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História New Life, New Love - Melhores amigos.


Escrita por: shamexangel

Notas do Autor


Oláaa! \o Olha a titia Shamex -masoq- mas uma vez aqui para um novo capítulo de 2NL. ^-^
Para as leitoras antigas, tá chegando capítulo novo heeein? É o próximo. /desesperadaporqueparavariarnãoconseguiuescreverainda.
Boa leitura people!

Capítulo 18 - Melhores amigos.


POV Kyu Hyun:

 

 A buzina do táxi soa mais uma vez, enquanto eu e Sung Min acenamos para o motorista. Estamos de volta a instituição. Agora nossa rotina voltará ao normal. Nada de roupas para fazer, nada de coisas para se aprender na fazenda, e o pior de tudo, nada de privacidade para nós dois, o que me faz ter raiva de mim mesmo por só ter tomado coragem para tomar uma atitude no último dia livre que tínhamos.

 Já sabíamos que isso iria acontecer, uma vez que dormimos em um quarto onde Ye Sung e Ryeo Wook também dormem. Além do fato de sermos amigos das pessoas mais intrometidas e fofoqueiras de toda a escola: Kim Hee Chul e Lee Hyuk Jae. Mas isso são somente detalhes. Tenho certeza que, se Eun Hyuk e Dong Hae arrumam privacidade, nós também podemos arrumar. Só teremos um pouco mais de dificuldade, nada absurdo.

 Sinto minha mão ser segurada e olho para o lado, encontrando o sorriso mais perfeito que já vi. Não tardo em retribuir o sorriso de Sung Min e entrelaçar meus dedos aos dele, podendo assim atravessar o grande portão e adentrar o pátio do lugar. Incrivelmente me sinto novamente no primeiro dia de aula, porém em uma realidade paralela, onde Sung Min nunca tinha se mudado, continuamos amigos por todo esse tempo e decidimos vir para a mesma escola de música só para não nos separarmos. Mas é claro que isso não chega nem perto da verdade. Até porque já podemos avistar o nosso grupo sentado próximo ao chafariz.

 Resolvemos nos encaminhar para lá até mesmo antes de arrumarmos nossas malas no quarto, uma vez que Sung Min está louco para contar ao para Dong Hae e Lee Teuk. Esse jeito afeminado dele é um tanto engraçado. Parece até mesmo aquelas meninas que acabam de voltar de férias e tem de contar as fofocas para o grupinho dela. Mas tudo bem... Quem sou eu para julgar o que ele gosta ou não de fazer?

Antes mesmo de nos aproximarmos por completo, Minnie larga minha mão e corre em direção aos amigos. A primeira coisa que ele faz é se jogar em cima de Lee Teuk, o que faz ele ter de segurar o mesmo para que os dois não caiam na água. Admito que seria uma cena engraçado e que eu adoraria ver, mas não posso desejar algo desse tipo para os dois. Mas se fosse com Ki Bum... Provavelmente eu iria querer.

— Isso... Esquece mesmo de dar oi para os amigos e fica ai com cara de paisagem. — Escuto a voz que tanto senti falta durante esses quatro dias, fazendo assim com que eu volte a realidade e sorria largamente, para então passar os braços em volta do corpo magro do meu melhor amigo.

— Hee Chul hyung... Estava com saudades. — Digo, enquanto ele passa os braços ao redor de meu corpo e finalmente retribui o abraço.

— Não pareceu! — Ele retruca fazendo com que eu ria baixo. Esse jeito dele, todo mandão e irritado, não passa de faixada. Hee Chul é realmente uma pessoa meiga, quando ele quer.

 Resolvo não retrucar aquilo e somente corresponder ao abraço que ele me dá. É incrível como senti uma tremenda falta desse homem. Não que eu não tenha aproveitado e gostado do tempo que passei na fazenda da família Lee, mas senti falta do meu melhor amigo em certos momentos. Adoraria ver como Hee Chul se sairia em uma fazenda. Ele não gosta de animais, não gosta de mato, não gosta de inseto... É, acho que ele iria morrer ou ficar louco.

 Sinto os braços dele soltarem meu corpo e com isso percebo que tenho de fazer o mesmo. Meu corpo então é afastado minimamente, enquanto minha mão direita é segurada por alguém. Acabo arqueando uma sobrancelha e olho para o lado, encontrando assim um sorriso travesso e um olhar deslumbrado para a minha mão. Eun Hyuk continua olhando fixamente e por isso acaba chamando a atenção de todos presentes. Eu realmente não sei o que ele tanto olha, porém, como uma resposta, escuto um grito vindo de Hee Chul.

