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História Night Changes - 19. Haunted


Escrita por: singlullabies e BkeakTheIce

Notas do Autor


Hey galerinha! Mari quer dar um recadinho pra vocês:

A/N: Oi, gente! Como vocês estão? Primeiramente gostaria de agradecer a cada um de vocês que lêem NC, aos que comentam, que nos deixam ler suas teorias e opiniões. Isso é extremamente importante pra gente e eu fico verdadeiramente grata a vocês <3. E por último, mas não menos importante, tenho um pedido a fazer. Sei que todos nós shippamos Camren e toda vez que uma delas aparece com um carinha novo nosso coração chora ;(. Sei também que é difícil conviver quando parece que no twitter o povo só fala disso, mas mesmo assim quero pedir uma coisa. Por favor, evitem falar coisas pejorativas sobre o Shawn e principalmente sobre nossa Camila. Nós não sabemos o que realmente acontece nos bastidores, então apenas vamos respeitá-los, ok? E não, eu não shippo Shawmila (ou Camendes), mas não tenho nada contra ele e estou pedindo isso apenas porque me dói ver o fandom desunido por tão pouco.

Então é isso, por favor, vamos evitar as ofensas ao Shawn, rezar para que a Camila esteja feliz e para que tudo corra da melhor forma possível, porque o que realmente queremos é que ela esteja bem.

(E sobre vocês votando na Taylor: ela vai fazer uma música em forma de vingança kkkkkkkkk briiiiiiiiinks)

Boa leitura, beijos de luz no coração e até quinta. :****
#QuintaComNC

Capítulo 20 - 19. Haunted


POV CAMILA

Morada da Noite, Dormitório.

A caminhada do carro de Lauren para dentro da Morada pareceu durar uma eternidade, ao parar na porta do quarto eu estava ofegante. Como consegui correr tanto em cima desses saltos finos? Nunca vou saber. Mas já sinto uma dor aguda nos pés.

Abri a porta lentamente e encontrei Dinah sentada em sua cama, no rosto uma expressão preocupada.

─ OBRIGADA, NYX! – DJ correu e me abraçou tão apertado que senti o ar fugindo dos meus pulmões. – Eu achei que você estava na enfermaria, Mila! Fiquei tão preocupada! – sua voz era chorosa.

A reação de Dinah foi uma completa surpresa para mim. Uma surpresa boa. Sua preocupação comigo me fez sentir amada e especial. Afaguei suas costas e esperei que ela se acalmasse, murmurando que tudo estava bem.

─ Você está bem mesmo? – ela quebrou o abraço alguns minutos depois.

─ Estou. – cocei a nuca e franzi o cenho. – acho que sair da Morada no final das contas não foi uma boa ideia. – ri sem humor e sentei-me em minha cama.

─ Eu não entendi nada do que aconteceu lá. – ela puxou a cadeira da escrivaninha e sentou-se de frente para mim. – uma hora estávamos dançando e nos divertindo e na outra correndo atrás da professora Jauregui. - a menção de Lauren deixou meu corpo tenso, Dinah percebeu. – Quer me contar o que aconteceu?

Suspirei pesadamente e comecei a tirar meus saltos. Havia calos nos meus pés e eu fiz uma careta. Dinah esperava pacientemente, ela sabia que uma hora eu iria falar.

─ Eu fiz besteira, para variar. – estiquei as pernas e coloquei os pés nas pernas de Dinah. – Estava dançando, uma humana me agarrou por trás e dai a gente começou a se pegar – Dinah revirou os olhos e começou a fazer uma massagem no meu pé esquerdo. – Quando eu beijei o pescoço dela algo bem estranho aconteceu na minha cabeça. Eu conseguia ouvir claramente os batimentos cardíacos dela... Minha boca salivou, China. – os olhos dela estavam fixos em mim.

─ Você a mordeu? – ela perguntou cautelosa. Parou a massagem, esperando uma resposta. Eu assenti e sua boca formou um O perfeito.

