História No choices - Imagine Kim TaeHyung - Beach

 

Taehyung finalmente se sentia completo, tivera a melhor noite da sua vida, nunca pensou que duas pessoas fossem capazes de criar algo tão intenso juntos. O que Ayame lhe proporcionou foi a melhor coisa que já sentiu em seus vinte e seis anos. Admirava a garota dormir, vestia o moletom dele e o abraçava firme. Taehyung passou a mão levemente no rosto da garota e desceu em direção ao colar pendurado no pescoço dela.

Não havia pessoa melhor para carregar aquilo para ele.

O garoto inclinou seu corpo e selou a testa dela e isso a despertou, Ayame abriu os olhos lentamente e encontrou os olhos dele vidrados aos seus. Ela sorriu e o abraçou firme, meu Deus, nada poderia fazê-la mais feliz do que aquele momento.

-Estou sonhando? - Ela perguntou ainda sorrindo.

-Espero que não. - Taehyung respondeu abraçando o corpo dela com firmeza.

Enterrou o rosto nos cabelos dela e sentiu o aroma que emanava dos fios, ainda estavam úmidos pelo o banho que tomaram juntos e não havia nada melhor do que aquele cheiro para ele.

-Que horas são? - Ela perguntou com o rosto apoiado no peito do garoto.

-Três horas da manhã. - Respondeu e ela sorriu.

Tudo estava perfeito, até mesmo a hora estava contribuindo para o momento mais feliz da vida de Ayame.

-Quer fazer alguma coisa hoje à noite? - Ele perguntou passando seus dedos entre os fios dos cabelos dela.

-Hum? - Ela resmungou sem entender.

-Foi o seu aniversário, podemos recompensar fazendo outra coisa. - Taehyung falou.

Ayame pensou que esse seria o pior aniversário da sua vida, mas a vida sempre a surpreendia, não imaginava que teria a confissão e o amor de Taehyung como presente e não havia coisa melhor.

-Eu faltei à faculdade ontem... - Ela falou pensando.

-Então te pego depois da faculdade hoje e vamos fazer alguma coisa. - Ele a cortou e ela sorriu.

-Tá. - Ela o abraçou novamente.

Taehyung se arrumou na cama e Ayame acompanhou seu gesto virando o corpo, o garoto se aproximou e a abraçou por trás, pegou na mão dela e entrelaçou seus dedos e deixou ambas apoiadas no estômago dela e adormeceram juntos.

 

...

 

Taehyung entregou a chave nas mãos do manobrista, precisou deixar Ayame dormindo, pois teria que terminar a reunião que não conseguiu finalizar ontem.

-Bom dia senhor Kim. - O garoto falou assim que pegou as chaves nas mãos.

-Bom dia. - Taehyung respondeu sério e começou a andar.

Ouviu o garoto tossir descontroladamente e olhou para ele, o manobrista arregalou os olhos e curvou seu corpo. Taehyung esperou a porta de vidro abrir e entrou, enquanto isso Biu o olhava perplexo, aquela foi a primeira vez em anos que respondeu seu cumprimento e não estava acreditando nisso.

O garoto foi até o elevador e subiu para o último andar, assim que chegou Kang se levantou rapidamente e se aproximou dele.

-Senhor Kim, seu carro já está arrumado. Mando entregarem na sua casa? - Kang perguntou.

-Pode ser. - Ele respondeu e entrou na sua sala.

Foi para a sua mesa e começou a pegar os relatórios para a reunião, não teria nem tempo de ligar o computador. Logo ouviu bater na porta.

-Entra. - Falou.

A porta foi aberta e ele viu Lola entrar, a garota andou lentamente até a mesa e o encarou. Taehyung não levantou sua cabeça nenhuma vez e continuou arrumando aqueles papéis.

-Eu vim me desculpar. - Ela falou.

Taehyung abandonou as folha e a encarou, ainda não acreditava na ação da garota ao beijá-lo, lidar com Lola já estava se tornando difícil e cansativo.

-Não ouse me tocar como fez ontem Lola, você ainda não foi demitida porque foi contratada pelo o meu pai. Caso contrário eu teria dispensado você! - Falou sério. - Precisa parar com isso!

A garota fechou suas mãos em punhos, estava perdendo o controle, não iria suportar perder Taehyung para Ayame. Voltou disposta a conquistar o garoto e não iria embora sem ter o que quer.

