História Niilismo, Cinismo, Sarcasmo e Orgasmo - Queimar o seu Entardecer

Muitas horas depois, Raven estacionou seu carro, ele não sabia que força o levou até ali, talvez a curiosidade, ou o vazio, talvez a premissa de algo que ele não tinha ideia do resultado final, mas o fato é que ele viera.

Era bastante tarde e Raven fez questão de não vir correndo, a última vez que vira Kyley, quatro horas atrás, o ruivo parecia determinado a provar alguma coisa... Raven suspirou, ainda que a noite estivesse fria como sempre, ele sentia o calor dos olhos verdes sob seu corpo, um magnetismo que o atraía mesmo que o moreno não compreendesse.

Ele empurrou a mão dentro do bolso da calça jeans negra e tocou o anel de ouro e brilhantes, em busca de respostas observou o céu, perdido em pensamentos, não nevava mais, nem era para nevar em maio, porém, geralmente South Park não se curva às estações.

O moreno saiu do carro, ajustou a jaqueta de napa em seus ombros e cortou o estacionamento em direção ao quarto número cinco, caminhou em frente a outras portas, então encontrou a certa, e bateu calmamente, as mãos protegidas pelas luvas sem dedos.

O ruivo surgiu, vestia uma regata branca escrita seu próprio nome em letras grafadas provavelmente de forma manual, o rosto sardento se iluminou em um sorriso largo quando ele deu um passo para fora da porta e abraçou Raven, os peitos colaram-se e o moreno foi sufocado pelo cheiro dele, o cheiro de banho recém tomado, e tão picante que o excitou instantaneamente, no entanto, o moreno tentou não ficar animado.

Quando Kyley abriu a porta que dava para a alcova privada atrás dele, a primeira coisa que Raven notou foi que o quarto era espaçoso, mais do que poderia ter esperado, em seguida ele deu um passo para dentro e enquanto Kyley fechava a porta, o moreno percebeu que o espaço cheirava fortemente a velas aromáticas, mesmo que não pudesse definir quais eram os aromas, ainda percebeu que eram sim do tipo enjoativo, mas Raven não se incomodou em reclamar, ele estava ocupado demais olhando fixamente para um balanço de cordas de couro preto e correntes, pendurado em um canto escuro do quarto.

— Interessado no que vê, gostosura? — Kyley se aproximou girando o moreno em seus braços. — Estou louco para te suspender ali e ter você só pra mim.

O ruivo tocou o queixo do moreno plantando o polegar em uma pintinha muito discreta abaixo do lábio inferior, estava explodindo de satisfação quando atendeu a porta e deu de cara com os olhos azuis cobalto de Raven, a franja negra espiava por baixo da barra do gorro preto que ele usava, e Kyley só pensava em tirar toda a roupa do moreno, e expor o corpo delgado para apreciação.

Não conseguia mais manter seus desejos para si, Raven, em contrapartida, o encarava sem expressão quando Kyley o puxou plantando seus lábios nos do moreno, a bengala caiu no chão em surpresa e o ruivo escorregou as mãos enfeitadas com anéis subindo pelo peito de Raven e empurrou a jaqueta preta de napa para junto da bengala, a língua rapidamente começou a desbravar aqueles lábios com gosto de maquiagem barata, Kyle parou as duas mãos nos cabelos escuros derrubando o gorro preto e puxando os fios pela nuca, obrigando Raven a expor o pescoço, um gemido gutural foi ouvido, e Raven mordeu os lábios manchando os dentes de roxo do batom.

— Puta merda, você tem uma garganta fantástica... — Kyley declarou animado, ele empurrou sua virilha contra a de Raven e o gótico mais uma vez liberou murmúrios de prazer. — Eu quero te marcar inteiro...

Kyley parou o beijo, mas manteve as mãos presas aos cabelos do moreno, surpreso sobre o quanto eram macios, como uma seda negra, rebrilhando sob a luz flamejante das velas...

