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História New Horizon- Facing Ages- Hinny e Romione - Forgiveness


Escrita por: Dralrs

Notas do Autor


Oi meus bebes!
Eu sei, estou 3 dias atrasada, me desculpem, mas mexer com mudança, trabalhar, estudar e ser dona de casa toma muito tempo...
Enfim, voltei com um capítulo focado em Harry e no reencontro dele com os Dursleys. Será que eles realmente mudaram ou é um truque dos trouxas que Harry nunca viu como família?
Entrem comigo nesse mundo mágico e bom proveito!

Capítulo 3 - Forgiveness


Fanfic / Fanfiction New Horizon- Facing Ages- Hinny e Romione - Forgiveness

New Horizon- Facing the ages- Hinny/Romione

Cap 3- Forgiveness

Gina olhava o marido adormecido com compaixão, acariciando com cuidado o cabelo bagunçado para que ele não acordasse.

Aquele dia seria complicado para Harry, ela tinha certeza disso, então queria que ao menos ele acordasse naturalmente.

Os primeiros sinais do amanhecer já eram ouvidos. Os canários que lotavam as árvores do bairro trouxa londrino cantavam incessantemente, embora o céu ainda estivesse escuro.

 – Fique comigo, meu amor... – Harry resmungou durante o sono, e Gina não conteve uma risadinha sabendo que ele sonhava com ela.

Se apoiando sobre os cotovelos, Gina se ergueu e deu um breve selinho nele.

– Meu coração será seu para sempre, Harry. – sussurou.

Vendo que ele continuava a dormir profundamente, Gina desceu para preparar o café da manhã.

Em breve teriam que deixar Teddy no chalé das conchas e partir para a árdua tarefa daquele sábado. Enquanto batia a massa dos waffles, o coração de Gina se apertou ao se lembrar do marido contando em detalhes, um tempo antes, de como os tios o faziam trabalhar e da diferença da quantidade e da qualidade da comida entre ele e os trouxas. Foi com alívio que pensou que os filhos deles jamais passariam por isso.

– Mama, que fome!– Teddy disse aos bocejos, e se aproximou de Gina, abracando-a pelas pernas.

Carinhosa, Gina colocou a tijela na bancada e se agachou para falar com o afilhado.

– Ei, pequeno. Lava a mão e pode se sentar na mesa, tá quase pronto.

Ele fez que sim, com os olhos ainda meio fechados.

– Cadê papai?

– Dormindo ainda. Mas já já ele aparece, esfomeado como é.

Teddy deu uma risadinha gostosa e Gina acompanhou, olhando para Teddy e pensando no quanto gostava de cuidar do afilhado.

Gina colocou os Waffles na mesa minutos depois, e já ia sair da cozinha para acordar Harry quando o viu parado à porta, olhando descaradamente para ela.

– Bom dia, amor. – ele finalmente se mexeu, indo até a mulher dar um beijo de bom dia, ignorando os resmungos de “eca” do afilhado.

– Quero ver falar “eca” quando crescer. – Harry brincou, levando um doloroso beliscão de Gina.

– Vamos tomar café então que já estamos atrasados– Gina disse antes que Teddy perguntasse algo.– Arrumou sua mochila para ficar na casa do seu tio, Teddy?

Ele fez que sim.

– Eu e Vic temos milhaaaares de planos pra hoje.

Harry e Gina se entreolharam rindo.

– Não façam bagunça demais. Dominique é ainda um bebê, e Fleur não vai gostar se você e Vic saírem derrubando a casa enquanto ela faz a Domi dormir.– ela disse firme, enquanto Harry prestava excessiva atenção ao prato, preferindo deixar para Gina o papel de discursar.

– Eu sei, vou me comportar mamãe.– ele disse com a maior carinha inocente.

– Sei.– ela disse num tom falsamente sério, enquanto na verdade estava derretida por dentro. Ainda ficava emocionada quando Teddy a chamava de mamãe, mesmo sabendo a verdade sobre os pais.

Harry sabia disso, e sorriu ao ver o olhar sonhador da mulher. Sabia que ela queria ser mãe, e ele também queria ser pai, mas tinham chegado a um acordo de esperar ambos se firmarem mais nas carreiras, e pretendiam esperar pelo menos mais cinco anos então. Até lá, ele pensou, Teddy já os manteria ocupados o suficiente.

– Querida, vamos?– ele disse um tempo depois, vendo o horário.

