História New Years Eve - Fireflies

Harry pov.

— Quando você disse que era uma festa... — Começo a falar e vejo Draco dar de ombros.

— Não foi eu quem planejei. — Ele diz de forma calma, segurando em minha mão com carinho.

— Draco... — Digo de forma acusatória, vendo o loiro respirar fundo e se virar para mim.

— Ok. Nós temos muitos amigos, mas Blaise disse que queria algo mais íntimo. Ron concordou. Então somos só nós. — Draco diz ao apontar para as pessoas ali como se fossem 4 pessoas.

A realidade era que aquela imensa sala de estar estava ocupada por 20 pessoas, sendo que a maioria era dos nossos subgrupos formados pelas pessoas que estudavam conosco.

Hermione e Viktor, seu namorado, estavam próximas a Luna, uma estudante aluna de Remus que havia se apegado a nós pela minha conexão com seu professor favorito.

 Gina estava em um canto com os gêmeos, observando atentamente cada movimento de Luna com atenção, algo que chamou minha atenção de imediato mas resolvi não me meter.

Ron estava com Blaise e ambos pareciam ser apresentados a uma garota de pele clara e cabelos escuros que Nott apresentava, e eu, por saber quem é através de fotos, sabia se tratar de Pansy Parkinson, aluna de fisioterapia que ele fugia para dar uns amasso.

Dino e Simas, meus antigos colegas de ensino médio e do clube de futebol conversavam de forma animada com Patil e Parvati, alunas de enfermagem que tinham aulas conjuntas comigo que acabaram se aproximando de forma amigável ao perceber que eu era um aluno dedicado.

Goyle e Crabe, colegas de turma de Draco e Blaise, estavam próximo da mesa comendo alguns petiscos enquanto jogavam conversa fora e, perto deles, Oliver, estudante de educação física que fazia uma matéria comigo estava conversando com Neville, um aluno de direito que estava próximo de Ron. 

A única dupla que me era estranha era Gui Weasley, que ao seu lado estava uma linda mulher de cabelos loiros platinados, uma aparência tão refinada e bela que parecia uma miragem.

— Eu sem querer apresentei uma prima minha da França para o Gui. — Ouço Draco dizer ao meu lado e eu o encaro de forma chocada.

— Como? — Questiono de forma abismada.

— Ela veio até Londres para um desfile, e eu queria afastar Charlie de você, então dei ingressos para ele e Gui. Mas parece que a Fleur gostou do Gui. Então Ron chamou os dois. — Draco explica de forma calma e eu sorrio em compressão.

E de fato, fazia um belíssimo casal.

Chegava a ser um pouco absurdo o tanto de pessoas naquele local, o tanto de gente que estava ali para comemorar que eu e Draco estávamos namorando, quero dizer, eles não tinham nada melhor para fazer?

Eu sei que meus amigos estavam apenas querendo comemorar que estávamos oficializando uma coisa que enrolamos por 6 meses, sei que eles estavam felizes por nós, mas não deixava de ser constrangedor aquele tanto de gente interessado na minha vida e de Draco, o suficiente para decorarem uma casa com balões vermelhos em forma de coração.

Sério, eu estava chocado.

A minha vida toda havia sido apenas Ronald e eu, ambos evitando aprofundar muitas amizades para não nos apegarmos a outras pessoas, mas ali estavam os nossos intitulados colegas comemorando nosso relacionamento.

Eu estava indignado na mesma intensidade que estava achando tudo aquilo adorável e estava mega emocionado.

Eu não sou um robô, passei o dia com o cara que sou apaixonado, recebi um pedido de namoro lindo e agora eu estou aqui, cercado de pessoas que se importam comigo o suficiente para virem.

Foi uma festa adorável, tirando a parte em que Draco e eu mostramos os anéis e Ron tirou uma faixa de 4 metros de largura que dizia ‘FINALMENTE’ de não sei onde e esticou ela com ajuda de Blaise.

Sinceramente, uma hora Rony vai morrer e ninguém vai descobrir a razão.

Eu sei que em dado momento todos estavam para lá de bêbados, uns mais que outros.

Luna tinha engatado uma conversa muito animada com Gina, sendo que a loira apenas falava e a ruiva encarava a outra como se ela fosse banhada em diamantes, ou pior, fosse uma bola de futebol, algo que todos nós jurávamos ser a única paixão da Weasley mais nova.