O ruivo beijou e lambeu toda a extensão do pescoço do moreno, seu maxilar era marcante e o queixo forte, já tinham manchas arroxeadas na pele clara de Raven, Kyley esfregou a pele marcada e sorriu, pois a maquiagem se espalhava e saía rapidamente, ele queria marcar a extensão pálida, mas não com maquiagem, então empurrou sua língua no pomo de Adão e mordeu bem na curva entre o pescoço e o ombro esquerdo, sentiu o moreno estremecer, mas os olhos azuis ainda pareciam insondáveis, o ruivo colou os lábios outra vez, a sua língua tocou a do gótico quando ele abriu a boca e mordeu os lábios de Kyley com força.

Raven estava apreciando o metal frio da língua do ruivo descendo e subindo em sua garganta, em alguns momentos sua respiração falhou e ele a prendeu tentando suportar a carga de emoção, havia muito tempo que não se sentia assim com alguém, se é que sentira algo do tipo alguma vez em sua vida amaldiçoada.

Então seu pescoço foi abandonado e sua boca possuída outra vez, os músculos de Kyley eram impressionantes, quentes, fortes, Raven imaginou que este cara o ergueria no colo sem nenhuma dificuldade, e isso o deixou ainda mais interessado, dentes se fecharam nos lábios pintados do moreno e novamente ele prendeu a respiração para não acabar gozando dentro das calças como um virgem perdedor quando experimentou em sua língua um sutil gosto metálico.

As mãos fortes de Kyley subiam e desciam no tronco de Raven, e o moreno se viu ansiando por algo desconhecido.

— Você vai usar aquele balanço, ou vamos ficar como duas donzelas no cio nos esfregando aqui? — A voz dele pareceu muito pesada de emoção, Raven limpou a garganta e desviou os olhos quando Kyle o encarou com olhar predatório. — Vou poupar o seu trabalho e me despir eu mesmo.

Ele empurrou o ruivo com a palma da mão, mas Kyley não reclamou, ele caminhou até um balcão colocou o celular em uma base e um rap sensual começou a rodar baixo através das paredes do quarto, o ruivo voltou-se para o moreno, sentou-se com as pernas separadas em uma poltrona e assistiu quando Raven jogou a camiseta preta no tapete vermelho.

— Vou ser tão mal com você quando terminar de tirar essas roupas... — Kyley falou, sua voz era grave, cheia de desejo, Raven mordeu os lábios para não responder, virou-se de costas, se dobrando elegantemente para empurrar as calças jeans pretas para os pés, o moreno fez isso demorando-se com os dedos nas nádegas e sorriu minimamente quando ouviu o suspiro do ruivo. — Oh, deus, eu vou foder você tão duro... me deixe te ver todo primeiro...

Raven olhou por cima do ombro e Kyley gemeu achando a cena alucinante, os olhos azuis brilhantes, as maçãs do rosto adoravelmente coradas quando ele começou e despir a boxer preta, claro que era preta... ele atirou a peça em Kyley e o ruivo a cheirou, o doce cheiro do prazer promissor... as mãos do moreno ficaram em contato com o traseiro outra vez, apertando discretamente, abrindo, mostrando-se...

Kyley achou que Raven estava um pouco tímido ainda, mas o ruivo sabia bem como poderia tirar esse tímido de seu casulo, ele abriu o zíper de sua calça e enfiou a mão lá dentro apanhando sua ereção pulsante, acariciou-a enquanto Raven quase tocava a testa no chão, dobrando o corpo maleável em um misto de demonstração de sua elasticidade e artimanha para tirar as meias, o moreno se virou de frente, expondo a ereção brilhante de pré-gozo, pingando no tapete.

— Cara, você tem uma bunda infernal... — Kyley falou. — ...e nem estou falando do seu pau ainda...

Raven moveu-se ao ritmo da música, ele tirou a camiseta preta por cima da cabeça, esticando os braços como se estivesse se espreguiçando, Kyley viu uma tatuagem no alto do ombro, um coração negro com um centro vermelho, parecia como um buraco, um local a ser preenchido, a ser reivindicado... o ruivo balançou a cabeça quando imaginou suas iniciais ali... queria se concentrar no corpo ardente, e não em seu próprio coração que queria Raven para si...

O moreno não era desengonçado como Kyley pensara, na verdade tinha um corpo incrível, ombros largos e peito amplo, mesmo sem os músculos de Kyley, por baixo daquela armadura niilista, Raven era uma tentação masculina, e o ruivo queria cair e perder-se naquela tentação o mais rápido possível...