– Desço em 10 minutos!– ela disse e saiu correndo para se arrumar.

Harry e Teddy arrumaram a cozinha enquanto Gina se aprontava, e Harry aproveitou para conversar com o afilhado:

– Garoto, Gina está certa, nada de fazer bagunça ok? Já viu que sua mãe não brinca quando diz que está de castigo.

O menino de 5 anos revirou os olhos.

– Tá, papai. Eu vou me comportar. Eu sempre me comporto, oras. Eu e Vic sabemos que a gente não pode acordar a Domi , então nem brincamos dentro de casa. Não vejo a hora dela crescer e poder brincar com a gente. Bebês são muito chatos!– ele disse com uma careta.

Harry deu uma risadinha e arrepiou os cabelos azuis do menino.

– Ótimo.

Eles saíram minutos depois, viajando direto até a lareira de Gui por pó de Flu. Harry e Gina conversaram rapidamente com eles e agradeceram por tomar conta de Teddy.

– Não precisa agradecer, maninha. Vic adora quando Teddy vem aqui brincar, já que Domi é ainda muito pequena pra fazer companhia a ela.

Gina olhou o afilhado e a sobrinha pela janela, tacando pedrinhas no rio, e pensou em dizer que os dois ficavam muito fofos juntos, mas se calou com medo da reação de Gui, reprimindo uma risadinha.

– Bem, adoraríamos ficar mais aqui, paparicando nossa sobrinha, mas temos que ir, né Harry?

O marido, que brincava com Domi, não escutou.

– Harry?– ela o cutucou.

– Eu.– ele finalmente disse, distraído.

– Está na hora de ir.

– Ah, claro.

Ele devolveu o bebê pro pai, se despediram, e aparataram num beco próximo à Rua dos Alfeneiros.

A mão de Harry que Gina segurava começou a gelar, e ela carinhosamente a beijou.

– Ei, sei que está com medo mas estou com você. Vai ficar tudo bem.

Harry a olhou com um assomo de gratidão.

– Obrigada por estar sempre comigo.

Ela apenas sorriu, e eles viraram a esquina da rua.

Flashbacks invadiram a mente de Harry nesse momento, fazendo que se detivesse um instante na ponta da rua.

A fuga de casa no carro voador... A tia Guida sobrevoando as casas como um balão no ano seguinte enquanto ele arrastava seu malão pela rua... O esquadrão de aurores no quintal da tia para resgatá-lo no quinto ano... Dumbledore chegando à casa e enfrentando os Dursley, e finalmente o último dia ali, a 4 dias de fazer 17 anos, em que sete Harrys sobrevoaram aqueles céus.

– Voltou no tempo, querido?

A pergunta de Gina o fez voltar à realidade.

– Sim. Vivi muita coisa nessa rua.– ele disse, começando a se aproximar da casa com o número 4.

A rua estava deserta, embora fosse sábado.

– Curiosamente você é a única dos seus irmãos que nunca veio aqui.

Ela riu.

– Por pouco. Eu queria ter vindo tomar polissuco. Mas claro que ninguém deixou porque eu era de menor.

– Ainda bem, eu teria ficado maluco no céu sem saber se você continuava viva.

Gina se aconchegou mais nele, lembrando do medo que sentiu aquela noite, e o viu tocar a campainha do número 4.

– Agora não tem mais volta.– Harry sussurrou para a mulher.

– Não. E isso me deixa ainda mais orgulhosa de você. – ela sussurrou de volta e Harry sentiu seu rosto esquentar.

Rapidamente, Petúnia apareceu à porta, sorridente mas com uma enorme olheira que demonstrava que estava perdendo o sono.

Muito mais magra e enrugada do que Harry se recordava, Petúnia os cumprimentou com um abraço rápido e pediu que entrassem. Era notável que estava um pouco desconfortável com a situação.

Quando Harry e Gina estavam acomodados na cozinha, ela os serviu um chá e um bolo.

– Obrigada.– Gina disse educadamente ao pegar a xícara, pisando no pé de Harry para que ele fizesse o mesmo.

Ele também aceitou o chá, e vendo o olhar ansioso da tia, quebrou o silêncio.

– Tia, você sabe que se eu estou aqui é porque já os perdoei. Tudo bem, é passado.

– Ah, Harry...– a mulher o olhou, chorando– eu sinto tanto não ter sido a tia que você merecia ter...

O moreno se levantou e foi até ela, dando um tapinha nos ombros da tia, sem graça.