-Tae...

-E se acontecer de novo... - Ele a cortou. - Passarei por cima do meu pai e eu mesmo demitirei você!

Lola pressionou os lábios.

-O que você acha que Hyuk pensaria disso? - Ela perguntou.

-Pensei que não se importasse com ele, você nunca se importou com o meu irmão! - Taehyung se exaltou. - Agora saia da minha sala, estou me preparando para a reunião.

Lola sentia seu peito doer toda vez que era tratada daquela maneira, não gostava de vê-lo trata-la friamente, embora sempre fora assim, amava-o demais para ouvir tais palavras da boca dele. Virou o corpo e saiu da sala dele, esperou a porta do elevador abrir e viu Ayame lá dentro, a garota olhava para o celular e não a viu ali em pé. Passou por ela ainda olhando o celular e caminhou em direção à sala de Taehyung.

...

Taehyung olhava o celular, havia recebido o endereço do escritório de Namjoon, queria muito encontra-lo novamente, precisava descobrir o que realmente aconteceu com o seu irmão.

-Tae? - Ouviu a voz de Ayame e levantou a cabeça rapidamente.

Gostou de ouvir seu apelido pronunciado por ela, ela estava com metade do corpo para dentro da sala.

-Chegou agora? - Ele perguntou.

Ayame entrou na sala e fechou a porta.

-Sim, Yona falou que havia acabado de sair e se me levanto minutos antes, teria te visto. - Ela respondeu se aproximando da mesa.

Taehyung se levantou da cadeira e contornou a mesa, segurou o rosto dela com as duas mãos e selou os lábios da garota, ela sorriu na boca dele.

-Não foi mesmo um sonho... - Ela falou.

O garoto levou sua mão no cabelo dela e os arrumou para trás.

-O que é isso? - Olhou para o celular nas mãos dela.

-Ah, Jonh pediu para que eu trouxesse, são os arquivos que serão passados na reunião. - Ela respondeu.

Taehyung pegou o aparelho das mãos dela e o analisou por alguns segundos, o colocou em cima da mesa e voltou a olha-la.

-Te pego hoje depois da faculdade. - Falou e ela sorriu novamente.

-Tudo bem. - Ela falou apoiando as mãos no peito dele. - Vou te esperar.

Ayame levantou os pés e o beijou, movimentou os lábios sobre os dele que retribuiu da mesma forma. Afastou-se e saiu andando, ele ainda segurava a mão dela e soltaram os dedos lentamente. O coração da garota estava aceleradíssimo, o que sentia era surreal. Abriu a porta e saiu da sala, voltou ao departamento pessoal e continuou com o seu trabalho.

Seu celular vibrou ao lado e ela o pegou rapidamente.

Me encontre em frente ao prédio Kim no seu horário de almoço, preciso conversar com você! - Era Suly.

A garota havia se esquecido completamente de responder Suly ontem, e não foi por mal, estava tendo o momento mais feliz da sua vida, os braços de Taehyung se tornou o seu lugar favorito no mundo.

Ok, preciso falar com você também. - Enviou de volta.

Colocou o celular ao lado e viu Ume se aproximar devagarzinho.

-Aya, eu queria te pedir uma coisa. - Falou.

-O que foi? - Ayame soltou o mouse do computador.

-Você poderia me passar o número do Jimin? - Perguntou e olhou para o lado rapidamente.

Ayame sorriu, e não porque achou graça e sim de frustração, pediu o número de Ume uma vez para passar para ele e não tinha o dele.

-Eu não tenho... - Ela resmungou chateada. - Mas vou pedir ao Taehyung e te envio uma mensagem depois.

-Não precisa se incomodar, se não tem o número dele deve ser o destino me falando para não fazer besteira. - Ume falou rapidamente.

-Para com isso, assim que pegar o telefone dele com o Tae, te mando. - Aya sorriu.

-Não precisa. - Ela falou e voltou para a sua mesa.

Aya apenas balançou a cabeça sorrindo, havia construído uma amizade legal com Ume e se preocupava com a garota. Iria fazer de tudo para deixa-la feliz e pegaria o número de Park Jimin com Taehyung.

 

...

 

Suly não sabia o que fazer, pressionou Hoseok ontem ao notar algo estranho depois da mensagem de Aya e se arrependeu amargamente, o viu chorar por ter ‘perdido’ Ayame. A garota não soube o que falar para ele, apenas o acompanhou a noite inteira enquanto o mesmo bebia sem parar.

