pelo medo extremo.

Ele ofereceu-lhe a mão e ela a pegou, tremendo.

- Tá tudo bem. – ele disse, instintivamente a acolhendo e abraçando.

- Mike.- ela respirou um pouco mais aliviada.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo. – o rapaz disse, limpando as lágrimas dela.

- Promete? – foi tudo o que ela conseguiu proferir.



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