– Ei, passou. O que importa é daqui para frente agora.

A mulher chorou ainda mais, e deu em Harry o abraço de mãe que sempre se recusou a dar.

– Você tem a generosidade dela...– ela disse enxugando os olhos– e acho que isso era o que mais me irritava. Eu tinha inveja do que ela era, da bondade que demonstrava com todo mundo, e quando ela morreu eu quis mostrar ao filho dela onde que as pessoas boas vão parar, e te tratei mal na esperança de abolir essa bondade dela em você. Ah, querido, consegue mesmo me perdoar mesmo sabendo tudo isso?– perguntou, se afastando brevemente do sobrinho.

Harry fez que sim.

– Vocês reconheceram que erraram. Isso torna vocês pessoas boas também.

Gina deu ao marido um olhar marejado e repleto de orgulho, enquanto Petúnia o esmagava em mais um abraço.

Quando ela pareceu mais calma, Harry perguntou:

– E Duda, onde está?

– Ele está na casa da namorada, deve chegar daqui a pouco.

Harry assentiu.

Um acesso de tosse no andar de cima foi ouvido, e Harry e Gina sentiram um arrepio os percorrer. Harry estava tentando ganhar um tempo antes de ir até o tio, mas agora não teria mais como adiar.

– Bom, posso subir para falar com ele a sós?– Harry perguntou, cauteloso.

– Claro, por favor. Você conhece a casa, ele está no nosso quarto.– ela respondeu com a voz rouca.

Ele assentiu e deixou a cozinha enquanto Gina habilmente puxava assunto, perguntando a Petúnia como ela cuidava das plantas dela.

Harry olhou o armário sob a escada, dando um sorriso torto e subiu os degraus pensando em como iniciar a conversa com o tio.

Antes que dobrasse o corredor, outro acesso de tosse foi ouvido, e Harry se apressou para chegar ao quarto onde o homem estava.

Não fossem os olhinhos miúdos Harry não teria reconhecido o homem à sua frente como Valter Dursley. Completamente careca, uns 60kg mais magro, e sem os orgulhosos bigodes, o tio estava quase irreconhecível.

Tentando espantar o choque do olhar, Harry pegou um copo de água para o homem e o ofereceu.

–Obri...ga..do.– disse com um fio de voz, os olhos marejando e o rosto vermelho do esforço de tossir.

A cama hospitalar em que ele estava o deixava quase sentado em meio aos travesseiros. Um tubo fino saia do seu nariz e chegava a um cilindro de oxigênio. Ao lado, Harry viu uma mesa repleta de produtos hospitalares e remédios, e entregou um lenço de papel ao homem, que prontamente enxugou o suor em sua testa.

– Harry.. me... perdoe....

Harry pediu ao tio que fizesse silêncio.

– Não precisa falar nada, tá tudo bem tio. É passado, eu já esqueci. Descanse sua voz.

Valter riu com ironia, o que provocou novo acesso de tosse.

– Minha voz vai descansar para sempre daqui a pouco. Mas antes, eu preciso dizer que me arrependo muito de tudo que o fiz passar. Tudo por inveja minha e da Petúnia.

Ele tossiu, mas Harry o deixou continuar.

– Eu era um jovem ambicioso, e quando Petúnia me explicou como seu pai havia conseguido fazer coisas estranhas acontecerem no jantar em que fomos na casa deles, quis roubar a magia para mim. Eu achava que se pudesse ser mágico conseguiria resolver mais facilmente meus problemas, e obviamente lucraria infinitamente mais. Mas quando ela me explicou que isso não era possível, compartilhei do mesmo sentimento de revolta que ela, e juramos nunca nos aproximarmos deles ou de qualquer um daquele mundo. Até que a vida colocou você nos nossos braços, e fizemos de tudo para acabar com a sua magia. Trancamos você no armário, sem comida e água muitas vezes, fingindo não ver Duda tentando bater em você, fingindo não saber que as coisas que você fazia eram mágica e que você não podia controlar.

Harry se espantou. Não pensava que os tios soubessem reconhecer os eventos que ele provocava até os 11 anos como magia acidental.

– Sim, nós sabíamos. E tentamos a todo custo te impedir de ir pra escola, mas desse ponto em diante você já se lembra.

Harry assentiu.

Mais algumas tossidas depois, Valter continuou.

– Só quando caí doente foi que percebi a burrada que tinha feito a vida toda, e eu não posso ir embora sem pedir perdão.

