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História Never Really Gone - Para as Perguntas Que Sobraram


Escrita por: LStilinski

Notas do Autor


HEOOO! postando no dia certo, yay! eu gostei muito do resultado desse capítulo, e vou logo avisando que se você ainda não detesta Theo (o que eu acho impossível) prepare-se.

Again, obrigada pelos cometarios lindos lindosss <3

Capítulo 31 - Para as Perguntas Que Sobraram


Como Derek não tinha condição alguma de dirigir, Malia ficou encarregada de levá-lo até o motel onde estava hospedado, já que era a mais alta das três e não teria problemas em dirigir a camionete gigante do rapaz. Após beber uma garrafa d’água e vomitar duas vezes na rua, Derek adormeceu no banco do carona, e o fato dele estar semi-inconsciente atrapalhou bastante o processo de arrastá-lo para o quarto.

- Não é pra isso que eu vou para a academia – reclamou Allison, suportando o peso do homem musculoso junto com Malia enquanto Lydia procurava as chaves do quarto nos bolsos dele. A recepção do motel ficava separada dos quartos, portanto não precisaram se identificar ou explicar porque três garotas carregavam o homem meio desmaiado daquele tamanho. Quando conseguiu abrir a porta, ajudou as amigas a arrastá-lo até a cama, e depois as três pararam e o observaram dormir como um bebê.

- Theo tem um bom gosto, hun? – comentou Malia. As outras duas assentiram.

- Vamos simplesmente deixá-lo aqui? – perguntou Lydia quando Derek balbuciou alguma coisa e abraçou um travesseiro.

- Adoraria levá-lo comigo, mas não nesse estado – disse a loira.

Deixaram uma garrafa d’água ao lado da cama e saíram do quarto. Scott estava com a cabeça na janela do carro, como um cachorrinho, provavelmente aproveitando o vendo fresco do começo da noite para ficar um pouco mais sóbrio. As garotas entraram no carro e Allison deu partida.

- Sabe, eu nunca, em um milhão de anos, imaginaria isso – disse a morena. – Theo Reaken e Derek Hale tendo um caso?

- O QUÊÊ? – Scott gritou, olhando para elas com os olhos arregalados. Malia, sentada ao lado dele, deu tapinhas em seu ombro. – Você sabia disso? – ele sussurrou para ela.

- Não, Scott – ela respondeu calmamente.

- O capitão do time tendo um caso com outro homem. Não me surpreende que eles tenham se esforçado tanto para manter o segredo – disse Lydia. – Mas pelo o que Derek disse... Parece que ele gostava mesmo de Theo.

- Todos nós sabemos que a pessoa que Theo mais gosta nesse mundo é ele mesmo – disse Allison. – Então eu não ficaria surpresa se Derek dissesse que foi Theo quem não quis assumi-lo.

- Derek Hale é gay? – Scott murmurou, chocado.

- Vai dormir cara.

- Podemos voltar amanhã com a gravação – sugeriu Malia. – Fazer algumas perguntas. Talvez podemos até convencê-lo a confessar que mentiu.

- Mas a gravação não diz muita coisa. Ele pode muito bem desmentir tudo e mandar a gente ir se foder – disse Allison.

- Que grosseria – disse Scott para ninguém em particular.

Malia colocou a cabeça entre os bancos.

- Lydia, nós podemos convencer Theo a falar a verdade. Nós três estivemos em um relacionamento com Theo, a diferença é que nós duas percebemos que ele é maluco.

Lydia mordeu o lábio.

- Tenho medo de que Derek tenha escolhido ignorar esse lado de Theo. Talvez ele tenha escolhido se apegar aos momentos bons – disse ela. – Além do mais, se ele confessar que mentiu ele pode até ser preso.

