Apaixonar-se.
Ayame não sabia como era se sentir apaixonada, porém ultimamente seu coração veio reagindo de uma forma diferente em relação ao Taehyung, sabia que o garoto despertava alguma coisa nela e mesmo não entendendo os sentimentos de fato, sabia que estava se apaixonando por ele.
Estava um pouco assustada, mas até mesmo a surpresa de sentir isso por alguém a deixava estranhamente feliz.
“Espera! Eu ouvi direito? Você disse que está apaixonada?!” - Ouviu Suly exclamar do outro lado da linha.
-Eu não sei... Eu acho que sim Suly. - Ayame falou se sentando ao sofá que há minutos Taehyung lia.
“Acha?” - Ouviu a amiga rir. - “Precisamos nos encontrar Ayame, quero saber o que está acontecendo para pensar isso”.
A garota olhou em seu relógio e notou que seu horário de almoço já estava terminando, pensando bem seria uma ótima ideia se encontrar com Suly, precisava conversar com alguém urgentemente e ninguém seria melhor do que a sua melhor amiga.
-Tudo bem, vai estar ocupada depois que eu sair da faculdade? Eu não posso faltar hoje, tenho um trabalho para entregar. - Falou.
“Pode ser, nos encontramos em algum lugar ou você vem em casa?” - Suly perguntou.
-Podemos nos encontrar naquele café que fecha a uma da manhã. - Respondeu.
“Tudo bem, quando sair da faculdade vá direto pra lá.”
Ayame concordou e logo desligou seu celular, puxou o ar lentamente e o soltou na mesma velocidade. Era tão difícil admitir estar apaixonada e precisava de alguém para poder dizer isso.
-Aya! - Ouviu a voz de Ume.
Levantou seu olhar e avistou a garota caminhando em sua direção, se lembrou de que havia deixado Ume com Jimin e precisou sorrir para evitar alguma bronca.
-Não acredito que me deixou sozinha com o Jimin. - Reclamou. - Porque fez aquilo?
-Me desculpa Ume, eu fiz isso porque percebi um clima estranho entre vocês e perguntei ao Jimin sobre isso. - Ume arregalou seus olhos minimamente quando Aya respondeu.
-E o que ele disse? - Perguntou colocando seus cabelos atrás da orelha.
Ayame viu curiosidade nos olhos da garota, sabia que ambos sentiam alguma coisa ainda.
-Ele falou que já foram namorados, só isso. - Respondeu. - Não acho que tenham que se distanciar por causa disso.
-Sim, nós já fomos. Mas não somos mais. - Ela falou suspirando lentamente. - Por causa da vó dele terminamos o relacionamento.
Ume caminhou e sentou ao lado de Ayame no sofá. Taehyung contou rapidamente o que houve com o relacionamento dos dois, achava aquilo um absurdo, só pelo o fato de Ume pertencer a uma família simples foram obrigados a se separarem.
-Eu sinto muito por isso Ume. - Ayame falou.
-Não sinta, foi o melhor a se fazer. - Ela sorriu. - Agora vamos voltar e por sua culpa sem comer.
Sorriu e Ayame sorriu junto.
-Vamos.
As duas saíram daquela biblioteca imensa e voltaram para o departamento pessoal. Aya seguiu direto para a sala de arquivos, precisava finalizar as duas últimas caixas e finalmente voltar a trabalhar em sua mesa como os outros. Quando terminou, voltou para a sala principal e foi de encontro com Jonh.
-Terminei Senhor, todos os arquivos estão arrumados como pediu. - Falou.
-Muito bem, pode voltar a sua mesa e prosseguir, Ume irá lhe mostrar o que fazer. - O homem falou.
Ayame curvou seu corpo e foi para a sua mesa, Ume a ajudou e explicou exatamente o que tinha que fazer. O dia foi tranquilo, comparado aos horários que passava arrumando pilhas e pulhas de arquivos, e preferiu mil vezes ficar em sua mesa e arrumar planilhas.
-Está indo muito bem. - Ume elogiou seu trabalho.
-Depois de ver muito disso, decorei. - Aya brincou com a garota.
-Acredito. - Ume sorriu e voltou para a sua mesa.
Depois de mais algumas horas e mais algumas planilhas feitas, terminou seu trabalho e começou a organizar suas coisas para ir para a faculdade.
-Até amanhã Ume. - Se despediu.
-Até. - Ume sorriu gentilmente.
Ayame saiu da sala e caminhou até o elevador, apertou o botão e esperou as portas abrirem. Alguns segundos depois o elevador chegou e ela teve a grande surpresa de encontrar Lola ali dentro, pensou em virar as costas e ir pelas as escadas, mas não daria esse gostinho a ela.
-Não vai entrar? - Lola perguntou.