— Como assim? Que anel é esse? O que isso significa senhor Cho Kyu Hyun? — Meus ombros automaticamente se encolhem. Não que eu tenha medo dele, mas talvez seja por vergonha de todos já terem reparado no anel e estarem praticamente se jogando em cima de mim para saber o que seria aquele objeto, qual seu significado.

 Sinto meu rosto esquentar, sabendo assim que estou começando a ficar envergonhado. Nunca recebi tanta atenção por uma simples coisa e agora parece que minha mão, ou o que tem nela, se tornou o centro das atenções.

 Respiro fundo para explicar para meus amigo o motivo daquele anel estar no meu dedo, mas antes que eu possa começar a falar sinto meu braço ser puxado e então me vejo sendo levado para perto de Sung Min. Mais uma vez fico sem entender nada, até que a voz de Eun Hyuk se faz presente no pátio.

— Está mais do que na cara o que isso significa. — Ele começa, fazendo com que eu e meu ursinho o olhemos um pouco confusos. — O fofura também tem um. Isso só pode significar que... Vocês estão juntos. — O final da frase é simplesmente berrado por ele, enquanto o mesmo começa a pular feito um macaco para lá e para cá.

 Acho que essa não é a melhor maneira de explicar as coisas, uma vez que Hee Chul e Ki Bum nos olham como se fossem nos fuzilar ou qualquer coisa do tipo. O segundo realmente não me interessa, uma vez que minha vontade é esfregar na cara dele que eu estou namorando Sung Min e ele está ali, com cara de idiota, simplesmente admirando a paisagem. Porém Hee Chul é outro caso, ele eu sei que tenho que temer, porque essa é uma novidade que eu deveria ter lhe contado no momento em que pisei novamente nessa instituição, porém não o fiz. Com certeza irei escutar horrores assim que ficarmos a sós. Mas talvez, e somente talvez, ele não fique tão chateado ao descobrir a surpresa que tenho para ele.

 Como eu já imaginava, Hee Chul simplesmente vira o rosto, mas não antes de sibilar algo como “Mais tarde a gente conversa” e me mandar o olhar mais perigoso que já vi em toda a minha vida. Eu somente assinto com a cabeça, engolindo a seco, para então voltar a focalizar o grupo todo, percebendo assim que existe um pequeno bolo de pessoas em volta de Sung Min, tentando ver o anel dele.

 Incrivelmente, depois de possuirmos esses objetos, parece que viramos duas celebridades no grupo, como se fosse algo simplesmente impossível de aceitar ou até mesmo ter. Se existem tantas pessoas que namoram aqui dentro, qual o problema de nós dois termos anéis de compromisso? Tudo bem, é um pouco clichê e até mesmo idiota, mas mesmo assim, não tem nada demais nisso. Ou será que tem?

— Ah! Eu quero um também Hyuk. — Escuto a voz manhosa de Dong Hae, enquanto o mesmo segura o braço do namorado e fica o chacoalhando igual um louco.

 Me limito a rir baixinho, enquanto recebo mais um olhar fuzilador, desta vez vindo de Eun Hyuk, uma vez que o “peixinho” não o deixa em paz um só minuto. Meio que a força ele o diz que vai lhe dar um anel quando completarem dois anos, fazendo com que o mesmo dê pulos de alegria.

 Acho que a nossa iniciativa fez com que todos os ukes, e eu posso dizer isso uma vez que é mais do que óbvio quem é o seme e quem é o uke nos casais do grupo, implorassem com uma voz chorosa por um anel tão bonito quanto o nosso.

 Ryeo Wook praticamente chorou ao pedir um para Ye Sung, que simplesmente lhe respondeu com um “Eu vou pensar no assunto Wookie”. Lee Teuk não aceitou um não como resposta de Kang In, que aceitou sem objeções o pedido pelo simples fato de ter medo do nosso líder. Dong Hae ficou pulando por um bom tempo falando que ganharia assim que completasse dois anos, mas pelo que eu sei isso ainda vai demorar, uma vez que ele e Eun Hyuk não possuem nem mesmo um ano de namoro. Realmente, acho que Hyuk é o mais inteligente de todos nós. Ou talvez Dong Hae que seja lerdo demais e fácil de se enganar, porque, infelizmente, ele sempre é passado para trás pelo macaco.

 O clima entre nós é de total romance, uma vez que depois dos chiliques todos os casais resolvem se abraçar e ficar cheios de amor. Claro que não deixo a oportunidade passar e rapidamente envolvo a cintura de Sung Min, o puxando para perto. Percebo um olhar pesando sobre nós e olho na direção, encontrando assim Ki Bum de braços cruzados e uma expressão nada amigável.

