Sam levou Alex para o hotel pensando em como não queria voltar pro seu flat, ele odiava aquele prédio, mas era o que dava pra pagar. Ele fez uma nota mental de que nunca mais moraria num prédio, queria uma casa, dessas com quintais enormes e muitas árvores, ainda mais agora que seria pai, já se via junto com a Alex e o filho brincando com bolas, andando de bicicleta, acampando no jardim... Teriam um playground com certeza! Também não ligaria de brincar de bonecas ou de casinha.
A – Está quieto, está tudo bem?
S – Sim, só estou pensando no futuro, no nosso futuro... Como será depois do casamento? Sabe que por mais que eu trabalhe a vida toda não chegarei nem perto de ter a sua grana.
A – Ah, entendi, você é do tipo machista que não gosta que sua esposa seja mais rica que você.
S – Não é isso, eu só não acho justo você me bancar.
A – Que bom porque com certeza não o bancarei. Minha grana vai manter a casa, as despesas do bebê e etc. Não vai te faltar nada, desde que você continue trabalhando. Se você se tornar um folgado que não sai do sofá ai vamos ter problemas.
S – Não pretendo parar de trabalhar... Falando nisso como fica meu trabalho agora?
A – Maior – ela sorri – porque além de me aguentar no horário do expediente, vai ter que me aturar depois. – Sam olha Alex com cara de “não me diga” e ela ri ainda mais.
S – Acho que já faço segundo turno a um tempinho. Nunca reclamei, acho que o fato de eu amar você ajuda.
Alex sorri e coloca a mão na coxa direita de Sam. – Eu também amo você! É por isso q quero que continue como chefe da minha segurança. O fato de você me amar faz com que me proteja de verdade e o fato de eu amar você faz com que eu me sinta segura.
A parada num sinal fechado se torna um ótimo time pra um beijinho.
S – Alex, eu tenho que te falar que eu não tenho muita prática com relacionamentos, tirando a Emily eu não me lembro de me apaixonar, amar ou ser amado por alguém. – Ele estaciona o carro na frente do hotel e olha pra noiva que o olha de volta. – Eu posso não ser perfeito, ser meio introvertido e não demonstrar, mas eu realmente a amo muito e quero muito que a gente dê certo e quero ficar ao seu lado pra sempre.
A – Hey – ela acaricia o rosto de Sam – Ninguém é perfeito. E com a vida que tivemos é normal não ter prática e não demonstrar, afinal fomos treinados pra esconder nossos amados. – Ela sorri – Você é ótimo! Pode não dizer com palavras toda a hora que me ama, mas você faz isso com cada atitude, cada vez que se preocupa, que me encaixa no seu peito depois de, eu diria, me levar pro céu. E tem as flores que aparecem no meu caminho que sei que são suas.
S – Levar pro céu? – Ele sorri.
A – Sim... Eu passei na mão de muitos caras, fizeram coisas horríveis comigo... Eu nunca pensei que um dia fosse gostar de sexo... com exceção do Sean, você é o único homem com quem eu sinto prazer... Um prazer tão forte que é como ir pro céu e flutuar – Ela sorri – Eu te amo, assim, do jeito que você é. Continue assim e dará tudo certo... Você será um bom esposo e um ótimo pai!
S – O que eu mais quero é ver você e essa criança felizes. – Eles se beijam de novo.
A – Sabe o que me deixaria muito feliz hj? Você estacionar o carro na vaga nº 10 da garagem, subir pro quarto comigo e... me levar pro céu...
Sam liga o carro e dirige até a garagem. – Leu meus pensamentos? Não queria ir pro flat mesmo. Mas é seguro a gente fazer amor com o bebê ai dentro?
A – O médico disse que tudo bem. Não vai machuca-lo. – Eles saem do carro, pegam o elevador, chegam ao quarto e por insistência de Sam pedem panquecas ao serviço de quarto.
Sam entra no chuveiro e Alex aproveita pra ligar e contar do noivado a Nikita.
N – Alex! Oi como você está? – Ela murmura algo ao Michael e coloca o telefone no viva voz.
A – Oi, estou bem e vocês? Espero não estar atrapalhando. Como vai a lua de mel, a praia?