A garota não falou nada e entrou, apertou o botão para o térreo e encostou-se ao espelho do elevador. Ayame usava salto, mas mesmo assim Lola ficava mais alta, ela se arriscava dizer que a garota tinha quase um metro e oitenta. Lola tinha os cabelos bem curtos, esses mau encostavam nos ombros.
-Pensou que Taehyung havia contado sobre o casamento de vocês ser uma fachada para mim? - Lola quebrou o silêncio.
Ayame não acreditou naquela pergunta, fechou os olhos e contou até três. Que ousadia era aquela? Virou o corpo e colocou no rosto o seu sorriso mais falso.
-Eu sei que não foi ele. - Falou e encarou a porta novamente.
Lola riu e Aya odiou aquele som. Não entendia do porque sentir tanta raiva de Lola, tinha consciência de que sentia ciúmes da mesma perto de Taehyung, mas a garota não havia feito nada a ela e dito apenas verdades.
-Foi o senhor Kim quem me falou. - Ayame arregalou os olhos minimamente e olhou para a garota alta.
-O que? - Perguntou.
Como assim o pai do Taehyung contou a ela? Tudo bem que Lola foi noiva do seu filho falecido, mas não foi demais contar isso a ela?
-Sim, foi o que ouviu. - Lola falou encarando suas unhas. - Afinal, eu fui nora dele. O pai do Tae me adora, ele comentou comigo que adoraria vê-lo apaixonado como Hyuk foi. Bom, ele sempre me quis como sua nora.
Ah não, é sério isso?
-O que quer dizer com isso? - Ayame perguntou desacreditada no que ouviu.
-Nada, o que acha que eu quis dizer? - Lola sorriu ladina.
Aya apertou a alça da sua bolsa, nunca havia se metido em briga, mas estava com uma vontade imensa de grudar no pescoço daquela garota. Soltou o ar aliviada quando a porta do elevador abriu, não iria aguentar ficar com Lola nem mais um segundo ali dentro.
Quando a porta se abriu por completo viu Taehyung parado, ele olhava atentamente uma folha que outro homem ao lado mostrava a ele, logo levantou o rosto e encontrou o olhar de Ayame e de Lola o encarando.
-Tae, eu te procurei na sua sala. - Lola falou. - Vai subir? Vou te acompanhar.
Ayame respirou fundo, não gostou da ideia de deixa-los sozinhos no elevador, não depois da conversa que teve com aquela garota há minutos. Mas não havia nada que pudesse fazer, deu um passo para frente, teria que ir para a faculdade, ao passar ao lado dele sentiu seu pulso ser segurado.
-Já vai para a faculdade? - Perguntou para ela.
-Vou, preciso entregar um trabalho. - Ela respondeu sem tirar o pulso da mão dele.
Seu coração estava acelerado, admitir estar apaixonada mudava até os batimentos cardíacos perto da pessoa?
Aya viu Lola os encarar seriamente, seus olhos não saiam das mãos de ambos que seguravam uma na outra.
-Tudo bem, amanhã de manhã você vai para a minha sala. - Taehyung falou.
-Quer conversar comigo? Se for importante... - Ayame virou um pouco o corpo.
No fundo Ayame não queria sair dali, não queria deixa-lo sozinho com aquela cobra.
-Não. - A cortou. - Pode ir, isso pode esperar.
Ayame assentiu, andou um pouco e a mão dele em seu pulso escorregou até a sua mão, os dois seguraram os dedos um do outro por alguns segundos e ela saiu andando.
...
Taehyung encarou Ayame até sair pela grande porta de vidro do prédio, virou e entrou no elevador. Odiava ficar a sós com Lola, tudo nela lembrava seu irmão e isso aos poucos estava começando a sufocar.
-Ayame é gentil. - Lola falou. - Vocês dois se dão bem?
-Lola. - Taehyung virou o corpo e a encarou. - Não se intrometa no meu casamento. Você é advogada da empresa e deve conversar comigo somente coisas relevantes a ela.
Sobre não querer tratar a noiva do seu irmão mal estava indo por água a baixo, não conseguia suportar ouvir Lola perguntar sobre a sua vida, sentiu que Ayame não havia gostado nenhum um pouco dela e sabia que chama-la de gentil estava sendo apenas uma cena.
-O que foi Taehyung? - Lola suspirou. - Eu sou a sua cunhada, poderia ser um pouco mais gentil?
-Meu irmão morreu Lola! - Taehyung exclamou. - De quem é noiva?
-Você sabe muito bem de quem eu queria ser noiva! - Ela gritou.
Taehyng fechou suas mãos em punhos e se controlou muito para não extrapolar. Seu irmão morreu sem saber que Lola havia se declarado para Taehyung no dia do noivado deles.
-Cala a boca! E nunca mais repita isso! - Taehyung falou irritado. - E fique longe da Ayame.