O moreno bombeou seu próprio pênis, encarando direto nos olhos de Kyley, era um maldito sedutor e estava deixando o ruivo muito próximo do abismo, com um olhar fixo, ainda usando as malditas luvas, Raven tocou a ponta do pau e juntou entre os dedos descobertos a umidade que havia ali, ele esticou a língua e lambeu, provando o próprio gosto, Kyley achou que ia desmaiar.

— Deus, vou te foder como nunca ninguém te fodeu antes, babe... vou te foder tanto... — O ruivo gemeu.

— Pois é, você continua dizendo isso... — Raven esticou os lábios em um sorriso torto e sarcástico, ele lançou um olhar apático mesmo que por dentro seu coração estivesse arrebentando contra o peito. — Promessas...

Ele deu dois passos e se aproximou do ruivo, seus mamilos endureceram quando os olhos verdes pousaram neles, Kyley não resistiu e ergueu uma mão, tocando-os, incitando-os.

— Isso é bom? — Raven perguntou levando seus dedos aos lábios de Kyley, a voz dele estava tão dura quanto a ereção do ruivo. — Que bom que você está se divertindo, pra mim isso ainda está tão mais ou menos...

O lápis preto em torno dos olhos fez o azul parecer muito mais quente, Kyley sentiu a textura dos mamilos e o gosto do pré-gozo direto dos dedos do moreno, ardendo ao ouvir o sarcasmo de suas palavras, desesperadamente queria beijar aquela boca atrevida, mas ainda tinha seu próprio show para fazer, assim, puxou a regata branca pela cabeça mostrando finalmente seu peito malhado e sardento, ele sorriu satisfeito quando Raven ofegou, os olhos azuis contornados de negro arregalaram-se de interesse.

Por um momento Raven ficou sem atitude, uma tatuagem de um coração azul flamejante, muito delicada descansava no peito bronzeado, logo acima da localização do órgão real, o moreno tocou primeiro o desenho, fechando os olhos e sentindo as batidas agitadas logo abaixo da pele, tantas coisas ele sentiu, tantas mais ele tentou ignorar...

O moreno desceu os dedos explorando, havia dois piercings dourados pendurados nos mamilos rosados, o ruivo os tocou, brincando.

— Gosta? Experimente na sua boca, gostosura... — A voz de Kyley era altiva, mas ainda tão calma que Raven se viu provando a pele dele, rodando a língua, mordendo-o. — Oh, sim... sim, babe... você é fantástico pra caralho...

Raven já estava absolutamente nu, não queria entregar nenhuma emoção tão cedo, mas Kyley era tão cheio de si, se exibindo, ostentando autoconfiança... de fato os piercings nos mamilos foi um golpe muito baixo, e quando o cara gemeu, Raven quis montá-lo imediatamente, a única coisa que o parou, foi o tecido das calças do ruivo que estavam no caminho.

Kyley desceu as mãos, tocando a pele pálida de Raven, suas mãos provaram as omoplatas e desceram em direção ao traseiro, era macio, adorável... ostentado por coxas magras, mas poderosas, o ruivo queria provar Raven por inteiro, queria se banquetear com ele.

— Posso te colocar no balanço?

— Já passa da maldita hora.

Kyley puxou Raven pela mão em direção ao balanço, apreciando o nervosismo que estava sentindo, desde quando sentia-se agitado em torno de um parceiro? Talvez nunca sentira-se assim... talvez ele nunca tenha conhecido alguém como Raven, seus cabelos negros e seus olhos azuis doces e quentes...

Raven percebeu a mão de Kyley puxando seu rosto e sua boca foi atraída pelos lábios do ruivo, que a esta altura tinham um pouco do batom roxo também, Raven gostou da imagem e o gosto novamente o surpreendeu, mas muito mais do que isso, Raven estava sucumbindo ao calor que irradiava do ruivo de Jersey, ele abriu a boca recebendo os gemidos, tentando calar seu próprio coração.

— Eu quero tanto você...

O ruivo rosnou quando escorregou as mãos por trás das coxas do moreno, erguendo Raven, sentindo as pernas longas enroscarem em sua cintura.