Um silêncio necessário se fez presente, ambas digeríamos essa novidade. Aos poucos, a realidade do que eu havia feito me atingiu. Mordi uma humana. Bebi seu sangue. Amei cada segundo em que fiz isso. Eu quase a matei...

─ Se não fosse pela Lauren eu teria matado aquela mulher, Dinah, - esfreguei meu rosto com as mãos, a agonia tomando conta de mim. – E sentir tanto prazer bebendo sangue não é estranho por eu ainda ser terceiranista?

─ Não é a regra, Mila, mas também não é estranho. Pode acontecer. Você só tem mais afinidade com sangue que a maioria dos outros novatos. – ela retomou a massagem.

─ Não quero ser um monstro. – murmurei. Meus olhos estavam úmidos.

─ Nenhum de nós é monstro, mocinha. – ela apertou meu dedão e ergui os olhos para encontrar os seus. – Você só precisa aprender um pouco mais sobre autocontrole. E ficar um tempo longe de loiras gostosas humanas. – ela sorriu de lado.

─ Gostosa mesmo. – imitei seu sorriso e fechei os olhos encostando a cabeça na parede.

─ E depois? Com Lauren? – ela começou a massagear o outro pé.

─ Eu desmaiei em seu carro e quando acordei ela tinha uma xícara de café para mim. – sorri mais abertamente com a lembrança. – conversamos um pouco, sobre tudo o que tem acontecido e ela disse coisas tão fofas e lindas que eu... – fiz uma careta. – eu beijei a Lauren, Dinah. Beijei a Lauren e ela correspondeu.

─ OH MINHA DEUSA VOCÊ BEIJOU LAUREN JAUREGUI??? – Dinah estava extremamente chocada e estranhamente animada. Eu ri.

─ Shhh, fale baixo! – ralhei com ela, ainda rindo. – Não quero que toda a Morada saiba. – ela tapou a boca e riu.

─ Desculpa! – Dinah sorria amplamente. – Como foi?

─ Perfeito. – mordi o lábio inferior e sorri timidamente. – Ela tem uma pegada que... – suspirei profundamente só com a lembrança. – Os lábios dela são macios e tem um gosto bom. – eu sabia que estava corando intensamente. – Foi mil vezes melhor do que qualquer sonho que eu tive com esse beijo. – confessei.

─ Você gosta dela. – era uma afirmação. Olhei para Dinah, intrigada.

─ Gosto, Dinah. Ela é minha professora, sempre me tratou bem e cuidou de mim hoje. Ela me protege...

─ Você sabe que não é desse tipo de gostar que estou falando. – ela me interrompeu. – Esse brilho no olhar só aparece quando você fala da Jauregui, Mila. Você pode ainda não saber o que está sentindo e qual a intensidade do sentimento, mas ele já existe. – o sorriso em seus lábios era acolhedor, amigável.

─ Dinah...

─ Não precisamos falar sobre isso, apenas mantenha em mente o que eu disse. – ela abriu os braços e eu corri para eles, me ajoelhando e envolvendo sua cintura num abraço apertado.

─ Hum, seus peitos são ótimos travesseiros, DJ. – Afundei o rosto naqueles melões.

─ Você é muito lésbica, Mila! – ela ria e acariciava meus cabelos. – Levante, vá tomar um banho, nós vamos dormir e apenas esquecer que hoje existiu.

─ Sim senhora, mamãe. – levantei e beijei sua bochecha. – Obrigada, por tudo.

─ Disponha. – ela piscou para mim. – Agora vá!

Após um banho demorado, mas extremamente relaxante, eu vesti uma blusa branca que mais parecia um vestido e uma calcinha boxer da mesma cor, entrei embaixo do edredom e fechei os olhos, esperando minha mente se acalmar e eu enfim conseguir o merecido descanso. Fazia um frio gostoso esses dias e mesmo com o aquecedor ligado, ainda podíamos senti-los dentro dos quartos. Procurei uma posição mais confortável na cama e suspirei.