A porta abriu e ele saiu apressadamente. Seu sangue fervia de ódio, se culpava por não ter estado ao lado do irmão na hora que mais precisou e tudo o que estava fazendo na época, era mantendo distância dos sentimentos que Lola nutria por ele, e que sequer pensou em corresponder alguma vez.
-Taehyung! - Ela o seguiu e segurou seu braço. - Estou falando sério, eu ainda amo você!
O garoto puxou seu braço bruscamente, por sorte Kang não estava ali e não ouviu aquela barbaridade.
-Você só está nessa empresa porque o meu pai te contratou, não me faço dispensa-la Lola! - Falou e entrou na sua sala.
Taehyung bateu a porta nervoso e passou sua mão nos cabelos, pensou que Lola havia esquecido os sentimentos ridículos que sentiu por ele anos atrás e saber que a garota ainda o amava, o deixou completamente irritado. Sentia-se péssimo, era como se tivesse traindo seu irmão. Ele foi até a estante e puxou o livro que utilizaria no próximo relatório, precisava trabalhar e ficar pensando naquilo iria só deixa-lo mais desnorteado do que já estava, porém quando puxou o livro, a caixa ao lado caiu bruscamente no chão, a caixa com o nome do irmão.
Os pertences de dentro dela se esparramaram no chão, as folhas foram para debaixo da sua mesa e Taehyung ouviu alguma coisa bater na ‘perna’ da mesa de centro. Virou o rosto e viu um celular, enrugou o meio das suas sobrancelhas e pegou o aparelho na mão.
Estava sem bateria, o garoto deu a volta na mesa e encaixou o celular no seu carregador, o visor acendeu e Taehyung deixou o aparelho em cima da sua mesa. Voltou para o meio da sala e começou a pegar as coisas caídas. Depois que guardou tudo dentro da caixa, voltou para a sua cadeira e se arrumou nela, pegou o celular na mão e viu o celular com três por cento, foi o suficiente para ligar.
Estava bloqueado, Taehyung digitou a senha que Hyuk usava em todos os lugares e para o seu alivio o visor desbloqueou. A foto estampada na tela mostrava seu irmão sorrindo, estava abraçando Lola que sorria da mesma forma.
-Esse não era o celular dele... - Taehyung falou a si mesmo enquanto virava o objeto em sua mão.
Cogitou a possibilidade do irmão possuir dois celulares e começou a mexer nele, abriu as mensagens e muitas eram com o Jin e outras com um nome que lhe chamou a atenção.
-NamJoon... - Ele falou.
Lembrou-se do nome e número que encontrou dentro da caixa pela primeira vez, Kim Namjoon, com certeza era ele. Abriu a última mensagem que Hyuk trocou com Namjoon e começou a ler.
“Não pense muito nisso, vá se divertir!” - Namjoon havia enviado.
“É o que farei, Lola está quase me matando por não lhe dar atenção. Já comprei as passagens e amanhã mesmo voarei para a Ilha Jeju com ela.” - Seu irmão mandou.
Taehyung enrugou o meio das suas sobrancelhas, não se lembrava do seu irmão viajar com Lola para a ilha Jeju.
“Isso ae, não faça mais nada, pelo o seu bem e o da sua família. Viaje com a Lola e esqueça isso” - Namjoon enviou depois da mensagem do seu irmão.
Aquelas foram às últimas mensagens trocadas pelo Hyuk, Taehyung olhou a data que as mesmas foram enviadas a Namjoon e arregalou os olhos. Dezesseis de novembro de dois mil e quatorze. Um dia antes da morte dele, um dia antes dele se matar.
Taehyung ficou em pé bruscamente. Afinal, como ele pôde ter comprado passagens para viajar com a Lola e ter se matado no dia seguinte? Isso não fazia sentindo, Taehyung sempre pensou que o seu irmão estivesse passando por uma situação difícil na qual o levou a tal ato, mas ele estava feliz nas mensagens.
-Ele não se matou... - Taehyung falou baixo. - KANG!
-Sim! - Kang surgiu rapidamente na porta.
-Chama a Lola! AGORA! - Mandou.
...
-Fizeram um ótimo trabalho. - O professor elogiava o relatório de Nick e Ayame.
Ayame sorria satisfeita, ficou aliviada por ter feito um bom trabalho, já que sempre foi ruim naquela matéria e era um alivio ter passado no trabalho.
-Obrigada. - As duas agradeceram e voltaram para as suas mesas.
-O que foi? -Nick perguntou logo depois que se arrumaram em seus lugares.
-Nada. - Ayame olhou para ela. - Estou feliz que fizemos um bom trabalho.
Na verdade Nick se referia ao comportamento dela desde a hora que chegara, Ayame ainda pensava na conversa com a Lola e não conseguia disfarçar o quão irritava estava com aquela garota.