— Prove.

A provocação sarcástica era tão cética e sedutora vindo daqueles lábios roxos... Kyley descobriria a verdadeira cor daquela boca em poucos minutos, depois de beijá-lo até limpar a maquiagem toda...

Kyley abriu caminho entre as correntes que prendiam o balanço ao teto e afastou-as depositando Raven na base central, ele começou a afivelar para manter o moreno suspenso então içou um cabo virando Raven e deixando-o na altura de sua virilha, Kyley deu a volta ligando os pulsos do moreno nas correias de couro, ele prendeu os tornozelos na altura de suas coxas, e puxou os cabos, erguendo todos os membros, as pernas afastadas, os braços acima da cabeça, Raven já estava excitantemente suspenso, todo preso, seu pênis tinha a ponta corada e pingava descaradamente no seu estômago, o ruivo analisou a última peça que não fora usada, originalmente ela cobriria os lábios, ele encarou Raven.

— Você quer que eu amarre sua boca, ou vende seus olhos...?

O moreno deu de ombros, uma expressão indiferente em seu rosto, mas ele estava um pouco sem fôlego, ansioso, e brutalmente excitado, sua ereção latejava cada vez que os dedos de Kyley tocavam sua pele.

O ruivo inclinou-se sobre o moreno, acariciou seu peito e mamilos, beijou sua tatuagem, Raven mordeu os lábios quando os dedos ágeis tocaram seu membro molhado, então forçou-se a responder.

— Não, na verdade estou bem assim desde que você foda logo, cara.

Raven lutou para conseguir que sua voz funcionasse através dessa frase, especialmente quando Kyley deu um apertão exploratório em seu pau.

— Vou fazer isso, babe... eu vou sim... mas antes, quero te provar só mais um pouco...

Então Raven mordeu os lábios com força, pois Kyley se ajoelhou entre suas pernas e a língua dele pincelou seu cumprimento, a dureza do metal do piercing se destacando contra a maciez da boca aveludada, o moreno gemeu, rangendo os dentes e o ruivo abandonou seu membro.

— Quero ouvir sua voz...

Kyley se ergueu atraindo Raven para si, o balanço favorecia a manipulação, nunca havia usado um na verdade, não era muito uma coisa de Jersey, eles eram de foder cruamente, sem muitos preâmbulos, mas achou que hoje seria um dia ótimo para experimentar, Raven era uma ótima parceria para essa experiência...

Raven parecia uma ótima parceria para qualquer coisa...

Os lábios deles estavam conectados novamente e agora o ruivo de Jersey já podia ver mesmo com a luz amarelecida das velas, a cor real dos lábios de Raven, um bege avermelhado, idêntico a cor dos mamilos dele, Kyley disparou a língua através do pescoço elegante do gótico, e distribuiu beijos em sua clavícula, dedicando atenção à tatuagem no ombro que ele já adorava mais do que qualquer outra coisa.

— Você não é tão magro quanto imaginei.

A voz de Kyley tirou Raven de sua apreciação, o cara era especialmente bom com a boca, beijava bem, sabia tocar nos pontos certos...

— Sim. — Raven se viu respondendo. — Eu era um tipo de atleta conformista no Ensino Médio...

— Isso explica suas pernas e seu traseiro fantásticos... — Kyley respondeu tocando as nádegas de Raven e as separando. — Benditos sejam os Clubes Esportivos...

— Fodam-se os Clubes Esportivos — Raven falou prendendo o lábio inferior de Kyley entre os seus durante outro beijo —, e foda-me você...

— Okay... só me dê um minuto... — Kyley riu, ele tentou se afastar, mas Raven gemeu, os olhos verdes o observaram preocupados.

— Sem lubrificante... use sua língua... — Raven falou sombriamente. — Eu quero sentir...

“Quando você se for...” O moreno pensou. “Eu quero sentir como se você ainda estivesse dentro de mim, mesmo que nunca mais nos encontremos...”

Kyley não discutiu, mas se afastou do mesmo jeito, foi uma fração de segundo e ele tinha uma tira de preservativos nas mãos, ele empurrou as calças meio abertas para baixo e as chutou, já não vestira uma boxer depois do banho, então o trabalho foi bem rápido, observando Raven preso e suspenso, as mãos amarradas acima da cabeça e as pernas afastadas, o pau imenso e pulsando.