A cena só me dá vontade de gargalhar até minha barriga doer e eu ficar sem ar, mas invés disso eu somente solto meu ursinho e sussurro em seu ouvido que é melhor ele conversar com o amiguinho dele. Ele parece concordar comigo e então se afasta, indo até o monstro das neves e o abraçando de forma calorosa. Incrivelmente aquilo o desarma totalmente e rapidamente os dois já estão trocando um abraço tão demorado que chego a ficar com um pouco de ciúmes, apesar de saber que isso seria a maior idiotice de minha vida.

 Aproveito o fato de Sung Min estar ocupado para ir até Hee Chul e pegar sua mão. Ele me olha e arqueia uma sobrancelha, sem realmente entender o motivo daquilo. O chamo com a cabeça e então começo a caminhar em direção a entrada da instituição. Sei que não devo dar satisfações ao Minnie, uma vez que ele já sabe o que estou indo fazer, assim como eu sei que assim que chegar ao meu quarto irei dar de cara com ele e Ki Bum conversando animadamente.

 Ignoro as pessoas que passam por mim, uma vez que a maioria delas eu nem ao menos conheço, e rapidamente já estou no dentro do elevador. Se existiu uma única coisa que não fez a menor falta durante esses dias foi essa lesma mecânica. Será possível que ela continua tão lerda quanto antes?

 É Hee Chul quem aperta o botão, para logo em seguida ficar ao meu lado e enlaçar os dedos aos meus. A porta fecha, aparentando estar mais lerda do que da última vez que andei nele, e então a máquina começa a se mover. A demora parece uma eternidade, então deduzo que somente estou desacostumado a andar em algo tão lerdo quanto isso aqui. Simplesmente ignoro o fato e espero o tempo necessário para então ver a porta se abrir na mesma lerdeza de antes e finalmente poder sair de dentro daquilo.

 Caminhamos lado a lado até pararmos em frente a porta do quarto de Hee Chul. Sempre que queremos conversar ficamos aqui. Não que no meu quarto seja impossível, mas acho que ele se sente melhor em seus domínios.

 Chul é o primeiro a entrar, abrindo caminho para que eu entre logo em seguida. Ele fecha a porta do quarto e logo se encaminha para a cama que lhe pertence. Eu me sento no chão, uma vez que sei que ele não gosta de dividir espaço com ninguém. Sei que a primeira coisa que vou ouvir será algo relacionado ao anel, mas realmente não me importo. A novidade que irei lhe contar será algo que o fará esquecer qualquer coisa.

— Então... Você e Sung Min estão namorando? — Ele pergunta, mas eu sei que não devo responder por que provavelmente é retórica. — Como você não me contou no momento em que pisou naquele pátio? Eu sou seu melhor amigo! Acho bom você começar a contar todos os detalhes... Agora! — As frases são praticamente berradas por ele, que gesticula freneticamente enquanto fala e dá ênfase a palavras como “Eu”, “Melhor amigo”, “Todos” e principalmente “Agora”.

 Nem ao menos penso em desobedecer as ordens que me são dadas e rapidamente começo a falar. Conto que acabei indo para a casa dos avós de Sung Min, uma vez que não pude voltar para a minha porque meus pais estavam viajando. E que lá eu e ele acabamos ficando ainda mais próximos, mesmo que ele passasse boa parte do dia no seu ateliê e eu na fazenda com seu avô, andando a cavalo e ouvindo sobre o passado do meu ursinho.

 Ele escuta atentamente a tudo que falo e felizmente está mais calmo, o que me faz ter mais vontade de lhe contar tudo. Continuo a falar, contando que o Sr. Lee me disse que Sung Min sempre foi gay, ou pelo menos desde os treze anos, que foi quando ele beijou o primeiro menino. Esse fato faz Hee Chul rir descontroladamente e apertar minhas bochechas, enquanto solta um “Ele já te queria há tempos hein?”, o que me faz mostrar a língua para ele. Deixo o comentário de lado e lhe conto que fui incentivado pela Sra. Lee a ir até o shopping da cidade e comprar um anel para Sung Min, para assim podermos firmas compromisso, uma vez que já parecíamos como dois namorados, porém sem estarmos realmente namorando. E então termino falando que nós fomos até o restaurante e então eu o pedi em namoro.

