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História Nictofilia - Fortiores


Escrita por: Earth_Gravity

Notas do Autor


Em menos de um mês eu postei outro capítulo ~palmas, eu sei que eu sou um caso sério ashauhsu.
Feliz ano novo adiantado <3

Capítulo 31 - Fortiores


Fanfic / Fanfiction Nictofilia - Fortiores

Nictofilia 

Capítulo 31 — Fortes 

 Eu me encontrava no quarto de Loretta, vendo-a dormir sentado no canto de sua cama. Torço que quando ela acordar, não me bata por causa disso, eu só queria protege-la. Alguém abre a porta e vejo que Marie, a tia dela, visitava a sobrinha. Marie não saia muito de casa, e quando saia, era para buscar alguma cura para a sobrinha, foi ela quem descobriu o remédio que Loretta tomava agora, ele era usado para suprimir o poder que ela tinha dentro do corpo e era justamente isso que a matava lentamente. Loretta era a encarnação do Ying e Yang, as duas forças brigavam internamente dentro de seu corpo, para ver qual era a mais dominante. Ambas estavam desgastadas, por tanto tempo que batalhavam. 

 — É uma pena ela estar assim, Loretta tinha tanta coisa para fazer e descobrir. — Marrie passa a mão pelos cabelos dela, num gesto afetuoso. — Sabe, KyungSoo, prometi ao meu irmão que cuidaria dela. Deixei ela ser levada pelos anjos, deixei que ela fosse morar com o Ravi e deixei que essa situação se agravasse. Sou uma péssima tia, não? — Ela ri, sem vida e acaba dando um sorriso triste. Acompanhei-a no sorriso triste enquanto olhava a face cansada de Loretta. — Tenho inveja da Sayuri, mesmo com todos os problemas, ela ainda conseguirá ver sua sobrinha crescer, eu estou vendo a minha definhar. — Uma singela lágrima escorreu por seu rosto. Ela não fez questão de limpar ou disfarçar, só deixou que demonstrasse sua fraqueza. 

 — Eu me arrependo de não poder ficar ao lado dela, sabe, eu até pensei em pedi-la em namoro, mas eu não queria que ela definhasse assim. A busca pela saúde dela foi o motivo de eu a perder. — Peguei a mão dela e comecei a brincar com seus dedos. Seu sono era pesado, ela não acordaria tão cedo assim. — Eu a amo tanto, bom, acho que amo. — Ri amargurado no final.  

 Sentia inveja de Loretta, ela conseguiu conviver com humanos e aprendeu sobre seus sentimentos, se apaixonou por um e o perdeu na guerra. Ela viveu no Céu e no Tártaro, amou na Terra e viveu no mundo das fadas. Fez com que dois demônios, um anjo, um lobisomem e dois humanos se apaixonassem por ela. Ela era extraordinária, mas viveu pouco.  

 — Você perdeu as esperanças, KyungSoo? — Ela me perguntou serena. Ela parecia conformada, mas ainda não se perdoava. 

 — Conformado. Já tentei de tudo, até consegui um feitiço que a ajudou por muito tempo usando a mãe da MinSoo, mas fico feliz que ela conseguiu aproveitar bastante o tempo adquirido.  

 — Você é um bom garoto, KyungSoo. — Ela colocou a mão na minha cabeça e bagunçou os meus cabelos, ri com aquilo e ela sorriu verdadeiramente. — Quando precisar de alguma coisa, pode vir aqui me procurar. Você e Loretta podem não ter dado tão certo, mas sei que ela gosta de você mais do que deveria. 

 — Vou seguir seu conselho. — Quando terminei de dizer isso, ela saiu do quarto e me deixou a sós com ela. 

 Depositei um singelo beijo em seus lábios, deitando ao seu lado em seguida. Ela acordou e sorriu para mim quando me viu deitado ali, e se aconchegou na cama. Pude sentir a marca do feitiço pulsar sobre a minha pele, a essência de sua vida sendo drenada vagarosamente enquanto ela respirava. Eu sentia o cheiro da morte perto, na verdade eu podia até mesmo vê-la, parecia um reflexo de mim, só que mais velha e com uma foice afiada perto ao pescoço dela. Engoli seco e abracei Loretta, trazendo-a para perto, não era uma visão muito agradável a que eu estava vendo.  

