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História No angel - Boy problem


Escrita por: whovictooria

Capítulo 2 - Boy problem


Fanfic / Fanfiction No angel - Boy problem

Bournemouth, Dorset — UK

 

Angel Evans

O Sol raiava às seis e cinquenta e nove da manhã. Eu ainda tinha tempo o suficiente para dar uma caminhada ao redor do condomínio onde eu morava.

Hoje seria o primeiro ano letivo na escola, onde eu daria aula para o Year 11, o último ano para a preparação para a faculdade.

Minha matéria seria Matemática, normalmente, a mais odiada de toda a escola. Sendo assim, a maioria dos alunos me odiavam. 

E isso era recíproco.

Coloquei meus headphones e começou a tocar uma música agradável.

Sorri em forma de agradecimento.

Voltei a dar voltas em todo o quarteirão, enquanto algumas pessoas passavam para trabalhar com seus devidos uniformes.

O tempo passou rápido e o Céu ameaçou chover. Estava na hora de voltar. Então, dei o último círculo e voltei para a casa, completamente suada por toda a execução feita anteriormente.

Meu apartamento era aconchegante. Tinha jeitinho de mãe, como dizia a minha. Mas pra mim era mais um apartamento normal de uma pessoa solteira.

Eu nunca sequer me preocupei em arrumar alguém para mim. Meus trabalhos e futuro são mais importantes que qualquer amor envolvido.

Peguei duas toalhas brancas e caminhei até o banheiro. Tinha tempo o suficiente para tomar um belo banho na banheira, sem em atrasar por motivos mínimos e talvez óbvios.

Ao encher a banheira, coloquei os sais, despi-me totalmente, fazendo toda a roupa que antes estava em meu corpo, cair lentamente por conta da atmosfera presente.

Prendi meu cabelo em um coque e dei um sorriso.

Hora de relaxar.

Coloquei o pé direito na água, estava morna e aconchegante, me convidando para entrar por completo.

Algumas pétalas de flor rosa bebê mergulhavam pela água quando meu braço batia na água, mas logo depois submergiam. 

Levantei os joelhos, fazendo a espuma contornar lentamente a curva que acabara de ser feita.

Encostei a nuca na banheira, fazendo ter um encaixe perfeito.

Fechei os olhos.

"Você precisa se lembrar que está lá para ensinar. Nada de se envolver com alunos mais novos", dizia a voz de Clarice, minha mãe.

Sorri ao lembrar do ano anterior, onde eu tinha feito um novatinho se apaixonar por mim.

Aquele ninfeto era gostoso, mas ainda assim, parecia um chiclete na maioria das vezes.

Como se tivessemos algo além de nossas brincadeiras momentâneas.

Como se ele fosse algo além de meu.

Meu brinquedinho de estimação.

Quando eu percebi, a hora já havia se passado, e por pequenos e curtos segundos, eu dei um grito bastante aborrecido por achar que estava atrasada.

Eu nunca me atraso.

E não vai ser no primeiro dia de aula dessa escola que irei cometer esse maldito erro.

Levantei rápido, terminando o banho.

Meu pé direito encostou sobre a sola do chão, e eu notei que o dia começava a se mostrar frio. Nada muito exagerado. Mas ainda assim, frio.

Do jeito que eu gostava.

E curiosamente, como meu coração.

Estiquei-me com determinação, alcançando o lugar onde eu havia colocado as toalhas. Usei a maior para cobrir meu corpo que no momento estava nu, enquanto a menor eu usava para secar meu rosto logo após de uma longa escovação em meus dentes, e uma limpeza em meu rosto.

Caminhei até o outro cômodo, conhecido como meu quarto.

Olhei meu closet rapidamente, mas ainda assim precisamente.

Precisava de algo profissional.

Algo que me deixasse bonita, mas ainda assim profissional.

Optei por uma blusa social branca, que seguia com alguns botons com um tom um pouco mais escuro, mas ainda assim branco. Os mesmo localizavam-se acima de meu busto, deixando meus seios um pouco visíveis.

Nada muito vulgar.

Para a parte de baixo, coloquei uma saia preta colada que ia até a altura do joelhos. Destacava todas as minhas curvas e combinava perfeitamente com a parte de cima.

Não tanto quanto o ambiente no qual eu trabalharia.

Mas ainda assim, nada vulgar demais.

Assim que terminei de me vestir, fui até o enorme banheiro, onde havia um espelho que ia de ponta a ponta da parede. Coloquei algumas maquiagens acima do balcão, selecionando cada peça a ser usada na ordem certa.

Por último, passei um batom vermelho, destacando meus lábios.

— Eu sou muito atraente — disse, finalizando a maquiagem e soltando meus fios, que no momento em que caíram por completo, formaram-se ondas nas suas pontas.

Quando finalizei toda a roupa que eu iria usar, andei até o quarto e olhei-me no espelho.