Concentrei-me numa lembrança do sorriso de Lauren e dormi.

*****

─ Mila. – Dinah me balançava pelo pé. – Acorda, porra! – ela balançou mais forte.

─ Pra que essa violência toda, jovem? – esfreguei meus olhos e com muita dificuldade consegui me sustentar em cima dos meus cotovelos.

─ Estou aqui há mais de dez minutos tentando te acordar e nada, tive que apelar pra violência. – ela cruzou os braços em baixo dos seios.

─ E pra que você precisa de mim acordada? – deitei-me novamente, não suportando a forma como o mundo girava ao meu redor, eu me sentia enjoada.

─ Perdemos o café e o jantar, acredita? E minha barriga tá roncando de fome. – ela gemeu. – Vamos preparar alguma coisa, por favor.

Esfreguei os olhos novamente. – Certo, eu só preciso acordar.

─ Agora, Karla! – Dinah puxou meu edredom. – Que sexy essa boxer branca.

─ Dinah! Tá frio, porra! – agora eu estava mais que desperta.

─ Então levanta, Karla! E veste uma roupa de verdade!

Eu sabia que ela não me deixaria mais dormir, então com muito custo levantei da cama. Fui ao banheiro, lavei o rosto e fiz minha higiene. Quando voltei para o quarto, Dinah ergueu uma sobrancelha para mim e bufou.

─ Você precisa ficar calma, eu ainda estou acordando. – pedi enquanto procurava uma calça de moletom para vestir.

─ Não me peça calma quando tem um monstro gritando na minha barriga por comida.

Decidi me apressar, porque uma Dinah Jane com fome é simplesmente insuportável. Prendi meus cabelos, vesti a calça de moletom preta e calcei os chinelos. – Vamos fazer algo para comer aqui, porque minha disposição não aguenta chegar ao refeitório e muito menos nas cozinhas.

─ Certo. – ela abriu a porta e eu sai.

A sala comum estava relativamente calma. Algumas novatas viam TV, outras dormiam no sofá e umas liam. Todo mundo aproveitando o domingo para fazer vários nadas.

─ O que você vai querer? – Dinah abriu a geladeira e tirou leite, suco, queijo e presunto de dentro.

─ O que você comer para mim está bom. – Sentei-me num banquinho ao redor da grande mesa e apoiei minha cabeça entre as mãos, massageando as têmporas.

Ninguém me pedia para cozinhar, porque com certeza eu daria um jeito de queimar a comida ou tocar fogo no dormitório feminino, então geralmente eu cuidava das louças sujas.

─ Merry Meet, meninas! – a voz animada da Ally me despertou dos meus pensamentos. Ela veio até mim e passou um braço ao redor dos meus ombros. – Como você está, baby? – sua voz era tão preocupada que senti um aperto no peito por deixa-la assim.

─ Vou ficar bem. – sorri fraco para ela, que assentiu. AllyCat sabe como dar espaço.

─ Qualquer coisa estou aqui. – ela piscou para mim e sorriu. – Vou fazer panquecas, quem quer?

─ Eu quero. – Normani entrou na cozinha também e foi até Dinah, que já preparava sanduíches para nós quatro, ela beijou a bochecha da loira e veio até mim, sentando ao meu lado. – Oi, Mila. Como você tá?

Deitei a cabeça em seu ombro e suspirei quando ela começou a fazer um cafuné em mim. – Bem melhor agora com esse carinho. – sorri.

Ally se movimentava na cozinha com precisão, pegando todos os ingredientes para suas famosas panquecas. Dinah fritou alguns ovos e bacon. Levantei-me para pegar torradas, mel, calda de chocolate, enquanto Mani colocava a mesa. Faríamos um banquete, pois pelo visto as quatro perderam as primeiras refeições.

