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História Nictofilia - Invisibilia


Escrita por: Earth_Gravity

Capítulo 3 - Invisibilia


Fanfic / Fanfiction Nictofilia - Invisibilia

Nictofilia

Capitulo 3 - ​Invisível

Na hora do intervalo, me sentei na mesa de sempre, só que Loretta me acompanhava dessa vez. Tudo estava exatamente igual, os outros conversavam sobre asneiras ou algo de importante para si. Ser praticamente invisível para alguns têm suas vantagens, como por exemplo não te perturbarem, a parte ruim é que eu quase não tinha amigos. Mas com a chegada de Loretta, talvez isso tudo venha a mudar. Bom, talvez já tenha mudado, alguns meninos estão olhando pra cá, mas aposto que é para a Loretta, ela chama muito a atenção.

 — ChanYeol chama muita a atenção né? — A grega apontou para onde o ruivo andava, mais exatamente na nossa direção.

 Várias garotas o olhavam e suspiravam. Isso me causou um certo incômodo.

 — É. — Respondi seca.

 Aquele idiota, eu queria esfregar a cara dele no asfalto, isso sim.

 O ruivo sentou na cadeira ao lado da minha, sorrindo distraído. Colocou os pés em cima da mesa e cruzou as mãos atrás da cabeça. Arqueei uma sobrancelha pra ele.

 — Que foi? — Ele disse sem entender, mas ainda com o sorriso. Saiu daquela posição, sentando-se da maneira correta. — Tecnicamente eu não conheço ninguém aqui, e a Loretta é a minha 'prima'. — Fez aspas com as mãos.

 Olhei-a, esperando a parte dela.

 — Pra ele conseguir se matricular aqui, ele recorreu ao meu responsável, uma tia minha, e ela concordou em assinar o termo de responsabilidade pelo ChanYeol. Genial não? — Sorriu saboreando o seu bolo de chocolate.

 — Faz sentido. — Dei ombros e me concentrei no meu lanche, um bolo e suco de laranja.

 Cortei um pedaço bem grande da fatia do bolo e levei até a boca.

 — Hana é a rainha das reações. — Loretta ri. — Nunca vi ninguém reagir tão bem quanto ela.

 — Só estou ignorando os fatos, ficar pensando muito em alguma coisa não é meu forte. — Expliquei.

 Levei o copo de suco até a boca e uma menina passa por de trás de mim e me faz derrubar o suco na minha saia.

 — Ai não, me desculpa. — Ela falou chegando perto.

 Tinha um sorriso envergonhado no rosto e aparentava ser uma boa pessoa.

 — Não, não. Tudo bem. — Mexo as mãos na frente do meu corpo, me levantando em seguida.

 Não tinha melado muito, então só precisava passar uma água. Os dois ao meu lado não foram muito com a cara da menina, por suas expressões faciais.

 — Eu insisto, deixa eu te ajudar! — Suplicou olhando nos meus olhos.

 Suas amigas a chamaram e ela olhou para trás.

 — Não se preocupe, eu cuido disso sozinha. — Disse. — Pode ir com as suas amigas.

 Ela deu uma última olhada em mim e foi embora.

 — Não gostei dela. — Loretta falou.

 — Mas eu sim. — Rebati, mal a conhecem e muito menos eu. — Vou no banheiro.

 — Eu acompanho você. — Ela se ofereceu.

 Neguei com a cabeça.

 — Não precisa, sei me virar sozinha.

 Segui a passos lentos até o local. Abri a porta e fui até a pia. Abri a torneira, pegando um pouco da água e passei na saia, depois peguei um pedaço de papel e tentei enxugar o excesso. Parei para me enxergar o reflexo no espelho. Eu sou uma asiática normal, cabelos castanhos lisos um pouco ondulados, tenho leves olheiras por algum motivo, afinal, eu quase não perco noites, sempre durmo cedo. Olhos negros intensos, e pele limpa. Nada demais. Ao contrário de Loretta, ela tem algo que atrai a atenção das pessoas, olhos brilhantes, mas misteriosos, pele parecendo porcelana, cabelo sedoso e brilhante, mal usava maquiagem e qualquer roupa parecia ficar mais bonita nela.

 Dei ombros e sai do banheiro. Senti alguém puxar meu braço com delicadeza e depois soltar. Encarei o ser com um olhar frio, reconhecendo-o logo em seguida.

 Jeong Taekwoon, ou Leo – como o chamam – aluno um ano a minha frente e que faz parte daquele grupo que ficava me encarando.

 Ótimo! O dia não poderia ficar melhor.

 Bufei e dei um passo para frente, fazendo alusão de sair dali, mas ele me barrou.

 — Será que dá para você fazer o favor de me deixar passar? — Falei com leve sarcasmo na voz, dane-se se ele é meu sênior.

 — Sou seu sênior, tenha mais respeito. — Cruzou os braços, sorrindo de lado.

 — Não sou obrigada a seguir as ordens de quem não tenho respeito algum. Então, se me der licença. — Tentei passar por ele, mas não deu muito certo.