– Eu já te perdoei. Mas o Sr ainda vai estar muito tempo por aqui.

Ele deu um sorriso triste.

– Garoto, não vamos mentir mais um para o outro. Nós dois sabemos que será um milagre se estiver vivo até semana que vem. Eu estou indo embora, Harry. Os médicos tentaram de tudo, e ontem me mandaram para casa para morrer.

As palavras do tio feriam Harry como facas. Por pior que o homem tivesse sido em vida, era difícil vê-lo derrotado.

– Posso apenas te pedir um favor?

– Claro.– Harry respondeu numa voz engasgada.

– Pode vir de vez em quando conversar com a Tunia e com o meu garoto quando eu não estiver aqui? Não gosto da ideia deles completamente sozinhos.

– Não se preocupe, tio, estarei sempre por perto, os apoiando.

Valter deu mais um acesso de tosse, e agarrou a mão de Harry.

– É o que eu precisava ouvir. – E Valter abriu a boca novamente para dizer obrigado mas a palavra nunca chegou aos lábios, em vez disso, começou a tossir e ficar cada vez mais roxo.

Harry, percebendo o que ia acontecer, gritou:

– Ajuda aqui em cima!

Não levou trinta segundos para ele ouvir os passos atrás dele.

– Pai!

– Valter!

Petúnia e Duda chegaram no quarto a tempo de ver o homem olhar para eles uma última vez e tentar dar um sorriso. E então, fechando os olhos, a mão que Harry segurava se afrouxou e caiu sob a cama, e Valter Dursley não mais se mexeu.

Harry deu dois passos para trás, trêmulo, e Gina, que acabara de chegar ao quarto, o ajudou a se sentar numa cadeira, enquanto Petúnia e Duda choravam abraçados ao corpo já sem vida, implorando para que respirasse de novo.

Sabia que o tio estava perto da morte, mas daí a vê-lo morrer assim, na sua frente, era mais horrível do que qualquer pesadelo que pudesse ter tido. Apertou firme a mão de Gina, e respirou fundo para se acalmar, ignorando o queimor nos olhos.

Foi até o primo e o abraçou com força, que retribuiu.

– Sinto muito, Duda.

– Eu também.– respondeu sem realmente pensar no que dizia.

Quando Petúnia conseguiu se recompor um pouco, eles rapidamente organizaram um funeral, apenas para amigos e funcionários da Grunnings.

Como o enterro seria na manhã seguinte, Harry e Gina concordaram em passar a noite ali, na rua dos Alfeneiros, e então a ruiva despachou um patrono para avisar a Gui que não buscariam o afilhado aquela noite.

Em poucas horas, o corpo do homem voltou em um caixão, colocado na sala, em volta de velas e várias coroas de flores de vizinhos e amigos.

Petúnia e Duda passaram as próximas horas abraçando e sendo consolados pelas pessoas. Duda estava tão calado quanto no dia do ataque do dementador, e Petúnia soluçava nos ombros de vizinhos que ela nunca sequer havia conversado.

– Eu não suporto mais olhar isso. Eu preciso de uma água.– Harry sussurrou para Gina, afrouxando o nó da gravata que usava, o suor escorrendo pelo rosto.

– Vamos, querido.

Ele pegou a mão de Gina  para ir até a cozinha, mas chegando no corredor, seu olhar recaiu sobre a portinha vista abaixo da escada. Ele a levou até  o armário minúsculo, abrindo a porta.  

– Este é meu famoso armário.

A ruiva deu um sorriso triste e acendeu a luz.

Os dois se agacharam e sentaram na cama espremida ali.

Gina olhou com tristeza o teto cheio de aranhas, pensando como uma criança conseguiu passar dez anos ali, enquanto Harry olhava a estante distraído.

– Olha, ainda tem uma moto de brinquedo aqui.

Uma pequena motocicleta estava na estante. Harry a tirou, levantando uma cortina de poeira, e deu a Gina, que o olhava com uma mistura de orgulho e pena.

– É o homem mais forte que conheci, Harry.

Eles se olharam por algum tempo, em silêncio, e então ele se levantou, com cuidado para não bater a cabeça.

– Chega de reviver o que já passou. Vou pegar logo essa água, tô morto de sede.

Gina riu.

– Eu também.

Após pegarem a água, sabendo que Harry ainda estava mal, em vez de voltarem ao velório Gina o fez se sentar no banco do jardim. Ali, debaixo do sol escaldante do fim de junho, Harry a divertiu apontando para a sebe onde havia visto os olhos de Dobby pela primeira vez.