N – Não atrapalha! – ela sorri – A lua de mel está ótima, mas sabe que não somos do tipo que ficam sentados na praia né? Eu e o Michael estamos trabalhando numa ONG que ajuda desabrigados e refugiados.
A – Só vocês dois mesmo pra trabalhar na lua de mel.
M – Dá pra discutir com a Nikita e sua vontade de mudar o mundo?
A – Não mesmo! – os três riem – Tenho novidades também! Eu e o Sam, vocês sabem que estávamos saindo e nos dando bem né?
N – Sim, o que houve?
A – Estamos noivos! Ele me pediu hoje num restaurante.
N – Se está feliz é porque aceitou, certo?
A – Com certeza, ele é meio metido mas é tão carinhoso – ela sorri – E me faz tão bem.
N – Humm. Estou tão feliz por vocês!
M – Não sou o fã número 1 do Sam, mas se vocês estão felizes eu também estou. Mas diga a ele que se magoar você, eu posso ter que tomar providencias não muitos legais.
A – Okay papai, eu digo a ele.
N – Quando voltarmos temos que comemorar o noivado.
Alex acaricia o ventre e pensa que terão mais um motivo a ser comemorado.
A – Sim! E quando vai ser isso exatamente? Eu já estou com saudades.
N – A volta esta marcada pra daqui 2 meses, mas estamos tão empolgados com a ONG que já não tenho certeza. Porém, também estamos com saudades, então não temos certeza.
M – É que voltar, não é só voltar. Teremos de encontrar uma casa, trabalhos e etc.
A – Entendo, o conto de fadas ai está melhor.
N – No momento sim. E você ainda está no hotel?
A – Sim, mas estou procurando algo. Vou deixa-los em paz, o Sam está saindo do chuveiro e acho que logo o serviço de quarto chega. Quero tomar um banho rápido antes de comer. Beijos e até logo.
N – Tudo bem, aproveite a noite. E se pensa em escolher uma casa onde pretende viver depois do casamento, deixe o Sam ajudar na decisão! Beijos e boa noite.
A – Lembrarei disso! Tchau Michael.
M – Tchau Alex! Se cuida.
Sam sai do chuveiro de toalha com cara de decepcionado.
A – Demorou no chuveiro.
S – É, eu enrolei um pouco, tinha esperanças que alguém fosse se juntar a mim.
A – Desculpa, me empolguei ao telefone e também tinha que ter alguém pra esperar o serviço de quarto. – Ela se levanta – Bom, eu vou pra ducha agora, se o garçom chegar, a gorjeta esta ali.
S – Ta bem.
Alex entra no banheiro, mas coloca a cabeça pra fora da porta e grita. – É melhor vestir algo, pode ser que venha uma garçonete e não quero ninguém babando no meu noivo.
Sam coloca uma bermuda e uma camiseta. A ideia da Alex de manter roupas dele no seu armário era bem útil.
O serviço de quarto chega, Alex tinha razão, era uma garçonete de vinte e tantos anos. Ela empurra o carrinho até o meio do quarto, pega a gorjeta e sai.
S – Amor, a comida chegou.
A – Um minuto e já estou saindo.
Alex enrola pra comer e Sam se preocupa, ela não comeu quase nada no jantar.
S – Se não comer, não vai pro céu. – Em meio a risadas Alex termina e ganha o passaporte pro céu.
Depois que fazem amor, Alex se encaixa nos braços de Sam e encosta a cabeça em seu peito. Ela gosta de ficar do lado esquerdo da cama, assim ao abraça-lo assim ela pode ouvir seu coração bater e geralmente está batendo bem rápido. Em minutos ela adormece.
Sam já se acostumou com isso, ele sabe que ela se entrega fortemente a ele e fica exausta, ele gosta disso. Sam olha a noiva dormindo tranquila e os imagina no futuro. Ele a ama tanto e já ama o bebê também.
Ele faz uma nota mental pra lembrar de falar com ela sobre uma casa, a criança precisará de um lar, ele não quer que o filho more em hotéis, por mais chiques que sejam. E com esse pensamento, Sam também adormece.
Na manhã seguinte Sam é despertado por som de alguém vomitando no banheiro. É a Alex no meio de um enjoo matinal, ele lembra dela ter dito algo a respeito na noite passada. Ele levanta e vai ao banheiro pra ver se ela precisa de ajuda.