 Para minha surpresa, Hee Chul arregala os olhos e abre a boca, mostrando o quão surpreso com tudo aquilo ele está. Nem é algo tão difícil de se acreditar, não é? Tudo bem que eu demorei um bom tempo para conseguir tomar coragem e admitir para mim mesmo que eu gostava de Sung Min e tomei ainda mais tempo para contar isso para ele, mesmo que ele já soubesse do fato, mas não é impossível acreditar que eu tomei essa coragem e fiz o que todos esperavam que eu fizesse.

— Estou orgulhoso de você. — Ele me diz, enquanto se senta no chão junto a mim e segura minha mão. — Mas deveria ter me contado antes. — O clima afetivo some da mesma maneira que surgiu, do nada, para então Hee Chul me dar um forte tapa na coxa e me fazer soltar uma exclamação de dor.

— Isso dói sabia? — Digo, mostrando a língua para ele em seguida. — Não te entrego mais o que eu trouxe para você. — Eu sei que estou correndo um grande risco de morrer ao falar isso, mas tenho que provoca-lo, caso contrário esse não seria eu.

 Os olhos de Hee Chul parecem brilhar, mas não de uma maneira doce e sim de uma maneira perigosa. Sei que ele quer saber o que é que lhe trouxe e quer ver. Ele praticamente pula em cima de mim e começa a gritar coisas como “Me dá logo”, “Eu quero saber o que é” e outras coisas do tipo. Eu fico somente rindo, enquanto tento o tirar de cima de mim, enquanto ele continua tentando procurar por algo e me bater quando percebe que não achou nada onde procurou.

 Depois de alguns poucos minutos tentando, Chul finalmente desiste e volta a se sentar, cruzando os braços em frente ao peito e fechando a cara, formando um bico fofo nos lábios. Eu me limito a rir baixo, somente para não lhe causar mais raiva do que já lhe causei, e então volto a me sentar de frente para ele.

 Tateio o bolso traseiro da minha calça, procurando assim pelo papel onde o número de Han Geng se encontra. Assim que sinto o mesmo o puxo para fora do bolso e o estendo para Hee Chul. Ele parece confuso com a situação e então abre o papel para entender melhor. Novamente o brilho volta para seus olhos, porém desta vez é de emoção. Já posso ver lágrimas se formando no canto de seus olhos e isso me deixa emocionado. Não que seja algo para me fazer chorar, porém é algo que me alegra. Saber que agora ele poderá ligar para o amor da vida dele é algo que me deixa bem. Saber que eu sou a pessoa que fará com que isso possa ser real, me deixa ainda melhor.

 Sorrio para o mesmo, enquanto ele praticamente se joga em cima de mim mais uma vez e me abraça totalmente desajeitado. Não demoro nem um cinco segundos para retribuir o abraço e acariciar seus cabelos, ouvindo assim um choro baixo vindo da parte dele. Isso só faz com que meu sorriso se alargue e eu praticamente solte fogos por ter conseguido fazer algo de bom para o meu melhor amigo.

 Ele parece não acreditar que realmente está com o número do chinês em suas mãos, sem contar na confusão que está estampada em seu rosto. Por que diabos ele está confuso? O número está ali, só falta ele pegar um telefone e discar para o mesmo.

— O número... É daqui! — Ele sussurra, mais para si mesmo do que para mim. — Han Geng está... Na Coréia! — Um grito de alegria misturada com raiva sai da boca dele, me assustando e fazendo com que eu praticamente salte do chão e consiga ficar de pé.

 Hee Chul se levanta e começa a andar de um lado para o outro, murmurando algumas coisas para si mesmo que não consigo descobrir o que são. Ele fala baixo demais e quase não move a boca quando está falando, então fora de cogitação eu descobrir qualquer coisa.

 Resolvo me aproximar dele, recebendo assim sua atenção. A expressão dele é um misto de esperança e frustração. É incrível como ele é totalmente estranho nesse ponto. Eu ficaria somente feliz com a situação, porém Hee Chul sempre vê o ponto positivo e o ponto negativo de cada uma das coisas e aposto que nessa situação ele focará no ponto negativo, porque é do feitio dele.

— Baby Kyu... — Ele começa, fazendo com que eu preste total atenção no mesmo. — Eu deveria estar feliz por saber que ele está aqui na Coréia, porém... — O olhar dele se direciona para o chão e percebo que uma enorme vontade de chorar o atinge.

 Rapidamente passo os braços ao redor do corpo dele, começando um abraço acanhado, somente para confortá-lo e mostra-lo que eu estou aqui e que ele não precisa se preocupar com nada. Isso parece fazer com que ele fique mais tranquilo e então possa continuar a falar.

— Porém ele não veio me ver, não me procurou... Nem ao menos quis saber de mim. — As lágrimas agora já escorrem por seus olhos, mostrando assim que, por mais que Hee Chul tenha tentado, ele não conseguiu deter as mesmas.