Cada peça da roupa destacava mais as partes bonitas do meu corpo, deixando-me ainda mais atraente, mas ainda assim profissional.

Fui até o guarda-roupa e selecionei um sobretudo preto, colocando-o em mim para enfrentar o longo dia que eu teria lá fora.

Inglaterra às vezes era fria demais, esperava que hoje não fosse um de seus dias.

Por fim, calcei um scarpin preto do Louis Vuitton e uma bolsa da mesma cor e marca.

— Preste atenção, Angel — disse para mim mesma, enquanto fechava a porta e caminhava até o elevador — Você está indo para ensinar — comentei, fechando os olhos e respirando calmamente.

Aproveitei que o elevador estava aberto e entrei no mesmo.

— Ensinar, e não se interessar por garotos mais novos — disse por fim, olhando para o lado e percebendo que uma mulher com a idade um pouco mais avançada olhava pra mim com um semblante surpreso.

Sorri sem graça.

Mas que porra, Angel, você precisa falar baixo. Na sua mente. Para si mesma.

Os segundos passaram voando, e logo já estávamos separadas uma da outra, pronta para o longo dia que Inglaterra nos ofereceria.

Eu caminhei até o carro, olhando para o céu e percebendo que não passava apenas de uma ameaça.

A chuva não viera.

Agradeci em mente usando o nome de Zeus.

Mesmo sem acreditar que os deuses olimpianos existem.

O carro estava habitável. Quentinho, satisfatório e aconchegante. Quase não dava vontade de sair dali e enfrentar os alunos temperamentais. Mas, ainda asim, eu precisava ir.

Era meu primeiro dia.

E o deles também.

Fechei a porta assim que entrei, fazendo o ar gelado da rua entrar em contato com minhas pernas e me fazer ter leves arrepios como consequência.

Coloquei o cinto de segurança, liguei o carro e coloquei a bolsa do outro lado do mesmo. Ela estava localizada no banco do passageiro.

Pensei mais uma vez.

Eu precisava desse emprego.

Angel, nada de se interessar por ninguém.

Avancei, pisando levemente onde fazia o carro caminhar.

A cidade passou pela janela de forma rápida, como se eu estivesse fazendo uma longa viagem.

E de fato, era mesmo.

Ao chegar na escola, encontrei uma grande quantidade de alunos na parte de fora. 

Eles estavam aglomerados em grupinhos, fazendo-me lembrar de quando eu estava no lugar deles.

A escola era católica, ou seja, uniformes sociais demais.

Outro fetiche meu.

"Concentre-se, Angel Evans. Essa é sua grande chance de mostrar para toda a Inglaterra a grande professora que você é", uma voz dizia em minha cabeça.

Ergui meu rosto e caminhei rápido, fazendo minha bunda dar leves reboladas de vez em quando.

Nada muito proposital.

Dei uma risada comigo mesma e olhei de lado para um grupinho de garotos que me viram passar. Os mesmos assobiaram, passando a língua entre os dentes e sorrindo de forma safada pra mim.

Sorri gentilmente, mas por dentro, eu estava me divertindo com isso.

Entrei na escola e mais uma vez ignorei os olhares dos garotos e de algumas meninas que estavam por ali.

Caminhei até a sala da diretora e me apresentei.

— Olá, sou Angel Evans — estendi minha mão, dando um sorriso para ela — Sua nova professora de Matemática.

— Ah! — ela sorriu, apertando minha mão firmemente e levantando de sua cadeira giratória — Eu conheço você, querida.

Ela disse e isso me fez lembrar que poderia classificar-se como mentira, porque na verdade, ela nunca havia me visto em toda a minha vida.

E estou aqui exclusivamente para o emprego de professora por conta do governo da Inglaterra.

— Estamos todos muito felizes em recebê-la aqui — ela disse, cortando a raiz dos meus pensamentos — Pesquisei muito sobre você. Atualmente, uma das melhores professoras do país.

— É, eu estudei muito pra isso — dei um sorriso.

— Bem, nós precisamos agilizar as coisas — ela disse simples — Você vem conversando com o governo há muito tempo, então praticamente já sabe as normas da nossa escola. 

— Sim, eu já estou ciente de tudo.

— Só tem um problema... — ela disse, fazendo uma leve careta.

— O quê?

— Garoto problema.

— Huh?

— Esse ano entrou um garoto na escola — ela disse, abrindo seu armário, pegando a ficha do garoto e sentando-se em sua cadeira.

Ao abrir a ficha, olhei do lado contrário, vendo o rosto do garoto.

Parecia ser bonito.

E bad boy, do jeito que as garotas gostam.

Do jeito que eu adoraria consertar...

— Hãn... Ele foi expulso de outra escola por mau comportamento — disse abismada — Como o pai dele ofereceu uma boa quantia em dinheiro, nós precisamos deixá-lo assistir nossas aulas.