Eu sabia que Gina não era lá o maior exemplo heterossexual da cidade, mas nós nunca tínhamos parado para analisar que além da grande fixação por fazer seus irmãos terem o cabelo cumprido e futebol a ruiva nunca tinha demonstrado nenhum outro interesse em nada.

Ela havia namorado um rapaz moreno chamado Thomas a dois anos quando ela tinha feito 15 e Ron 16, o que causou uma rebelião entre os Weasley e o menino quase morreu.

Ninguém nunca ouviu falar dele após o incidente e Gina tinha se mostrado muito traumatizada com o acontecido para citar o assunto, mas todos achamos ter sido apenas aquilo.

O lado bom era que Luna era adorável o suficiente para acalmar o coração desses animais.

Outra coisa interessante naquela festa era Hermione e Viktor.

Eu sabia que Hermione tinha um namorado que era da Bulgária, e que os dois tinham se conhecido no primeiro período da morena na faculdade que o rapaz veio para um jogo e uma sequência de palestras que teria na nossa faculdade.

Até onde eu sabia, Viktor Krum, 22 anos, era estudante de direito e tinha uma bolsa de estudos por causa do futebol americano, esporte este que ele era atacante em uma faculdade na Bulgária.

Eu sabia que eles se conheceram quando ele estava se formando e Hermione começando a faculdade, sabia também que tinha sido complicado para ela se apaixonar por uma pessoa que morava tão longe, mas eu acompanhei o ápice do relacionamento dos dois, que foi a fase em que Krum conseguiu passar para a academia policial de Londres e estava planejando sua mudança.

Então ver os dois juntos ali, me encheu com muita felicidade.

Viktor era um cara gentil, apesar do porte atlético parecido com o de Ron e sua expressão sempre fechada e aparente mal humor, ele era bem engraçado, sua vontade de fazer Hermione sorrir deixando qualquer frase adorável.

Outra coisa interessante era Fleur.

Minha nossa santa Afrodite, deusa regente do amor e da beleza, o que era aquela mulher?

Quero dizer... minha nossa.

Eu não sou nem um pouco hetero. Assim, 0 vontades de beijar meninas. Mas Fleur Delacour me fazia repensar isso.

Quando eu a vi de longe, eu pensei um ‘ok, linda’. Vendo de perto eu tive medo dos meus joelhos cederem e eu reverenciar aquela mulher.

É claro que eu ignorei as piadinhas de Ron sobre ela ser muito parecida com Draco, porque de fato as semelhanças eram gritantes. O lado Malfoy, que era do sangue materno dela, pesava bastante.

Os cabelos extremamente lisos e em um tom loiro tão claro que podia jurar ser branco, a pele clara, lisa e de aparência macia como um pêssego, as bochechas constantemente rosadas pela temperatura baixa de Londres e os olhos azuis.

Eu era o único que podia falar, porque via os olhos de Draco de uma distância mínima e fiz questão de examinar os de Fleur apenas para comparar, havia muitas diferenças.

Apesar de serem ambos olhos azuis, havia algo diferente.

Os de Draco eram claros, como um lindo céu em dia de sol, limpos e brilhantes, e em contato com os raios solares eu podia ver o azul se tornar um cinza suave e charmoso. Já Fleur, tinha os olhos mais escuros e com alguns pontos esverdeados próximo a pupila.

Após definir a diferença obvia entre o meu lindo namorado e a prima dele, eu parei de endeusar Fleur. Afinal, ela era sim muito linda, estonteante. Mas não era Draco.

Gui parecia deslumbrado com a mulher, coisa que me fez sentir uma pontada forte de solidariedade. Sim Gui, eu já passei por essa estrada. Boa sorte.

Tudo corria bem, a festa estava divertida. Tinha uma playlist com músicas calmas tocando em algum lugar e as pessoas se encontravam espalhadas pela casa. Mas tinha uma coisa errada.

Ron tinha ido até a cozinha minutos atrás para ajudar Blaise com algo, e quando voltaram, Rony estava apreensivo e Blaise parecia nas nuvens.

Não queria chutar o que tinha acontecido porque eu tinha medo de ter jogado todos os meus palpites sobre Luna e Gina e ter apenas os palpites impulsivos na caixinha agora, mas algo tinha acontecido.

