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História Nicotine - Blue Eyes


Escrita por: godwest

Notas do Autor


Olá, amorinhas <3 Como vão vocês? Aqui vão alguns avisinhos, só pra deixar claro mesmo:
❀ Me inspirei na música Nicotine, do Panic! At The Disco. Por isso o nome da fanfic.
❀ A história tem influências de Shame, Lolita e da própria música citada.
❀ Vou postar o mais rápido possível, prometo!
Eu espero de verdade que vocês gostem <3 Aproveitem!

Capítulo 1 - Blue Eyes


Michael Fassbender

Me revirei preguiçosamente entre os lençóis amarrotados, irritado com o barulho que vinha do corredor. Os ecos de vozes, portas batendo e de móveis sendo arrastados estavam me tirando do sério. 

Olhei para o relógio sobre o criado-mudo ao lado da cama, do qual marcava somente nove e meia da manhã. Levantei, completamente indignado com a maldita barulheira. Caminhei vagarosamente até o banheiro, erguendo a tampa do vaso. Enquanto fazia o precisava fazer, fechei os olhos, relembrando entre rápidos flashs da madrugada que passei em claro. 

Os resquícios da noitada, mais conhecidos como ressaca foram os primeiros a me darem ''bom dia''. Minha cabeça doí como se tivesse sido atingida por um taco de baseball, e meu estômago parecia dar um milhão de voltas. Bufei, me arrastando até a pia. Olhei para o espelho á minha frente, que refletia minha imagem cansada.

Abaixo dos olhos as olheiras pesadas, resultado de uma noite mal dormida. Os cabelos desgrenhados, a barba por fazer há dias, e um hálito de puro álcool que nem mesmo eu podia aguentar. 

Depois de fazer minha higiene matinal decidi vestir roupas decentes, que incluía somente uma cueca e uma bermuda. Para quem costuma dormir nu, como eu, esse é o tipo de vestimenta mais formal que conhecemos. Acendi um cigarro, e resolvi, finalmente, ir tirar satisfação pela falta de educação de quem quer que fosse que em pleno domingo achou que seria correto encher o saco dos outros vizinhos com todo aquele barulho.

Ao destrancar a porta me deparei com algumas caixas impedindo minha passagem, caixas essas que chutei ao ver quem era o culpado no fim do corredor.  

 — Filho da puta. — Murmurei pra mim mesmo, andando até um cara careca gordinho. Soltei a fumaça, encarando-o com as sobrancelhas erguidas. — Ei, você é o dono dessas coisas todas?

O tal cara que, antes estava com a cara enfiada em uma prancheta me olhou assustado, sorrindo gentilmente em seguida. Eu só queria enfiar minha mão na cara daquele baixinho

 — S-Sou, por quê? — Rebateu, enfiando o objeto debaixo do braço. — O barulho está te incomodando, não é? 

 — Bom, sim, meu chapa. — Respondi, como se fosse óbvio. — Não são nem dez da manhã. 

 — Eu sei, eu realmente sinto muito por isso. É que o pessoal da mudança não pôde vir em outro horário, sabe? Só me restou a parte da manhã.  Me desculpe mesmo. — O cara tentou se explicar nervosamente, e admito que quis rir de seu comportamento.

Revirei os olhos, suspirando. Certo, o tom arrependido dele me comoveu. 

 — Tudo bem, cara. Apenas...Tente pedir pra esse pessoal ser mais silencioso. — Pedi, balançando a mão em rendição. 

 — Pode deixar comigo. — Ele sorriu mais uma vez, estendendo a mão em minha direção. — Eu sou Tom Schulz, muito prazer.

 — Michael, prazer. — Retribui o gesto, acenando com a cabeça. — Você não é daqui, certo?

— Não, na verdade acabei de me mudar da Alemanha com a minha filha. Você sabe, eu me separei e precisava de novos ares...Londres me pareceu o lugar certo para isso. — Contou-me sua vida como um livro aberto que não se importa com quem o lê.

 — Eu nasci na Alemanha! — Disse entusiasmado, apagando o cigarro em uma das plantas de decoração do condomínio. Ele riu.  — De que parte você veio?

 — Berlim, nascido e criado. 

Vou admitir, a partir desse momento eu já não o odiava tanto assim.

Por alguns minutos desencadeamos uma conversa animada sobre o continente europeu do qual éramos conterrâneos. Descobri que o gordinho denominado Tom era acionista de uma empresa multi-milionária, além de ser advogado da mesma. Tom também me contou que havia terminado seu casamento de doze anos há alguns meses, e que passou três desses meses lutando pela guarda de sua filha única.

Particularmente não achei certo deixar uma mãe sem sua filha, até que ele revelou o porquê. A tal mulher era usuária de cocaína, e apesar de não ser viciada esse era o tipo de coisa que não dá para ignorar.