— Isso é mentira Chul. — Digo, recebendo assim sua total atenção. Sung Min me contou toda a verdade por trás do sumiço de Han Geng e o motivo de sua volta. — Ele quis te procurar, mas não podemos receber visitas aqui e Lee Teuk disse que em breve vocês se encontrarão. —A felicidade volta a brilhar nos olhos de Hee Chul, fazendo com que meu sorriso volte ao meu rosto.

 O grito de alegria que ele solta faz com que eu solte uma gargalhada, sendo logo acompanhado pelo mesmo. Rapidamente ele já está buscando por seu celular, enquanto murmura que não aguenta mais esperar para poder escutar a voz de seu chinês. Eu acho tudo isso muito engraçado, mas depois que conheci Sung Min passei a entender melhor as pessoas apaixonadas. É realmente desesperador ficar um dia se quer sem poder ouvir a voz da pessoa amada. Não vê-la é torturante e não saber notícias... Bem, isso deve ser a pior coisa do mundo. Parece que agora eu consigo entender melhor toda a situação que Hee Chul viveu e como deve ter sido a pior coisa que já lhe aconteceu em toda sua vida.

— Achei! — Escuto ele berrando no andar de baixo, me fazendo gargalhar mais uma vez pelo fato de seu celular estar provavelmente jogando em algum canto perto da cama de uma das pessoas que dormem aqui.

 Em menos de dois minutos Hee Chul já está novamente no segundo andar, se sentando ao meu lado e pegando o papel para poder discar o número. Enquanto ele aperta as teclas consigo ver o quão nervoso e apreensivo ele está. Seguro sua mão livre, enquanto ele coloca o celular no viva voz para que eu possa escutar sua conversa. A minha ação lhe passa um pouco de confiança e ele respira fundo, enquanto esperamos pacientemente que o chinês atenda a ligação.

 Um, dois, três, quatro, cinco toques e finalmente a voz de Han Geng preenche os nossos ouvidos, fazendo Hee Chul apertar minha mão com tanta força que penso que pode até mesmo quebrar alguns dos ossos. Mesmo assim eu ignoro o fato e me concentro em prestar atenção na conversa.

— Ér... Han Geng? — Eu quem pergunto isso, uma vez que meu amigo está simplesmente paralisado ao meu lado. Me pergunto se o mesmo está conseguindo respirar, já que ele mais parece uma estátua.

— Eu mesmo! Quem é? — Ele parece não reconhecer o número, porque é bem provável que Hee Chul tenha mudado de celular desde a última vez que os dois se falaram pelo aparelho.

— Han... Geng... — Somente um sussurro sai da boca da criatura de cabelos vermelhos, me fazendo focalizá-lo. Ele está mais branco do que o comum e as lágrimas voltaram para seus olhos, fazendo com que os mesmo estejam marejados.

— Hee... Hee... Chul? —O chinês parece incrédulo, como se fosse simplesmente impossível que o mesmo estivesse o ligando.

— Eu... Sou eu! — Hee Chul praticamente berra do meu lado, pegando o telefone em seguida e o colocando perto da boca. — Ah! Meu chinês, como eu queria escutar sua voz, te ver e...

— Eu não acredito. — A voz de Han Geng volta a se fazer presente, cortando assim o que Hee Chul estava falando. Eu fico abismado com a frase que sai do telefone. Por acaso Han Geng não acredita em todas as coisas que Hee Chul estava falando e por isso o cortou? Porra! Se for isso, espero que ele morra.

— O que? — Mais um berro, desta vez de incredibilidade, sai da boca do ruivo, me fazendo realmente saltar e bater com a bunda no chão. Solto uma exclamação de dor, porém ninguém dá a mínima, para minha sorte.

— Eu não acredito que estou falando com você. Quero dizer... Eu desejei tanto que esse momento fosse real. — A explicação logo vem, fazendo nós dois sorrirmos. Eu me limito a somente alargar o sorriso, enquanto Hee Chul solta algumas exclamações de felicidade.

 Não quero fazer barulho para não atrapalhar o casal. Novamente o ruivo pega celular e me olha com uma cara pidona, fazendo um pedido mudo para que eu lhe deixe tirar do viva voz, para que tenha um pouco de privacidade. Eu assinto com a cabeça, vendo rapidamente ele se afastar enquanto coloca o celular grudado a orelha e exibe o sorriso mais lindo que já vi em seus lábios.

