História Never let me go - Você sentiu ciumes de uma garota de 8 anos

-Claro que eu gosto- Disse sem graça
- De você, dos seus pais...
-Não gostar desse tipo- Reclamou cansada- E você sabe disso.
Eu ri um pouco do seu senho franzido e bico que ela sempre fazia quando ficava chateada ou com raiva.
Ela realmente parece muito comigo.
-Hum...então de que jeito?- Perguntei fingindo-me de bobo.
Ela fez novamente bico e levantou apenas uma sombrancelha, com uma bela expressão de "Fala sério".
-Não se faça de idiota- Pediu impaciente.- Você sabe que jeito eu tô falando.
Sem nem conseguir impedir a mim mesmo, soltei:
-Marshool.
-Marshool?- Perguntou assustada- Um garoto?
Como encobrir aquilo?
-Não, só o nome dela que é de garoto- Menti com um sorriso amarelo.
Ela não parecia muito convencida no início, mas decidiu que não adiantava se discutir.
-Quando eu ficar boa, você me apresenta ela?- Perguntou com os olhos brilhantes.
F-U-D-E-U
-Claro- Respondi com um sorriso apiedado.
{Marshool}
Assim que acordei de manhã, olhei novamente pela minha janela do quarto. Como Finn durmiu um pouco comigo, eu passei a manhã inteira tentando tirar os pelos da cama, e o pior: ele conseguiu fazer merda por todo o meu quarto (literalmente).
Bufei zangado, por que ele não chegava logo?
Um carro preto foi se aproximando da casa dele, e a minha atenção foi quase tão grande quanto a do meu cachorro, que latia igualmente confuso.
Gumball, para a minha felicidade, saiu para fora do veículo, e em um passo rápido, pulei pela minha janela e Caminhei até ele, um pouco esperançoso, mas sem um sorriso no rosto para não ficar tão óbvio assim que eu senti falta daquele idiota.
-Buba!- Cumprimentei, em vão, segurar um sorriso- Você voltou!- Eu o envolvi em um abraço, mas após receber um olhar enojado do motorista do carro (que parecia bastante com o Gumball) eu soltei-o e passei apenas um braço em volta do seu pescoço, fazendo-o virar na minha direção- Nós somos amigos- Tentei explicar.
O homem não pareceu muito convencido, mas acelerou o carro impaciente em questão de segundos.
-Por que você me abraçou?- Perguntou com raiva, mas com um sorriso incrédulo.
-Porque não consegui deixar de te abraçar, idiota- Respondi abraçando-o de novo- Virou crime?
-Crime é você fazer isso comigo- Começou brincalhão me envolvendo em um beijo.- Você sentiu ciúmes de uma garota de 8 anos
-O QUÊ?- Exclamei sem acreditar - OITO ANOS?
Ele riu da minha reação, mas decidi não deixar desse jeito.
-E-e eu não senti ciúmes- Reclamei corado.
Eu o ajudei a carregar suas malas até sua casa, uma coisa que o mesmo não reclamou.
Bem...depois de fazer tudo que é possível, esperei a noite cair para voltar a falar com ele.
E, mesmo após uma discussão, nós ficamos novamente na janela -Simone ainda não conseguia me deixar ir dormir na casa ao lado- rindo igual dois idiotas de um -SUPOSTO- ciúme.
-Isso também é crime- Acusou chateado.- Na próxima, eu não aceito você dormindo em outro lugar, a não ser em minha cama.