Sabia que uma hora ou outra ele confessaria o que sente, mas nunca pensou que esse dia chegaria definitivamente. Seu coração estava triste, afinal, ela sabia que Aya estava apaixonada por Taehyung e Hobi não tinha chances.

-Oi. - Ouviu.

Olhou para o lado e viu Kook sentar ao seu lado, enrugou o meio das suas sobrancelhas confusa, o que ele estava fazendo na sala dela?

-O que faz aqui? - Ela perguntou olhando para o lado.

Viu os alunos do último ano entrar e se arrumarem nas carteiras vagas.

-Vamos ter essa aula juntos. - Ele respondeu.

-Ah. - Ela falou.

Voltou a olhar para frente e vagou novamente em seus pensamentos.

-Tudo bem? - Ele perguntou. - Parece tão distante.

Suly suspirou e sorriu.

-Está tudo bem. - Respondeu.

Jungkook já gostava daquela garota o suficiente para saber que algo a incomodava, e sabia que se tratava daquele garoto. Disse a ela que iria conquista-la, mas não conseguia encontrar uma maneira de fazê-la parar de pensar em Hoseok.

-Eu te conheço Suly... Pode falar comigo se quiser. - Kook falou.

A aula não havia começado ainda, Suly pensou que não seria tão ruim se abrir com alguém, não podia fazer isso com a melhor amiga, já que Ayame não faz ideia do que ela sente pelo Hoseok e pretendia nunca contar. Kook era o único que sabia desse segredo que mantinha a sete chaves em seu coração.

-O Hobi se declarou para a Aya. - Ela virou um pouco o corpo e apoiou sua cabeça na mão. - Ele estava arrasado ontem, preparamos uma pequena festa para Ayame, mas do nada ela enviou uma mensagem dizendo que não poderia ir. Talvez tenha sido por causa dele, eu estranhei o jeito que ele ficou depois daquela mensagem, então perguntei e ele me disse que se declarou para ela e a beijou.

Jungkook a ouviu atentamente, conseguia ver tristeza nos brilhos dos olhos da garota e queria muito abraça-la, afinal, ele estava ali, para dar a ela todo o amor que merecia.

-E eu não sei o que fazer, não consegui dizer nada. Nem de consola-lo fui capaz. - Ela terminou de falar e olhou para frente.

O professor que daria aquela aula entrou e ele não conseguiu dizer nada a ela. Ficou a aula inteira pensando e pensando, não queria ver Suly machucada, a garota era linda e gentil, não entendia como Hoseok não a enxergava. Daria de tudo para estar no lugar desse garoto.

Quando o sinal bateu, todos arrumaram suas coisas, iriam trocar de sala depois do almoço. Kook viu Suly sair pela porta e correu até ela, pegou no pulso da garota e a virou.

-Não pode consola-lo. - Falou rapidamente.

-O que? - Suly perguntou confusa.

-Não pode consolar o seu amigo, ele vai estar vulnerável e qualquer coisa que ele fizer te dará esperanças falsas, eu não quero te ver machucada. - Jungkook respondeu.

Suly olhou para baixo, não sabia mesmo o que fazer. No fundo sabia que Kook tinha razão, embora amasse Hoseok, o amava como um amigo também. Hobi a vê como sua melhor amiga, não podia abandona-lo.

-Eu vou me encontrar com a Ayame, depois nos falamos. - Ela falou se soltando do toque dele e saiu andando.

 

...

 

Ayame descia para o almoço, Taehyung não havia saído nenhuma vez da sala de reuniões e soube por Kang que não teriam almoço. Suly já havia mandado mensagem dizendo estar ao lado do prédio. Saiu pela porta imensa e viu sua amiga na praça ao lado, caminhou rapidamente até ela e Suly se levantou assim que a viu.

-Feliz aniversário atrasado. - Suly falou abraçando a garota.

Ayame sorriu e correspondeu o gesto. As duas se arrumaram no banco e Suly pegou nas mãos dela preocupada.

-O que houve? Porque não me respondeu ontem? - Perguntou.

-Me desculpa, na verdade nem li a sua mensagem ainda. - Ayame suspirou. - Aconteceram muitas coisas ontem, eu não consegui ir.

-Por causa do Hobi? - Perguntou em seguida.