 Acho que essa é minha deixa para ir para o quarto e aproveitar um tempo com Sung Min, mesmo que eu tenha acabado de ficar quatro dias a sós com ele. Para mim, os quatro dias não foram o suficiente, até porque, como eu já cometei, só no último tivemos realmente um tempo a sós.

 Me levanto da cama, chamando assim a atenção de Hee Chul. Somente aceno para ele, recebendo um aceno de volta da parte dele. Me limito a sorrir por causa da situação e rapidamente descer as escadas. Caminho em direção a porta e logo já passo pela mesma, parando assim no corredor. Agradeço por não ter de pegar o elevador para ir até o quarto, uma vez que eu e Hee Chul “moramos” no mesmo andar, somente em quartos diferentes. Caminho lentamente pelo corredor, rezando mentalmente para que Ki Bum não esteja no quarto quando eu entrar lá e para minha felicidade, isso acontece.

 Assim que piso em frente ao meu quarto, a porta se abre, revelando assim um monstro das neves relativamente sorridente, para alguém que raramente muda de expressão, e meu ursinho se despedindo. Ki Bum rapidamente fecha a cara quando me vê, enquanto eu abro um sorriso um tanto quanto sínico para o mesmo. Sei que estou sendo repreendido pelo olhar de Sung Min, mas realmente não me importo. Só permito que o sorriso saia de meu rosto quando já estou dentro do quarto e Ki Bum está em algum lugar que não aqui.

 Antes que Sung Min possa reclamar eu o abraço e o puxo para perto de mim, colando assim meus lábios aos dele. Ele até tenta lutar contra, porém eu não desisto e em pouco tempo ele já desiste e cede ao meu beijo, correspondendo de maneira tranquila e amorosa.

 Os braços dele vão até meu pescoço e o enlaçam, enquanto os meus envolvem sua cintura, podendo puxá-lo mais para perto do que antes. Sinto meus cabelos serem puxados de maneira leve e o corpo de Sung Min se impulsionando para cima. Rapidamente sei o que ele quer e então levanto seu corpo, enquanto ele enlaça minha cintura com as pernas.

 Penso em caminhar até minha cama, porém não sei se é um momento adequado para isso. Tenho medo de fazer as coisas erradas, então somente me concentro em beijar o mesmo, até que escuto um murmuro vindo do segundo andar, o que faz com que nós nos separemos imediatamente.

— Muito obrigado pela compreensão. — Ye Sung se pronuncia, nos olhando com certa raiva. Como se ele e Ryeo Wook nunca fizessem nada neste quarto.

— Desculpe. — É Sung Min quem pede, me fazendo olhá-lo com certa incredibilidade. Ye Sung somente vira de costas e volta a falar com Ryeo Wook. Eu nem reparei que os dois estavam aqui dentro quando eu entrei, mas isso foi somente um pequeno detalhe.

 Olho para meu ursinho e sorrio para o mesmo, que rapidamente retribui, mostrando todos os seus dentes perfeitamente brancos. Desta vez me limito em somente segurar sua mão e o puxar para ir até minha cama. Assim como Ye Sung e Ryeo Wook podem ficar lá em cima, juntos, nós podemos ficar aqui.

 Sung Min não nega e nem ao menos tenta lutar contra a minha iniciativa, por isso, assim que chego até meu colchão, o puxo para cima de mim e ele cai deitado ao meu lado. Solto um riso baixo, só porque não quero ser novamente repreendido por um certo veterano, e alguns segundos depois sinto um tapa em braço. Faço uma careta de dor, somente para chamar um pouco de atenção para mim, porém não funciona. Sung Min só começa a rir e me dá outro tapa, muito mais forte que o anterior e que realmente doeu, mas deixo isso para lá.

— Está afim de ver algum filme? — Pergunto, mesmo sem nem ao menos saber qual filme podemos assistir.

—Sim! Podemos assistir algum desenho no seu notebook né? — Ele soa tão animado na pergunta que me recuso a dizer não.

 Rapidamente me levanto e pego o notebook, já o ligando com certa pressa. Como Sung Min adora desenhos animados eu já tenho alguns salvos aqui, uma vez que já somos amigos há um certo tempo e agora namorados. Enquanto estávamos no sítio ele me fez salvar mais desenhos porque ele queria ver.

 Volto a me deitar ao seu lado e ele rapidamente deita a cabeça em meu peito. Apesar de isso incomodar um pouco para mexer no aparelho, eu deixo de lado e continuo procurando os filmes. Finalmente acho a pasta, em meio a tantas, e abro, deixando assim que ele escolha o que vamos assistir.

— Como treinar seu dragão! Eu adoro esse filme. — Não demoro nem dez segundos para abrir o filme pedido por ele e logo a introdução do mesmo já começa a passar.