Eu sabia mais do que qualquer um o quanto Rony tendia a ser impulsivo, principalmente após adicionar álcool a esta equação confusa e complicada que era a mente do ruivo, mas eu também sabia do constante conflito que ele vivia desde o momento que conheceu Blaise.

Ele vivia se questionando o que era aquilo, sua vontade de ir a fundo e descobrir, mas seu medo freando seus instintos.

Eu sabia que aquilo estava o matando.

Agir através dos seus instintos era a única coisa que ele sabia fazer desde quando éramos crianças, e eu sabia que ele estava passando por muitos conflitos, mas eu não podia me meter.

O que estava na cabeça de Ron não era apenas a atração que ele sentia por Blaise, e sim, sua sexualidade.

Eu sabia uma ou duas coisas sobre o que era se olhar no espelho e ver que você era diferente da maioria, diferente das expectativas ao seu redor, diferente do que você esperava ser.

Molly Weasley nunca foi uma mulher preconceituosa, sempre respeitando seus filhos e as pessoas de fora, tanto que ela e Remus tinham uma amizade muito bonita. Mas ela nunca escondeu seu desejo por netos ruivos.

Ela dizia que os Weasley estavam diminuindo a cada geração, e que ela amava o fato de ter muitos filhos porque isso significa que a casa ia sempre estar cheia e que futuramente ela teria muitos netinhos ruivos correndo pela sua casa.

Ron tinha muito medo desse sonho de sua mãe implicar em filhos biológicos.

Ele sabia que não conseguia se imaginar com ninguém, que era complicado para ele sentir atração por alguém que ele não conhecia ou que tinha acabado de conhecer, tanto homens quanto mulheres, e ele achava que tinha algo errado com ele.

Não tinha, e a prova era Blaise.

No começo Ron ficava muito à vontade perto de Blaise, confiando e dando liberdade para o moreno se aproximar de si, mas após perceber que ele mexia consigo, Ron começou a ficar estranho.

Ele desejava algo que ele não sabia o que era.

Ele sabia que queria o moreno perto de si, mas toda vez que os dois estavam próximos e Blaise agia da forma evasiva que estava acostumado, Ron se aborrecia e logo em seguida se questionava por estar aborrecido.

Era uma montanha russa, e por ele ser o meu melhor amigo, eu me sentia naquele carrinho junto com ele, subindo e descendo, sentindo a confusão com tanta força que parecia estar acontecendo comigo.

É claro que eu não me considerava um exemplo, porque além de eu ter surtado por semanas sobre Draco, eu aceitei conselhos do meu pai e Sirius,

O auge da loucura, eu sei, mas na época parecia certo.

Pelo menos eu já tinha me desculpado com Charlie e o ruivo havia me perdoado, dizendo estar tudo bem e que ele entendia.

Algo tinha acontecido entre Blaise e Ron nessa festa, e eu ia descobrir.

Mas não agora, Rony parece muito afetado ainda.

Seguro na mão de Draco com carinho, sorrindo ao ver nossos anéis brilhando contra a luz, sentindo minha bochecha dolorida por estar sorrindo a tantas horas seguidas.

— Está com sono? — Draco pergunta ao passar os braços em volta de mim, me apertando contra seu peito.

— Um pouco. Foi um dia cheio de emoções. — Respondo com a cabeça deitada no ombro do loiro, sentindo a fragrância gostosa ainda no local e sorrindo.

— Devíamos ir. Amanhã eu tenho o jantar do apocalipse. — Draco diz de forma dramática e eu reviro os olhos.

Meus pais, após eu contar sobre o pedido de namoro, marcaram um jantar em família que contava com a presença de meus padrinhos, Narcissa e Ron. E bom, Draco estava com medo.

Não devia, mas era fofo.

— Meus pais te adoram. — Repito pela milésima vez naquela noite.

— Sirius. — Ele diz apenas.

— Sirius te adora. — Digo mais uma vez.

— Vou confiar em você. — Ele diz, selando meus lábios rapidamente e me puxando na direção da porta, despedindo dos convidados restantes com um aceno.

Amanhã eu iria encurralar Rony e faria ele me contar o que estava acontecendo, depois de salvar Draco de Sirius é claro.