Aya havia se esquecido por um tempo que o seu melhor amigo se declarou para ela, mas isso nunca a impediria de continuar com a amizade que eles têm. Amava o garoto como seu irmão e não se afastaria dele jamais.

-Não. - Ayame respondeu. - Ele se declarou para mim Suly, eu não fazia ideia de como ele se sentia.

A menina levou a mão nos cabelos de Ayame e colocou as madeixas da amiga atrás da orelha.

-Você sempre foi lerda pra isso. - Suly falou sorrindo.

Aya arregalou os olhos.

-Você sabia? Sabia que o Hobi... - Perguntou perplexa.

-Sabia, e acho que entende porque eu não te contei. - Respondeu. - Hobi mostrava nos olhos dele o que sentia por você, mas fico feliz que não tenha ido por causa dele. Isso mostra que nada vai mudar em relação a ele.

-Claro que não, ele é o meu melhor amigo, jamais me afastaria. - Ayame exclamou.

-Então porque não foi? - Perguntou em seguida.

Ayame respirou fundo, precisava se desabafar com a melhor amiga, embora estivesse triste pelo o Hobi, não conseguia segurar tanta felicidade.

-Eu e Taehyung discutimos ontem, ele viu quando o Hobi me beijou. - Ela começou a falar. - Não foi um beijo de verdade, Hobi mal encostou os lábios nos meus. Mas ele viu...

-Sério? E o que houve? - Suly perguntou preocupada.

-Ele não fez nada, depois disso o Hobi foi embora e o clima ficou estranho entre nós. Não conseguíamos conversar e no final da tarde eu vi a noiva do irmão do Tae beija-lo. - Só de lembrar, o sangue da garota fervia. - Eu me irritei e depois disso discutimos de novo.

-Que fofo, os dois morrendo de ciúmes. - Suly brincou.

Ayame riu do comentário e sentiu seu rosto queimar, pensando bem, os dois estavam mesmo morrendo de ciúmes um do outro e na hora ela não notou.

-Eu não tinha cabeça para ir a festa, me desculpa. Eu fui pra casa e deixei de ir à faculdade também...

-Você não contou para ele que era o seu aniversário? - Suly perguntou indignada.

-Calma, me deixa terminar. - Aya sorriu. - Eu contei depois, depois que cheguei em casa, ele veio logo em seguida e brigamos de novo.

Suly revirou os olhos, resumindo, sua melhor amiga passou seu aniversário todo brigando com o garoto por quem se apaixonou perdidamente.

-Isso é muito mais que uma simples explicação do porquê não foi ontem, está tudo bem. - Suly respirou fundo.

Ayame abaixou a cabeça envergonhada, não havia terminado ainda, estava procurando uma forma de contar para a amiga que perdera a virgindade com o amor da sua vida.

-Suly. - Ela a chamou, Suly virou e encarou a amiga.

-Ai meu Deus, tem mais né? - Perguntou.

-Tem, mas não foi uma briga. Durante a discussão ele me beijou e depois fomos para o quarto e...

-NÃO! - Suly a cortou. - SÉRIO?!

Ayame viu sua amiga eufórica.

-AI MEU DEUS! EU VIVI PRA VER ISSO! PENSEI QUE MORRERIA VIRGEM AYAME!

-Shiiiiu! - Ayame pulou na amiga e tapou a boca dela. - Para com isso! Que exagero. Eu só tinha medo!

Embora não tivesse sentindo medo algum com Taehyung, Ayame sempre fora insegura quanto a isso.

-Bom, parece que perdeu né! - Suly sorria de orelha a orelha.

Ayame revirou os olhos, Suly sempre falava sobre isso com ela.

-Me conta tudo! - Suly se aproximou mais. - Detalhe por detalhe, quero saber até o tamanho!

Ayame arregalou os olhos e deu um tapa em Suly.

-Brincadeira. - Suly sorriu. - Mas quanto aos detalhes é verdade, vai! Me conta.

Ayame sorriu com o jeito da amiga, queria sim contar o momento que se declarou para ele e o momento que o sentimento foi totalmente reciproco.

-Foi incrível Suly. Eu não sei o que deu em mim, fiquei fora da razão e me entreguei a ele de corpo e alma. E penso que o motivo de tudo ter sido perfeito, foi por ter sido com ele. Nunca pensei que a minha primeira vez seria tão significativa e se tornaria uma lembrança inesquecível.