-Não é sobre isso. - Nick falou. - Parece irritada, é o mesmo motivo de ontem?
Ayame não falou nada e apenas assentiu com a cabeça. Estava se sentindo ridícula por estar sentindo tanto ciúmes, mas era algo inevitável. Lola disse que o próprio pai de Taehyung contou sobre o acordo do casamento e estava se sentindo mal por isso.
As duas terminaram as aulas em silêncio, enquanto arrumavam suas coisas Aya convidou Nick para sair com ela e Suly, queria apresentar as duas. Ficou surpresa quando Nick aceitou, a mesma falou que a sua mãe estava no Japão para um desfile de moda com as roupas do lançamento e não queria ficar em casa sem ter o que fazer, então quando saíram da faculdade, pediu para Yuta deixa-las no café combinado.
-Suly é legal, vão se dar bem. - Ayame falou abrindo a porta do café.
As duas entraram e logo avistaram Suly sentada em um dos bancos altos, quando viu Aya foi de encontro com ela e a abraçou.
-Tudo bem? - Perguntou. - Faz tempo que não te vejo.
-Eu estou bem. - Ayame respondeu saindo do abraço da amiga. - Essa é uma amiga da faculdade, Nick.
-Muito prazer. - Suly sorriu para Nick.
Ayame sabia perfeitamente que Suly não julgava a aparência das pessoas, até porque não havia nada para ser julgado em Nick. Claro que ter muitas tatuagens e cabelo colorido na sociedade coreana atualmente, gerava muitos comentários desnecessários, porém Nick não parecia se importar com isso, somente com a reputação da sua mãe.
-O prazer é meu. - Nick respondeu se arrumando no banco ao lado de Suly.
Suly aproveitou o distanciamento da azulada e se aproximou da melhor amiga.
-Tudo bem conversarmos sobre aquilo perto dela? - Perguntou.
-Tá tudo bem, Nick está meio que por dentro. - Ayame sorriu e sentou em um dos bancos.
Nick já sabia que Ayame estava com ciúmes e obviamente sentia isso por estar apaixonada, então não seria nada demais conversar sobre isso com Suly na frente dela.
As três pediram um bolinho de chocolate cada uma e iniciaram uma conversa aleatória sobre a própria faculdade, afinal, Nick e Ayame estudavam a noite, mas Suly via a mesma coisa no período da manhã.
-Eu queria muito trocar o período só pra ficar com você. - Suly resmungou. - Mas se eu fizer isso não poderei ajudar meu pai na empresa dele.
-Não precisa trocar, sabe que podemos nos encontrar. - Ayame sorriu. - E você nem foi em casa ainda, até mesmo a Nick já foi.
-Verdade, preciso mesmo ir. - Suly sorriu.
Nick falava bem pouco, mas Ayame gostou do fato delas se darem bem.
-Então, fala pra mim o que foi aquilo no telefone. - Suly puxou o assunto pelo o qual se encontraram.
A garota suspirou, precisava conversar com alguém e já confiava em Nick o suficiente. Embora as duas não soubessem que o casamento era um acordo de um ano, decidiu contar omitindo esse detalhe. Contou desde o começo, sobre os beijos para afastar os repórteres, depois contou sobre os dois admitirem gostar do beijo um do outro e o momento no carro e na sala dele. Suly ouvia aquilo de boca aberta, nunca viu sua amiga falar de um garoto da forma que falava de Taehyung e notou que ela estava mesmo apaixonada.
-Você realmente se apaixonou. - Suly sorriu. - Meu Deus, pensei que isso nunca fosse acontecer.
-Agora precisamos dar um jeito nessa Lola. - Nick falou e as duas olharam para ela. - Já até sei onde jogar o corpo. - A garota levou a mão no queixo e murchou os olhos.
Suly arregalou os olhos e abriu a boca, por outro lado Ayame começou a rir sem parar. Já estava acostumada com o jeito de Nick, mas Suly ficou espantada com o comentário.
-Não seria má ideia. - Aya falou ainda rindo e Suly a encarou rapidamente.
-Eu sei que não, meus planos são perfeitos. - Nick disse em seguida.
Embora estivesse rindo, Ayame estava com o coração acelerado, realmente estava apaixonada e não fazia ideia do que fazer.
-Parem as duas. - Suly falou. - Vocês vão para o inferno desse jeito.
Nick riu e encarou Suly.
-Eu sou o inferno. - Sorriu ladina. - Só me mostra quem é essa Lola.
Ayame não conseguia parar de rir. Foi bom se abrir com elas, nunca pensou que confiaria em alguém além de Suly e Hobi, e ter Nick ali era confortável e parecia que as duas haviam crescido com ela.
-Olha só, vocês duas não podem matar essa garota, no máximo uns tapas. - Suly sorriu.