Então, dinheiro acima de tudo.

Entendi a deles.

— Ah, sem problemas — sorri amigável, colocando para trás uma mecha do meu cabelo — Sei como consertar e controlar garotinhos desobedientes como ele. 

Ela me olhou estranho.

E eu acabei percebendo a grande merda que acabara de fazer.

Porra do caralho, Angel, controle-se.

— Quero dizer, hãn... Eu sei ensinar um aluno a se comportar da forma certa.

— Acredito no seu potencial.

— Obrigada — disse simples — Enfim, eu já trabalhei com esse tipo de aluno e sei bem como consertar e fazê-lo andar na linha e seguir as regras do colégio. 

— Espero que consiga mesmo — ela disse rígida — Esse garoto tem uma ficha perfeitamente ruim, mas precisamos de verbas para o colégio.

— Apenas confie em mim.

— Eu irei — levantou-se e se aproximou de mim hesitando para deixar nosso corpo com a distância ideal.

A morena colocou sua mão destra em meu ombro, sorriu gentilmente e levou-me até a porta da saída de sua sala.

— Qualquer coisa, sabe onde me encontrar — ela resmungou.

— Com toda a certeza, senhora diretora.

— Tenha um bom primeiro dia — deu um sorriso novamente ao me ver me distanciando — E, ah, bem-vinda à nossa escola, senhorita Evans. 

— Vai ser um prazer extremamente enorme trabalhar aqui, senhora diretora — disse baixo para que nem ela pudesse ouvir.

Enquanto caminhava até minha sala, recebia alguns olhares, e a verdade é que eu realmente estava me divertindo com essa situação.

Ao chegar em frente a sala, encontrei uma faixa que estava escrito meu nome, e logo embaixo, a matéria que eu iria ensinar.

Bem, pelo menos estou tendo reconhecimento.

Bati na porta duas vezes antes de entrar, mas quando iria fazer tal ato, bati simultaneamente com um garoto que parecia estar saindo.

O mesmo da foto.

Nossos corpos se chocaram e ficamos calados por algum tempo, até ele dar um passo para trás e se afastar, olhando-me de cima para baixo.

— Uau — disse baixo, passando a língua entre seus lábios rosados.

— Como é, garoto? — perguntei, olhando em seus olhos.

Eu não entendi errado, ele estava literalmente dando em cima da sua garota.

— Nada, eu... — pausou, olhando para meu decote e passando a mão por seus fios loiros — Preciso ir lá fora.

— Não — respondi, olhando para o mesmo com seriedade.

— Mas, eu...

— Não.

— Mas...

— Já disse que não — disse autoritária.

Ele levantou a mão em forma de rendimento e caminhou até o fundo da sala, olhando para seus novos amigos e sorrindo.

— O que acha que está fazendo aí? — perguntei, antes mesmo de me apresentar para a turma.

— Sentado — ele respondeu de forma irônica, e isso me deu uma enorme vontade de castigá-lo com chicotes e cintos.

— Comporte-se, garoto, ou eu terei que ensinar você a andar na linha.

— E você vai fazer o quê? — perguntou num tom desafiador — Me castigar?

"Talvez", uma resposta veio em minha mente.

— Se deseja ir para sua faculdade, é bom que comece a me respeitar e se comportar, garoto — resmunguei, virando-me de costas para escrever meu nome no quadro.

Angel Evans.

Assim que me virei, dei-me de cara com o tal aluno se levantando.

— Irei me comportar, senhorita Evans — ele disse baixo enquanto os outros alunos estavam com a atenção em outra coisa.

E quando ele disse aquilo, a única coisa que eu conseguia pensar era naquela maldita voz rouca gemendo na minha cama.

— A partir de hoje, quero você sentado na primeira fileira — olhei em seus olhos — De frente para mim.

— A senhorita quem manda.

Ignorei sua resposta e ajeitei todo  material que eu usaria na sala de forma correta e perfeita.

Perfeccionismo, meu maior defeito.

Abri o diário dos alunos, onde ficavam as anotações do dia e a chamada.

Comecei seguindo o alfabeto de forma simples, até que algo me prendeu atenção.

— Justin Bieber — chamei, arrepiando-me logo depois que ouvi a voz do menor responder aos meus chamados.

Justin Bieber, belo nome.

— Estou aqui, senhorita Evans — disse baixo, olhando para mim de forma sedutora e mordendo levemente seu lábio.

Talvez eu esteja errada, mas ele parece estar querendo me provocar.

E com esse corpo e voz, facilmente iria conseguir.

"Concentre-se, Evans", disse em minha mente, fechando os olhos.

E quando eu fechei, a imagem do menor apareceu em minha cabeça.

Com as mãos para trás e algemado.

Respirei fundo e ouvi sua voz me chamar.

— Senhorita Evans?



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