- Podemos pedir ao Xerife para conseguir um acordo, ou algo assim. Vai que ele convence todo mundo que o pobre menino estava apaixonado, não sabia o que estava fazendo. Depois vamos convidar Derek para entrar no grupo de apoio para as vítimas de Theo Reaken, onde servimos suco, muffins e frases motivacionais – disse Malia, fazendo-as rir. Scott deu uma gargalhada, mas pela forma que ele olhava pela janela com os olhos quase fechados, não parecia saber o motivo da graça. Allison olhou de relance para o namorado e sorriu.

- Tenho que cuidar desse bebê – disse.

- Me deixa no hospital. Quero ver a cara de Stiles quando ouvir isso.

Allison estacionou em frente ao hospital e Lydia saiu do carro. A jaqueta fina que vestia não a protegia do vento frio, então ela se abraçou e foi até o prédio com passos rápidos, que também podiam ser resultado da sua animação. Em suas mãos, podia ter a resposta para as perguntas que sobraram, e ela mal podia esperar para solucionar aquele mistério.

Deu duas batidinhas na porta do quarto, e entrou quando ouviu a voz dele do lado de dentro. Stiles estava deitado com as costas apoiadas nos travesseiros e as pernas cobertas por um edredom, comendo uma gelatina vermelha enquanto assistia a um filme. Ele sorriu quando a viu, e Lydia não pode evitar pensar que ele parecia um garotinho, com o cabelo bagunçado e os lábios tingidos de vermelho.

- O que está assistindo? – ela perguntou, tirando a jaqueta e a deixando junto a sua bolsa, numa cadeira no canto do quarto.

- Carros – ele respondeu. A ruiva parou no meio do movimento de tirar os sapatos e ergueu as sobrancelhas.

- Carros? O desenho?

- Yep. Adoro esse filme. Quer gelatina? – ele ofereceu. Lydia sorriu e revirou os olhos, indo até a cama e entrando embaixo do edredom, já aceitando o calor.

- Trouxe uma coisa mais interessante – disse ela, erguendo o celular. Stiles pausou o filme e virou o corpo para ela. – Nós encontramos Derek e decidimos que a melhor forma de fazê-lo falar seria com álcool, então Scott deu uma de superfan e o convenceu a ir a um bar com ele, embora agora eu ache que não tenha sido por isso que Derek aceitou ir com ele. Enfim, os dois acabaram bem bêbados e eu consegui gravar isso.

Lydia deu play e Stiles escutou em silêncio. A garota o olhava com expectativa, ansiosa para ver a reação dele. Ao fim da gravação, ele olhou para ela com a testa franzida.

- Isso significa que...? – ele perguntou, tendo dificuldade em acreditar no que tinha acabado de escutar. Lydia assentiu.

- Exatamente.

- Derek Hale é gay? – ele murmurou, chocado. A garota revirou os olhos.

- O que importa é que ele e Theo tiveram um caso uns anos atrás. Como Derek falou que se dependesse dele os dois teriam namorado, acho que ele se apaixonou por Theo, ou pelo menos gostava de verdade dele. A ponto de aceitar ser seu álibi.

- Mais que isso. Se Derek realmente gostava de Theo, então ele e Erica não estavam namorando de verdade. – Os olhos de Stiles se tornaram distantes, e Lydia podia quase ouvir as engrenagens do seu cérebro funcionando, juntando as peças. - Ou ela achava que estavam. Theo e Derek se esconderam tão bem que não pareciam sequer ser amigos. Tinham que manter as aparências para que ninguém suspeitasse.

Lydia olhou para ele com os olhos arregalados.

- Mas Erica descobriu tudo. Ela deve ter começado a desconfiar e seguido Derek até um dos encontros dele com Theo.  E deve ter tirado muitas fotos, porque quando foi enfrentá-lo na Casa do Lago...

- Ele não pode simplesmente dizer que ela estava louca. – completou Stiles. Os cérebros dos dois pareciam funcionar ao mesmo tempo, na mesma velocidade. – Começaram uma briga. Derek a levou para longe para que ninguém escutasse.

- Theo deve ter adivinhado o motivo da briga e foi atrás deles, para controlar Erica e impedir que ela saísse espalhando o que descobriu.