-Mas ai não tem graça. - Nick virou seu último restinho de café.
Suly revirou os olhos sorrindo e encarou Ayame ao lado.
-Aya, fiquei muito feliz por você. - Falou pegando nas mãos dela. - Tenho certeza que o Taehyung sente o mesmo, afinal, morar com uma garota como você e não se apaixonar é inacreditável, ou ele é cego ou...
-Entendi. - Aya a cortou sorrindo. - Obrigada.
Na verdade Ayame não fazia ideia do que Taehyung sentia por ela, ele correspondia todos os seus toques e beijos, mas não sabia de fato o que se passava na cabeça dele.
-Agora vamos beber. - Suly ficou em pé.
-O que? - Ayame perguntou confusa.
-Nick, vem com a gente. - Puxou a mão de Nick e de Ayame ao mesmo tempo.
...
-Não, eu juro que não sabia dessa viagem. - Lola falava encarando o celular. - Eu reclamava pela falta de atenção, mas ele não chegou a comentar comigo.
Taehyung andava de um lado para o outro, o garoto sempre acreditou que o seu irmão não havia se matado e depois daquelas mensagens ficou completamente desnorteado. Se lembrava perfeitamente dos dois primeiros anos após a morte de Hyuk, Taehyung pesquisou feitou louco sobre o suicídio do irmão e não acreditou nem por um segundo de que ele fosse capaz de cometer aquela loucura. Mas um tempo depois notou o quanto estava fazendo mal a sua mãe ficar desenterrando a todo o momento aquele dia desesperador e aceitou o fato, afinal, o laudo médico provou que Hyuk havia tirado a própria vida.
-Você sabia que ele tinha dois celulares? - Ele parou de andar e perguntou a ela.
-Sim, ele usava dois, procurava manter os clientes da empresa em um e os pessoais em outro. - Lola respondeu.
-Se esse é o dos números pessoais, porque ele falava comigo do outro? - Taehyung não estava entendendo, não conhecia aquele número do irmão.
-Comigo também não, não viu que só tem Jin e Namjoon aqui? - Lola perguntou olhando o aparelho.
-Conhece Kim Namjoon? - Ele se aproximou da garota.
-Claro, não se lembra dele? É o amigo do Jin e do seu irmão, eles estudaram juntos e foram amigos sempre. - Ela respondeu.
Taehyung passou sua mão nos cabelos, não conseguia se lembrar de Kim Namjoon. Mas por algum motivo queria desesperadamente encontrar esse garoto e perguntar sobre aquelas mensagens.
-Ok, pode ir. - Ele falou voltando para a sua mesa.
-Já são quase onze da noite, não vai para casa? - Ela perguntou.
-Eu disse que pode ir. - Taehyung suspirou.
Lola já estava perdendo a paciência, sempre soube do temperamento do irmão mais novo de Hyuk, mas isso não a impediu de se apaixonar por ele na época da escola. Escondeu os sentimentos até o momento em que entraram na faculdade e quando decidiu se declarar para ele, Hyuk falou sobre seus sentimentos por ela. Lola pensou que se namorasse com Hyuk poderia despertar algum ciúmes em Taehyung, porém o garoto pouco se importou e quando ela e Leehyuk noivaram, tomou coragem e contou o que sentia realmente para Taehyung, falou que se o mesmo sentisse alguma coisa por ela, terminaria com Hyuk rapidamente.
Até hoje não conseguia se esquecer da expressão de nojo e decepção que Taehyung fez aquela noite, não acreditou nas palavras da garota e a chamou de repugnante por ter namorado e noivado com o irmão sem sentir nada por ele.
Mas quando soube que Taehyung havia se casado, seu mundo perdeu o chão, nunca pensou que o garoto pudesse se apaixonar, não via essa possibilidade e por isso voltou rapidamente. Ficou aliviada por saber que era um casamento sem amor e de puro interesse, mas estava começando a suspeitar de que Taehyung estava mesmo apaixonado por Ayame, via nos olhos e atitudes dele.
Lola apenas virou e saiu da sala dele, não iria desistir. Foi apaixonada por ele desde os seus quinze anos e não o entregaria para Choi Ayame que sequer o conhecia de verdade.
Assim que a porta se fechou, Taehyung apoiou sua cabeça no encosto do sofá e respirou fundo. Ouviu seu celular vibrar em cima da mesa e o pegou, era Jungkook.
-Oi. - Atendeu.
“Yoongi foi rejeitado, vamos beber.” - Falou. - “EI! Eu não fui rejeitado!” - Ouviu a voz do outro amigo por trás.
-O que? - Taehyung exclamou sem entender nada.
“Foi sim, ela te deu um fora idiota!” - Kook falou sem responder Taehyung. - “Não deu, para de falar besteira, ela apenas disse que não podia!” - Yoongi gritou em seguida.