Alex está debruçada sobre o vaso, fazendo sincronismo pra aliviar o estomago sem sujar o cabelo. Sam se aproxima, pega um amarrador de cabelo amarelo sol que está em cima da pia e enquanto faz um rabo de cavalo na amada...
S – Bom dia amor, está tudo bem?
Alex fica contente por ele ter prendido seu cabelo e também por seu estomago se acalmar a ponto de deixa-la responder.
A – Bom dia. Isso é normal, deve passar em breve. – ela vomita mais um pouco – Obrigada pela ajuda com o cabelo.
A moça respira e se levanta. Sam vai até o quarto consultar a agenda da noiva torcendo pra ela poder ficar descansando, mas não, ela tem uma reunião as 9. Ele olha o relógio são 7:40, o que os dá pouco mais de 1 hr pra se arrumarem e para ele entrar em contato com a equipe de segurança, eles a seguem mesmo dentro da sede da ONU.
Sam manda um sms pra dois de seus homens e vai até o banheiro. Alex ainda está em pé respirando.
S – Amor, temos pouco mais de uma hr, devo pedir o café da manhã. – Ao ouvir “café da manhã” a moça se debruça novamente no vaso. – Acho que não...
O casal se arruma rápido apesar da Alex fazer pausas para correr ao vaso sanitário. Chegam ao prédio da ONU exatamente as 9 horas e Alex corre para a sala da reunião, agradecendo por esta ser no térreo, se fosse em outro andar ela se atrasaria.
Sam assume seu lugar na porta, do lado de fora da sala e os dois convocados ficam na recepção. A previsão de termino da reunião era pras 13 horas. Sam pensava em levar Alex pra almoçar e depois eles voltariam ao hotel e passariam o resto da tarde de bobeira.
Quando era 12:30 Alex sai apressada pela porta e segue em direção ao banheiro. “Enjoo” pensa Sam, “mas ela não disse matinais?” Já era de tarde...
Ela volta 10 minutos depois e antes dela entrar, ele a segura.
S – Tudo bem?
A – Só estou enjoada de novo.
S – Mas já são meio dia e pouco, os enjoos não eram matinais? – dando entonação a “matinais”.
A – Geralmente sim, estão piorando com o tempo – Ela dá de ombros – Pelo jeito meu estomago não sabe as horas. Estou bem, relaxe.
S – Onde devo fazer reservas pro almoço?
A – Você quer me fazer voltar pro banheiro? Acho que não vou almoçar hj. – Ela olha a porta – Tenho que entrar, quando acabar, a gente decide. – Ela entra na sala de novo e Sam fica pensando da onde vem tanto vômito. Alex não está nem comendo direito. Gravidez é mais complicada do q ele imaginava, se continuasse assim ia ser difícil manter escondido dos repórteres.
Alex sai da reunião e não importa o que seu noivo faça ou fale, ela ta decidida em não almoçar. Tudo que quer é voltar correndo pro hotel e talvez tirar um cochilo. “Grávidas sentem muito sono” havia dito Dr. Fillipe.
Sam então volta com a Alex pro hotel mantendo a esperança de faze-la comer algo. Ele pega um bloquinho de notas na recepção do hotel, já que é brinde aos hospedes e o guarda no bolso.
No quarto, enquanto Alex toma uma ducha, ele começa a anotar suas dúvidas para se lembrar de perguntar ao médico da Alex. Como é mesmo o nome dele? Se dá conta que não sabe e na primeira folha escreve “Dr. ........” deixando espaço pra escrever o nome.
Dúvida nº 1: É mesmo seguro continuarem fazendo amor?
Dúvida nº 2: Como ela consegue ficar tão enjoada e ter coisa pra por pra fora se nem come?
Dúvida nº 3: Alex precisa tomar vitaminas?
Ele sabe que ela não toma, já que tudo que ela faz está anotado na agenda do celular que é compartilhada com ele.
Alex sai do banho e enquanto ela se troca Sam pergunta:
S – Amor, como é o nome do médico que está acompanhando a sua gravidez?
A – Dr. Fillipe. David Fillipe. É o melhor da cidade e é o mais discreto também. – Ela se deita na cama. – Por que?
S – Nada não, só pra saber mesmo.
A – Ta bem. – Ela boceja e se vira.
Quando Sam a olha de novo, ela já estava adormecida.
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