— Você é uma visão... — Kyley declarou mordendo os lábios e tentando não empurrar-se na própria mão ao desenrolar a camisinha cobrindo seu pênis. — Isso vai ser uma experiência...

“...fantástica, esplêndida, formidável...” ele buscou palavras, mas a que mais se encaixava era... “Inesquecível...” e essa palavra ele não usara jamais com algum parceiro de foda...

Kyley balançou a cabeça, descartando o pensamento, desceu os lábios na parte interna da coxa de Raven e beijou-o, mantendo uma trilha de beijos até alcançar-lhe o pênis.

— Oh... porra... — Raven gemeu e Kyley se deu ao prazer de sugá-lo mais um pouco, cravou os dentes com pouca pressão bem na base e o moreno se sacudiu. — Oh, caralho... por favor...

Raven não queria gemer, mas a cada segundo ficava mais impossível, declinou a oferta de cobrir os lábios pois queria ter acesso a boca de Kyley, e tampouco quis ser vendado, pois precisava ver aqueles olhos verdes esmeraldas...

— AAHHHNNN...

Kyley escorregou a língua através dos testículos, ergueu Raven um pouco e quando tocou o centro das nádegas dele, o grito do moreno ecoou, o ruivo brincou mais um pouco espalhando saliva na fenda do traseiro e tocando com a ponta da língua no orifício enrugado, queria olhá-lo, queria beber de todas as reações de Raven, mas o moreno sacudia a bunda no ar, implorando para ser preenchido.

— Só faça isso logo...

Raven gemia entredentes, seu corpo era uma puta com ele bem lembrava, mas jamais implorara para ser preenchido, ele levantou o rosto e encarou Kyley, alto e ruivo parado entre suas pernas, as maçãs do rosto mais afiadas que a faca que Firkle vivia brincando, o suave embalo do balanço fazia a cena toda parecer muito alucinante, luzes dançavam na pele bronzeada e Raven se viu desejando foder com aquele cara na cama, em uma banheira, no chão...

— Você é tão impaciente, fofura...

Kyley apertou o lado interno das coxas de Raven, o moreno estava corado, ele era sensível, e o ruivo não queria machucá-lo, umedeceu os dedos e empurrou a ponta do indicador com cuidado, com a mão esquerda alcançou o pênis do moreno e tocou-o devagar.

Raven abriu os lábios em um silencioso “O”, e Kyley sentiu a energia tomar conta dele quando enfiou o segundo dedo e o moreno jogou a cabeça para trás expondo todo o pescoço pálido, ele se apertou ao redor dos dedos de Kyley e o ruivo abandonou o membro do moreno e o puxou bruscamente, mordendo seu pescoço em um ângulo que exigia muito de sua flexibilidade.

— Raven... — Ele sussurrou, lambendo a pele salgada, sentindo o gosto do suor que já começava a surgir, o cheiro de pinho cada vez mais presente em suas narinas. — Eu vou colocar... tem certeza que não quer lubrificante...?

Quando Raven relaxou, Kyley puxou os dedos devagar, nunca abandonando o corpo ofegante do moreno, os olhos azuis prenderam-se aos verdes quando Raven tentou alcançar-lhe a boca, o ruivo o atraiu para si, e Raven gemeu quando a ponta do pênis de Kyley tocou a entrada dele.

— Me chame de Stan... — O moreno sussurrou rente aos lábios de Kyley — Quando estiver dentro de mim... me chame pelo meu nome real...

— Oh, deus... sim... tudo o que você quiser...

Kyley primeiro içou uma das cordas, mantendo Raven mais inclinado, quase sentado, então acomodou-se na entrada e empurrou-se aos poucos, mas Raven se contorceu, apertando a cabeça do pênis de Kyley que ainda estava muito na entrada.

— Mais...