Quando tudo ficou pronto nos sentamos à mesa e Ally pegou a mão de Dinah, que estava ao seu lado. Logo fizemos o mesmo, as quatro de mãos dadas.

─ Obrigada, Nyx, por sua generosidade em nos conceder mais uma refeição, mais um dia de vida e sua proteção. Como suas filhas, nós somos extremamente gratas. – Ally fez a prece.

─ Amém. – dissemos em coro.

Comemos em silêncio por um tempo, apenas saciando a fome inicial. Meu enjoo havia dado uma trégua e eu consegui por alguma coisa para dentro da barriga.

─ Ontem foi insano. – Normani começou, quebrando o silêncio.

─ Acha que estamos muito encrencadas? A Jauregui disse que conversaria conosco depois, em particular. – Ally parecia preocupada com a possível bronca.

─ Quando ela disse isso? – a informação nova me pegou de surpresa.

─ Ontem, enquanto você estava... Desmaiada. – Dinah explicou.

─ Ah. – murmurei.

─ Falei com o Justin antes de sair do quarto. – Normani cochichava, pois o movimento na sala aumentou. – Ele disse que vai ficar tudo bem.

─ Ele sempre diz isso. – DJ riu baixinho.

─ É o lema da vida dele. – Ally a acompanhou.

─ Se ela vier falar conosco vamos aplicar a tática de sempre: ninguém entrega ninguém. E é só dizer que não vai mais acontecer. – Mani instruiu.

─ Vai dar certo. – eu disse e todas rimos.

O resto da refeição foi regado a conversas banais e risos fáceis. Combinamos de assistir Sense8 quando eu terminasse de lavar as louças e Mani de secá-las. A série era o novo vício em toda a Morada.

Encontrei Ally, Dinah e Normani no quarto das meninas, as camas unidas e elas já de frente para a TV.

─ Meninas, acho que vou passar essa maratona. – anunciei e as três viraram para mim. – Estou totalmente atrasada nos estudos, trabalhos e exercícios. E realmente quero passar o dia no meu quarto.

─ Tudo bem, Mila. Vou com você. – Dinah fez menção de se levantar.

─ Não precisa, Dj. Fique com as meninas e se divirta. – sorri para ela. – beijo para todas. – Soltei beijinhos no ar e sai antes que elas tentassem me convencer a ficar.

Eu realmente estava atrasada com os assuntos das aulas, os exercícios e trabalhos faziam pilhas. Precisava me dedicar mais aos estudos e aquilo manteria minha mente ocupada, longe de todos os outros problemas que me cercavam. Então, durante as sete horas seguintes eu me dediquei aos estudos. Li toda a matéria atrasada de Sociologia Vampírica, fiz o artigo de 30 laudas sobre a importância de Carmilla para a literatura vampírica. Decorei as falas de Otelo, o Mouro de Veneza para a próxima aula de teatro, como JT havia pedido e li todos os capítulos sobre rituais até então já explicados pela professora Zaddie. Fiz o relatório sobre as Grandes Sacerdotisas e seus feitos pedido por Taylor e comecei o esboço de uma atividade para fazermos no grupo As Filhas das Trevas.

Meu cérebro, ao final dos estudos parecia que havia derretido. Eu não conseguia pensar em nada mais, a exata sensação que tanto buscava. Não pensar sobre ou falar sobre determinadas coisas me mantinha em negação e pode até ser errado, mas era o que julguei ser o melhor para o momento. As 08h30min da manhã tomei um banho quente, vesti um pijama qualquer e apaguei em minha cama.

Acordei com o barulho de Dinah no banheiro. Sentei-me preguiçosamente na cama. Hoje finalmente eu teria que lidar com minha realidade.

─ Oi. – Dinah me presenteou com um sorriso lindo quando saiu do banheiro. – Dormiu bem?

─ Sim, uma pena já ter que levantar. – fiz bico, ela riu.