Ayame puxou o pingente pendurado em seu pescoço.

-Ele me deu isso... - Continuou falando. - Ele usava no pescoço e é importante para ele, Suly... Ele me ama. Ele disse que me ama várias vezes e eu senti isso nos toques dele.

Suly ouvia sua amiga com o maior sorriso do mundo.

-Estou tão feliz por vocês. - Falou animada. - Agora vamos conversar seriamente.

A garota sentiu seriedade no tom da voz da amiga.

-Eu sou mais experiente nesse ramo... - Suly brincou e Ayame sorriu. - Vocês usaram alguma coisa, se preveniram?

-Não... Foi tudo muito repentino, juro que se eu soubesse que aquilo fosse acontecer, não estaria usando short e moletom. - Aya respondeu e foi a vez de Suly sorrir.

-Talvez o repentino tenha sido melhor. - Suly falou encarando o chão, não entendeu porque, mas se lembrou da noite com o Kook e o seu coração acelerou. Balançou a cabeça rapidamente e voltou sua atenção para a amiga. - Aya, pelo visto vai manter sua vida sexual ativa, precisa tomar remédio agora.

Ayame sabia disso, não havia pensado nenhuma vez sobre não terem se prevenido noite passada e não se importou no momento. Mas sabia que a sua amiga tinha razão.

-Ativa... - Ela falou baixinho e sentiu seu rosto arder novamente.

-Sim, não vai querer sentir de novo o que ele te fez sentir ontem? - Suly perguntou.

-Fala baixo menina! - Ayame olhou para os lados.

-Ayame, todo mundo tran... - Aya calou a boca dela rapidamente.

Aquilo tudo era novo para a garota, mas Suly não estava deixando de se divertir com as reações da sua melhor amiga.

-Eu vou começar a fazer isso... - Ayame falou.

-Sim, e avise-o para não se preocupar. - Suly falou arrumando seu cabelo desmanchado pelas crises de vergonha de Ayame.

Aya apenas assentiu.

-Ei... - Suly levantou o rosto da amiga. - Ele te ama e você o ama, não tem nada com o que se preocupar. Sério, estou brincando com algumas coisas, mas quero que saiba o quanto fiquei feliz, deve ser maravilhoso ter o amor correspondido e não deve perder isso por nada.

A garota ouvia as palavras da melhor amiga e sentia o coração acelerar, as palavras de Suly foram lindas e estranhou com alguma coisa que a amiga pudesse estar escondendo entre aquelas frases.

-Obrigada Suly. - Falou abraçando ela.

Suly retribuiu o gesto, estava realmente feliz pela a sua amiga. Queria muito sentir aquela felicidade um dia, sorrir para a pessoa que ama e ver nos olhos dele que o sentimento reciproco existe.

-Preciso voltar, as aulas já vão começar. - Suly falou se afastando dela.

-Sim, eu tenho que voltar para o departamento ainda. - Ayame ficou em pé. - Você falou com o Hobi?

Suly acompanhou a amiga e se levantou também.

-Não. - Mentiu. Não queria que ela soubesse o quanto o garoto chorou, se colocou no lugar dele e se sentiu péssima se um dia fosse rejeitada e ele soubesse que havia chorado a noite toda.

-Me fale dele quando o ver tá bom? - Ayame falou e ela assentiu.

Aya voltou para o prédio, comeu uma maçã e correu para o elevador, estava alguns minutos atrasada e não queria levar bronca de Jonh. Entrou no elevador e o mesmo logo parou no andar de cima, e claro, para a grande infelicidade de Ayame, Lola entrou.

A garota viu a Lola revirar os olhos e ficou indignada, tudo bem que depois de levar alguns puxões de cabelo não estava esperando que a mesma a cumprimentasse, mas revirar os olhos na cara foi demais.

Lola parou ao lado e as duas ficaram em completo silêncio, era repugnante estar no mesmo ambiente que ela, mas não tinha para onde fugir. De repente, Ayame sentiu seu corpo ser empurrado contra o espelho do elevador e arregalou os olhos quando Lola a prendeu ali.

-O QUE É ISSO?! - Gritou pegando no pingente que Ayame carregava no pescoço.

Ah não, ela não fez isso! Ayame levantou suas mãos e empurrou a garota para longe dela, Lola torceu o salto e se não fosse pelo corrimão do elevador teria caído no chão.