Taehyung fechou os olhos e ficou esperando seus amigos discutirem.
“Para! Deixa eu falar com o Tae, ele vai desligar se você ficar gritando.” - Kook falou. - “Tae, tá ai?”
-Estou. - Respondeu ainda de olhos fechados.
“E ai, vamos?” - Perguntou.
Taehyung olhou em seu relógio e viu que já era quase onze e dez da noite, estava tarde e não conseguiria trabalhar mais depois daquelas mensagens que viu. Não seria ruim sair e esfriar a cabeça.
-Aonde quer ir? - Perguntou.
“No mesmo lugar de sempre.” - Kook respondeu. - “Ah não! Cansei daquele lugar, vamos a outro, aquele que fica do outro lado da rua.” - Yoongi exclamou. - “Fica quieto seu chato, você já está bêbado!” - Kook gritou. - “Não estou! E chato é você, me respeita sua criança” - Ouviu Yoongi rir. - “Criança?!”
-Chega! - Taehyung exclamou. - Vejo vocês daqui a pouco. - E desligou o celular.
O garoto se levantou e saiu, pegou seu casaco perto da porta e foi para o elevador.
-Kang, pode ir. - Falou para a secretaria quando passou pela mesa dela.
Entrou no elevador e desceu, chegou em frente ao prédio e o manobrista lhe entregou sua chave.
-Tenha uma ótima noite Senhor. - Falou.
Taehyung não respondeu nada e entrou no carro, dirigiu rumo ao lugar aonde sempre ia com os meninos e os avistou do outro lado da avenida, no lugar que Yoongi estava querendo ir. Estacionou o carro e se aproximou deles.
-Ele quis vir nessa. - Kook falou assim que Taehyung se aproximou.
-Tanto faz. - Tae falou e entrou no recinto.
Os três se arrumaram em uma mesa afastada, Yoongi já parecia um pouco bêbado.
-O que houve com ele? - Taehyung perguntou encarando o amigo.
-Ah, conhece a filha do senhor Ong? - Kook perguntou ao Tae, mas o mesmo continuou calado e não respondeu nada. - Então, ele perguntou para ela se ela queria sair com ele no sábado, e ela disse não.
Kook sorriu e Yoongi deu um tapa nas costas dele.
-Ela disse que não podia. NÃO P O D I A! - Yoongi exclamou.
Jungkook estava achando graça da situação do amigo, mas não deixava de se lembrar que ele se encontrava em uma situação um pouco pior, estava apaixonado por uma garota que amava outro garoto.
-Garçom! - Levantou sua mão e o homem se aproximou. - Três copos da bebida mais forte que tiver.
O homem assentiu e saiu andando.
-Se anima Yoon, ela vai ver que rejeitou um garoto lindo e esbelto. - Kook brincou.
-Ela não me rejeitou caramba. - Yoongi exclamou novamente. - Tae, manda essa criança calar a boca.
Kook apenas ria, odiava quando seus amigos o chamavam de criança, mas estava adorando irritar seu Hyung.
-Eu vou te apresentar uma amiga minha da faculdade, só que ela faz administração e não direito. - Kook falou pegando os copos que o garçom trouxe.
Taehyung pegou um copo da mão dele e bebeu um pouco daquele liquido azul, sentiu sua garganta arder e a sensação foi agradável.
-Não quero conhecer ninguém. - Yoon resmungou.
Jungkook começou a rir de novo e encarou Taehyung do outro lado, o garoto encarava sem piscar o liquido no copo, notou como os pensamentos do amigo estavam longe.
-Tudo bem Tae? - Perguntou.
-Estou. - Taehyung respondeu.
O garoto não conseguia pensar em mais nada a não ser naquele celular que encontrou, estava querendo saber o que realmente aconteceu de novo e tinha medo de falhar novamente como aconteceu nos dois primeiros anos após a morte de Hyuk.
-Ah não. - Kook exclamou e isso chamou a sua atenção. - É aquele Jung.
Taehyung virou o corpo e olhou para o lugar que Kook direcionava sua atenção, viu um garoto andar entre as pessoas e ir em direção ao balcão de bebidas.
-Jung Hoseok. - Kook falou e esticou seu corpo para ver melhor e arregalou os olhos quando viu Suly de costas. - É a Suly! Ele veio encontrar ela?
Algumas pessoas saíram da frente e finalmente tiveram a visão perfeita de Suly sentada ao lado de uma garota de cabelos azuis e Hoseok se arrumando ao seu lado. Kook sentiu um pouco de nervoso de ver Hoseok perto dela, sabia que eram amigos, mas sabia também dos sentimentos que ela nutria por ele.
-Parece que alguém está nervoso. - Yoongi sorriu do lado. - Será que o nosso Kook está sendo trocado?