 Fechei os olhos enquanto fazia carinho nos cabelos dela, estava apavorado. 

-X- 

 Quando cheguei em casa, estranhei o fato de ninguém vir me perturbar, o que era até bom. Corri alegremente até a biblioteca para aproveitar a paz existente na casa, peguei em torno de dez livros e comecei a ler, sem me importar com o tempo em que ficaria ali dentro, porém, não consegui terminar a leitura do primeiro livro, parecia que algo estava errado, principalmente quando eu senti o cheiro de enxofre, que não era de nenhum dos meninos. Deixei o livro de lado e corri até a sala, que era de onde vinha o cheiro.  

 Ao entrar no cômodo, vi um homem alto, com os cabelos pretos e parecia ser asiático, ele vestia uma calça social e uma camisa social, sapato social e seu penteado era até bem-comportado. Rapidamente percebi a essência dele, juntamente com seu poder avassalador, por um momento, fiquei intimidada, mas logo recuperei a compostura.  

 — Quem é você? — Perguntei em japonês, arqueando a sobrancelha. 

 — Olá. — Ele sorriu. — Eu estou procurando a sua tia, ela está? — Perguntou-me gentilmente em japonês. 

 Seu japonês não era ruim, só era carregado no sotaque. Ele não aparentava ser ruim, então, abaixei um pouco a guarda. Num momento, meu inconsciente juntou as peças. Ele era um demônio e era o mesmo homem com quem a minha tia dançou na festa a algum tempo atrás, só podia ser ele! 

 — Desculpe se a pergunta soar intrometida, mas o senhor é o namorado da minha tia? — Questionei direta. Ele pareceu se assustar, mas depois começou a rir. 

 — Eu não diria namorado, pois nunca houve um pedido formal, mas fazemos coisas que namorados fazem.  

 — Sou a Hana, é um prazer conhecê-lo. — Curvei-me respeitosamente.  

 Eu estava feliz por finalmente conhece-lo. 

 — Sou Kim Wonsik, mas pode me chamar de Ravi. — Ele também se curvou e no final, sorriu.  

 Seu nome martelou em minha cabeça por um tempo até me lembrar de algo. 

 — O senhor é o rei de todos os demônios? — Perguntei sem pensar muito, mas logo me corrigi. — Digo, é verdade que o senhor governa eles?  

 — Sim, mas como sabe disso?  

 — NamJoon. — Quando mencionei o nome dele, o senhor riu. 

 Não demorou muito e a porta da frente abriu, minha tia trazia diversas sacolas em suas mãos e as deixou cair assim que viu o namorado ali. Ela me olhou por um bom tempo e depois olhou para o homem ao meu lado, por fim, sorriu envergonhada. Nós dois nos olhamos e rimos de sua reação, indo ajudar com as compras.  

 Depois de sentar em uma cadeira e beber uns dois copos de água, minha tia finalmente conseguiu falar alguma coisa, bom, ela tentou, só saia um "ah" e parava por aí. Ravi e eu estávamos do seu lado, esperando ela dizer algo coerente. 

 — Está tudo bem, tia. — Sorri para ela. Eu até a entendia, não é fácil contar para a sua sobrinha que você namora o rei dos demônios e do nada ele aparece na sua sala de estar e começa a conversar com essa sobrinha normalmente.  

 — Eu adiei tanto esse dia, e de repente, vocês dois estão conversando na sala. Hoje não foi um bom dia. — Lamentou-se e Ravi colocou a mão em seu ombro, rindo e balançando a cabeça. 

 — Não é a primeira vez que ela me vê. Certo, Hana? — Ele pergunta e eu assinto com a cabeça. 

 — Na festa que a gente foi, eu vi vocês dois. — Rio, olhando a expressão chorosa da minha tia. — Era só dizer que a senhora namorava com o homem que dançou com você na festa. — Dei de ombros e ela choramingou. 

 — Realmente, era até bem fácil você contar para ela. — Ravi concordou comigo e a minha tia lhe deu um murro em sua barriga. Ri novamente e percebi da onde havia herdado o temperamento violento.  — Isso doeu, Sayuri! — Ele protestou com a mão na barriga. 