-Não toca em mim! - Ayame exclamou tapando o colar com a mão.

-Esse colar não é seu! - Lola endireitou seu corpo. - Porque está com ele?

-Não é da sua conta Lola! Cuida da sua vida e me deixa em paz. - Ayame respondeu irritada.

Lola não estava entendendo, aquele colar era único, Hyuk mandou fazer especialmente para ele e Taehyung. Era o único no mundo inteiro e ver no pescoço de Ayame a deixou descontrolada. Taehyung não poderia estar apaixonado por ela a ponto de lhe entregar seu bem mais precioso. Não podia e ela não queria acreditar.

-Você roubou dele?! - Lola exclamou a maior barbaridade possível.

Agora foi a vez de Ayame revirar os olhos, não estava acreditando naquela situação, como poderia roubar um colar de Taehyung?

-Já falei para cuidar sua vida! - Ela falou ainda irritada.

Quando o elevador parou, as duas viraram para frente e a porta abriu, Taehyung estava parado em frente ao elevador com quatro homens atrás de si. O garoto olhou para as duas ali dentro e conheceu a expressão de Ayame, as duas haviam discutido.

Todos eles entraram e as duas ali dentro curvaram minimamente seus corpos.

-Então você é a esposa do Senhor Kim? - Um homem se aproximou dela.

A porta do elevador fechou e começou a subir. Ayame sorriu sem graça e assentiu com a cabeça.

-Meu filho falou de você. - O velho continuou falando, Ayame já havia visto aquele sorriso em algum lugar.

-Filho? - Ela perguntou curiosa.

-Sim, sou pai do Yoongi. - Senhor Min respondeu.

-Ah... - Ela sorriu. - Eu tive a oportunidade de conhecê-lo.

Ayame sentiu Taehyung pegar na mão dela ao lado e entrelaçar seus dedos nos delas. A garota não deixou de sorrir, pelo tanto de pessoas ali dentro ninguém notou. Exceto Lola que do outro lado encarava o gesto irritadíssima.

-Ele é um bom garoto, só não o deixe beber. - O velho sorriu.

-Vou me lembrar disso. - Ela sorriu.

Logo a porta foi aberta e aqueles quatro homens desceram, ficando apenas Lola, ela e Taehyung ali dentro.

-O que estava acontecendo aqui? - Ele perguntou.

-Taehyung, ela pegou o seu colar! - Lola exclamou.

Ayame fechou os olhos e respirou fundo, estava com uma vontade gigantesca de pular nos cabelos dela de novo.

-Primeiro, isso não lhe diz respeito Lola. - Ele falou e Aya o olhou surpresa. - Eu dei a ela esse colar.

-Taehyung, esse colar foi...

-Isso não importa pra você! - Ele falou sério.

Ayame viu a garota fechar suas mãos em punhos, adorou o fato de Taehyung trata-la daquele jeito. Até tentou sentir pena, mas não conseguiu, logo a porta abriu no andar do departamento pessoal e ela virou para ele.

-Eu vou indo, você me pega depois? - Perguntou.

O garoto assentiu com a cabeça e ela ousou selar os lábios dele ali mesmo, infantil? Muito. Queria mostrar para Lola que ele era dela? Queria... E então o beijou. Saiu dali e foi rumo à sala principal do andar com um sorriso satisfeito.

Lola certamente conhecia o colar, agiu de um jeito muito estranho. Claro que reconheceria o colar que pertenceu ao seu noivo, mas Hyuk havia dado ao Tae e ela não tinha nada a ver com isso.

Ayame terminou seu trabalho e quando viu já era hora de ir para a faculdade. Queria que o tempo passasse voando, queria sair com Taehyung e estava ansiosa para isso. Arrumou suas coisas e se despediu de todo mundo.

-Ume, vou pegar o número tá legal! - Falou para a amiga.

-Não precisa! - Ume gritou do seu lugar.

Ayame sorriu e saiu andando, saiu do prédio e Yuta a levou para a faculdade. Entrou em sua sala e viu Nick de longe, estava com os cabelos trançados e amou como as tonalidades do azul se entrelaçavam.

-Olá Nick. - A cumprimentou.

Nick deu espaço para Ayame entrar e surpreendeu a garota com um abraço.

-Feliz aniversário sua tratante! - Falou e Aya sorriu.