-Cala a boca. - Kook o empurrou levemente e Yoon caiu deitado no banco que rodeava a mesa.
-Espera, eu conheço aquela garota... - Yoongi levantou um pouco seu corpo. - É a Ayame.
Taehyung virou de novo e viu Ayame andando até aquele lugar, ela sorria sem parar e quando se aproximou daquele garoto Jung o abraçou de lado, Taehyung viu quando Hoseok apoiou um braço em volta da cintura dela e aquilo ferveu o seu sangue.
Não havia gostado nem um pouco daquela aproximação.
-Mas é um idiota mesmo. - Kook exclamou. - Como pode abraçar a Ayame desse jeito com a Suly bem ao seu lado, ele não percebe o que ela sente por ele?
-O que? - Taehyung encarou o amigo.
Jungkook suspirou.
-Suly gosta do Hoseok, mas o Jung gosta da Ayame. - Kook explicou e notou o olhar sério de Taehyung, droga, ele havia acabado de dizer que o garoto gostava da esposa dele. - Ah, desculpa...
Yoongi sentou rapidamente e bateu uma palma.
-Querem que eu dê um jeito nele? - Sorriu, o garoto já se encontrava muito bêbado. - Vejo que os dois estão se remoendo para fazer isso, então eu vou.
Yoon se levantou dali e saiu andando.
-Não! Hyung! - Kook tentou o segurar, mas não deu tempo. - Ai Meu Deus, vem Tae!
Kook saiu dali e correu atrás do amigo, não olhou para ver se Taehyung o havia seguido, porém quando segurou o braço de Yoongi ouviu a voz da Suly.
-Kook? - O chamou e o seu coração acelerou.
...
Quando Ayame ouviu sua amiga chamar o no nome do Kook, virou e o viu segurando Yoongi. O mais baixo parecia um pouco bêbado e Jungkook lhe dava apoio.
-Oi. - Kook sorriu. - Que coincidência, nós três viemos beber e...
-Três? - Suly perguntou.
-Sim, eu, Yoon e o Tae... - Jungkook virou e pareceu procurar por alguém.
Quando Ayame ouviu o nome de Taehyung seu coração acelerou, ele estava ali também?
-Droga, isso porque eu mandei ele me seguir. - Kook resmungou.
Ela mesma começou a olhar em volta e reconheceu rapidamente aquela cabeleira dele, estava em uma mesa afastada e de costas, bebia alguma coisa.
-Venham se sentar com a gente. - Yoongi falou meio enrolado.
Suly olhou rapidamente para ela, queria algum tipo de confirmação e Ayame não via problema nenhuma em sentar com eles, mas ficou preocupada com o Hobi, o garoto não conhecia Taehyung ainda.
-Tudo bem Hobi? - Ela perguntou para o amigo.
-Pode ser. - Ele respondeu.
-Então vamos. - Yoon saiu na frente.
Ela, Suly, Hobi e Nick acompanharam os garotos até a mesa em que estavam, Ayame sentiu vontade de sentar ao lado de Taehyung, mas ficou com vergonha e sentou logo de frente. Ele não havia olhado para ela e bebia do seu copo concentrado. Hobi se arrumou ao lado dela e Suly ficou ao lado de Kook com Nick ao seu.
-Vieram comemorar alguma coisa? - Kook perguntou para descontrair aquele clima esquisito.
Ayame arregalou seus olhos minimamente, veio beber com as meninas depois de contar a elas sobre estar apaixonada pelo Tae, ligaram para Hobi depois, mas não podia dizer isso a eles.
-Não, só viemos beber mesmo. - Suly respondeu gentilmente. - Essa é a Nick, ela é colega de classe da Aya.
Nick apenas abaixou minimamente a cabeça e os cumprimentou. Todos começaram uma conversa aleatória e Ayame de vez em quando olhava para Taehyung, mas ele não a olhou uma vez. Estava se sentindo incomodada por isso, logo mais bebidas chegaram e ela pegou um copo rapidamente.
-Ei, sabe que não pode beber muito. - Hobi falou ao lado dela.
-É só um pouco. - Ela sorriu e virou pra frente.
E dessa vez Taehyung a encarava, estava sério e ela não soube decifrar sua expressão. Ayame olhou para o lado e virou um pouco do liquido.
Mais conversas iam e vinham e Ayame já estava em seu quarto copo, se sentia um pouco zonza, mas queria beber mais.
-Chega. - Hobi tirou o copo da mão dela. - Vai passar mal depois. - Falou arrumando o cabelo dela para trás.
-Ah Hobi, só mais um. - Ela pediu manhosa.
Suly por outro lado encarou aquilo um pouco preocupada, fazia tempo que notara o olhar de Taehyung sobre os dois e sabia que o garoto não estava gostando muito daquilo. Não sabia ainda se era por ambos estarem próximos daquele jeito ou por Ayame estar bebendo sem parar.