 Não coloco no fone de ouvido porque é impossível para nós dois escutarmos, então se Ye Sung reclamar não vou poder fazer nada. Resolvo deixar o som em uma altura média, que dê para escutarmos e não atrapalhe tanto assim o casal lá em cima.

 Ajeito mais uma vez o notebook no meu colo e logo já estou passando o braço ao redor da cintura de meu ursinho e o puxando mais para perto, enquanto assistimos ao filme junto.

 Por um breve momento minha mente vaga até o quarto de Hee Chul. Será que ele e Han Geng se acertaram? Será que está tudo bem entre os dois? Bem... Mais tarde irei falar com ele, perguntar como foi a conversa, sobre o que eles falaram e o que ficou resolvido entre os dois. Porque se eu tenho certeza de uma coisa é que Hee Chul não parou de falar um só minuto. Talvez Han Geng tenha até tido dificuldade de falar todas as coisas que queria para ele, uma vez que Chul realmente fala muito. As vezes tenho até dificuldade em conversar com ele, sendo que são raras as vezes que ele para e escuta as pessoas sem falar uma única coisa.

 Um barulho mais alto vindo do filme me faz voltar a realidade e acabo percebendo que o mesmo já está na metade. Eu realmente fiquei tanto tempo assim mergulhado em meus pensamentos? Não é possível. Mesmo assim, não me importo. Já vimos esse filme juntos umas sete vezes, oito com essa agora, já devo saber todas as falas e cenas. Não é um filme muito grande e nem muito complexo. Pegar da metade não faz você não entender, então não tem problema.

 Enquanto o filme passa na tela do notebook faço questão de acariciar as costas de Sung Min. Ele parece se assustar um pouco no meu primeiro movimento, mas logo aceita a carícia e praticamente ronrona como um gatinho manhoso enquanto cola mais seu corpo ao meu.

 Acho que esse é o principal motivo para eu adorar assistir filmes com ele. Nós ficamos grudados um ao outro e necessitados de toques carinhosos e delicados. Sem contar que nunca conseguimos esquentar as coisas enquanto vemos filmes, porque sempre estamos vendo desenhos ou filmes de aventura.

 Continuamos da mesma maneira até o final do filme: A cabeça de Sung Min em meu peito, minha mão em suas costas acariciando de leve o local e ambos com um sorriso fraco nos lábios. Somente no momento em que o reprodutor de vídeo é fechado que ele sai de meu peito e se espreguiça, até mesmo bocejando. Como uma praga, acabo por bocejar também e com isso Sung Min solta uma risada.

Termino de fechar o notebook e rapidamente me levanto da cama, sendo acompanhado por ele. Como antes de desligar o aparelho eu chequei a hora sei que precisamos ir até o refeitório para podermos jantar.

 Novamente volto a segurar a mão de meu ursinho, podendo assim fazer com que o mesmo caminhasse comigo até a porta. Ye Sung e Ryeo Wook estão descendo as escadas, o que faz Sung Min parar para esperar os dois. Claro que não lhe nego isso, mas mesmo assim não gosta da ideia. Não por causa de Ryeo, mas por causa de seu namorado. Como eu disse no começo: Esse homem realmente não gosta de mim. E eu nem sei o motivo para esse ódio todo.

 Finalmente o casal chega até nós e nós quatro saímos do quarto. O corredor está um pouco movimentado, pelo fato de todos terem de sair para jantar. Para meu desespero o elevador também, o que me faz soltar um suspiro pesado, me fazendo receber um pouco da atenção de todas as pessoas presentes. Parece que quanto mais gente dentro dessa coisa, mais lerda ela fica.

 Antes da porta se fechar consigo focalizar Hee Chul saindo do quarto, ainda com o celular colado ao ouvido e se encaminhando para as escadas. Ele será louco o suficiente para descer todos esses andares de escada? Talvez seja porque não quer ninguém se intrometendo na conversa dele. Ou talvez porque quer mais tempo para falar com Han Geng sem que Lee Teuk saiba.

 A lesma mecânica começa a se mover, fazendo com que eu volte a me concentrar com o que acontece aqui dentro. Sung Min e Ryeo Wook conversam animadamente sobre alguma coisa. Julgo ser o anel, uma vez que meu ursinho não para de mexer a mão que está com o objeto, a exibindo para o baixinho.

 Desvio o olhar da cena, encontrando assim o de Ye Sung. Ele me olha fixamente e isso faz meu corpo estremecer. Incrivelmente não consigo sustentar o mesmo e rapidamente desvio o olhar. Por sorte no mesmo momento o elevador soa, avisando que chegamos até o nosso destino.