─ E se apressar, nada de atrasos hoje. – ela veio até minha cama, pegou minha mão e me empurrou para dentro do banheiro. – Rápido, Karla.

Eu ri enquanto me despia dentro do banheiro. Dinah Jane definitivamente é como uma luz na minha vida.

*****

O refeitório encontrava-se a pleno vapor quando entramos calmamente no ambiente. Jovens animados conversavam, riam e se divertiam, finalmente com o clima da Morada voltando ao normal. Olhei, por curiosidade, para a mesa de Hailee. Seu esquadrão de vadias em volta, rindo de qualquer bobagem que ela tenha dito. Hailee ostentava um sorriso nos lábios, aquele tipo de sorriso que fazem os caras querer ela e as garotas querer ser ela. Hailee é bonita, rica e poderosa. Uma combinação que por vezes pode vir a não fazer bem a uma pessoa.

Ela olhou diretamente para mim, como se soubesse que eu estava a encarando. Deu-me um sorriso irônico e jogou os lindos cabelos para trás, virando o rosto para o outro lado.

Balancei a cabeça e segui para onde era servida a refeição.

─ Vou voltar para as aulas do Nick hoje. – disse para Dinah enquanto caminhávamos para nossa mesa.

─ Sério? – ela parecia surpresa e animada. Assenti com um pequeno sorriso. – Isso é o máximo, Mila! Oh, mas ele vai te dar um mega esporro.

─ Estou merecendo. – dei de ombros e sentei-me a mesa, ao lado de um semi acordado Louis. – Merry meet, meus lindos. – cumprimentei a todos.

─ Mila! – Niall estendeu a mão para afagar a minha que estava sob a mesa. – Como você está?

─ Bem, Niall. – sorri para ele e cobri sua mão com a minha.

─ Graças a Nyx! – ele exclamou e eu libertei sua mão.

─ Normani, onde está Ally? – Liam perguntou.

─ Ela disse que viria logo atrás de mim, mas até agora não chegou. – Mani tinha a testa franzida. Ela observou Liam atentamente. – Daqui a pouco ela chega, não se preocupe.

─ Só espero que não esteja com ele. – murmurou Liam.

─ Pessoal, olha só. – Justin chamou nossa atenção assim que chegou perto o suficiente da mesa. Ele começou a fazer malabares com as embalagens do suco de laranja, o leite e a água que carregava.

─ Nossa, JB, se nada der certo você já tem profissão garantida no futuro. – Louis revirou os olhos para o amigo.

─ Eu sou um cara de muitas habilidades, Lou, essa é só uma delas. – pisco para ele.

Louis ignorou o loiro e senti seus olhos em mim. – Está tudo bem mesmo?

─ Vai ficar. – murmurei e ele assentiu. – Depois conversamos.

─ Oi, gente! – Ally estava radiante quando sentou-se a nossa mesa.

─ Você está atrasada. – Liam censurou.

─ Eu sei, desculpem. Vou comer esse sanduiche e tomar esse suco. – ela sorriu para ele.

─ Certeza que ninguém quer falar sobre ontem? – Niall perguntou após alguns muitos de silêncio.

Suspirei. – Eu quero pedir desculpas a todos, de verdade. Estraguei nossa noite de folga e provavelmente nos coloquei em problemas aqui na Morada. Desculpa, gente.

─ Não precisa se desculpar, Mila. – Lou afagou minha mão. – O importante é que você está bem.

─ Todos nós vamos ficar bem. – Justin falou. – Vai...

─ Dar tudo certo. – dissemos em coro e rimos. Justin revirou os olhos e acompanhou nossa risada.

─ Eu ainda quero saber... – Niall disse quando paramos de rir. – Mila, você bebeu daquela humana? – sua voz era baixa, apenas para a mesa.

Encarei cada um dos meus amigos, com medo de suas reações. Assenti. Esperei alguém encolher os ombros com nojo ou medo.