-Me desculpe por desmarcar. Houve imprevistos... - Ayame falou arrumando as coisas em sua mesa.

-Aconteceu alguma coisa? - Nick perguntou.

Pela primeira vez Nick tinha uma amiga, se importava com Ayame e queria que a amizade delas durasse para sempre. Aya olhou para a amiga e suspirou, confiava na garota e começou a contar detalha por detalhe, chegou a ser engraçado a diferença nas reações dela e de Suly, as duas eram completamente diferentes e ambas suas amigas loucas.

-Nossa! - Nick sorriu. - Quer dizer que o Bad Boy também te ama.

Ayame sorriu com o comentário dela.

-Mas sinto lhe informar que você perder a chance de conhecer a minha mãe. - Nick falou em seguida.

-O que? - Aya exclamou. - Como assim?

-Primeiro que a minha mãe surtou quando soube que eu estava me arrumando para ir a uma festa de uma amiga. Sim, ela me acha antissocial. - Revirou os olhos. - Pedi para ela me levar, e claro, surtou pela segunda vez. Mal sabia ela que eu queria dá-la de presente para você.

-Não! - Ayame resmungou. - Não, não acredito! Eu quero conhecer a sua mãe.

-Perdeu a chance. - Nick falou.

-Su Na, por favor! - Ayame resmungou novamente e falou o nome verdadeiro da garota.

Nick arregalou os olhos e encarou a garota.

-Não fala meu nome! - Exclamou.

-Su Na! - Ayame insistiu.

-Tá bom! - Nick falou suspirando. - No final de semana levo você e a Suly para comerem na casa dela.

-Não mora com ela? - Ayame sorriu animada.

-Não. - Nick respondeu abrindo seu livro.

-Combinado! - Falou e abriu seu livro também.

A professora entrou na sala e deu inicio a aula, Ayame ficou bastante animada pelo fato de conhecer o seu ídolo de infância. Mas estava mais ansiosa para sair com Taehyung depois das aulas, passou todas elas pensando nisso. O que ajudou, pois o tempo prosseguiu rapidamente.

Quando o último professor finalizou as aulas, Aya começou a guardar suas coisas, se despediu de Nick e saiu do prédio, estava ventando e as árvores se mexiam lentamente. Não deixou de sorrir quando viu Taehyung encostado no capô do carro.

Desceu a escada até ele.

-Fiquei pensando nisso as aulas inteiras. - Ela falou.

Ele pegou na mão dela e a puxou, ela parou entre as pernas dele e apoiou as duas mãos em seu peito.

-O que quer fazer? - Ele perguntou tirando o cabelo que o ventou levou nos olhos dela.

-Posso escolher qualquer coisa? - Ela perguntou em seguida.

-Uhum. - Ele falou beijando a bochecha dela.

Ayame fechou os olhos e deixou o cheiro do perfume dele envolver os dois.

-Vamos para a praia. - Respondeu.

-Eu sabia que iria dizer isso. - Ele falou endireitando o corpo.

Ela sorriu e ele abriu a porta do carro, Ayame entrou e o observou dar a volta e sentar ao lado dela. Deu partida no carro e saiu, durante o caminho ela pegou na mão dele e a colocou em seu colo.

-Precisa me passar o número do Jimin. - Ela falou olhando para ele.

-Do Jimin? - Taehyung perguntou virando em direção à avenida que levava até a praia.

-Uhum, Ume me pediu e eu não tinha. - Ela respondeu suspirando. - Não me deixe esquecer. - Sorriu.

Taehyung não respondeu nada, dirigiu por um tempo e logo estacionou o carro, tirou os saltos ali dentro do carro e desceu, o garoto observou o gesto dela e sorriu quando ela foi em direção a areia.

A garota o esperou e ele se aproximou. Taehyung não tirou os sapatos e ela o puxou para perto do mar, mas não muito.

-Eu amo o mar. - Ela falou fechando os olhos.

Taehyung ficou olhando para ela, vislumbrou o vento jogar os cabelos da garota para trás e quis fotografar aquela imagem em sua memória. Andou até ela e a puxou pela cintura, Ayame abriu os olhos surpresa e ele beijou sua boca.

Automaticamente Ayame levou as mãos no rosto do garoto e o correspondeu, amava beija-lo, o amava por completo e sequer se imaginou sentindo tudo aquilo. Os lábios dele estavam quentes e adorou a sensação da sua língua trombar com a dela. Ayame o sentiu envolver sua cintura com os dois braços e puxa-la pra cima, sorriu entre o beijo e ficou cinco dedos acima dele.  