– Não há um dia que eu não sinta falta dele, Gina. Aliás, de todos que foram embora.

Gina se recostou nos ombros de Harry, o abraçando de lado.

– Todos nós sentimos, querido. Mas é a ordem natural das coisas. Vamos perder as pessoas até que um dia elas vão nos perder.

Harry confirmou com a cabeça e os dois ficaram ali, colados um no outro e perdidos em pensamento até anoitecer.

[...]

Uma semana havia se passado.

Após o enterro na manhã do domingo, aliviado que tivesse conseguido superar o passado e perdoar o tio antes que fosse tarde, Harry prometeu estar sempre por perto, e deixou o endereço com os trouxas, para que os visitassem quando quisessem.

Gratos, Duda e Petúnia demonstraram ter perdido o preconceito com a magia, e os surpreenderam com um abraço e um “obrigado” de cada um antes que aparatassem.

Entre sonhos com o tio e problemas no trabalho, Harry passou uma semana cansativa. Então foi com absoluto alívio que viu a chegada do domingo.

– Bom dia, amor. – Harry acordou a mulher com um selinho enquanto segurava uma recheada bandeja de café da manhã.

Gina sorriu antes mesmo de abrir os olhos.

– Bom dia. –  murmurou sonolenta. E então ficou surpresa com a bandeja de café na mão dele.  

–  Uau, Harry. Estamos comemorando algo hoje e eu esqueci? – Ela perguntou rindo enquanto se sentava para comer.

–Não– Harry se sentou na cama ao lado dela– Apenas estou feliz de passar o dia todo com minha mulher.

Uma batidinha na porta fez Harry se corrigir.

– E com nosso garoto.

Gina gargalhou e colocou um morango na boca, enquanto Harry abria a porta para Teddy.

– Mamae não vai fazer café hoje? Tá dodói? – Ele perguntou, subindo na cama.

– Não, pequeno, não to doente. Harry que resolveu cozinhar hoje enquanto a mamãe dormia.

– Hmm. O que vamos fazer hoje, papa?– perguntou enquanto pegava um biscoito na bandeja.

Harry se juntou a eles e puxou o afilhado para seu colo.

– Que acha de irmos para a piscina?

– Eba!

Gina e Harry riram com o gritinho animado do garoto.

– Mas antes vamos acabar com esse café, sim?– ele apontou para a comida, quase intacta.

Teddy e Gina fizeram que sim, e os três passaram o dia na piscina comunitária do bairro Pilmico, onde Teddy era obrigado a usar um chapéu 100% do tempo para que os trouxas não notassem o cabelo mudando de cor.

No fim da tarde, Harry depositou um Teddy bronzeado e completamente adormecido na cama, e beijou sua testa.

– Boa noite, meu garoto.

Ele se levantou e se assustou com Gina parada à porta, sorrindo bobamente.

– Eu amo ver você cuidando do Teddy.

Harry sorriu, e abraçou a mulher.

– Eu amo cuidar dele. E de você.

Gina riu.

– E eu preciso ser cuidada, é?

Harry mordiscou a orelha dela, enquanto caminhavam para o quarto.

– Precisa. É dever do marido proteger a esposa.– ele cochichou no ouvido dela.

– É mesmo? E o que mais é dever do marido?– perguntou fingindo inocência.

– Isso.– Harry puxou Gina para si, desatando o nó na canga, que em segundos estava no chão, assim como todas as roupas dos dois.

[...]

Agora, a segunda já aparecia no céu, e Harry estava pronto para mais um dia de trabalho após uma noite tranquila de sono.

Gina rapidamente aprontou o café da manhã dos dois, fez o lanche de Teddy antes de levá-lo para a escolinha bruxa, se arrumou, e se despediu de Harry para levar o garoto à escola e depois ir direto ao treino.

O moreno então, feliz com a rotina corrida de toda manhã, entrou na lareira e de repente estava no ministério.

Ao vê-lo, os funcionários começaram a cochichar, mas Harry estava muito acostumado com isso para se importar, então apenas seguiu tranquilo até o elevador.

Ao chegar na sua sala, que dividia com o cunhado, Ron já havia chegado.

– Ei cara, bom dia.

Ron deu um pulo da cadeira, e escondeu o jornal atrás das costas, e sorrindo amarelo.

– Bom dia.