Os olhos azuis vibraram e Kyley sentiu uma onda de calor quando enfiou o membro sem interrupção, foi difícil, pois só contava com a saliva — que não é a melhor opção — e o lubrificante da camisinha, o ruivo deu um último empurrão, sentindo Raven apertar-se rente a ele outra vez, o corpo moreno todo ondulou, os braços estendidos de Raven ficaram tensos quando o moreno se esticou como um gato pronto para atacar.

Kyley bombeou devagar, duas, três investidas para se acostumar ao calor que o rodeava, era um aperto muito intenso, e em seguida o ruivo arremeteu-se com mais força, fazendo as cordas do balanço moverem-se.

— Oh, porra... deus, Kye... — Raven falou entredentes, todo o corpo do moreno tremulou em uma onda. — Continue, vamos, Kye...

O ruivo não quis pensar que o nome soava íntimo, parecia quase romântico, doce, quente... não era o que ele procurava, mas porra, estava confuso, o coração estourando, excitação o dominando e Raven gemendo debaixo dele.

Assim, ele começou a bater com força os testículos no traseiro de Raven, empurrou com precisão e a cada movimento o moreno gemia se contorcendo, procurando mais contato.

— Ah... Stan... você é tão... maravilhoso... — Raven ouviu Kyley ronronando, era um timbre de voz totalmente diferente do que ele ouviu até agora, o sotaque de Jersey permanecia, mas havia algo que o moreno não reconhecia algo que fazia seu coração aquecer. — É um crime você estar perdido nessa cidadezinha de fim de mundo...

O ruivo manipulou o corpo de Raven, jogando-se contra ele, com força e impetuosidade, eles se encararam através da névoa, a selvageria de Kyley esvaía dele, Raven sentia-se cheio, repleto, sua próstata foi tocada e ele sabe que gritou como uma maldita fã de K-POP, mas não se importava, ele estava tão perto de gozar, sentindo a impetuosidade de Kyley.

— Ahh... porra... ahhh... ahhhnnng... Staaan...

E lá estava, aquele tom que Raven não queria reconhecer veio com um puxão e o ruivo atirou-se aos lábios dele, sugando, beijando, lambendo, marcando.

Kyley desceu da boca e encontrou o pescoço, mordeu sem dó, Raven ofegou e estremeceu quando uma sequência de investidas especialmente duras combinaram com Kyley chupando e forçando os dentes em seu pescoço, a mão do ruivo fechou-se contra a nuca de Raven, prendendo os lábios juntos outra vez, auxiliado pela imobilização de Raven, Kyley bebia de seus gritos e empurrava-se dentro dele indomavelmente, intensamente, profundamente.

Então Raven sentiu o ritmo mudar, Kyley rodava os quadris, o orgasmo se aproximava rapidamente, o ruivo escorregou os dedos longos pelos cabelos de Raven e prendeu-os, puxou-os com força, Raven sentiu uma picada de êxtase que se espalhou de seu couro cabeludo até a ponta de seu membro e quando Kyley se afundou nele mais uma vez, Raven sentiu-se rodando, o calor o inundou, ele piscou sentindo o branco tomar toda sua visão, ele girou os olhos e empurrou a cabeça para trás, mas o ruivo o puxou, exigindo enxergá-lo enquanto o corpo do moreno se sacudia em meio ao frenesi, e então Kyley estremeceu rente ao corpo de Raven, ele ficou estático por um momento, então se inclinou e soltou os braços de Raven das correias de couro.

— Kye...?

— Me abrace... Stan... me abrace, por favor...

O pedido foi atendido imediatamente, Raven ainda sentia seu corpo latejando, ele tinha consciência de que havia uma piscina de sêmen entre os dois quando fechou os braços doloridos nas costas de Kyley e o segurou junto a si.

— Stan...

Kyley se afastou, suas pernas estavam bambas, mas podia lidar com isso, desamarrou os tornozelos de Raven... Stan... não importava o nome, precisava desse homem na cama, imediatamente.

— Estou levando você para a cama, agora. — Falou abrindo as fivelas do couro, os pés do moreno tocaram o chão, mas manteve os braços em torno do ruivo. — Se você não quiser...

— Cale a boca... me leve já...