 — A dor física nos torna fortes. — Ela retrucou, deixando o homem indignado, e se virou para mim. — Desculpa não te contar antes, fiquei com medo da sua reação. — Segurou minhas mãos e as apertou. 

 — Não tem problema. — Repeti, para ver se ela finalmente acredita que não há problema algum.  

 — Que ótimo, agora, vocês irão me ajudar a fazer o jantar. — Ela nos puxou para dentro da cozinha, sem se importar se nós queríamos ajudar ou não. 

 [...] 

 Estávamos fazendo sushi, sopa e onigiri*, Ravi estava tentando fazer a forma em triângulo do onigri, mas não estava acertando, como resultado, o avental que ele usava estava melado de arroz e as mangas da sua blusa social estavam levantadas até os ombros e ainda haviam respingos de comida ali. Eu somente ria com suas caretas, parecia que ele nunca havia tocado em comida na vida — e eu acreditava nessa hipótese, ele era um rei, afinal. Minha tia estava ocupada com a sopa e nem via a sujeira que seu namorado fazia. Eu estava encarregada dos sushis e estava fazendo direito, não era a minha primeira vez. 

 No final, depois de toda a bagunça, comíamos tranquilamente. Pela primeira vez vi a minha tia apreensiva com o sabor da comida, ela ficava olhando para Ravi esperançosa, esperando ele lançar algum elogio, mas isso não acontecia. 

 — Então, como está? — Ela perguntou para nós. 

 — Oishī.* — Disse em japonês enquanto comia um sushi com molho agridoce. 

 Voltei meu olhar para o homem ao lado dela na mesa e esperei ele esboçar alguma reação, mas ele estava impassível. Podia sentir o nervosismo da minha tia de onde eu estava, sentada na cadeira a frente dela, e quis rir, mas me segurei. 

 — Eu adorei. — Ele disse após alguns segundos de tensão. — Acho que nunca tinha comido algo tão saboroso assim. 

 — Mas você nem come. — A ouvi resmungar.  

 Soltei um leve riso nasal e peguei um bolinho de arroz e dei uma mordida, sentindo rapidamente o sabor salgado. Discretamente, peguei meu suco e bebi um generoso gole e comendo mais um pouco do bolinho — não tinha coragem de dizer que estava salgado, ele parecia tão feliz quando eu de uma mordida. 

 — Os bolinhos estão bons? — Ravi perguntou sorrindo.  

 Nesse momento, fiz uma pequena prece. Eu estava em um dilema, mentir e não magoar os sentimentos dele ou dizer a verdade e magoá-lo. Uma fina voz no fundo da minha consciência me dizia para ser honesta, mas eu estava tão incerta. 

 — O ponto de arroz está perfeito, mas o sal está meio... — Parei no meio da frase, buscando outras palavras. — O sal está meio acentuado. 

 Ele ficou confuso e pegou um bolinho e deu uma generosa mordida, arregalando os olhos.  

 — Se caso você queira matar uma pessoa que tem problema de pressão, você conseguiria só dando esses bolinhos. — Minha tia falou rindo e eu deixei escapar um leve riso pelos meus lábios fechados. 

 — Você é bem engraçada, sabia? — Ele disse sarcástico e eu ri novamente. 

 — Eu sei que sou. — Ela piscou para ele, que balançou a cabeça negativamente, rindo. — A propósito, WonSik, o que veio fazer aqui? — Questionou mudando de assunto. 

 — Vim visitar a Loretta, parece que ela piorou. — Respondeu enquanto limpava a boca com um pano. 

 — A Loretta está doente?! — Perguntei assustada e surpresa. 

 — Ela não contou a vocês ainda? — Ravi retrucou confuso e logo depois ficou com uma expressão suspeita. — Ah... 


Notas Finais


Oishi - delicioso em japonês
Onigiri - um bolinho de arroz japonês

Desculpem o horário, mas eu estava viajando essa manhã :)
Infelizmente a fic já está acabando e aproveitando, qual será o outro humano que se apaixonou por Loretta? Palpites? ashuahs
Até~


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