- E deve ter percebido logo que conversar não funcionaria, e que a única forma de silenciá-la seria matando ela.

- Derek não deve ter hesitado quando Theo pediu para que ele o ajudasse a encobrir tudo. E a história se repete.

Os dois se encararam por um tempo, ambos animados e espantados com as descobertas que fizeram naquele dia. E no segundo seguinte, seus lábios se chocaram em um beijo comemorativo que era perfeito para aquele momento.

- Quer dizer que acabamos de solucionar um assassinato? – perguntou Stiles.

- Parece que sim – respondeu Lydia, sorrindo.

- Puta merda – ele riu, voltando a beijá-la. Lydia ajeitou-se na cama para que seus corpos ficassem virados um para o outro, e entrelaçou suas pernas nas dele. O rapaz tinha uma das mãos na nuca dela, enquanto ela apoiava sua mão engessada sobre as costelas dele, tentando puxá-lo mais para perto, mas sem conseguir segurar o tecido da sua camisa direito com seus dedos. Impaciente, ela interrompeu o beijo e empurrou o corpo dele com o seu, mudando de posição cuidadosamente para que ninguém caísse da cama relativamente estreita.

Antes de continuar o beijo, Stiles a olhou. Seus olhos cor de âmbar estavam sérios e mais escuros. Lydia amava a forma que ele a olhava, mas Stiles nunca havia a olhado daquela forma, com tanto desejo. Assim como os dois nunca tiveram um momento como aquele. Lydia estremeceu por antecipação. Até a forma que ele a beijou foi diferente; foi mais quente, mais exigente. Não foi carinhoso, como todos os outros, mas ainda assim não podia ficar mais claro que ela era tudo que ele queria.

Não demorou muito até que ela ficasse completamente sem ar. A posição que estavam, com o peso do corpo da garota apoiado sobre o dele, dava a ela mais liberdade para tocá-lo. Entrelaçou os dedos da sua mão livre em seus cabelos escuros e deixou a mão engessada sobre o seu peito. As mãos de Stiles, que a seguravam pela cintura, foram escorregando lentamente até chegaram às coxas da garota.

De repente, o corpo dele se contraiu e ele soltou um silvo de dor. Lydia se afastou e olhou preocupada para ele.

- Você está bem? – ela perguntou.

- Estou ótimo – disse ele, mas ao erguer o corpo para voltar a beijá-la, fez outra careta de dor. – Ai, merda.

A ruiva saiu de cima dele, sentando ao seu lado.

- O que está acontecendo? Quer que eu chame uma enfermeira?

- Não precisa, é só... – Stiles levantou a camisa, mostrando o curativo na lateral do seu torso, que agora tinha uma mancha de sangue no centro. – Filho da mãe.

- Ok, vou chamar alguém – disse ela, pulando para fora da cama e indo para a porta. Parou a primeira enfermeira que viu no corredor e explicou o que estava acontecendo, obviamente deixando de falar sobre o que eles estavam falando. Pouco tempo depois, a enfermeira apareceu com os materiais para um novo curativo e elas entraram juntas no quarto. Lydia reprimiu um sorriso ao ver Stiles deitado com um braço cobrindo o rosto e um travesseiro sobre sua virilha, cobrindo algo que não queria que a mulher visse.

- Oi, Katie – ele a cumprimentou desanimadamente.

- Stiles, achei ter dito para evitar movimentos bruscos – ela o repreendeu, puxando uma mesinha de metal para o lado da cama e se inclinando para tirar o curativo.

- É, bem... – Ele jogou as mãos para cima, sem nem tentar inventar alguma desculpa.

Katie colocou as luvas e analisou o local da incisão com cuidado.

- Os pontos continuam no lugar. Foi apenas um pequeno sangramento – disse ela, já começando a fazer outro curativo. Lydia suspirou aliviada e apertou o ombro de Stiles, que encarava o teto com o nariz meio franzido. – Prontinho.

- Muito obrigada – disse a ruiva.