Kyley riu, mas estava vergonhosamente nervoso, ele pegou o moreno por trás das coxas e o elevou, como um passo ensaiado Raven enrolou as pernas nas costas do ruivo e descansou a cabeça em seu ombro, ele fez um som abafado quando Kyley o deitou na cama e se afastou rapidamente descartando o preservativo lotado em um tiro certeiro na lixeira do outro lado do quarto.

Sem cerimônia o ruivo começou a beijar todo o corpo do moreno, espalhando beijos e mordidas por toda a parte, ambos ainda sentiam a nuvem dos pós-orgasmos, mas estavam tão decididos a ter tudo o que pudessem, que Raven rodou as pernas e ficou por cima de Kyley, o ruivo sorriu e Raven sentiu uma pontada no peito quando pensou que nunca mais veria aquele sorriso.

“Estou virando a porra de um emo...”

Raven pensou quando lágrimas se formaram em seus olhos, ele mordeu os lábios e abaixou-se, mas Kyley sentou, assustado, os olhos verdes brilharam de preocupação.

— Machuquei você? — Kyley questionou vendo as lágrimas caírem, seu próprio coração doeu. — Desculpe, eu...

— Não é nada...

Ele beijou os lábios do ruivo, mais explorações sucederam, confuso Raven brincou com os piercings dos mamilos, provou o gosto de Kyley enquanto o ruivo gemia e ronronava, Raven tentou guardar bem na lembrança a sensação da pele da bochecha macia do ruivo contra a palma da sua mão, o moreno se inclinou e beijou as maçãs do rosto coradas, seu pênis já estava duro novamente, o corpo já acalmava quando Kyley entregou outro preservativo, os olhos verdes pareciam fogo líquido.

— O que você quiser... vai ser como um presente...

Raven desceu a boca no pênis ereto do ruivo, só agora viu que era diferente, rosado, circuncidado, com a cabeça inchada e exposta, ele desenrolou a camisinha no cumprimento e Kyley ondulou o corpo ao encontro dele, Raven não perdeu nem um segundo e já o montou, sem preâmbulos, ele tocou a tatuagem de Kyley no alto do peito dele sentindo o pulsar do seu coração e começou a mover-se, frenético, desesperado, mas tentando guardar na mente esse grande momento de sua vida...

— Eu esperei tanto você, Kye...

Não sabia o que estava falando, a frase saiu de seu coração e viajou direto aos seus lábios, seus olhos azuis assustados encontraram os verdes de Kyley, ele sentiu o ruivo ofegar, e nunca parou de foder.

— Eu sei, Stan... — Kyley sussurrou, sua mão se esticou tocando o coração tatuado, bem no centro vazio. — Achei você...

Em duas investidas mais Raven se sentiu derramando, filetes perolados voaram no peito de Kyley, o ruivo o segurou pela cintura o manipulando, e então urrou de prazer quando o orgasmo o atingiu.

Raven se inclinou e beijou Kyley enquanto sentia-se pulsar ao redor de seu pênis, eles se encararam por alguns momentos, Raven descobriu que gostava tanto dos olhos de Kyley porque eram da mesma tonalidade dos abetos que cercavam sua casa, sua infância, sua vida, o frescor que vinha do ruivo arremetia aos dias felizes brincando na rua, rindo, um período distante, quando Raven ainda se julgava feliz, agora ele percebia que apenas se conformara em não ter mais aquelas emoções.

— Você perdeu um anel... — Raven sussurrou rente ao pescoço de Kyley. — Está comigo...

— Tenho outro igual... — Kyley falou alisando os cabelos negros, as velas ainda lançavam sombras em seus corpos suados. — Aquele é seu.

Kyley apertou Raven rente a si quando o moreno suspirou, sentia os tremores e não sabia se eram seus ou do outro, mas o acalentou e beijou seus cabelos, ele puxou o moreno e encarou-o, percebendo que o azul dos olhos de Raven eram da mesma tonalidade do mar de Seaside Park, quentes, brilhantes, misteriosos... isso levou Kyley às suas melhores lembranças felizes no verão, o calor da pele de Raven o lembrava dos dias ensolarados e da liberdade.

— Feliz aniversário, Kye...

Eles se beijaram outra vez, era estranho acreditar que seriam capazes de reconhecer um no outro o lugar onde pertenciam.

— Você foi o meu melhor presente, Stan.