 Somos os primeiros a sairmos, porque fomos os últimos a entrar, e rapidamente já estamos dentro do refeitório, caminhando de encontro a mesa em que nossos companheiros de grupo estão.

 Incrivelmente todos já estão presentes, menos Hee Chul, é claro. Nos sentamos em nossos lugares, porque a fila para pegar a comida está realmente gigante. Um assunto que não sei qual é está rolando na mesa e como não consigo entender nada do que eles estão conversando resolvo passear os olhos pelo refeitório, observando as pessoas que estão presentes.

 Elas não são muito diferentes do que estou acostumado a ver, até porque não existem novatos ainda, somente os veteranos e as pessoas que entraram junto comigo. Seria estranho se eu acabasse por encontrar um rosto novo. Não que eu tenha gravado a aparência de cada uma das pessoas ou que eu saiba o nome delas, mas não me são estranhas, até porque já devo tê-las visto alguma vez, em algum lugar da instituição.

 Sinto alguém cutucar meu braço, me fazendo virar para a pessoa e focalizar a mesma. Eun Hyuk que está ao meu lado, sentado no lugar de Hee Chul, tentando chamar minha atenção.

— Ya, finalmente! Estávamos falando com você há um tempão. — Ele diz, me fazendo arquear uma sobrancelha.

— Sabe maknae... Daqui a mais ou menos dois meses nós entraremos de férias e Si Won deu a brilhante ideia de passarmos todos na casa de praia dele. — Agora é o nosso líder que se pronuncia, recebendo assim minha atenção. Férias... Casa de praia de Si Won... Não sei se devo concordar com isso.

— E então Kyunnie? Vamos? — Sung Min sabe que não consigo resistir ao seu aegyo e por isso eu assinto rapidamente, nem ao menos cogitando a ideia de negar o convite.

 Todos parecem ficar felizes com a situação, mesmo sabendo que Hee Chul não está aqui para concordar ou negar. Apesar de eu pensar que a opinião dele não vai fazer muita diferença para os outros.

 Como quem adivinha que estavam falando dele, Chul aparece em meio as pessoas que entram no refeitório, desta vez sem o celular em mãos, e rapidamente se aproxima de nós. Eun Hyuk praticamente corre de volta para seu lugar, não querendo levar um bronca. O ruivo parece nem ligar, se sentando em seu lugar praticamente alheio ao que estava acontecendo.

— Ya, Chul! — É Lee Teuk quem o chama, recebendo assim atenção. —Quer ir para a casa de praia de Si Won nas férias? — Assustadoramente ele aceita sem nem ao menos pensar sobre a ideia. Todos parecem não acreditar muito que Hee Chul tenha aceitado assim, de primeira, ir a casa de praia de Si Won, mas eu sei que tem algo por trás disso.

 Seguro a mão do meu melhor amigo, enquanto algumas pessoas finalmente se levantam para poder buscar a comida. Ele aproxima o rosto do meu e faço questão de aproximar o meu do dele, até porque eu necessito sussurrar algo em seu ouvido.

— Han Geng vai estar lá, não vai? — Sussurro, ouvindo assim um risinho contente vindo do mesmo.

— Vai! E nós finalmente vamos poder matar toda a saudade e atraso. —Antes que eu possa comentar algo ou até mesmo perguntar qualquer coisa, ele se levanta e vai atrás dos outros, indo buscar sua comida.

 Então como eu imaginava Han Geng vai estar na casa de praia. Parece que todos estavam planejando isso: Hee Chul e seu chinês se reencontrando na casa de praia. Mas acho que ninguém espera que o ruivo já saiba disso no momento que pisar naquele lugar. Provavelmente Lee Teuk foi quem pensou em tudo isso. Ou talvez já estivesse planejado com Han Geng, mas agora que eles estão novamente junto com Hee Chul, chamaram ele também para que os dois possam se acertar.

 Bem... Não importa. Só sei que até as férias finalmente chegarem terei de aguentar Hee Chul falando sem parar sobre seu chinês e sobre o quão perfeitos serão os primeiros dias ao lado dele. Mas se ele aguentava os meus problemas com Sung Min, eu posso aguentar os seus comentários apaixonados sobre Han Geng, sem o menor problema. Até porque, somos melhores amigos.


Notas Finais


Hm... Capítulo que eu sinceramente não curto muito. Assim... Opinião minha! >_<
Mas... Espero que gostem do próximo, que eu ainda vou escrever porque sou uma nojenta. E que continuem lendo.
Chu. ~


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