Ainda que Tom fosse um cara rico, ele era humilde e completamente pé no chão. Sem contar que, a melhor parte disso tudo era que ele não tinha a menor ideia de quem eu era: um galã de Hollywood. Embora neste momento eu estivesse mais parecendo um sem-teto do que alguém renomado da indústria cinematográfica, ainda sim agradeci por isso.

 — Pai, eu não consigo encontrar minha caixa de quadrinhos. — Ao ouvir uma voz feminina vinda da porta do apartamento quinhentos e dois não pude conter o olhar curioso. Uma voz doce, suave. Tão bonita quanto sua dona. — Você a viu?

Deus, aquela era a garota mais bonita que eu já vi em toda a minha maldita vida. 

Os cabelos longos e cheio de cachos na ponta lhe caíam sobre os ombros, formando uma linda cachoeira dourada. Seus olhos azuis brilhavam como as águas do oceano, e cara, aquela boca avermelhada e carnuda era maravilhosa. 

 — Estão no carro, querida. — Tom respondeu, atraindo minha atenção. — Michael, essa é a minha filha, Naomi. Naomi, esse é o nosso vizinho. 

Ela estreitou os olhos, arqueou a sobrancelha e abriu um sorriso maravilhoso que fez os pelos de meu corpo se ouriçarem.

 — Você não é o Fassbender? — Perguntou, se aproximando. Seu perfume inebriou meus pulmões. Eu observei-a rapidamente, na verdade, a comi com os olhos.

A calça jeans que vestia acentuava perfeitamente suas coxas grossas e seu bumbum. Enquanto a camiseta de Star Wars demarcava sua cintura fina e seu busto farto. Ou estava com muito tesão, ou ainda muito bêbado pra me sentir atraído por uma adolescente de dezessete anos.

 — Ahn...Sou sim, prazer. — Sorri de canto, a medindo de cima a baixo. 

 — Quem? — Tom indagou, confuso com a situação. 

 — Aquele ator, pai. — Explicou ela, ainda me olhando. Suas órbitas claras me hipnotizavam e eu apenas mordia o lábio, recostado na parede. — Se lembra daquele filme que assistimos, Doze Anos de Escravidão? Então, ele é ator desse filme! 

Tom balançou a cabeça. 

 — Você é um ator famoso? Uau, quanta honra morar no mesmo andar que você! — Exclamou ele, rindo. Eu o acompanhei na risada, sem tirar os olhos daquela garota. — Por que não me disse nada?

 — Ah, é como se eu ficasse me gabando. Mas sou um ser humano normal. Não preciso ficar anunciando isso para todo mundo que me conhece. — Ri um tanto sem graça, coçando a barba. 

 — Você se importaria em autografar um dos meus quadrinhos de X-Men? — A garota me perguntou, sorrindo tão entusiasmada quanto uma criança diante de uma vitrine de doces.

 — Naomi! — Tom a repreendeu. — Acredito que o Senhor Fassbender não quer se incomodado com esse tipo de coisa em sua privacidade.

 — De forma alguma, Tom. Se você soubesse o que as crianças do terceiro andar me pedem para fazer quando me veem não diria isso. — Esclareci, sorrindo.  — Eu autógrafo quantos você quiser, Naomi.

Pronunciar o nome daquela obra vinda dos Deuses Gregos me fez imaginar como seria o gemer. Quase sorri com isso. Eu sei, sou um maldito doente perverso. Sou digno do julgamento alheio e todo esse blá-blá-blá moralista.

 — Obrigada. — Naomi sorriu vitoriosamente para Tom, que apenas sorriu de volta.  — Pai, eu vou descer pra pegar o que ficou no carro, tudo bem? Foi um prazer, Senhor Fassbender. 

 — Me chame de Michael, por favor. — Pedi, vendo-a caminhar até o elevador.

 — Está bem, Michael. — Naomi sorriu mais uma vez antes de entrar no dito cujo.

 — Você tem uma filha linda. — Disse á Tom assim que ficamos a sós, tentando não parecer um quarentão maravilhado pela garotinha que teria como vizinha.

 — Ela é maravilhosa, não é?  — Tom sorriu, orgulhoso. 

Assenti com a cabeça, sorrindo de volta. 

 — Bem, não vou mais tomar seu tempo. Seja bem vindo ao nosso condomínio, Tom. — Despedi-me, acenando gentilmente para ele.

 — Foi um prazer conhecê-lo, Senhor Fassbender. Espero que nos vejamos mais vezes.  — Ele sorriu calorosamente, dando tapinhas no meu ombro. 

 — Eu também.  — Sorri e me afastei, voltando para meu apartamento. 

Assim que fechei a porta corri para a sacada, que dava direto para a rua, onde estava estacionado o grande caminhão de mudanças e uma Range Rover vermelha, e dali pude avistar Naomi. Sorri, me apoiando no parapeito.

Eu com toda a certeza teria aquela garota somente para mim. E isso era uma promessa.


Notas Finais


É isso, meus amores <3


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