 Taekwoon me barrou novamente e soltou uma risada.

 — Você tem uma língua bem afiada, não? — Pegou meus braços e me prensou na parede com eles acima da minha cabeça.

 Normalmente ele nem me olha, muito menos faz alusão de que me conhece, por que isso agora? Eu deveria ser invisível como sempre fui, estava tudo bem até agora.

 — Me. Solta. — Falei pausadamente e entre dentes, fechando lentamente os olhos.

 Não sou de rebaixar a cabeça, muito menos deixar que façam o que quiser comigo. Talvez eu fosse a primeira garota que o tivesse enfrentado com tanta ousadia, convenhamos, acho que ele tem o dobro da minha altura.

 — Sabe, eu estou surpreso por não te notar antes. Você tem algo de diferente das outras garotas. — Pegou o meu queixo e segurou, olhando diretamente em meus olhos. — Não sei descrever... — Começou a se aproximar, visando a minha boca.

 — Me solta. — Me debati, tentando me soltar dele.

 Eu quase estava levantando a minha perna direita para dar um chute nas costelas dele, quando alguém apareceu no corredor.

 — Será que dá pra soltar ela? — ChanYeol vinha em nossa direção com as mãos no bolso da calça do uniforme, com a voz carregada de tédio e um sorriso candado no rosto.

 Leo me soltou, encarando o ruivo, aproveitei a oportunidade para dar um chute na lateral da sua cintura. Ele caiu no chão com a mão no local.

 — Vou falar somente uma vez, eu não sou como qualquer garota. — Massageei meu pulso machucado com o aperto.

 — Você ouviu ela. — Ele chegou mais perto de mim e olhou meus pulsos machucados.

 — Não foi nada demais. — Disse, escondendo os pulsos.

 — Eu sabia que isso ia acontecer. — Murmurou quando pegou minhas mãos e dedilhou o local avermelhado.

 Um arrepio percorreu pela minha espinha e eu puxei meu braço de volta, escondendo o rosto.

 — Já disse que não foi nada. — Insisti já cansada disso.

 — Vá até a Loretta, eu fico aqui com ele. — Ordenou novamente com aquela voz autoritária, que eu percebi nessas últimas vinte e quatro horas que eu odeio.

 — Você não vai machuca-lo, né? — Perguntei já temendo o que poderia acontecer com ele se fizesse isso.

 Mas desde quando eu me preocupo com alguém que não é da minha família?

 — Não se preocupe. Só vá pra perto da Loretta e não saia de perto dela até eu chegar. — Ordenou novamente, quase impaciente.

 Resolvi obedecer e corri até o refeitório. Encontrei-a sentada na mesma mesa que estávamos, desacelerei e caminhei até ela.

 — Eu disse para ter muita paciência hoje, não disse? — Avisou-me quando sentei na cadeira.

 — Sim, disse. Aproveita e me diz o que é que vai acontecer agora. — Suspirei.

 — O sinal vai tocar.

 E o sinal avisando que já tinha acabado o intervalo tocou. Olhei-a espantada.

 — Nem precisa ser vidente pra isso, já passamos tempo demais aqui, não? — Levantou e fiz o mesmo.

 — Você é vidente? — Perguntei enquanto caminhávamos até a sala de aula.

 — Não, só precinto coisas.

 — Entendi. — Olhei para os meus pés.

 Ainda não entendi o que é que aconteceu naquele corredor do banheiro, não era possível. Leo nunca tinha falado comigo, sequer sabia da minha existência. Então, por que daquilo?

 — Hana, preciso te contar algo. — Disse atraindo a minha atenção. — Mas vai ser mais tarde, vou te buscar para irmos ao shopping. — Bateu palmas, animada.

 Um súbito medo preencheu-me, eu deveria ficar com medo?

°•°•°

 Loretta me buscou em casa de tarde, fomos no carro dela até a cidade. A mesma convenceu ChanYeol de que não precisava nos acompanhar, que era pra ele ficar em casa, que nada aconteceria comigo e etc. No caminho todo eu fiquei olhando pela janela, pensando.

 Estava tudo estranho esses dias, mas parecia que tudo estava em seu lugar. Nada tinha mudado drasticamente na vida das outras pessoas, somente na minha. Descobri coisas da minha família, anjos, demônios... Muita informação em tão pouco tempo. Comecei a me preocupar com pessoas além da minha família.

 Eu havia chorado por Park ChanYeol.

 Algo ruim preencheu a minha mente quando não o vi de manhã. Isso é estranho, tudo é estranho. Eu havia me preocupado com o fato dele ser prejudicado, entre outras coisas. Além de Loretta, eu quero saber se ela está bem ao meu lado, se eu fiz algo de errado para com ela. É isso o que chamam de amizade?

 Já li tantos livros sobre, mas nunca tinha tido uma amizade verdadeira. Eu nunca consegui fazer amizades. Sinto-me verdadeiramente feliz ao lado da grega, ela é um amor de pessoa e me ajudou, bastante.