- De nada, querida. – Katie tirou as luvas e as descartou, junto com tudo que tinha usado. – Vocês dois, se controlem. Pelo menos até o corte estar mais cicatrizado. Acham que conseguem?

- Sim, senhora – disse Stiles. A mulher deu um sorrisinho carinhoso e apertou a bochecha do rapaz de leve.

- Ótimo. – Ela também deu um sorriso para Lydia e saiu do quarto. Quando voltaram a ficar sozinhos no quarto, a ruiva soltou uma gargalhada, cobrindo o rosto com as mãos.

- Meu Deus, Stiles, eu sinto muito – disse ela.

- Tudo bem, não foi sua culpa. – Ele estreitou os olhos. – Mas acho que você devia ir agora porque eu quero muito te puxar de volta pra essa cama mesmo tendo esgotado minha cota de movimentos bruscos do dia.

Lydia riu, corando ainda mais.

- Ok, então. – Ela se inclinou e colou seus lábios nos dele, em um longo beijo de despedida.

- Lydia, estou falando sério – ele murmurou contra os lábios dela.

- Certo, estou indo.

A ruiva calçou os sapatos, pegou o celular esquecido na cama, sua bolsa e jaqueta e foi para a porta. Antes de sair, soltou um beijo para o namorado, que a observava atentamente.

- Bons sonhos – disse docemente, rindo ao vê-lo soltar um gemido descontente e voltar a cobrir o rosto com o braço.

Xxxx

No sábado de manhã, Lydia, Allison e Malia voltaram ao motel onde Derek estava hospedado. Scott tinha sido deixado em casa para se recuperar de uma ressaca e embora Stiles tivesse insistido que estava bem e praticamente implorado para ir com elas, sua presença foi limitada a uma chamada de vídeo.

As três garotas atravessaram o estacionamento do motel até a porta do quarto dele, onde Allison deu duas batidas. Pouco tempo depois, Derek abriu a porta até onde a corrente de segurança permitia e as olhou com a testa franzida.

- Quem são vocês? – perguntou, com a voz rouca.

- Eu sou Lydia, e essas são Malia e Allison. Nos conhecemos ontem, no bar...

- Como me encontraram aqui?

- Nós arrastamos sua bunda bêbada até aqui, fofinho – disse Malia, que recebeu uma cotovelada de Allison. Derek as olhou desconfiado.

- O que vocês querem?

- Precisamos falar sobre Theo Reaken – disse Lydia. – Especialmente sobre seu envolvimento com ele.

A expressão no rosto de Derek mudou no instante em que ela citou o nome do rapaz.

- Como vocês...?

- Nós conversamos ontem.

- E gravamos algumas coisas – disse Allison.

- Então você meio que não tem escolha – completou Malia. – Digamos que você é um bêbado meio tagarela.

O rapaz hesitou por um tempo, mas tirou a corrente de segurança e abriu a porta para que pudessem entrar no quarto.

- Me digam exatamente o que querem comigo – disse ele, cruzando os braços. Lydia respirou fundo e pegou o celular da bolsa

- Primeiro, tem alguém que você devia conhecer. – Ela iniciou a ligação para Stiles, e logo o rosto do rapaz apareceu em sua tela. A garota virou o celular para Derek.

- Oi, eu sou Stiles. Seu namorado me esfaqueou. Tudo bem com você? – disse o rapaz, acenando cordialmente. Os olhos azuis de Derek se arregalaram.

- Ele não é meu... O que vocês estão fazendo?

- Nós sabemos que você mentiu para a polícia – disse Allison. – Sobre ser o álibi de Theo. E também sabemos por quê.

- Como sabem que fui eu?

- Temos um contato na polícia.

Derek olhou para as três garotas, parecendo pronto para iniciar uma discussão, mas para a surpresa delas, ele apenas suspirou e sentou na cama.

- Ah, que legal. Eu sabia que ia dar merda – disse ele, apoiando os cotovelos nos joelhos. – Já devia ter me mandado dessa cidade.