─ E como foi? – foi ai que eu percebi que Niall estava apenas curioso. E ninguém se afastou de mim.

─ Foi... Prazeroso. – confessei. Justin sorriu para mim, algo em seus olhos me dizia que ele sabia exatamente o que eu quis dizer.

Uma agitação na entrada do refeitório chamou a atenção de todos, Louis tinha os olhos fixos ali.

─ Eu te disse que não somos monstros por beber sangue, Mila. É o que nós somos. – Dinah sussurrou no meu ouvido.

─ Merry meet, meus queridos. – a voz de Taylor logo no início da noite no refeitório fez todo mundo parar e focar nela. Muitos estavam surpresos, assim como eu.

Ao seu lado, um rapaz de estatura mediana, cabelos negros como a noite, despenteados milimetricamente e pele branca, parou. Ele vestia uma camisa branca e um suéter preto por cima que ostentava o símbolo de Nyx, calça jeans verde musgo e sapatos sociais pretos. Seus olhos percorreram todo o ambiente, parando em nossa mesa. Ele encarou e sorriu de lado. Taylor acompanhou o seu olhar e sorriu discretamente para mim.

─ Esse é Michael Willett, foi transferido da Morada da Noite de Londres para a nossa sexta-feira, mas apenas hoje conseguiu chegar aqui. Ele é nosso mais novo estudante e eu quero que vocês deem as boas vindas ao seu mais novo colega. – Taylor pediu calmamente, sua voz ressoando por todo o lugar. – Eu espero que todos o recebam muito bem.

─ Merry meet. – o refeitório todo respondeu em coro.

─ Obrigado. – Michael disse timidamente e eu posso jurar que algumas meninas suspiraram.  

─ Podem retomar suas atividades, meus queridos. Obrigada pela atenção. – Taylor dispensou a todos com um aceno de cabeça e começou a caminhar com o novato em seu encalço na nossa direção.

─ Grande Sacerdotisa. – Louis cumprimentou educadamente a loira quando ela estava perto o suficiente para ouvir.

─ Olá, meus queridos. – ela sorriu para todos. – Louis, você poderia me fazer um favor? – ela sorria abertamente para ele.

─ Claro, Taylor.

─ Michael será seu novo colega de quarto, você poderia mostrar a ele o quarto e toda a Morada e suas dependências, por favor?

Louis tinha os olhos arregalados em total surpresa. – Hã, claro. – ele sorriu para ela e se pôs de pé.

─ Muito obrigada, meu querido. – ela virou para nós e sorriu. – Tenham uma boa noite de aula, crianças.

─ Merry Part, Sacerdotisa. – JB disse.

Taylor assentiu e saiu calmamente.

─ Bom, então, vamos, Michael? – Louis chamou, mas logo parou. – Ah, que burrice a minha. Michael, esses são Niall, Normani, Ally, Liam, Justin, Dinah e Camila. – ele apontou para cada um de nós à medida que dizia nossos nomes.

─ Oi. – eu disse, sorrindo para ele.

─ Seja bem vindo. – Ally disse, também sorriso.

Niall e Liam sorriram assentindo e Normani os imitou. – Qualquer coisa que precisar é só falar com a gente ou com o Lou, Michael. – JB disse.

─ Prazer, pessoal. E obrigado, Justin. – Ele sorriu para a gente e Louis estendeu o braço para que o novato fosse à frente. – Até logo. – ele disse.

Quando os dois se afastaram, virei-me para Dinah. – Por que o apresentaram assim? Nunca vi nenhum novato ser apresentado pra escola toda durante as refeições.

─ Primeiro, ele não é novato, é transferido. – Dinah começou a explicar calmamente. – e ele não é qualquer um, Michael é especial.

─ Mila, ele já é ator. Participou de vários seriados e filmes, você nunca o viu? – Mani entrou na conversa.

