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História New World - Lonely


Escrita por: Yhui

Notas do Autor


Queria agradecer a fofa da @Taekookismine por ter feito essa maravilhosa capa *----*
Obrigada, Fe 💜 ahsuahsu

Aproveitem a leitura~~

Capítulo 1 - Lonely


Solitário. É assim que eu sou.

Não tenho alguém para conversar; meus pais parecem mais que não gostam de mim, então nunca me deixaram sair de casa. A única liberdade que tenho, é poder ir ao jardim da mansão onde vivo. 

Sim, meus pais são ricos. Sou da terceira família mais rica da Coréia do Sul. Pelo menos, eu estou no registro de família. 

Sabe aqueles pais que odeiam tanto os filhos que não o colocaram no registro de família? Agradeço muito por meus pais não serem assim. 

Meu sonho é ter uma vida normal, poder ir a escola, conhecer pessoas, me apaixonar, etc. Antes, quando tinha em torno de meus dez anos, eu morava na Califórnia, havia me apaixonado por uma garota, vizinha minha. Quando eu me declarei para ela, ela me rejeitou do jeito mais horrível e grosseiro possível. Não sei explicar como foi, e também não me lembro, então pense do jeito que você quiser, mas certifique-se que seja uma rejeição horrenda e grosseira. Bem, na Califórnia, diferente daqui da Coréia, eu podia sair de casa e ir à escola, mas sempre que largava, eu tinha que ir correndo para o carro, pois meus pais reclamariam comigo e me castigariam se eu não corresse.

Naquela época, eu tinha amigos, mas não verdadeiros, pois eu apenas conversava com eles na sala de aula e intervalo, ou seja, apenas na escola. 

Ninguém quis de fato, ser meu amigo. Isso tudo por causa de minha família. Tenho certeza que para eles, eu era uma criança filhinha de papai e metida à rica. Isso era demais, pois eu não era assim. Eu só queria ter uma vida normal e amigos de verdade, amigos na qual eu poderia contar. Isso é pedir demais?

Estudo em casa, meus pais contrataram um professor que praticamente mora em minha casa; ele raramente sai, ou seja, ele é como os empregados, faz tudo sem sair. Os empregados daqui não voltam para casa, só quando são demitidos. Esse professor me dá todos os tipos de aulas, ou seja, física, química, coreano, matemática, educação física, etc. Isso não é normal! Eu sou um garoto de dezessete anos, estamos em pleno século vinte e um, no ano de dois mil e quinze e eu não posso sair de casa, nem conhecer pessoas. Não posso nem ter redes sociais. Eu só vejo televisão, e os canais e horários são monitorados por minha mãe. 

Há algum tempo, estou planejando fugir de casa, mas como eu sou muito dependente e não conheço nada fora dos portões de minha casa, tenho um pouco de medo. 

Há uma velha empregada que trabalha há mais de dez anos para meus pais, ela sim é alguém em que posso confiar, pelo menos um pouco, eu sempre desabafo com ela, e ela não conta para ninguém. Estou pensando em contar a ela meu plano de fuga, mas isso seria demais, e acabaria por ela contar aos meus pais. Eles me prenderiam no porão e só me soltariam semanas depois. Eles sempre fazem isso quando eu faço algo "errado". Nunca fiz nada errado, só na mente deles. Eu sou o tipo de pessoa que é dócil demais, eu obedeço demais, faço exatamente tudo o que meus pais me mandam fazer. Mas para eles, eu faço sempre algo errado.

Tenho muita vontade de compartilhar meu plano com ela, mas uma parte de mim hesita, pois o pior pode acontecer. 

Meu plano de sair é a noite,  quando os meus pais estiverem dormindo,  eu irei ou tentar pular o enorme muro que fica em torno da casa, ou então irei sair pelo portão dos fundos, este, sendo o mais viável e menos chamativo; sim, tem um portão dos fundos,  esse portão é onde os empregados demitidos saem. Eles não saem pelo portão da frente para que eu não tente escapar,  pois o da frente é muito grandes e quando aberto, deixa uma brecha perfeita para que eu possa fugir. Meu pai já me pegou uma vez quando estava me preparando para começar a correr para fora,  ou seja,  passei quatro semanas preso no porão.

Quando fico no jardim de casa, tento achar alguma brecha no portão para poder ter uma visão sobre as ruas do outro lado, mas nunca consigo, e acabo sendo pego por um de meus pais, quando os mesmos estão em casa. O que me acontece é; fico no porão pelo resto do dia, só saindo no outro dia, ao período da tarde. Quando isso acontece, eu passo esse tempo sem receber comida ou ter permissão para ir ao banheiro, ou seja, tenho que passar fome e improvisar um banheirinho para fazer minhas necessidades. É horrível!!

Mesmo não saindo de casa nem tendo com o que gastar, meus pais sempre me davam, ou melhor, me dão aproximadamente dez mil dólares de mesada, quase toda semana; me diziam que era para quando eu tomasse o lugar de meu pai quando o mesmo decidisse aposentar-se, me tornando um advogado, ter muito dinheiro, montar uma família e virar a primeira família mais rica da Coreia do Sul. Eu ia guardando, obedecendo-os e concordando em tomar o lugar de meu pai. Mas depois que vi que há algo melhor fora dos muros da mansão, percebi que o dinheiro pode ser bem gasto a meus benefícios. Ao invés de ficar rico e infeliz, é melhor se pobre ou uma pessoa que tenha algum dinheiro e ser feliz.

Eu não concordo em ter uma família por dinheiro e nem viver por ele. Acredito que família tenha que ser formada por pessoas que se amam de verdade e queiram se juntar entre o matrimônio de Deus e viver juntos. Para mim, isso que é ser uma boa família; não se importando com dinheiro e sim com o bem estar de seu amado ou sua amada. É isso o que eu quero para mim; amor verdadeiro.