- Mas ficou por causa de Theo – disse Malia. O rapaz ergueu o rosto rapidamente e estreitou os olhos para elas.

- Ok, o que exatamente eu disse ontem? – perguntou.

- Nós sabemos tudo sobre você e Theo. Bem, não tudo. Mas o suficiente – respondeu Stiles. Derek gemeu e deixou a cabeça cair em suas mãos.

- Puta que pariu, cara.

- Mas fica tranquilo, seu segredo está seguro conosco. A gente não vai sair espalhando – disse Lydia. – Nós duas sabemos o que é gostar de Theo Reaken. Estamos no mesmo time.

- É até fácil se apaixonar por aquele desgraçado – concordou Malia.

Derek bufou com desdém.

- Quem está apaixonado por ele? Eu não estou.

A loira revirou os olhos.

- Amigo, você mentiu pra polícia duas vezes por causa dele. Nem tenta convencer a gente que não foi por amor.

- Duas vezes? – ele perguntou, confuso.

Malia abriu a boca e olhou para as meninas, sem saber se deveria contar o que sabiam. Lydia já havia contado a elas e a Scott como tinham acabado solucionando o crime acontecido anos atrás.

- É, a gente sabe o que aconteceu com Erica Reyes também – disse Stiles, sem perceber a hesitação das garotas. Os olhos de Derek ficaram grandes como dois pratos e ele pulou da cama.

- VOCÊS O QUÊ? – ele gritou.

As garotas se entreolharam.

- Nós, ahn... Temos uma ideia do que aconteceu na noite em que ela desapareceu – disse Lydia. – Supostamente desapareceu.

Derek enterrou as mãos no cabelo.

- Ah, meu Deus – ele murmurou, quase hiperventilando. Voltou a sentar na cama, cobrindo o rosto. – Estou fodido. É isso, estou fodido.

- Derek...

- Nada daquilo devia ter acontecido. Eu juro que nada foi planejado – disse ele. – Eu amava Erica. Ela era minha melhor amiga.

- Ela sabia sobre você e Theo? – perguntou Allison.

- Não, ninguém sabia. Ninguém podia saber.

- Ah, então ela era sua melhor amiga até descobrir seu segredo – disse Stiles.

Derek fechou os olhos.

- Eu era capitão do time. Tem ideia do que aconteceria comigo se eu assumisse estar tendo um caso com outro cara? O ensino médio é muito cruel. Isso seria o fim da minha vida social, talvez até mesmo da minha carreira. – O rapaz soltou uma risada sem graça. – Mas eu estava até disposto a enfrentar tudo isso, se Theo estivesse ao meu lado, mas ele queria manter o segredo mais que eu.

- Theo Reaken, senhoras e senhores – Malia zombou baixinho.

- E Erica... – disse Lydia.

- Eu não sei como ela descobriu, mas do nada ela me apareceu com fotos, e exigindo explicações. Eu tentei conversar com ela, implorei para que ela não contasse a ninguém, mas ela estava... histérica. Aí Theo apareceu, e... – A voz dele começou a ficar embargada, e ele passou a encarar o vazio com os olhos enchendo de lágrimas. – Erica enlouqueceu quando o viu. Assim que percebeu o que estava acontecendo, ele olhou para mim e eu vi... eu vi que ele já tinha tomado a decisão. E ele não hesitou. Theo simplesmente quebrou o pescoço dela sem pensar duas vezes.

Um silêncio pesado tomou conta do quarto. Ouvir a história da boca de Derek a fazia soar mil vezes pior do que quando a descobriu no dia anterior. E só de pensar que deixou Theo – um homem capaz de matar uma garota inocente para manter um segredo – tocá-la, e beijá-la, e que quase se deixou ter sentimentos reais por ele, a enojava. Seu estômago dava voltas, e ela sentia que podia vomitar a qualquer momento.

