História Next To You - Joshler - O armário sufoca

Tyler empurrou a pequena porta da cabine do banheiro com força e logo em seguida pulou em cima de Josh, ele atacou os lábios do seu namorado com fome, não com a fome habitual dos seres humanos, porque se todos os seres humanos tivessem beijado Josh Dun eles descobririam que era disso que eles realmente precisavam.

Josh ia dizer alguma coisa, provavelmente para ele ter mais calma, mas foi interrompido pelos lábios de Tyler, explorando sua boca, ficava cada vez melhor, a cada beijo que eles davam, mas as circunstâncias o incomodavam.

Josh pensou no ponto que eles chegaram, eles não estavam nem um mês em turnê ainda e já estava ficando difícil daquele jeito. Como eles chegaram ali? Se pegando escondidos numa cabine do banheiro público de um posto de gasolina de beira de estrada.

Aquilo não era bom, nem um pouco, mas o que eles fariam? A única coisa que ele podia fazer era retribuir enquanto Tyler timidamente enfiava as mãos por dentro de sua camisa, ele gostava das mãos de Tyler,as não dá situação.

Era triste, Josh não queria que fosse triste, devia ser feliz, ele estava com o amor da vida dele fazendo o que ele amava, mas as duas coisas não pareciam se dar bem, como se uma não devesse existir junto a outra e isso doía. Tyler era parte dele, esconder parte dele era horrível.

Toda vez que Tyler soltava a mão dele quando Mark estava vindo, toda vez que ele empurrava Josh quando alguém batia na porta, toda vez que Tyler olhava pra ele e tinha que desviar o olhar, doía, ele sabia que doía o mesmo em Tyler porque ele fazia o mesmo.

Ele soube que doía em Tyler, ele quase chorou quando Josh fingiu estar interessado numa garota num bar, ele fez o pior que poderia fazer, ele viu Tyler se esconder no banheiro e foi atrás dele, o abraçou e o convenceu que o amava, era verdade, ele esperou que Tyler não acreditasse, mas ele acreditou, Tyler era sempre doce e ele amva isso e odiava, porque machucar Tyler era horrível e ele não queria isso nunca. ele confortou seu menino, e o confortou a noite toda durante o sono Josh sabia que era culpa dele também.

O pior de tudo é que Josh fazia o mesmo, porque ele tinha medo, mais do que Tyler, o medo dele era incomparável ao de Tyler, Josh gostaria de colocar a culpa nele, mas a culpa era de ambos.

Ao mesmo tempo que ele odiava, não tinha pra onde fugir, Josh aproveitava, aqueles pequenos minutos que eles tinham antes de dormir, ou no banheiro público em uma parada de ônibus ou alguns minutos antes do show, mas era humilhante também, ele querer abraçar seu namorado no sofá, andar de mãos dadas com ele ou o beijar, pelo menos na bochecha. Era humilhante não poder.

Josh chorou, ele não queria chorar mas ele era fraco e fez isso, Tyler parou de beijá-lo e o olhou, sua expressão teve um transição triste de animado para preocupado e Josh se culpou, ele acabou com tudo, os pequenos minutos que eles tinham juntos foram estragados por ele.

“O que foi?” O rosto de Tyler caiu e Josh sentiu um aperto no coração.

“Desculpa” Josh pediu tentando parar a correnteza que se iniciava nos seus olhos, ele não queria estar sendo tão emocional quanto à isso, ele devia ficar feliz por estar junto à Tyler.

“Tudo bem” Tyler tirou as mãos de Josh da frente do seu rosto e olhou pra ele sentindo seu coração apertar “Me diz o que é”

“É idiota” Josh disse tentando limpar todo aquele emocional salgado que escorria pela sua pele e queimavam o coração de Tyler.

Tyler pegou as mãos de Josh de novo, as afastando do seu rosto molhado, triste e vermelho, Tyler limpou suas lágrimas e fez carinho no seu namorado, Tyler amava essa palavra, e principalmente, amava a pessoa que ele nomeava com ela.

“Pode falar” Tyler falou calmo, segurando seu namorado e dando amor à ele, como ele merecia.

“Eu queria…” Josh fungou, seu coração apertou, porque ele estava falando uma coisa que não poderia acontecer, que ele mesmo tinha medo, isso doía “Eu queria segurar a sua mão, beijar você quando eu quiser, queria abraçar você e fazer carinho em você, queria te levar pra jantar num restaurante bonito e te pedir em casamento em público.”

Foi Tyler quem chorou agora, ele sentiu, todas as coisas que eles não poderiam fazer, ele sentiu. A palavra casamento ecoou na sua mente, Josh queria pedi-lo em casamento? Seu coração acelerou, pulou e quase dançou para fora do peito, mas Tyler não andava nem de mãos dadas com ele, não fazia nem uma troca de olhares. Como eles poderiam se casar? Tyler chorou, era culpa dele. Há pouco tempo ele estava convencendo a si mesmo de estava tudo bem ser gay e agora ele estava ali, fazendo de tudo para esconder. Tyler era hipócrita. Ele chorou.

“Sinto muito” Tyler soluçou, abraçou Josh e apoiou a cabeça no seu ombro, Josh fez o mesmo, ele agarrou Tyler com força, com muita força, o segurando perto de si até que eles tivessem que se separar de novo, Tyler chorou porque tinha feito Josh chorar com seu egoísmo, Josh chorou porque tinha feito Tyler chorar com sua auto culpa.

“Eu te amo” Josh sussurrou, para que Tyler não esquecesse, mas Tyler não iria esquecer, Tyler sabia, toda vez que Josh o olhava com aqueles olhos, aqueles olhos que brilhavam tão lindamente quando o olhavam., ele sabia, ele sentia, eram pra ele, só pra ele. Josh fazia seu coração se acelerar com apenas um olhar, mas não era apenas um olhar, era o olhar.

“Eu também te amo” Tyler limpou seu rosto e o de Josh também, ele sorriu para o seu namorado, por que Josh era seu, e Tyler era dele e só dele. As pessoas deviam saber, não é? As pessoas deviam saber que Josh, um cara tão lindo e incrível já tinha dado seu coração a alguém e já tinha roubado o coração de outra pessoa. Elas deviam saber, mesmo que implicitamente.

Tyler pegou a mão de Josh e entrelaçou a sua, ele beijou os dedos de Josh e Josh sorriu, eles saíram da pequena cabine do banheiro, saíram do banheiro público daquele posto de gasolina sujo e Josh tentou largar a mão de Tyler, mas ele não deixou, dois meninos andando de mãos dadas por aí, todos viram, mas ninguém questionou.

Todos sabiam que os dois se amavam de algum jeito, só não sabiam o jeito que eles se amavam.