Assim que eu fugir, procurarei alguma casa que esteja para alugar ou comprar e irei morar sozinho. Mesmo sendo adolescente ainda, alguém pode me alugar ou vender uma casa,  certo?  Certo?? 

Eu também me matricularei em uma escola e direi que não tenho pais, e se já me conhecerem, bem, ferrou! Na escola,  pretendo achar uma linda garota e tentarei conquista-la. Ela tem que ter uma boa pele,  um corpo magro e bonito, e grandes peitos. Sou um garoto, então saiba que é normal querer alguém com enormes peitos; eu acho que estou pensando demais no futuro, e eu nem sei se vou conseguir colocar meu plano em prática e também não sei se conseguirei concluir a primeira parte do plano. 

Por favor, torça por mim! 

Hoje é dia primeiro de setembro e logo pela manhã, minha mãe e meu pai vieram em meu quarto, afim de entregar-me meu presente de aniversario; bem, como em todos os anos, eles me deram dinheiro, mas hoje, me deram a mais. Deram-me quarenta mil dólares. Desde o meu aniversário de cinco anos que eles me dão dinheiro ao invés de presentes para crianças, que era o que eu queria. Nunca quis dinheiro como presente. 

Questionei o motivo para tanto dinheiro, e a resposta deles foi que estavam planejando dar-me tal quantia em meu aniversário de dezessete anos, e também que em tal dia, começaria minha "preparação" para ser sucessor de meu pai. Concordei com eles, mas em minha mente, eu estava protestando e odiando o planejamento deles. Eles não podiam planejar minha vida! Eu não queria suceder meu pai na empresa, eu nunca gostei de advocacia; sempre que via comerciais na televisão, ou melhor, quando por descuido de minha mãe, eu conseguia ver, eu me perguntava se era bom atuar ou cantar; isso acabou virando mais um de meus sonhos. Virar um ator ou cantor. Não sei cantar nem dançar, mas tenho certeza que aprenderia, igual como aprendemos a falar, escrever, andar, etc. 

Olhando agora em meu relógio, são quase meia noite e meus pais com certeza estão dormindo, então vou tentar por meu plano em ação hoje. Me levantei de minha cama e caminhei em passos largos até o enorme guarda-roupa que se encontrava ao lado esquerdo da porta do banheiro; peguei a minha maior mochila, mochila que segundo meu pai, era de acampar, e selecionei as minhas roupas preferidas. Ao todo, acho que foram em torno de trinta camisas de manga e regata; dez casacos e moletons;  cinquenta roupas íntimas; quinze sapatos AllStar; vinte bermudas e shorts; e vinte calças e calças de moletom. Sim, essas sao minhas roupas preferidas.

Quando fui fechar a mochila, vi que a mesma não aguentava a quantidade de roupas então peguei uma mochila um pouco menor e coloquei as roupas inferiores. Para certificar-me que meus pais e os empregados não me pegariam tentando fugir, sai na ponta dos pés e segui até a última porta do enorme corredor do primeiro andar; a porta do quarto de meus pais.

A abri e olhei para a cama ao centro, vendo que meu pai se remexia, ajeitando-se, enquanto minha mãe estava de barriga para cima enquanto roncava. Ri da cena e fechei a brecha que havia aberto. Voltei para meu quarto, desta vez correndo; peguei minhas mochilas e as coloquei em minhas costas. 

-"Aish! Está muito pesado!" -murmurei fazendo uma careta. 

Caminhei até o criado mudo ao lado de minha cama e peguei a maleta que eu guardava o dinheiro que ganhava; tirei a mochila menor de minhas costas e a coloquei sobre o chão, abrindo-a. Como havia um pouco de espaço, deu perfeitamente a maleta de dinheiro; antes de fechar a mochila, abri a maleta e peguei um pouco de dinheiro, puxei de meu bolso esquerdo da calça, minha carteira, e coloquei o dinheiro na mesma. Coloquei a carteira de volta em minha calça e fechei a maleta, sendo seguida pela mochila, e então me levantei e tornei esta ás minhas costas. 
 

 

 

 

A escada que me deixava no salão de entrada, estava limpa, ou seja, não havia sinal de empregado algum, mas de qualquer maneira, eu tenho que me manter alerta, pois tem algumas empregadas que andam até tarde da noite pela casa para poder verificar se tem algo fora de ordem. Andei em na ponta dos pés até a porta de entrada, ao chegar nesta, revisei tudo o que havia pego e certifique-me que havia pego tudo; roupas, calçados e dinheiro.

Andei atento até o portão dos fundos, agradecendo por não ser pego por nenhum empregado ou segurança. Puxei o ferrolho sendo seguido pelo portão; agradeci também, pois não estava com os três enormes cadeados presos ao mesmo. Provavelmente algum empregado, ou não lembrou de tranca-los, ou saiu da casa, para fazer sabe-se lá o que.

Ao pisar na calçada do lado de fora, senti a brisa fria da madrugada e um sentimento de liberdade. A adrenalina percorreu todo o meu corpo, fazendo-me sentir um arrepio percorrer toda a minha espinha. 

-"Finalmente. Liberdade." -Sussurrei, abrindo meus braços, enclinando minha cabeça para cima e fechando meus olhos. 

Voltei a minha posição anterior e então me virei para o lado direito, passei alguns segundos pensando em como acharia um lugar para passar a noite. Chacoalhei todo o meu corpo e comecei a andar sem rumo. 

Acho que vai demorar um pouco para achar um lugar para ficar à esta hora, pensei. 



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