-Ele tem razão Aya, você é fraca para bebidas. - Suly falou sorrindo.
Ver Hobi cuidando de Ayame daquele jeito lhe doía um pouco o peito, mas ao mesmo tempo ficava agradecida, afinal, era a sua melhor amiga ali.
-Juro que é só esse. - Ayame sorriu e quando foi pegar no copo.
Taehyung inclinou seu corpo e tirou o copo da mão dela.
-Chega. - Falou.
Ayame levantou o rosto e o encarou, mesmo bêbada ela o achava lindo demais, estava louca para pular nele e enche-lo de beijos a noite toda.
-Tá. - Resmungou.
Hoseok encarou aquilo um pouco surpreso, Ayame nunca desistia de tomar um copo quando queria e quando a viu obedecê-lo daquele jeito, sentiu algo muito estranho em seu peito.
-Acho melhor levar ela para casa Tae. - Kook falou. - Desse jeito ela não vai conseguir ir trabalhar amanhã.
Suly ficou com uma vontade imensa de concordar com o Kook, mas não iria fazer isso vendo a expressão de Hoseok do outro lado da mesa. Embora amasse o garoto e quisesse que o sentimento fosse recíproco, não queria concordar com algo que o deixaria triste.
Mas Ayame amava Taehyung, ela mesma contou isso.
-Sim Tae, leve ela. - Falou.
-Se quiser eu a deixo lá, eu preciso ir também. - Hobi falou ficando em pé.
Todos da mesa encararam Hoseok.
-Não precisa. - Taehyung ficou em pé também. - Moramos no mesmo lugar, então eu a levo.
Caminhou até o outro lado da mesa e pegou na mão dela.
-Vamos Ayame. - Falou.
Ayame estava um pouco zonza, não sabia o que estava acontecendo direito, apenas fechou seus dedos na mão dele e sorriu.
-Vamos. - Falou e o deixou a levantar. - Tchau gente, nos vemos amanhã. Nick, use o Yuta pra ir embora.
Nick apenas concordou com a cabeça e os dois saíram dali. Taehyung puxou Ayame entre a multidão e logo saíram da boate, ele a sentiu entrelaçar os dedos dela nos seus e apenas correspondeu o gesto até chegar no carro dele.
-Entre. - Falou.
-Você está muito sério. - Ela sorriu para ele.
-Entra. - Falou de novo.
Ayame fez uma careta e entrou, Taehyung fechou a porta e passou sua mão no cabelo. Estava enlouquecendo, quando viu Hoseok tocar no cabelo dela sentiu seu sangue coagular. Não gostou de vê-los juntos e não estava conseguindo lidar com aquele sentimento de raiva.
Deu a volta no carro e entrou, ligou o motor e saiu. Entrou na avenida e não conversaram nada.
-Eu posso me sentar ai? - Ela perguntou de repente.
-O que? - Ele perguntou sem entender. Afinal, ela queria sentar onde?
Ayame tirou seu cinto de segurança e começou a ir para cima dele.
-Ayame, o que está fazendo? - Taehyung perguntou tirando um braço e depois o outro. - Está querendo destruir um segundo carro? O que...
A garota sentou entre as pernas dele de lado e deixou as suas no banco a onde estava, abraçou o pescoço do garoto e deitou sua cabeça no ombro dele. Taehyung ficou um pouco nervoso com a situação, estava com o coração acelerado e matinha os olhos firmes na avenida. Não podia se distrair ou bateria o carro.
-Você vai me fazer bater o carro. - Ele falou.
Taehyung sentiu a respiração dela bater em seu pescoço quando sorriu.
-Mas eu nem estou te distraindo, estou quietinha. - Ela falou.
-É o suficiente. - Ele falou.
Ayame desencostou dele e o encarou, levou sua mão até a franja dele e a arrumou de lado.
-Não coloca sua mão na frente dos meus olhos! - Ele exclamou e ela riu alto.
-Desculpa. - Falou.
Ayame foi pra frente e beijou o pescoço dele, estava um pouco zonza e a bebida revirava dentro de si, mas aquilo estava lhe dando coragem para fazer o que quisesse.
Taehyung fechou os olhos por alguns segundos e os abriu rapidamente.
-Não faço isso Ayame, estou dirigindo! - Exclamou.
-Desculpa. - Ela sorriu de novo.
Arrumou-se no colo dele e deitou sua cabeça novamente em seu ombro. Taehyung dirigiu por mais um tempo e logo estacionou em sua garagem.
-Ayame? - A chamou, mas notou que dormia profundamente.
Taehyung colocou o cabelo dela atrás da sua orelha e alisou a bochecha da garota lentamente.
-Droga... - Exclamou baixo. - Não estava em seus planos se apaixonar Taehyung...
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