Ela enterrou os dedos nos fios da nuca dele e o beijou apaixonadamente e pela primeira vez queria agradecer sua mãe por tê-lo posto em sua vida. Abraçou firme o pescoço do rapaz e ele afundou o rosto nos cabelos dela. A colocou devagar no chão.

-Sabe... - Ele falou com o rosto ainda ali.

-Hum. - Ela murmurou ainda anestesiada pelo o beijo.

-Eu amo esse cheiro. - Falou.

A garota sentiu seu rosto arder de vergonha, como assim? Ayame sorriu e passou a mãos nos cabelos dele.

-E eu amo você. - Ela falou e seu coração acelerou loucamente.

Ainda não estava acostumada a dizer aquilo em voz alta, mas era a pura verdade, se apaixonou perdidamente por Taehyung e não conseguia negar isso.

-Eu também te amo. - O ouviu dizer.

Aquilo amoleceu o coração de Ayame, Taehyung se separou da garota e pegou na mão dela. A puxou até um pequeno muro que dividia a areia com a calçada. Encostou ali e a encostou na frente dele. Passou os braços em volta da sua cintura e ela o abraçou pelo o pescoço.

-Eu não tinha isso em mente quando te chamei para sair, embora soubesse que iria querer vir para a praia. - Ele falou.

Ayame sorriu e passou o dedo polegar na bochecha dele.

-Eu estou amando. - Ela falou.

Taehyung inclinou seu corpo para frente e beijou o pescoço dela, a garota sorriu novamente e fechou os olhos, amava todos os toques dele e precisava respirar fundo para não surtar. Sentiu quando os lábios dele alcançaram em baixo da sua orelha e mordeu seu lábio inferior.

-Ai não vale. - Ela falou e o sentiu sorrir em seu pescoço.

Ele sabia o quanto o beijo dele ali mexia com ela.

-Minha mãe quer jantar com a gente amanhã. - Ele falou apoiando sua testa na dela.

-Eu vou tentar sair mais cedo. - Ela falou em seguida.

-Não precisa, termine suas aulas normalmente.

-Não, eu vou sair mais cedo. - Sorriu.

Ayame estranhamente se sentiu animada por comer com a mãe dele e não queria que a mulher esperasse ela sair da faculdade. Sentiu-o colocar o cabelo dela atrás da orelha dela e respirar fundo.

-Faça o que quiser. - Falou e ela assentiu.

Os dois ficaram ali mais um pouco trocando beijos e caricias e voltaram para o carro. Assim que se aproximaram, Taehyung pegou na cintura dela e a sentou no capô, ela o olhou surpresa e arregalou os olhos minimamente quando ele se abaixou e limpou a areia dos seus pés.

Ayame apenas sorriu e ficou observando o gesto, jamais imaginaria que aquele garoto frio que conheceu pudesse ser uma pessoa tão carinhosa.

Assim que ele terminou entraram no carro e voltaram para casa.

-Tem uma coisa pra você na garagem. - Ele falou soltando o cinto, ela o olhou confusa e fez o mesmo que ele.

Colocou os saltos e desceu, ele caminhou na frente e abriu os portões da garagem. Quando viu, sorriu de orelha a orelha, era o carro que bateu naquela noite.

-Está consertado, quando tirar carta é seu. - Ele falou colocando suas mãos nos bolsos da calça. - Se quiser.

-Se eu quiser?! - Ela o olhou perplexa. - Mas é claro que eu quero!

Ela foi até ele e selou seus lábios rapidamente, o carro estava intacto e lindo. Nunca pensou que teria um carro já que a sua mãe sempre a impediu de dirigir. Segundo ela, pessoas de classes têm motoristas particulares.

-Eu amei, obrigada! - Ela não conseguia deixar de sorrir.

Taehyung se sentiu bem em vê-la sorrir, na verdade, ver Ayame sorrir estava se tornando sua meta ultimamente. Odiou quando viu lágrimas em seus olhos quando discutiram e não queria que aquilo se repetisse nunca mais. Ela entrou eufórica para dentro da casa e quando ele foi segui-la, sentiu seu celular vibrar. Era Namjoom.

Tae! Eu tenho quase certeza de que o Hyuk não se matou!

O que?