Harry ergueu as sobrancelhas, confuso.

– Que tem aí atrás, Ron? O que tá escondendo?

– Nada, nada importante.

– Ron...– Harry perguntou mais uma vez, já começando a se irritar.

– Relaxa, cara, nada demais.

Bufando, Harry percebeu um jornal caído atrás do ruivo e apontou a varinha.

– Accio Profeta Diário!

Ron deu um tapa na própria testa, enquanto Harry olhava incrédulo a primeira página.

Estampado na primeira página, uma enorme fotografia de Harry e Gina no funeral do Valter.

O ELEITO É VISTO EM REUNIÃO EM CEMITÉRIO TROUXA

Harry Potter, para sempre reconhecido por quase todos como herói por liquidar você-sabe-quem, embora discreto sobre sua vida pessoal, nem sempre consegue passar despercebido pelas lentes curiosas da população. A fotografia acima, recebida anonimamente pelo Profeta, mostra ‘O Eleito’ aos cochichos com a mulher e alguns trouxas em um cemitério. O curioso ou curiosa que os flagrou enviou, junto com a foto, o seguinte questionamento: o que um bruxo mundialmente famoso pode querer com trouxas? Estariam num funeral realmente, ou armaram a cena para despistar uma conversa? E se é o segundo caso, porque fazer às escondidas?

A fonte diz não ter reconhecido nenhum dos trouxas, mas estamos investigando para chegar ao fundo desse mistério. Assim que possível voltamos a informar a vocês os passos e as intenções daquele que todos dizem ser nosso herói.

Harry se largou na cadeira, e atirou o jornal na lareira, furioso.

– Dá para acreditar que o profeta tá vasculhando minha vida de novo?

Ron apenas olhou para o amigo, sem saber o que dizer.

– Sinto muito cara.

– É, eu também sinto.

De repente, o fogo da lareira mudou, assustando Harry e Ron, e a cabeca de Gina apareceu.

– Gina!– ele e Ron foram até a lareira, se agachando.

– Harry, já viu a matéria de bosta que colocaram no jornal, com a nossa foto no enterro do seu tio?

– Já. – Harry bufou mal humorado.

– Eu só vi agora, no meio do treino. As meninas estavam escondendo de mim, mas claro que descobri.– disse dando um significativo olhar para Ron, como se soubesse que o irmão teria feito a mesma coisa com Harry.– Você não vai deixar isso assim, né amor? Daqui a pouco vão me fotografar de calcinha dentro do nosso banheiro!

– Não, baby. Vou falar com Kingsley, exigir que descubram quem tirou a foto e que se retratem das insinuações.

Gina assentiu.

– Ótimo. Agora tenho que ir, nos vemos em casa. Tchau Ron.

– Tchau.

– Até, amor– Harry deu um sorriso triste.

Quando a mulher se foi, ele se jogou novamente no sofá, socando o estofado.

– Tá vendo porque não posso deixar pra lá? Não é só a minha vida, é a vida da sua irmã que eles estão atrapalhando também. Mas quem diabos seria tão ridículo de sair tirando fotos minhas e me acusando?

Nesse momento, a varinha caiu da mão de Ron.

– Harry, olhe só, quem foi a única pessoa que não capturamos após a fuga de Azkaban e que pensamos ter morrido?

Harry olhou incrédulo para o cunhado. Contudo, era muito possível que ele estivesse com a razão.

– Vem comigo. Vamos falar com Kingsley agora mesmo.

O ruivo assentiu e os dois saíram ventando pelos corredores.

– Precisamos ver o ministro. É urgente.– Harry disse ao secretário.

Ele assentiu e foi avisar Kingsley da visita de última hora.

– Pois não, rapazes, o que é tão urgente?

Indo direto ao assunto, Harry apenas cuspiu as palavras.

– Precisamos recomeçar as buscas a Rita Skeeter.

 


Notas Finais


No fim, os Dursleys se tornaram pessoas melhores. Gostei de dar a eles uma segunda chance, afinal, são humanos, e guardar rancor pra sempre faria mal a Harry. Pena que para Válter o perdão quase foi tarde demais.
Eventualmente eles podem voltar a aparecer na temporada, vejamos para onde minha cabeça vai nos próximos capítulos.
Sim, Skeeter não morreu na batalha de Azkaban. Em meio a tantos duelos, ninguém se lembrou do besouro atrevido... e eis que ela volta para atazanar... Será que dessa vez eles a pegam de vez?


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