- Eu mal me lembro do que aconteceu nas horas que se passaram. Lembro da voz dele, dizendo que ia ficar tudo bem. Lembro que tive que repetir a história que ele inventou várias vezes – continuou Derek. – Theo sabia que eu não contaria a verdade para a polícia porque também estava envolvido. Nós paramos de nos falar, e ele pareceu seguir com a vida dele normalmente. O ano acabou e eu saí da cidade o mais rápido que pude. O que aconteceu naquela noite... quase me destruiu. Eu nunca mais fui o mesmo.

- Quando ele... entrou em contado novamente? – perguntou Allison, que parecia ter dificuldades em falar devido ao choque.

- Ele me ligou umas duas semanas atrás. Disse que precisava de mim, e que era caso de vida ou morte. Eu achava que não sentia mas nada por ele, mas quando ouvi sua voz... Foi uma merda. Eu tinha que encontrar com ele. Quando o encontrei foi como se eu tivesse voltado para o ensino médio e nada daquilo tivesse acontecido. Eu simplesmente me esqueci de tudo. Então Theo me disse que precisava da minha ajuda para mentir para a polícia, e ele nem precisou me ameaçar, ou nada assim.

- Ele disse por quê? – perguntou Stiles.

- Só que era algo que ele precisava fazer, e eu confiei nele. Quando a polícia me chamou, eu disse que ele estava comigo, e foi isso.

- Bem, ele quase me matou naquela noite, se quer saber.

- Desculpa, cara.

- Tanto faz.

Derek soltou um suspiro cansado.

- Olha, eu contei toda a minha história pra vocês. A sensação é muito boa, e tal, mas vocês têm informação mais do que suficiente para me colocar na cadeia pelo resto da minha vida. Não vou culpar vocês se forem daqui direto para a delegacia. – Ele abriu um sorriso frio. – Talvez eu até me sinta aliviado.

- Sério? – perguntou Malia.

- Acho que meu pior crime foi ter me apaixonado por Theo, e já estou pagando por isso há muito tempo. Esse cara destruiu a minha vida, com minha permissão. – Derek olhou para as garotas, e elas puderam ver o cansaço e até desesperançar em seu olhar. – Eram isso que vocês queriam, certo? Uma confissão. Aí está. Façam o que quiser com ela. Eu não me importo mais.

Lydia respirou fundo e franziu os lábios.

- Derek, nós queremos que você nos ajude a prender Theo. Era esse nosso objetivo desde o começo – disse ela. – Sua confissão só será válida se vier conosco para a delegacia. Você a única pessoa que pode fazer Theo pagar pelo o que fez.

Derek fez uma careta. Passou a mão pelo rosto e soltou um suspiro pesado.

- Meu pai vai me matar – murmurou.

- Ou talvez Theo chegue primeiro – comentou Malia. O rapaz olhou para ela e a loira ergueu as sobrancelhas, desafiadora. – Você sabe que pode acontecer.

O rapaz hesitou por mais um tempo.

- Não sei se consigo.

- Está brincando, não é? – perguntou Stiles. – Mas que p...

Lydia desligou a chamada de vídeo e colocou o celular no bolso.

- Tudo bem, pense um pouco. – Ela foi até a escrivaninha, onde tinha um bloco de anotações, pegou uma caneta da bolsa e anotou seu número. – Pode me ligar quando estiver, hum, pronto.

- E não esqueça que sabemos onde você está – completou Allison.

- Certo – ele disse em voz baixa. – Agora vão embora, por favor. Eu preciso...

- Tudo bem.

As garotas saíram do quarto, deixando o rapaz sentado imóvel na cama. Do lado de fora, as três respiraram fundo.

- Só eu estou tendo dificuldade em acreditar no que acabou de acontecer? – perguntou Allison quando entraram no carro. – Puta merda, o cara acabou de confessar um assassinato!

- Theo está muito fodido. Será que ele consegue sentir isso? Tipo aqueles animais que sentem uma tempestade se aproximando? – disse Malia.

- Eu não sei, mas deveria – disse Lydia.

 

 


Notas Finais


As coisas estão ficando complicadas pra você hein, Theo?


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