─ Não. – tentei puxar pela memória o rosto do novato. – Nunca fui de assistir muita TV e nos filmes que o vi não estava em nenhum. Mesmo que ele seja especial, ainda não consigo entender o porquê de apresenta-lo assim.

─ Existe um sistema de troca entre as Moradas da Noite, Mila. – Ally agora explicava. – Nossa Morada é famosa por possuir muitos novatos com dons especiais, as outras são famosas por ser muito boa em alguma coisa também. Então, quando uma Morada tem algum novato muito bom, mas eles tem interesse em outro novato de outra Morada, eles trocam. – ela deu de ombros.

─ Professores também podem ser trocados. JT e Lauren já passaram um tempo na Morada da América Latina e em Londres. – Justin disse. – Eles são realmente muito bons no que fazem.

─ Mas a Lauren foi pra América Latina para lecionar sobre Literatura e depois para Londres ensinar alguma coisa voltada para pintura. – Niall adicionou.

─ Eu acho que o Michael veio para nossa Morada porque ele quer aprender com o melhor e convenhamos, JT é muito bom no que ele faz. Já formou diversos atores e atrizes renomados desde que se tornou professor. Ele sabe o que faz. – Mani disse.

─ E eu acho que está na hora de parar a fofoca e irmos para a aula, o refeitório já está ficando vazio. – Liam gesticulou para o ambiente.

─ Vamos. – eu fiquei de pé. – Boa aula, gente.

O caminho para a sala da Demi sem Lou ao meu lado foi solitário. Nós sempre vamos conversando, falando sobre as matérias e as fofocas. Mas agora ele está muito ocupado com o novato famoso, então estou sozinha com meus pensamentos. E logo eles vagaram para onde – melhor, para quem – eu passei o dia de ontem e hoje tentando evitar. Lauren.

A ideia de que ela já havia saído da Morada era estranha e assustadora. Ela pode ser transferida a qualquer momento? Só em pensar em não olhar mais naqueles lindos olhos verdes todos os dias já sinto um aperto no coração, como se inconscientemente eu já fosse ligada a ela... Suspirei. Foi só um beijo, Karla Camila. E provavelmente ela só correspondeu porque acha que você é a reencarnação da ex-namorada dela, disse a mim mesma.

Eu precisava não pensar em Lauren Jauregui, parar de pensar naquele fodidamente gostoso beijo. Parar de fantasiar com um futuro que nunca vai existir. Ela não me quer, ela só quer a ideia da ex-namorada e definitivamente eu não sou nada parecida com Keana. Nem sua coragem eu tenho. Provavelmente não tenho nada em mim além dessa missão que remeta a ela. E quando Lauren conseguir ver isso, vai se afastar e me machucar. O melhor é cortar o mal pela raiz, meus pensamentos voavam. Mas como cortar algo que parece já ter tomado conta de mim? Droga, eu sou a porcaria de uma grande confusão! Preciso fazer terapia urgente!

Quando adentrei a sala de Demi nem percebi que ela já estava lá e eu estava atrasada. Ela me olhou, analisando-me de cima a baixo e eu senti minhas bochechas corarem em seu tom mais forte de vergonha.

Demi sorriu para mim, sua testa relaxando como ela tivesse acabado de chegar a uma grande conclusão.

─ Nunca foi tão fácil te ler como é agora, jovem Grande Sacerdotisa. E eu me pergunto quantas peças mais o Destino vai nos pregar enquanto você estiver em nossa Morada. – ela disse mais para si mesma, mas eu consegui ouvir.

 


Notas Finais


Tem personagem novo! Seu nome é Michael Willett e ele faz o Shane em Faking It... Pra quem não sabe quem ele é, deixo uma foto: http://www4.pictures.zimbio.com/gi/Michael+J+Willett+Tribeca+Film+Festival+Portrait+cb_17Y34l2Pl.jpg

Podem nos encontrar no tt Lou: @singmlullabies e Mari: @bkeaktheice


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