 — Hana, chegamos. — Avisou enquanto estacionava o carro.

 Eu nem tinha percebido que havíamos chegado, por isso que eu odeio pensar demais. Eu odeio perder a noção das coisas.

 Sai do carro e esperei a Averoff pegar algo dentro dele para irmos a grande construção a minha frente.

 — O que viemos fazer aqui? — Perguntei enquanto caminhávamos lado a lado.

 — Primeiro de tudo, vamos dar uma repaginada em você. Sei que desde aconteceu aquilo com você, a aparência foi pra escanteio. — Ajeitou a bolsa de ombro. — E eu realmente preciso explicar umas coisas a você. — Suspirou. — Mas sendo normal, eu queria sair com a minha amiga, não posso não? — Abraçou-me de lado, eu sorri.

 — Claro que pode. — Eu estava animada e com medo ao mesmo tempo, vindo da Loretta... Tudo se deve desconfiar.

 Ela me arrastou até uma loja de roupas e me mandou olhar algumas roupas para mim. Olhei em todas as araras, mas nenhuma me chamou a atenção. Já estava quase desistindo quando a minha salvadora interviu.

 — Hana, Hana, Hana, você tá olhando na seção errada. — Arrastou-me para uma arara onde tinham roupas mais simples e de cores mais sólidas, além de camisas de super heróis.

 — Isso sim faz meu estilo. — Disse enquanto pegava uma saia preta.

 — Eu percebi que você é geek. — Disse enquanto separava um conjunto para mim. — Dá pra criar um estilo só seu, com suas características. Exemplo, o meu é Rock Romantic, é a mistura do rock com romântico. — Apontou para sua roupa.

 Ela vestia uma saia vermelha com renda de flores 3d com uma blusa preta, coturnos e uma jaqueta preta. Realmente combina com ela.

 — É a sua cara.

 — Eu sei. — Voltou a olhar mais roupas.

 No final, tínhamos três sacolas enormes só de roupas. Eu disse que não precisava ser tantas roupas, mas Loretta insistiu. Minha tia deu o cartão dela para a grega, que usufruiu muito bem dele em prol a minha aparência.

 — Pra quê tanta roupa? — Perguntei incrédula.

 Seguimos rumo a praça de alimentação, estava difícil carregar a sacola pesada.

 — Ah isso. Consegui a permissão da sua tia para jogar todas as suas roupas fora. — Sorriu.

 Parei de andar, fiquei com muita, mas muita raiva. Como não me consultaram antes? E pelas minhas costas!

 — Você fez o quê? — Quase gritei, só elevei um pouco o tom de voz.

 — Tô brincando, suas roupas ainda estão lá. Mas é que seu quarda roupa é bem pobrezinho, e sua tia me pediu para fazer isso. — Gargalhou.

 Relaxei e suspirei fundo.

 — Ainda bem.

 — Bom, você tem uma festa da empresa para ir semana que vem. Ela disse pra te ajudar a escolher um vestido. — Voltou a caminhar, me deixando para trás.

 Dei passos apressados para conseguir ficar ao seu lado.

 — Sério?

 — Uhum.

 Sentamos em uma mesa mais afastada de uma lanchonete e coloquei as sacolas em cima da mesa.

 — Então, o que queria me contar? — Ajeitei-me na cadeira.

 — Sobre a sua família e o episódio de mais cedo. — Ficou séria.

 Então há uma ligação entre eles.

 — Diga.

 — Há dois clãs de caçadores, os da Luz e os da Noite. — Explicou fazendo um "dois" com os dedos. — Os da luz são pessoas bem... Não dá pra definir. Os da noite são aqueles que adoram a escuridão, geralmente podem ficar sem dormir por muito tempo. Tem uma melhor visão durante a noite, além de serem um pouco mais rápidos e fortes.

 — Nossa. — Falei de boca aberta, então eu vou ter tudo isso?

 — Mas tudo tem um preço, não? — Suspirou, um medo preencheu-me. — Em compensação, vocês tem uma maldição. Não importa, sempre que alguém do sexo oposto olhar diretamente nos seus olhos, ele vai se sentir 'atraído' — Fez aspas com os dedos. — Se conviver por muito tempo com você, ele realmente se apaixona. A partir de agora, você deve tomar muito cuidado.

 Fiquei extremamente chocada. Isso explica tudo! O Leo, os meninos olhando para mim... Tudo se encaixa. Então se eu tenho isso, por que nunca aconteceu antes?

 — Mas por que só agora que o Leo me notou?

 — Na verdade, o fato de você ser invisível para muitos é o ChanYeol. 


Notas Finais


Então, vou logo avisando, tudo é culpa do Chanyeol, lembrem-se disso.
Um pouquinho sobre os clãs, o clã da luz realmente não dá pra explicar, vocês vão entender logo
LEO APARECEU MEU POVO s2
Ele é meu bias no VIXX, junto com o N e o Ravi
Espero que tenham gostado :3


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